tag:blogger.com,1999:blog-39486062457758868872024-02-07T11:05:13.063-08:00CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOCURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.comBlogger41125tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-55372050986929431612011-11-08T05:19:00.000-08:002011-11-08T05:19:31.345-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdI09y787kFKw6AGXNOxOD-G0xMDZdc9SSrz4LyiFC6JN9r4sWuBN7kkm5ON0POsmY30XKXLGtAVQ2IV-rbZDzS3aUAOt0XOW0NcBFZLOec3x_3eodpzAimn90NcCOUq2XqG5OHdq6Vu4/s1600/panfleto+frente.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" style="clear: left; float: left; font-size: large; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdI09y787kFKw6AGXNOxOD-G0xMDZdc9SSrz4LyiFC6JN9r4sWuBN7kkm5ON0POsmY30XKXLGtAVQ2IV-rbZDzS3aUAOt0XOW0NcBFZLOec3x_3eodpzAimn90NcCOUq2XqG5OHdq6Vu4/s640/panfleto+frente.jpg" width="455" /></span></a></div>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-25385239504343237432011-10-20T11:39:00.000-07:002011-10-26T11:36:08.339-07:00Seminário<b><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: red; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Jornalismo popular: movimentos sociais e desafios da comunicação</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: red; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br />
</span></b><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Para estudantes de jornalismo e profissionais da área<br />
<br />
Dia 26/11, na PUC-SP, sala 239. Campus Perdizes. Rua Ministro de Godoy, 969, São Paulo.<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"> <br />
Inscrições pelo email: cursosbrasildefato@gmail.com<br />
<br />
Grátis<br />
<br />
Vagas limitadas</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: red;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: red;">Programação</span><br />
<br />
9h00-10h30 - <b>O Brasil e a crise global</b> - João Pedro Stédile (MST)<br />
<br />
10h30-12h - <b>Comunicação como terreno de disputa</b> - Bia Barbosa (Intervozes)<br />
<br />
13h30-14h30 - <b>Cultura e novas mídias</b> - Silvio Mieli (professor da PUC) e Pablo Ortellado (Gpopai)<br />
<br />
14h30-16h -<b> Imprensa popular e movimentos sociais</b> - </span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: black; font-family: Arial; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">Nilton Viana (Brasil de Fato), Via Campesina, Antonio Pacheco Jordão (TVT), Leonardo Sakamoto (Repórter Brasil), Juçara Zottis (Rádio Comunitária Cantareira)</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"> <br />
16h30-18h - <b>Debate: Universidade e imprensa popular</b> - ideias para um trabalho em conjunto</span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="-webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: black; font-family: 'times new roman', 'new york', times, serif; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-align: -webkit-auto; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"></span><br />
</span><br />
<div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;"><span style="font-size: small;"><b>UMA CHANCE DE OUVIR E DIALOGAR COM<span class="Apple-converted-space"> </span></b></span></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;"><span style="font-size: small;"><b>AS VOZES QUE NA MÍDIA SÃO SÓ SILÊNCIO</b></span></span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;"><span style="font-size: small;"><br />
Se existe um ponto em que a mídia comercial se revela especialmente parcial e tendenciosa é a cobertura dos movimentos sociais e das lutas dos trabalhadores. Toda vez que ocorre uma greve ou uma passeata, os jornais e revistas da chamada grande mídia, assim como as emissoras de rádio e televisão, destacam o impacto que o protesto provoca na produção ou na rotina da população, não dando destaque para as reivindicações que levaram os trabalhadores a se mobilizar.<br />
<br />
As lutas sociais no campo, em especial as ocupações de latifúndios dos movimentos sociais que lutam pela reforma agrária, são tratadas pela imprensa como se fossem atos criminosos. E os verdadeiros crimes, como os assassinatos de lutadores do povo e defensores do meio ambiente por pistoleiros a mando de fazendeiros, raramente encontram espaço proporcional nos meios de comunicação.<br />
<br />
As grandes empresas jornalísticas escondem ou minimizam o que não convém aos seus donos e seus anunciantes, assim como aos políticos que os representam. Já quando é do seu interesse, enfatizam, exageram, manipulam e até inventam. Assim funciona a imprensa empresarial, lançando mão de ênfases e omissões,<span class="Apple-converted-space"> </span></span></span><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;"><span style="font-size: small;">como analisou o teórico estadunidense Noam Chomsky</span></span><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;"><span style="font-size: small;">.<br />
<br />
Para analisar essa situação e buscar meios para contrapor ao monopólio da informação no país, o jornal Brasil de Fato promove o seminário Jornalismo Popular: Movimentos Sociais e Desafios da Comunicação.<br />
<br />
Convidamos estudantes e professores das faculdades de Jornalismo e da área da comunicação, assim como profissionais em todas as áreas da mídia, para uma jornada de um dia inteiro em contato com dirigentes de movimentos sociais, intelectuais e comunicadores da imprensa popular.<br />
<br />
O objetivo é conhecer um pouco do Brasil que a chamada “grande mídia” esconde, dialogando com as fontes de informações que raramente conseguem levar a sua voz até a esfera pública. Dessa maneira, estudantes, professores e profissionais do Jornalismo poderão ter acesso a uma visão mais ampla e diversificada da realidade brasileira. Venha conhecer aquele lado que nunca tem a chance de ser fazer ouvir.<br />
<br />
Você terá mais informações para desenvolver pautas que envolvem conflitos sociais. Só assim, com jornalistas com conhecimento sólido e amplo leque de fontes sobre as lutas dos trabalhadores, será possível ter no Brasil uma imprensa capaz contribuir na construção de um país democrático.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: black; font-family: Arial; font-size: small; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><b>Apoio<span class="Apple-converted-space"> </span></b><br />
Departamento de Jornalismo da PUC-SP</span></span>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-62659334614656411402011-09-08T14:24:00.001-07:002011-09-08T14:24:13.393-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2iBIySNY08DsoSJQDCGLUxZZkeojHCP0dCLo6YCGEBf8u_tpfRIzyZ_v2Ja7fRswdKlpLAwLDI4PHTIiMsxMZnw07rg0NreyyEZxoyC6-YjoIrXJVxkN0l7uzgh0wTEuhlRZK0XxIzEQ/s1600/Cartaz.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2iBIySNY08DsoSJQDCGLUxZZkeojHCP0dCLo6YCGEBf8u_tpfRIzyZ_v2Ja7fRswdKlpLAwLDI4PHTIiMsxMZnw07rg0NreyyEZxoyC6-YjoIrXJVxkN0l7uzgh0wTEuhlRZK0XxIzEQ/s320/Cartaz.JPG" width="212" /></a></div>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-30833504721794639492011-09-08T14:06:00.000-07:002011-09-08T14:06:32.506-07:00CICLO DE DEBATES – outubro vermelho<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"></span><br />
<div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="color: red;">CICLO DE DEBATES – outubro vermelho </span></b><span style="color: red;"></span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: red;"> </span><b><span style="color: red; font-size: 18pt;">AS EXPERIENCIAS DE CONSTRUÇÃO DO SOCIALISMO e os desafios atuais</span></b><span style="color: red;"></span></div><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;"> </span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;">É um curso pago: <b>R$ 150,00 por pessoa</b>, com direito a uma assinatura anual do Jornal (caso seja assinante, entra como renovação ou pode destinar para outra pessoa).</span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;"> </span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="color: black;">Inscreva-se logo, através do correio eletrônico: </span></b><span style="color: black;"><a href="mailto:cursosbrasildefato@gmail.com" rel="nofollow" style="color: #234786; outline-color: initial; outline-style: none; outline-width: initial; text-decoration: underline;" target="_blank" ymailto="mailto:cursosbrasildefato@gmail.com"><span style="color: blue;">cursosbrasildefato@gmail.com</span></a></span></div></span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"><b><span style="color: black;">Limitaremos as primeiras 150 inscrições.</span></b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><b><br />
</b></span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"></span><br />
<div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="color: black;">Promoção: Escola Nacional Florestan Fernandes - ENFF e Jornal Brasil de Fato</span></b><span style="color: black;"></span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="color: black;">Apoio: Centro Acadêmico XI de agosto</span></b><span style="color: black;"><br />
<br />
<b>Local:</b> Faculdade de Direito da USP - Largo de São Francisco, sala dos estudantes. Metrô Sé</span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="color: black;">Horário: das 19 as 22 horas</span></b><span style="color: black;"><br />
<br />
<b>1. CHINA 10/10 segunda feira </b>Palestras:</span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;">Profa. Tsui Sit - da Universidade de Reimin - Pequim</span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;">Prof. Igor Fuser - Faculdade Caspero Libero - SP</span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;"> </span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="color: black;">2. URSS - 11 /10 terça-feira</span></b></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;">Palestras:</span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;">Prof. Angelo Segrillo - Depto de Historia da USP</span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;">Prof. Jose Paulo Neto - UFRJ </span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;"><br />
<b>3. VIETNÃ - 17/10 segunda feira </b>Palestras:</span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;">Prof. Miguel Trujillo</span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;">Profa. Flavia Vieira- UFRRJ </span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;"><br />
<b>4. CUBA - 20/10 Quinta feira </b>Palestras:</span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;">Breno Altman, jornalista editor da pagina Operamundi.<br />
Profa. Vania Bambira, prof. emérita da UNAM e UNB</span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;"> </span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><b><span style="color: black;">5. E<span>NSINAMENTOS DAS EXPERIENCIAS SOCIALISTAS PARA ATUALIDADE DA AMERICA LATINA - 3/11 quinta feira </span></span></b><span style="color: black;">Palestras:</span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;">Prof. Bernardo Pericás.- USP </span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black;">Prof. Carlos Barrientos - Guatemala.</span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"> </span></div><div class="yiv1829811644MsoNormal">Com direito a Certificado para quem participar de no mínimo 4 encontros.</div>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0Largo São Francisco - Sé, São Paulo, 01005-010, Brasil-23.5494433 -46.636918199999968-23.5497233 -46.637653199999967 -23.5491633 -46.636183199999969tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-51542604510855444542010-08-24T07:27:00.000-07:002010-08-24T07:27:18.712-07:00Curso "Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo" adiado para o mês de outubro!<br />
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Novas datas:<br />
<br />
14 de outubro - Energia e Sociedade no capitalismo contemporâneo<br />
21 de outubro - Balanço da matriz energética e planos<br />
28 de outubro - Amazônia, projetos de energia elétrica e Belo Monte<br />
11 de novembro - Agrocombustíveis: sustentabilidade ambiental, social e econômica<br />
18 de novembro - Geopolítica e disputas por energia: o petróleo e energia nuclear <br />
<br />
Novo valor: R$ 150,00. <br />
<br />
Inscrições abertas pelo telefone (11) 3104-6746 ou pelo e-mail <a href="mailto:cursosbrasildefato@gmail.com">cursosbrasildefato@gmail.com</a>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-57603854254657084962010-08-05T12:25:00.000-07:002010-08-05T12:25:53.398-07:00Curso "Energia e sociedade no capitalismo contemporâneo"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOm0xxNbqMi0pN4QcOe-5dr6aojMpfs5Z8DVGtyorICSMMEdT69WyyNFAGjNuyhyQjM32uQyHrs2hyaVhmDWnMMq_V22SigppXN1kPCdPi9QPlavY_QeJNpSI9ADeYbcUWTXVEjzb16gk/s1600/CursoEnergia_email.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOm0xxNbqMi0pN4QcOe-5dr6aojMpfs5Z8DVGtyorICSMMEdT69WyyNFAGjNuyhyQjM32uQyHrs2hyaVhmDWnMMq_V22SigppXN1kPCdPi9QPlavY_QeJNpSI9ADeYbcUWTXVEjzb16gk/s320/CursoEnergia_email.jpg" /></a></div>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-39686589957345489602010-08-05T11:54:00.000-07:002010-08-05T12:02:42.236-07:00Cartilha "Agroenergia: mitos e impactos na América Latina"Clique aqui e confira a cartilha organizada pela Rede Social de Justiça E Direitos Humanos e Comissão Pastoral da Terra:<br /><br /><a href="www.social.org.br/revista-monopolio.pdf">http://www.social.org.br/Cartilha%20Agroenergia1.pdf</a>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-45235812808633295772010-08-05T09:19:00.000-07:002010-08-05T11:53:24.176-07:00Cartilha "Os impactos da produção de cana no Cerrado e Amazônia"Clique aqui e confira a cartilha organizada pela Rede Social de Justiça e Direitos Humanos e Comissão Pastoral da Terra:<br /><br /><a href="https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=gmail&attid=0.1&thid=12a42c77aa95fe82&mt=application/pdf&url=https://mail.google.com/mail/?ui%3D2%26ik%3Db442a84a0d%26view%3Datt%26th%3D12a42c77aa95fe82%26attid%3D0.1%26disp%3Dattd%26zw&sig=AHIEtbT_jQVQ2LRz763igB8pw4XxaRFALA"><span style=";font-family:Arial;font-size:85%;" ></span></a><span style=";font-family:Arial;font-size:85%;" ><a href="http://www.social.org.br/cartilhaimpactoscana.pdf" target="_blank">http://www.social.org.br/<wbr>cartilhaimpactoscana.pdf</a></span>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-21005077264530460612009-06-23T07:33:00.000-07:002009-06-23T07:36:00.267-07:00América latina: inventando para no errar <meta equiv="CONTENT-TYPE" content="text/html; charset=utf-8"> <title></title> <meta name="GENERATOR" content="OpenOffice.org 3.0 (Linux)"> <style type="text/css"> <!-- @page { size: 21.59cm 27.94cm; margin-right: 3cm; margin-top: 2.5cm; margin-bottom: 2.25cm } H2 { margin-top: 0.56cm; margin-bottom: 0.42cm; line-height: 107% } H2.western { font-family: "Arial", sans-serif; font-size: 12pt } H2.cjk { font-family: "DejaVu Sans"; font-size: 12pt } H2.ctl { font-family: "Arial", sans-serif; font-size: 12pt } H3 { margin-top: 0.32cm; margin-bottom: 0.11cm } H3.western { font-family: "Arial", sans-serif; font-size: 9pt } H3.cjk { font-family: "DejaVu Sans"; font-size: 9pt } H3.ctl { font-family: "Arial", sans-serif; font-size: 9pt } H4 { margin-bottom: 0.28cm } H4.western { font-family: "Arial", sans-serif; font-size: 8pt; font-weight: normal } H4.cjk { font-family: "DejaVu Sans"; font-size: 8pt; font-weight: normal } H4.ctl { font-family: "Arial", sans-serif; font-size: 8pt; font-weight: normal } H5 { margin-top: 0.21cm; margin-bottom: 0.11cm; 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<br /></span><span style="font-size: 20pt;font-size:180%;" > inventando para no errar
<br /></span>Marta Harnecker
<br /><span style="font-size:85%;">L</span><span style="font-size:85%;">ección de clausura en la XXVI Semana Gallega de Filosofía
<br />[Pontevedra, 17 abril 2009, un día antes de la V Cumbre de las Américas]</span></h1> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" align="right"> <span style="font-size: 16pt;font-size:130%;" ><i>O inventamos, o erramos
<br /></i></span><span style="font-size:100%;">Simón Rodríguez</span></p> <h2 class="western">Introducción</h2> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">1. Han pasado ya dieciocho años desde aquel abril de 1991 en que tuve el privilegio de ser invitada a VIII Semana Gallega de Filosofía, organizada anualmente por el Aula Castelao de Filosofía. Eran momentos difíciles para las fuerzas de izquierda en América latina y en el mundo. Hacía menos de dos años que había caído el muro de Berlín —que significó el comienzo de la desintegración del socialismo en Europa Oriental— y la Unión Soviética se precipitaba en el abismo terminando por desaparecer a finales de ese año. Privada de la necesaria retaguardia la revolución sandinista había sido derrotada en las urnas en febrero del 90 y los movimientos guerrilleros de Centroamérica se veían forzados a desmovilizarse.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">2. Fue una dura situación para la izquierda latinoamericana —que había aprendido mucho durante la última década—. Si alguno de ustedes escuchó mi ponencia de entonces, recordará que me referí a los errores de la izquierda en los años sesenta y setenta y al aprendizaje de ésta durante los ochenta. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">3. Quisiera mencionar aquí sólo dos factores que influyeron enormemente en su maduración: la visión pedagógica del brasileño, Paulo Freire, que dio origen a un significativo movimiento de educación popular en varios de nuestros países, que chocaba con la concepción clásica de los partidos de izquierda de aquella época, que solían considerarse dueños de la verdad; y las ideas feministas que ponían el acento en el respeto a las diferencias y en el rechazo al autoritarismo. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">4. Hoy la situación es muy diferente y a ella quiero referirme en esta exposición.</p> <h2 class="western" lang="es-ES">América latina hoy</h2> <h3 class="western" lang="es-ES">América latina pionera en el rechazo al neoliberalismo</h3> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">5. </span><span lang="es-ES">América Latina fue el primer escenario donde se implantaron las políticas neoliberales. Chile, mi país, sirvió de ensayo antes que el gobierno de la primera ministra Margaret Tatcher las aplicara en el Reino Unido. Pero también fue la primera región del mundo en producir un proceso de rechazo a esas políticas, que sólo sirvieron para aumentar la pobreza, incrementar las desigualdades sociales, destruir el medioambiente y debilitar a los movimientos obreros y populares en general.</span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">6. </span><span lang="es-ES">En ella se dio la primera oleada revolucionaria después del derrumbe del socialismo en Europa del Este y la URSS. Y luego de más de dos décadas de sufrimiento, se comienza a vivir una nueva esperanza.</span></p> <h4 class="western"><span lang="es-ES">Emergen gobiernos de izquierda </span> </h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">7. </span><span lang="es-ES">Emergen gobiernos de izquierda más o menos comprometidos con las luchas de sus pueblos. Recordemos que en 1998, cuando triunfa Chávez en Venezuela, este país era una isla solitaria en medio de un mar de neoliberalismo en todo el continente. Pero, muy pronto, en 2000 triunfa Ricardo Lagos en Chile, en 2002 Luis Inacio Lula da Silva en Brasil, en 2003 Néstor Kichner en Argentina, en 2005 Tabaré Vázquez en Uruguay, en 2006 Michelle Bachelet en Chile, Evo Morales en Bolivia, Rafael Correa en Ecuador y Daniel Ortega en Nicaragua, y Cristina Fernández en Argentina; en 2008 Fernando Lugo en Paraguay y, recientemente, en marzo del 2009, Mauricio Funes en el Salvador.</span></p> <h4 class="western" lang="es-ES">Candidatos de partidos de izquierda </h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">8. </span><span lang="es-ES">Por primera vez en la historia de América Latina —y con el trasfondo de la crisis del modelo neoliberal — partidos de izquierda logran que sus candidatos triunfen en la mayor parte de los países de la región levantando banderas antineoliberales.</span></p> <h3 class="western" lang="es-ES">Movimientos populares: los grandes protagonistas</h3> <h4 class="western" lang="es-ES">surgen de la crisis de legitimidad del neoliberalismo</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">9. </span><span lang="es-ES">No fueron los partidos políticos los que estuvieron a la vanguardia de la lucha contra el neoliberalismo sino, por el contrario los movimientos populares. Estos movimientos surgen del marco de la crisis de legitimidad del modelo neoliberal y de sus instituciones políticas y parten de dinámicas presentes en su comunidad o espacio local. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">10. </span><span lang="es-ES">Se trata de movimientos muy pluralistas donde coexisten componentes de la teología de la liberación, del nacionalismo revolucionario, del marxismo, del indigenismo, del anarquismo.</span></p> <h4 class="western" lang="es-ES">Viejos y nuevos movimientos sociales </h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">11. </span><span lang="es-ES">En esta lucha de resistencia, junto a los viejos movimientos especialmente campesinos e indígenas, surgen nuevos movimientos sociales como aquellos que en Bolivia luchan contra la privatización del agua (guerra del agua) y por recuperar el gas (guerra del gas); los piqueteros en Argentina conformado por pequeños comerciantes, obreros, desempleados, profesionales, jubilados etcétera; los agricultores endeudados mexicanos, los estudiantes secundaristas chilenos, llamados los pingüinos; los movimientos ecologistas; los movimientos de obreros precarizados; los movimientos contra la globalización neoliberal. También aparecen en el escenario político las clases medias: el personal de la Salud en El Salvador, los caceroleros en Argentina, entre otros.</span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">12. </span><span lang="es-ES">El movimiento obrero tradicional, muy golpeado por la aplicación de medidas económica neoliberales, no aparece, salvo raras excepciones, en la primera línea del escenario político.</span></p> <h4 class="western" lang="es-ES">De la mera resistencia a cuestionar el poder</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">13. </span><span lang="es-ES">Estos movimientos inicialmente rechazan la política y los políticos, pero, a medida que avanza el proceso de lucha, pasan, de una actitud apolítica de mera resistencia al neoliberalismo, a una actitud cada vez más política de cuestionamiento del poder establecido, llegando, en algunos casos, como, por ejemplo, el MAS en Bolivia y el Pachakutic en Ecuador, a construir sus propios instrumentos políticos. </span> </p> <h4 class="western" lang="es-ES">Neoliberalismo consolidado y neoliberalismo en vías de consolidación</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">14. </span><span lang="es-ES">Salvo en el caso de Chile, donde podemos considerar que triunfó plenamente la contrarrevolución neoliberal instalando en el país reformas legales que justifican las políticas neoliberales y donde empieza una carrera de privatizaciones que destruye gran parte del sector industrial nacionalizado por Allende, en los demás países este sistema no logró consolidarse plenamente gracias a la resistencia de sus pueblos.</span></p> <h4 class="western"><span lang="es-ES">Dos caminos: </span><span lang="es-ES">refundación neoliberal o avanzar a un proyecto alternativo </span> </h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">15. </span><span lang="es-ES">Frente a esta crisis del modelo neoliberal, agudizada hoy por la crisis económica mundial del capitalismo, hay sólo dos caminos: o se produce una refundación neoliberal o se avanza hacia un proyecto alternativo no basado en la lógica del lucro, sino en una lógica humanista y solidaria que permita un desarrollo económico en nuestra región en favor de las grandes mayorías nacionales y no en función de las élites.</span></p> <h4 class="western" lang="es-ES">Correlación de fuerzas actual en América latina</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">16. </span><span lang="es-ES">América Latina está viviendo una nueva fase; una nueva correlación de fuerzas. La situación que existía en 1998, cuando Chávez triunfa, ha cambiado radicalmente.</span></p> <h5 class="western" lang="es-ES">Permite limitar la ingerencia extranjera</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">17. La novedad de los últimos diez años (1998-2008) es la constitución de una correlación de fuerzas, en América Latina, que —como dice Valter Pomar<span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote1anc" href="#sdfootnote1sym"><sup>1</sup></a></sup></span></span></span>— permite limitar la ingerencia externa, ayuda a evitar golpes (contra Chávez y Evo Morales, por ejemplo) e invasiones externas y torna inviables políticas de bloqueo económico, como las que jugaron un importante papel en la estrategia de la derecha contra el gobierno Allende en Chile y continúan afectando a Cuba.</p> <h5 class="western" lang="es-ES">Estados Unidos no puede conseguir sus objetivos</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">18. </span><span lang="es-ES">Aunque la correlación de fuerzas sigue siendo inmensamente favorable al proyecto imperial, además de los síntomas señalados más arriba, existen otros síntomas de que ya el gobierno de los Estados Unidos no tiene el absoluto dominio del escenario como el profundo fracaso de la guerra en Irak y su incapacidad para implantar los Acuerdos de Libre Comercio en América latina (ALCA), sabemos que ha tenido que limitarse a tratados bilaterales con algunos países. Por otra parte, a pesar de su inmenso dominio de los medios de comunicación, en toda la región han triunfado candidatos de izquierda dispuestos a oponerse a su política.</span></p> <h5 class="western">Mayor independencia de los procesos políticos</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">19. La existencia de esta correlación de fuerzas más favorable en el subcontinente latinoamericano, crea “mejores condiciones para que cada proceso nacional siga su propio curso.” Un símbolo de esta nueva correlación de fuerzas son las reuniones de jefes de Estado latinoamericanos y caribeños sin la presencia de los Estados Unidos y con la presencia de la heroica Cuba, marginada hasta sólo hace unos meses atrás.</p> <h5 class="western" lang="es-ES">Neoliberalismo pierde legitimidad en América latina</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">20. </span><span lang="es-ES">Por otra parte, aunque no se puede decir que se ha superado el modelo neoliberal, al menos se puede decir que ya son muy pocos los que lo defienden, porque perdió legitimidad al mostrarse incapaz de resolver los principales problemas de nuestro pueblos.</span></p> <h5 class="western" lang="es-ES">Contradicciones estructurales del capitalismo se hacen más visibles</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">21. </span><span lang="es-ES">Por otra parte, ya es difícil negar que existen contradicciones estructurales en la etapa actual del desarrollo capitalista: se ve cada vez con más claridad que la agricultura industrial es inviable, que la matriz energética basada en el petróleo se ha agotado, que los recursos 1naturales son limitados, y que a pesar de la hegemonía internacional del capital, éste no tiene un proyecto de desarrollo nacional y eso afecta su hegemonía a nivel local.</span></p> <h5 class="western" lang="es-ES">Desprestigio de la democracia liberal burguesa</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">22. </span><span lang="es-ES">Existe además en nuestros países una crisis del modelo de democracia burguesa, la gente ya no confía en esta forma de gobierno. Este sistema político no ha logrado resolver los problemas graves de nuestros pueblos. La gente acepta cada vez menos esa separación tan grande entre electores y elegidos.</span></p> <h4 class="western"> Encuesta de Latinobarómetro</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">23. Según Latinobarómetro, —una encuesta que se hace en nuestros países—, el índice de satisfacción con la democracia en1998 en Latinoamérica, en el momento en que triunfa Hugo Chávez, era sólo de 37% como promedio y en Venezuela era aún más bajo: 35%. En algunos de nuestros países había gente que añoraba las dictaduras porque había más orden, eran más eficientes. Hasta 2007, el índice promedio de Latinoamérica había permanecido en 37%, en cambio, el índice creció hasta el 59%. En estos 9 años Venezuela se ha convertido, según esta medición, en el segundo país en América Latina en grado de satisfacción con la democracia.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">24. </span><span lang="es-ES">También existe una crisis de los partidos políticos tradicionales. La gente ha llegado a tener un gran escepticismo frente a la política y los políticos. </span> </p> <h5 class="western" lang="es-ES">Avanza nivel de conciencia de nuestros pueblos</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">25. </span><span lang="es-ES">Esta situación abre una perspectiva más favorable a la clase trabajadora y, en general, a los movimientos populares. Hay un cambio en el nivel de conciencia de la gente, ésta se ha venido alterando muy rápidamente.</span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">26. </span><span lang="es-ES">Las sucesivas victorias electorales de candidatos que se han presentado con programas antineoliberales ha significado una victoria política para nuestros pueblos. Y esto coloca a la orden del día el debate sobre las formas alternativas al neoliberalismo.</span></p> <h3 class="western" lang="es-ES">Aumenta presencia militar en la región</h3> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">27. Mientras más países intentan romper el cordón umbilical que los ata a los Estados Unidos, más esfuerzos hace el Pentágono por fortalecer su presencia militar en el subcontinente.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">28. Una expresión de esto son los ejercicios militares multilaterales que se realizan cada año con el objetivo de entrenar tropas de la región.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">29. Por otra parte, aumentan los esfuerzos por crear bases militares norteamericanas en nuestros países. En total existen ya 14 bases militares que amenazan a América Latina y el Caribe. Las más conocidas son: la base de <strong>Tres Esquinas</strong>, en Colombia, donde además existen otras dos; <strong>Iquitos</strong>, en Perú; <strong>Manta</strong>, en Ecuador; <strong>Palmerola</strong>, en Honduras; <strong>Comalapa</strong>, en El Salvador;<strong> Reina Beatriz</strong>, en la Isla de Aruba; <strong>Libería</strong>, en Costa Rica. Sin embargo, cada vez hay más resistencia a su instalación como son el caso de los pueblos de Brasil y Argentina, para no entregarles la base de <strong>Alcántara</strong>, en Brasil; e impedir que el Comando Sur instale una base en Misiones, en la llamada <strong>Triple Frontera</strong>, el vértice donde Argentina se toca con Paraguay y Brasil. Y no podemos olvidar la lucha heroica y exitosa del pueblo de Puerto Rico contra la base norteamericana en la Isla de <strong>Vieques.</strong></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">30. El plan de dominación económica y política, que tiene como punta de lanza el dominio militar de Estados Unidos, está también dirigido a vigilar y controlar la dinámica de los movimientos populares de la región, tratando de impedir que surjan fuerzas nacionales que se enfrenten a sus políticas de dominación y vasallaje. Sus redes de inteligencia se expanden por nuestros países.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">31. Por eso, cuando Hugo Chávez exige a los Estados Unidos respetar nuestra soberanía, no está inventando un problema, está constando una realidad y en esa lucha no está sólo, está siendo el intérprete de un sentimiento muy profundo y generalizado de nuestros pueblos. ¿Será Obama capaz de entender esto? Y si lo logra entender, ¿tendrá la correlación de fuerzas suficiente cómo para aplicar una política de respeto a la soberanía de nuestros países? La historia lo dirá.</p> <h3 class="western" lang="es-ES">Gobiernos de izquierda </h3> <h4 class="western" lang="es-ES">Tres características comunes a estos gobiernos</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">32. </span><span lang="es-ES">Ya decíamos inicialmente que la mayor parte de los países de América Latina están hoy gobernados por presidentes apoyados por fuerzas de izquierda y electos democráticamente. Estos gobiernos, a pesar de ser muy diferentes unos de otros, tienen al menos tres coincidencias programáticas: la lucha por </span><span lang="es-ES"><b>l</b></span><b>a igualdad social, la democratización política y la soberanía nacional. </b> </p> <h4 class="western" lang="es-ES">Triunfos electorales, pero menos capacidad de maniobra</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">33. </span><span lang="es-ES">Pero antes de analizar estos gobiernos y ver sus potencialidades, quisiera que nos detuviésemos un poco en los límites que tiene hoy llegar a la presidencia de la República en nuestra región.</span></p> <h5 class="western" lang="es-ES">Dominio mediático opositor</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color:#333333;">34. “</span><span style="color:#333333;">Hoy debemos enfrentar más que </span><span style="color:#333333;">antes </span><span style="color:#333333;"><span lang="es-CL">no sólo los aparatos de coerción política de las clases dominantes sino su hegemonía sobre importantes sectores populares, su dirección cultural sobre la sociedad, la subordinación ideológica de las clases dominadas</span></span><span style="color:#333333;"><span lang="es-CL">. [...]</span></span><span style="color:#333333;">.</span><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><span style="color:#333333;"><sup><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote2anc" href="#sdfootnote2sym"><sup>2</sup></a></sup></span></span></span></span><span style="color:#333333;">”</span><span style="color:#333333;"><i> </i></span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color:#333333;">35. La influencia de los medios es tal que han logrado que amplios sectores populares acepten de buen agrado la conducción capitalista del proceso. La represión es menos necesaria que antes para la reproducción del sistema.</span> Por eso es tan válida la afirmación de Noam Chomsky, quien sostiene que la propaganda es tan necesaria a la democracia burguesa como lo era la represión al estado totalitario<i>.</i><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><i><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote3anc" href="#sdfootnote3sym"><sup>3</sup></a></i></sup></span></span></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">36. </span><span lang="es-ES">El mismo autor ha dicho que las fuerzas reaccionarias del mundo aceptan el juego democrático siempre que puedan “domesticar al rebaño perplejo” controlando los medios para “fabricar el consenso”. Y eso lo sabe muy bien el poder imperial y las fuerzas de derecha. En todos nuestros países, las armas de bombardeo mediático en manos de la oposición, son inmensamente más poderosas que aquéllas con la que cuentan nuestros gobiernos.</span></p> <h5 class="western"><span lang="es-ES">Democracias restringidas: las grandes decisiones fuera de los parlamentos </span> </h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">37. </span><span lang="es-ES">Pero no es sólo eso, recordemos que regímenes democráticos que surgen después de los períodos dictatoriales en el cono Sur de América, y que luego se expanden por todo nuestro subcontinente, son lo que algunos autores han llamado "democracias restringidas” o “tuteladas”. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">38. </span><span lang="es-ES">Aunque en nuestros países en las últimas décadas ha aumentado enormemente la población apta para votar y cada vez existen más dificultades para realizar fraudes electorales, paradójicamente esto no ha resultado en una mayor ampliación del sistema democrático, porque la mayor parte de las grandes decisiones no son adoptadas por los parlamentos sino por entidades que escapan a su control: las grandes agencias financieras internacionales (FMI, BM); los bancos centrales autónomos, las grandes corporaciones transnacionales, los organismos de seguridad nacional. Hoy pareciera ser que los grupos dominantes toleran mejor el triunfo de candidatos de izquierda, porque éstos tienen cada vez menos posibilidades reales de modificar la situación imperante.</span></p> <h5 class="western">El consumismo: el hombre tarjeta de crédito</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">39. Otro elemento que favorece la “gobernabilidad” es el consumismo. La cultura transmitida por los medios de comunicación no es una cultura solidaria sino una cultura que promueve el consumismo. La gente no se contenta con vivir de acuerdo a sus ingresos, sino que vive endeudada, y, por lo tanto, necesita mantener un trabajo estable —cada vez más escaso— para poder solventar sus compromisos económicos.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">40. A nivel de las grandes masas se logró con éxito convertir lo superfluo en necesidad y al hacerlo y promover la compra a plazos se creó, como dice Tomás Moulián, un nuevo mecanismo de domesticación.<sup><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote4anc" href="#sdfootnote4sym"><sup>4</sup></a></span></sup></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">41. El endeudamiento masivo no solo sirve para mantener o ampliar el mercado interno sino que opera también como un dispositivo de integración social<sup><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote5anc" href="#sdfootnote5sym"><sup>5</sup></a></span></sup>, como una cadena invisible. Es necesario asegurar el puesto de trabajo y hacer méritos que permitan lograr el ascenso profesional para lograr nuevas oportunidades de consumo: conseguir la casa propia, el automóvil, el más reciente equipo de audio, el último modelo de televisor.</p> <h4 class="western" lang="es-ES">Tipología y correlación de fuerzas</h4> <h5 class="western" lang="es-ES">Distintas clasificaciones</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">42. </span><span lang="es-ES">Estos gobiernos llamados “de izquierda” son muy diferentes unos de otros y por ello abundan las clasificaciones. </span>Algunos autores los dividen en tres bloques: gobiernos que promueven el libre comercio como Colombia, México y la mayoría de gobiernos centroamericanos; gobiernos socialdemócratas que pretenden balancear el liberalismo con lo social como Chile, Brasil y Uruguay, a los que Jorge Castañeda, ex canciller mexicano a denominado: la “buena izquierda” y gobiernos antimperialistas, que adoptan medidas de proteccionismo social y económico frente a los Estados Unidos como: Venezuela, Bolivia, Nicaragua, Ecuador, a los que Catañeda califica de “mala izquierda”. El intelectual estadounidense, James Petras, considera a éstos países como una izquierda pragmática en contraste con la única experiencia de izquierda radical que sería la FARC de Colombia.</p> <h5 class="western">Tener en cuenta la correlación de fuerzas</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">43. Creemos que hay que ser cuidadoso a la hora de clasificar a los gobiernos de izquierda en la región. Para juzgarlos por lo que hacen, debemos tener muy claro lo que no pueden hacer no por falta de voluntad sino por limitaciones objetivas y para ello hay que partir de un correcto análisis de la correlación de fuerzas —tanto interna como internacional— en la que están inmersos, algo que a menudo obvian los sectores de la izquierda más radical, que exigen la adopción de medidas más drásticas por parte de estos gobiernos, poniendo a menudo como ejemplo, el comportamiento del gobierno venezolano que cuenta con condiciones económicas inmensamente favorables, probablemente no ha habido otro proceso revolucionario con estas condiciones. Sólo analizando la correlación de fuerzas sabremos que es lo que esos gobiernos pueden hacer y no hacen.</p> <h5 class="western" lang="es-ES">Correlación de fuerzas: Chávez y Lula</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">44. </span><span lang="es-ES">Pensemos, por ejemplo, en el gobierno de Luis Inacio da Silva, más conocido como Lula en Brasil. Aunque el candidato del Partido de los Trabajadores de Brasil gana las elecciones presidenciales del 2002, con más apoyo electoral aún que el de Chávez en 1998, no hay que olvidar que estos resultados fueron producto de una amplia política de alianzas, necesaria para ganar en las urnas, y aún más necesaria para poder gobernar el país. Hay que recordar que su partido, era y sigue siendo minoría en ambas cámaras del poder legislativo y que, aunque controlaba, y sigue controlando, un número importante de alcaldías y significativos gobiernos de estado, es minoría en este terreno a nivel nacional. A esto hay que agregar que Brasil depende en mayor medida del capital financiero internacional que Venezuela con su enorme ingreso petrolero. Por otra parte, no cuenta con el masivo apoyo de las fuerzas armadas con el que cuenta Chávez, quien define su proceso revolucionario como un proceso pacífico pero armado. Por ello compartimos la afirmación del </span>encargado internacional de ese partido, Valter Pomar, cuando dice que “no existe correlación de fuerzas, mecanismos institucionales y situación económica” que permita al gobierno brasileño “operar de manera semejante al gobierno venezolano<span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote6anc" href="#sdfootnote6sym"><sup>6</sup></a></sup></span></span></span>”, aunque reconoce que el gobierno de Lula podría hacer más de lo que hace.</p> <h4 class="western" lang="es-ES">Cómo vencer estas limitaciones</h4> <h5 class="western"><span lang="es-ES">Un</span><span lang="es-ES">a nueva integración de la región</span></h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">45. </span><span lang="es-ES">Para vencer estas limitaciones se hacen cada vez más actuales las ideas de Bolívar acerca de la necesidad de la articulación de nuestros países. Aislados conseguiremos poco, articulados nos haremos respetar y podremos encontrar soluciones económicas, políticas y culturales que nos hagan cada vez menos dependientes de los grandes bloques mundiales.</span></p> <h5 class="western" lang="es-ES">Asambleas constituyentes</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">46. </span><span lang="es-ES">Por otra parte, ante esta situación de democracia restringida es fundamental procurar modificar las reglas del juego heredadas convocando a asambleas constituyentes para elaborar nuevas constituciones, como lo han hecho los gobiernos de Venezuela, Ecuador y Bolivia.</span></p> <h5 class="western" lang="es-ES">Cambiar la correlación de fuerzas</h5> <h4 class="western"> El arte de la política</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">47. Debo recordar aquí que el concepto de política que expongo en mi libro "La izquierda en el umbral del Siglo XXI. Haciendo posible lo imposible". Allí afirmo que el arte de la política es hacer posible lo imposible, pero no por un mero voluntarismo, sino por empeño en construir fuerzas propias, es decir, de cambiar la correlación de fuerzas que permita hacer posible en el futuro lo que aparece como imposible en el presente.</p> <h4 class="western"> Construir fuerza social </h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">48. Y por eso que hay que abandonar la idea que para construir fuerza política hay que concentrarse en ir ganando espacios en las instituciones. Por el contrario, para construir fuerza política hay que construir fuerza social.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">49. Nuestros gobiernos deben entonces tener muy claro que deben <span lang="es-ES">construir la fuerza social y política nacional e internacional que permita cambiar las actuales correlaciones de fuerza para así poder hacer posible en el mañana lo que aparece como imposible en el presente.</span></p> <h4 class="western"> Gobiernos en disputa</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">50. </span><span lang="es-ES">Nuestros gobiernos son gobiernos en disputa entre las fuerzas que realmente quieren una transformación de esa sociedad y aquellas que creen que no hay otra alternativa que subordinarse a las exigencias del capital financiero internacional. Sus gobernantes deben entender que su futuro dependerá en gran medida de la capacidad que tenga el movimiento popular de organizarse, crecer y transformarse en una decisiva fuerza de presión que incline la balanza hacia las fuerzas progresistas. Sólo así el compromiso programático que han adquirido podrá ser llevado adelante.</span></p> <h4 class="western">Nuestros pueblos deben ser actores de primera línea</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">51. </span><span lang="es-ES">Los gobernantes latinoamericanos de izquierda o progresistas deberían entender </span><span style="font-family:Symbol, serif;"><span lang="es-ES"></span></span><span lang="es-ES">como me parece que lo han entendido muy bien los presidentes de Venezuela y Bolivia</span><span style="font-family:Symbol, serif;"><span lang="es-ES"></span></span><span lang="es-ES"> que necesitan de un pueblo organizado, politizado, que presione para hacer avanzar el proceso y que sea capaz de combatir los errores y desviaciones que vayan surgiendo en el camino. </span>Tienen que entender que nuestros pueblos tienen que ser actores de primera línea y no sólo de segunda.</p> <h5 class="western">Gran plataforma que permitan articular a todos los actores</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">52. Una forma para lograr crear una correlación de fuerzas favorable es elaborar un programa de lucha o plataforma de acumulación para el período, que cumpla el papel de instrumento aglutinador de todos los sectores sociales y políticos del país dispuestos a superar el modelo capitalista neoliberal. Una plataforma de este tipo permitiría desplegar un conjunto de alianzas inéditas para conformar un gran bloque social de apoyo al gobierno que aísle a la oposición recalcitrante.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">53. Habría que tratar de crear espacios de encuentro o de convergencia de todos estos sectores, salvaguardando la especificidad de cada actor social o político, que les permita asumir tareas comunes que potencien la lucha por consolidar la sociedad alternativa que queremos construir.</p> <h3 class="western"><span lang="es-ES">Un instrumento político adecuado</span><span lang="es-ES"> a los nuevos desafíos</span></h3> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">54. </span><span lang="es-ES">Pienso que para lograr nuestros objetivos es también fundamental cambiar la cultura política heredada y crear o reconstruir un instrumento político adecuado la sociedad que queremos construir y que nos permita responder a los desafíos que nos plantea este nuevo siglo.</span></p> <h4 class="western">Origen de los errores: la tesis de Kautsky</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">55. Recordaba al inicio de esta exposición que en mi intervención en 1991 me había referido a los errores de la izquierda de los 60 y 70 y a su aprendizaje en los 80. Todo esto fue recogido y sistematizado en mí en el libro:"La izquierda en el umbral del Siglo XXI. Haciendo posible lo imposible" escrito en 1999. Allí retomo el tema de los errores y desarrollo algunas ideas de cómo debería ser el instrumento político para hacer frente a los desafíos del siglo a venir. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">56. Algunos años más tarde —en el 2006—, llego al convencimiento de que estos errores y desviación se originan en la tesis leninista, tomada de Kautsky, acerca de la necesidad de importar la teoría (el marxismo) en el movimiento obrero, para que éste pueda llegar a tener conciencia de clase.<span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote7anc" href="#sdfootnote7sym"><sup>7</sup></a></sup></span></span></span> Pero, ¿quién es el que posee la teoría, quien es el dueño de la verdad?: es el partido, o más bien los intelectuales del partido. ¿Cuál es entonces la función principal del partido?: formar, introducir la teoría, realizar escuelas de cuadros. De allí surge la desviación de la vanguardia iluminada, del partido que dirige, del movimiento social como correa de transmisión del partido. </p> <h4 class="western">Instrumento político y práctica revolucionaria</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">57. ¿Quién es el gran ausente en este enfoque?: la práctica revolucionaria. Esta visión no toma en cuenta el papel que Marx atribuye a la práctica social en la toma de conciencia de la clase obrera. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">58. El pensador alemán sostiene que “no es sino mediante la experimentación de las masas que se realiza el paso de lo económico a lo político por esta modificación simultánea de las circunstancias y de sí mismo. Es en la práctica revolucionaria donde se enraíza el proceso de constitución de la conciencia. Y es a través de ella que la clase en sí se transforma en clase para sí.”<sup><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote8anc" href="#sdfootnote8sym"><sup>8</sup></a></span></sup></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">59. “Por su parte, Rosa Luxemburgo habla que “ésta es la escuela política viva, la escuela en la lucha y por la lucha.”<sup><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote9anc" href="#sdfootnote9sym"><sup>9</sup></a></span></sup> No se puede aprender todo en folletos, es necesario el realizar un aprendizaje práctico. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">60. La lucha no sólo contribuye “a clarificar la cabeza de los trabajadores, su forma de ver el mundo, sino que los va transformando interiormente, va creando en ellos la sensación de que unidos con otros trabajadores pueden llegar a transformarse en una fuerza que puede ir obteniendo triunfos frente a los patrones, que puede ir conquistando cosas. En la lucha van adquiriendo autoestima, van sintiéndose cada vez más capaces de conseguir sus objetivos, van transformándose cada vez más en sujetos del proceso en el que están insertos.”<span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote10anc" href="#sdfootnote10sym"><sup>10</sup></a></sup></span></span></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">61. Si partimos de la tesis de que la práctica revolucionaria es esencial para la emancipación de los trabajadores y trabajadoras, y del movimiento popular en general, el instrumento político que construyamos debe ser consecuente con esta tesis y debemos cambiar nuestra forma de concebir la política<b>.</b></p> <h4 class="western">Características de un instrumento político pensado desde la práctica</h4> <h4 class="western">Aprovechar o crear situaciones que permitan aprender a través de la práctica</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">62. En lugar de poner el acento en introducir la teoría en el movimiento obrero, en preocuparnos especialmente de la formación teórica, deberemos ser muy creativos para aprovechar o crear situaciones que permitan que la gente aprenda a través de la práctica. Debemos estar muy atentos a las distintas formas de expresión del malestar social frente al sistema opresor vigente y a las iniciativas y formas de lucha que desde allí se gesten; propiciando espacios de encuentro entre todos los sectores sociales e iniciativas populares que se sienten afectados por la situación imperante, y tratando de descubrir, junto al movimiento social, los espacios y formas de confrontación que le permitan a este movimiento ir tomando conciencia de que la superación de sus males sólo se dará si se unen y construyen una fuerza social capaz de enfrentarse al actual sistema de dominación.</p> <h4 class="western"> Gran respeto por el movimiento popular </h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">63. “Si pensamos que la lucha práctica es fundamental para hacer avanzar la conciencia popular, nuestro instrumento político debe expresar un gran respeto por el movimiento popular. Debe contribuir a su desarrollo autónomo, dejando atrás todo intento de manipulación. Debe partir de la base de que los cuadros políticos no son los únicos que tienen ideas y propuestas y que, por el contrario, el movimiento popular tiene mucho que ofrecer, porque en su práctica cotidiana de lucha va aprendiendo, descubriendo caminos, encontrando respuestas, inventando métodos, que pueden ser muy enriquecedores.”<sup><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote11anc" href="#sdfootnote11sym"><sup>11</sup></a></span></sup></p> <h4 class="western"> No cuadros militares sino pedagogos populares </h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">64. El instrumento político no puede estar conformado por cuadros con mentalidad militar, habituados el método de “ordeno y mando”, ni por demagogos populistas que creen que de lo que se trata es de conducir a un rebaño de ovejas. “Los cuadros políticos deben ser fundamentalmente pedagogos populares, capaces de potenciar toda la sabiduría que existe en el pueblo —tanto la que proviene de sus tradiciones culturales y de lucha, como la que adquiere en su diario bregar por la subsistencia— a través de la fusión de ésta sabiduría popular con los conocimientos más globales que la organización política pueda aportar.”<sup><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote12anc" href="#sdfootnote12sym"><sup>12</sup></a></span></sup></p> <h3 class="western">Criterios para juzgar el desempeño de un gobierno de izquierda</h3> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">65. Si se toman en cuenta las consideraciones expuestas anteriormente, más que clasificar a los gobiernos latinoamericanos como se ha hecho, lo que debemos hacer es tratar de juzgar el desempeño de éstos de acuerdo determinados criterios y teniendo siempre en cuenta la correlación de fuerzas dentro de la que deben moverse. No debemos considerar tanto el ritmo con que avanzan hacia el objetivo que se han propuesto, lo importante es determinar la dirección en la que se encauza el proceso, ya que el ritmo dependerá, en gran medida, de cómo se van resolviendo los obstáculos que van encontrando en su camino.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">66. Pienso que si analizamos que actitud tienen estos gobiernos ante algunos temas como los que señalamos a continuación podríamos tener un juicio más objetivo de hacia dónde se encaminan estos gobiernos.</p> <h5 class="western">Actitud frente al neoliberalismo y al capitalismo en general</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">67. ▪ ¿Cuál es su actitud frente al neoliberalismo y, en general, al capitalismo?</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">68. ▪ ¿Desenmascaran la lógica del capital, lo atacan ideológicamente, usan el estado para debilitarlo?</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">69. ▪ ¿Van disminuyendo la brecha entre los más ricos y los más pobres; si le van dando a estos últimos más acceso a la educación de la salud?</p> <h5 class="western">Actitud frente a la institucionalidad heredada</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">70. ▪ ¿Emprenden procesos constituyentes para cambiar las reglas del juego institucional, sabiendo que el aparato de estado neoliberal heredado es una fuerte traba para avanzar hacia la construcción de una sociedad diferente?</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">71. ▪ ¿Realizan esfuerzos por aumentar cuerpo electoral tomando en cuenta que en general sectores más pobres suelen no estar inscritos en el registro electoral?</p> <h5 class="western">Actitud frente al desarrollo económico y el desarrollo humano</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">72. ▪ ¿Se plantea la meta de la satisfacción de las necesidades humanas por encima del crecimiento del capital? </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">73. ▪ ¿Entienden que este desarrollo humano no se logra con un estado meramente paternalista que resuelve problemas transformando a su pueblo en mendigo, sino que sólo se logra a través de la práctica y, por lo tanto, se esfuerzan por crear espacios para que el pueblo pueda desempeñar su rol protagónico?</p> <h5 class="western">Actitud frente a la soberanía nacional</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">74. ▪ ¿Rechazan la intervención militar extranjera: bases militares, tratados humillantes...?</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">75. ▪ ¿Recuperan la soberanía sobre sus recursos naturales?</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">76. ▪ ¿Avanzan en la resolución del problema de la hegemonía mediática hasta ahora en manos de las fuerzas conservadoras?</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">77. ▪ ¿Fomentan el rescate de de las tradiciones culturales nacionales?</p> <h5 class="western">Actitud frente al papel de la mujer</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">78. ▪ ¿Respetan y estimulan el papel protagónico de la mujer?</p> <h5 class="western">Actitud frente a la discriminación de todo tipo</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">79. ▪ ¿Avanzan en la eliminación de toda discriminación (sexo, etnia, religión, etcétera.)?</p> <h5 class="western">Actitud frente a los medios de producción</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">80. ▪ ¿Avanzan hacia una propiedad cada vez más social de los medios de producción y a una participación cada vez más protagónica de los trabajadores en sus centros de trabajo?</p> <h5 class="western">Actitud frente al protagonismo popular</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">81. ▪ ¿Movilizan a los trabajadores y pueblo en general para llevar adelante determinadas medidas e incrementan sus capacidades y poder?</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">82. ▪ ¿Entienden que necesitan un pueblo organizado, politizado, capaz de presionar para debilitar el aparato estatal heredado y poder así avanzar en el proceso de transformaciones propuesto?</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">83. ▪ ¿Entienden que nuestros pueblos tienen que ser actores de primera línea y no sólo de segunda?</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">84. ▪ ¿Oyen y le dan la palabra a sus pueblos? ¿Entiende que pueden apoyarse en ellos para combatir los errores y desviaciones que vayan surgiendo en el camino?</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">85. ▪ ¿Les entregan recursos y los llama a ejercer la contraloría social del proceso? </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">86. ▪ En síntesis, ¿contribuyen a crear un sujeto popular cada vez más protagónico que vaya asumiendo responsabilidades de gobierno?</p> <h3 class="western" lang="es-ES">Avanzar desde el estado al horizonte comunista</h3> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span lang="es-ES">87. </span><span lang="es-ES">Creo que estas ideas se ven enriquecidas por las reflexiones que hace sobre el tema Álvaro García Linera, vicepresidente de Bolivia. Éste se pregunta acerca de cómo se puede avanzar hacia lo que el denomina el “horizonte comunista a partir del estado”</span><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><span lang="es-ES"><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote13anc" href="#sdfootnote13sym"><sup>13</sup></a></span></sup></span></span></span><span lang="es-ES"> si no hay condiciones culturales y económicas que sirvan de base para ese avance. Y responde que hay tres formas de hacerlo: 1) estimular la organización autónoma de la sociedad, 2) ampliar la base obrera y la autonomía del movimiento obrero y 3) potenciar formas de economía comunitaria. El político boliviano insiste en que se debe hacer todo esto sin pretender controlar desde el estado a los movimientos y organizaciones populares, porque “nadie puede suplantar a la sociedad en movimiento.”</span><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><span lang="es-ES"><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote14anc" href="#sdfootnote14sym"><sup>14</sup></a></span></sup></span></span></span><span lang="es-ES"> </span> </p> <h2 class="western">II. Venezuela y el socialismo del siglo XXI</h2> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">88. ¿Se ha avanzado hacia ese horizonte vislumbrado por el vicepresidente boliviano? Pensamos que sí se han dado pasos importantes, especialmente en Venezuela.</p> <h3 class="western">Un socialismo diferente</h3> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">89. Mientras Álvaro García Linera habla de horizonte comunista, Hugo Chávez habla de socialismo del siglo XXI.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">90. En su discurso de clausura del Foro Social Mundial, en febrero del 2005, en Porto Alegre, Brasil, el presidente venezolano planteaba por primera vez públicamente<span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><span lang="es-ES"><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote15anc" href="#sdfootnote15sym"><sup>15</sup></a></span></sup></span></span></span> que su proyecto era superar el capitalismo y construir el socialismo, aunque entonces aclaraba que no se trataba de “recurrir al capitalismo de estado”, porque si esto ocurría se caería “en la misma perversión de la Unión Soviética”.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">91. El dirigente bolivariano tiene muy claro que hay que diferenciar el socialismo que él propone del socialismo soviético. Critica la “desviación estalinista” del partido que “terminó siendo un partido antidemocrático”. [...] La consigna “¡Todo el poder a los soviets!” terminó transformándose en la realidad en "¡Todo el poder para el partido!”. Eso explicaría que en momento de la caída de la Unión Soviética los trabajadores no hayan salido a defenderla.<span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><span lang="es-ES"><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote16anc" href="#sdfootnote16sym"><sup>16</sup></a></span></sup></span></span></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">92. El término “socialismo del siglo XXI” acuñado por él busca diferenciarse de los errores y desviaciones del llamado socialismo real del siglo XX en la Unión Soviética y los países del este europeo. Y señala como elementos fundamentales de este socialismo: la “transformación económica”, la “democracia participativa y protagónica en lo político” y “la ética socialista. El amor, la solidaridad, la igualdad entre los hombres, las mujeres entre todos [...]”<span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><span lang="es-ES"><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote17anc" href="#sdfootnote17sym"><sup>17</sup></a></span></sup></span></span></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">93. Para Chávez el socialismo debe ser un régimen esencialmente democrático y adaptado a cada realidad nacional.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">94. Se trata de crear un nuevo sistema de producción y consumo, un sistema que había que construir desde las bases populares “con la participación de las comunidades, a través de las organizaciones comunales, las cooperativas, la autogestión en y otras tantas maneras...”, “un sistema comunal de producción y consumo”.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">95. El líder bolivariano insiste en la participación protagónica del pueblo, pero esto no es algo nuevo, esto está en los orígenes mismos del proceso bolivariano.</p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;">La Constitución Bolivariana y la participación popular.</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color:#000000;">96. Ya en la Constitución </span>aprobada por la Asamblea Constituyente en 1999 se pone énfasis en la participación popular en los asuntos públicos y se subraya que es este protagonismo es el que va a garantizar el pleno desarrollo, tanto de la persona como del colectivo. Aunque hay varios artículos de la Constitución que se refieren a este tema, probablemente el más completo es el Artículo 62, donde se señala la forma en que este desarrollo se logra. Allí se dice que la “participación del pueblo en la formación, ejecución y control de la gestión pública es el medio necesario para lograr el protagonismo que garantice su completo desarrollo, tanto individual como colectivo”<span style="color:#000000;"><i>, </i></span>señalando a continuación que es “obligación del Estado y deber de la sociedad facilitar la generación de las condiciones más favorables para su práctica<span style="color:#000000;"><i>.”</i></span><span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote18anc" href="#sdfootnote18sym"><sup>18</sup></a></sup></span></span></span><i> A</i><span style="color:#000000;"><i>demás, </i></span>el artículo 70 señala otras formas que permiten al pueblo desarrollar “sus capacidades y habilidades”: “la autogestión, cooperativas de todas formas, la planificación democrática, los presupuestos participativos en todos niveles de la sociedad.” </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">97. En el terreno de la participación territorial local se ha insistido en el diagnóstico participativo, el presupuesto participativo, la contraloría social. Se creó inicialmente la figura de los consejos locales de planificación pública (CLPP) a nivel municipal, con representación institucional (alcaldes, concejales, miembros de las juntas parroquiales<span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote19anc" href="#sdfootnote19sym"><sup>19</sup></a></sup></span></span></span>) y representantes de las comunidades para llevar adelante estas tareas. Es importante hacer notar que la representación de las comunidades tiene más peso que la institucional (51% contra 49%) reflejando la clara voluntad política de estimular el protagonismo de aquellas. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">98. Pero esto hubiese quedado en meras palabras sino no se hubiese creado espacios adecuados para que puedan darse lo más plenamente posibles los procesos participativos. Por eso es tan importante su iniciativa de crear los consejos comunales y más tarde su propuesta de crear consejos de trabajadores consejos estudiantiles campesinos, de ir formando un verdadero poder popular.</p> <h3 class="western" style="line-height: 150%;">Los consejos comunales</h3> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">99. Una de las ideas más revolucionarias del gobierno bolivariano fue la de impulsar la creación de los consejos comunales, una forma de organización autónoma y desde las bases de la sociedad. </p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;">Antecedentes de los consejos comunales </h4> <h5 class="western" style="line-height: 150%;">Las patrullas</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">100. Esta iniciativa tiene sus antecedentes en la forma organizativa que permitió el triunfo electoral de Chávez en el referéndum del 2004, cuando la oposición cuestionaba su permanencia en el gobierno. En ese momento, el líder bolivariano, que no contaba con un partido político a la altura de las exigencias del proceso, y sabiendo que era necesario ganar con un amplio margen para que nadie tuviera dudas de los resultados, inventa una fórmula de organización popular que le permite comprometer a todas las ciudadanas y ciudadanos comunes que simpatizaban con él a participar como activistas en el proceso electoral para la conquista del mayor número posible de votos en contra de la propuesta levantada por los sectores políticos opositores. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">101. Surge así la idea de crear pequeños núcleos de simpatizantes a lo largo y ancho del país. Unidades conformadas por grupos de 10 personas, y cada una de ellas tenía como tarea trabajar a 10 más cada una, haciendo visitas casa por casa, para tratar de convencer a esa familia de la necesidad de hacer fracasar el referendo opositor.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">102. Cada patrulla, por lo tanto, era responsable de trabajar a 100 electores. Si un área electoral tenía 2 mil inscritos, por ejemplo, había que conformar 20 patrullas, es decir, organizar a 200 patrulleros que debían repartirse entre ellos el trabajo sobre los 2 mil electores. La idea de Chávez era que no quedase una sola familia sin visitar. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">103. Esta original propuesta permitió que cientos de miles de simpatizantes se incorporasen a una tarea política concreta independientemente de la existencia o no de una conducción partidaria en su área electoral.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">104. “Mucha gente emocionalmente comprometida con el proceso, pero hasta entonces inactiva, pasó a tener su primera experiencia organizativa y política. Miles de seres anónimos pusieron su granito de arena. Y también lo hicieron los dirigentes que fueron capaces de dejar a un lado sus proyectos sectoriales y personales y decidieron trabajar muy ligados a las bases en función de un solo objetivo: que el NO ganara.”<span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><span lang="es-ES"><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote20anc" href="#sdfootnote20sym"><sup>20</sup></a></span></sup></span></span></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">105. Gracias a esta táctica, la oposición venezolana sufrió su tercera gran derrota en su intento por terminar con el gobierno del Presidente Chávez. El NO ganó por cerca de 2 millones de votos, constituyendo un enorme espaldarazo al proceso revolucionario y un factor que influyó en hacer avanzar el proceso.</p> <h5 class="western" style="line-height: 150%;">Buscando cómo consolidar lo avanzado en organización</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">106. Había que buscar una forma de no perder lo avanzado en organización popular. En un primer momento se pensó en transformar las patrullas electorales en patrullas sociales, sin embargo, posteriormente, se vio la necesidad de diferenciar las organizaciones político-electorales de las de participación ciudadana y en esa búsqueda surge la idea de crear los consejos comunales, organizaciones territoriales inéditas en América Latina por lo reducido de su espacio: entre 200 y 400 familias en las zonas urbanas densamente pobladas y entre 50 y 100 familias en las áreas rurales, y aún menos familias en zonas alejadas, fundamentalmente en zonas indígenas.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></p> <h5 class="western" style="line-height: 150%;">Participación en espacios pequeños</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">107. La idea era favorecer al máximo la participación ciudadana en espacios pequeños para facilitar el protagonismo de sus asistentes, haciéndoles sentirse cómodos y desinhibidos.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">108. A esta conclusión se llegó después de mucho debate y de examinar las experiencias exitosas de organización comunitaria como los comités de tierra urbanos (CTU) —unas 200 familias que se organizan para luchar por la regularización de la propiedad de la tierra— y los comités de salud —unas 150 familias que se agrupan con el objetivo de apoyar la experiencia de médicos en las comunidades más desvalidas—.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">109. Estimando un cálculo aproximativo, en Venezuela, que tiene alrededor de 26 millones de habitantes, podrían existir alrededor de 52 mil comunidades, si por comunidad entendemos aquel conjunto de varias familias que viven en un espacio geográfico específico, que se conocen entre sí y pueden relacionarse fácilmente, que pueden reunirse sin depender del transporte y que, por supuesto, comparten una historia común, usan los mismos servicios públicos y comparten problemas similares tanto económicos como sociales y urbanísticos.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">110. Cada una de estas comunidades debía elegir una instancia que hiciera las veces de gobierno comunitario. A esta instancia se la denominó: consejo comunal.</p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;">Voceros y voceras</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">111. Los consejos comunales están conformados por personas electas en sus respectivas comunidades a través de asamblea de ciudadanas y ciudadanos. Los militantes venezolanos se niegan, con razón, a utilizar el término de representante para designar a estas personas, por las connotaciones negativas que este término ha adquirido en el sistema representativo burgués. Los candidatos sólo se acercan a las comunidades en tiempo de elecciones, prometen “todo el oro del mundo” y luego de electos nunca más se les ve. Por eso han buscado un término diferente: vocera o vocero que viene de voz; cuando estas personas pierden la confianza de sus vecinas y vecinos dejan de ser la voz de su comunidad, y deben y pueden ser revocados</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">112. Históricamente ya se han dado otros intentos de crear una alternativa no burguesa al sistema de representación política, donde el representante electo no se desliga de su base electoral y, por el contrario, se mantiene íntimamente ligado a ella.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">113. Este sistema fue puesto en práctica en el tiempo de la comuna en París en 1871, en la revolución rusa de octubre de 1917 y luego desde 1918 a 1936 en la URSS, en la Italia de Antonio Gramsci, en Yugoslavia durante la guerra de liberación nacional y luego en el periodo de revolución socialista.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">114. Refiriéndose a la experiencia de la Comuna de Paris, Marx planteó lo siguiente: “Las comunas rurales de cada distrito administrarían sus asuntos colectivos por medio de una asamblea de delegados en la capital del distrito correspondiente y estas asambleas, a su vez, enviarían diputados a la Asamblea Nacional de Delegados de París, entendiéndose que todos los delegados serían revocables en todo momento y se hallarían obligados por el ‘mandat impératif’ (instrucciones formales) de sus electores.”<sup><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" > <a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote21anc" href="#sdfootnote21sym"><sup>21</sup></a></span></sup></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">115. Para Marx, la comuna de Paris con su sistema de delegados tuvo un gran significado, porque vio en ella el germen del nuevo estado que debía reemplazar al estado burgués, ya que trascendía la representación política clásica. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">116. Lo que se busca en el sistema de delegados o en el de voceros es abolir la figura clásica de representación política y asegurar la relación directa entre los electores y el proceso de toma de decisiones a todos los niveles.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">117. La participación personal directa de los trabajadores y ciudadanos en el proceso de toma decisiones concernientes a asuntos sociales comunes y generales no es sólo socialmente imposible, especialmente si se piensa en las grandes ciudades, sino que es muy difícil de materializar técnicamente. Por esta razón ha surgido históricamente la figura del delegado delegada, de vocera o vocero, que actúan como puente entre sus respectivas comunidades de base (comunidades, centros de trabajo y grupos de interés o grupos temáticos) — y los órganos que ejercen el gobierno en los diferentes niveles.</p> <h5 class="western" style="line-height: 150%;">El consejo comunal: instancia primaria del nuevo sistema político</h5> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">118. Se constituye así un sistema de gobierno que funciona a través de asambleas de delegados o de voceros.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">119. Este sistema, aunque sólo reúne en asamblea a una selección de personas y no a la masa, puede y debe ser un mecanismo mucho más democrático que el sistema asambleario (asambleas de masas). En éste último, todo, supuestamente, se decide por democracia directa allí mismo en la reunión; en el primero son menos participantes, pero éstos llevan ya estudiados los temas que van a plantear y discutir; su participación es mucho más reflexiva y se presta mucho menos a la manipulación que en las amorfas grandes asambleas de masas.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">120. Este sistema no sólo es una forma diferente al sistema democrático-burgués de representación política, sino que busca que sean los trabajadores, el pueblo organizado, es decir, la mayoría de gente, y no las élites, quienes ejerzan el poder y participen en la gestión de los asuntos públicos.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">121. No reciben de sus electores un mandato libre como ocurre en el sistema burgués de representación, sino que son sus electores los que deben proporcionarle las pautas; pero tampoco reciben un mandato imperativo: su voto no puede ir predeterminado. No son una especie de robot que recibe mensajes y los trasmite, sino que son personas responsables y creativas.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">122. Deben ser personas activas y creadoras durante el proceso, tanto en la formulación de los puntos de vista de sus electores, como en los lazos que establecen con otros delegados y en la toma de decisiones en las asambleas. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">123. Deben ser capaces de negociar y conciliar. No es extraño, que en ese proceso ocurra que una vocera o vocero se convenza de que una obra de otra comunidad es mucho más urgente que la obra que demanda su comunidad: por ejemplo, resolver la contaminación producto de las aguas servidas en lugar de pintar la escuela de su comunidad, y que termine votando por dicha obra y no por la suya. Pero, si quiere seguir siendo vocera o vocero, debe volver a su comunidad a explicarle y tratar de convencerla de las razones que tuvo para priorizar la otra demanda en lugar de la suya.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">124. Si los electores no se sienten interpretados por sus voceras y voceros, o no logran ser convencidos de lo correcto de su actuación, pueden y deben revocarlos, porque han dejado de ser su voz.</p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;">Recursos transferidos directamente a los consejos comunales</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">125. Otro elemento bastante particular del proceso venezolano ha sido la transferencia de recursos del gobierno central directamente a los consejos comunales. Molesto porque el dinero que el estado entregaba a las gobernaciones y alcaldías no llegaba a las comunidades, el presidente Chávez decide conformar un fondo para entregar dinero directamente a las comunidades, previa la organización de éstas en consejos comunales y la presentación por éste de un proyecto. Aunque la medida podía prestarse para desviaciones economicistas, cosa que ocurrió en algunos casos, no podemos desconocer que tuvo efectos muy positivos. En primer lugar, el gobierno gana credibilidad, la gente ve que las promesas se cumplen; en segundo lugar, y lo más importante, la gente empieza a ganar confianza en sí misma, se siente escuchada, ve que puede mejorar sus condiciones de vida, y logra que ese dinero rinda mucho más con la participación activa de la comunidad en el desarrollo de las obras.</p> <h3 class="western" style="line-height: 150%;">El poder popular no se limita a los consejos comunales </h3> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">126. En un comienzo en Venezuela sólo se hablaba de consejos comunales, es decir de organización de tipo territorial, pero en los últimos tiempos se ha ido planteando que ellos son sólo uno de los componentes del Poder Popular, ya que este poder descansa en el pueblo organizado no sólo en los lugares donde habita, sino también en los centros de trabajo, de estudio y también en función de líneas de interés o temas (salud, educación, género, etcétera).</p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;">Consejos de trabajadores</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">127. Es fundamental que el pueblo no sólo se organice territorialmente, sino también en sus lugares de trabajo ya que la sociedad socialista que queremos construir, a diferencia de las sociedades anteriores, es esencialmente una sociedad de trabajadores, donde no habrá gente que viva del trabajo de otros, sino que todas y todos deberán contribuir de una u otra manera a crear y distribuir la riqueza social.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">128. Para hacer oír su voz y participar en la toma de decisiones en sus centros de trabajo, los trabajadores deben organizarse no sólo para defender sus intereses más inmediatos en sus respectivas empresas, función fundamental de los sindicatos, sino para elevar —como decía Gramsci—su condición de simple asalariado a la condición de “productor”.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">129. Como asalariados su objetivo es negociar mejores precios para la mercancía que ellos pueden vender que es su fuerza de trabajo. Como “productores”, los trabajadores deben poder opinar y sugerir ideas acerca de la forma en que debe llevarse adelante de una manera más eficiente y útil a la sociedad, la marcha de su fábrica o del servicio donde trabajan; pero no sólo eso, deben interesarse también en discutir y tener iniciativas para que los productos o servicios que ellos generan respondan más a las necesidades de las personas a los que están destinados y, por lo tanto, será muy importante que su voz esté presente en las discusiones acerca de los planes locales o nacionales más generales en relación con su área de trabajo.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">130. Según Gramsci, el “obrero sólo puede concebirse a sí mismo como productor si se considera como parte inseparable de todo el sistema de trabajo que se resume en el objeto fabricado; sólo si vive la unidad del proceso industrial que requiere la colaboración del peón, del obrero calificado, del empleado de administración, del ingeniero, del director técnico."<span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote22anc" href="#sdfootnote22sym"><sup>22</sup></a></sup></span></span></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">131. De ahí que cuando hablamos de consejos de trabajadores estamos pensando en organizaciones que representen a todos los trabajadores de ese centro de trabajo: tanto a los trabajadores que operan directamente sobre la materia prima, como aquellos que intervienen facilitando la llegada de ésta a las máquinas, atendiendo el funcionamiento y mantenimiento de éstas, articulado o dirigiendo los procesos de producción a distintos niveles, es decir, todos los miembros del trabajo colectivo de cada centro, estén o no afiliados al sindicato de dicha empresa. Lo mismo debe ocurrir con los trabajadores de un determinado servicio: por ejemplo el consejo de trabajadores de la salud debe incorporar no sólo a los médicos sino también a las enfermeras, los técnicos de laboratorio, al personal de administración y mantenimiento del servicio, representantes de los usuarios de dichos servicios, entre otros.<span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote23anc" href="#sdfootnote23sym"><sup>23</sup></a></span></span></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">132. Pero no sólo debe organizarse consejos de trabajadores en las empresas de producción o servicios, especialmente si se trata de un país como Venezuela donde existe un número no despreciable de trabajadores que trabajan todavía en forma bastante artesanal como los pescadores, pequeños campesinos, costureras, y los propios artesanos, o el gran número de trabajadores por cuenta propia o de la economía informal que existe especialmente en las zonas más urbanas. Todos ellos deberían organizar sus respectivos consejos.</p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;">Consejos temáticos</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">133. Por último, estarían lo que llamamos: consejos temáticos, es decir, aquellos que agrupan a personas en torno a una línea de interés o temática. Por ejemplo, organizaciones de mujeres, de estudiantes, de la juventud, de la tercera edad, de las personas con discapacidad; grupos en defensa del medio ambiente, contra la discriminación racial y cuestiones de género; organizaciones que agrupan a personas en torno a temas como: salud, educación, deportes, cultura; y muchos otros.</p> <h3 class="western" style="line-height: 150%;">Las comunas: construyendo un nuevo sistema político </h3> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">134. Pero este poder popular, este sistema de participación y protagonismo popular directo, no puede quedar limitado a estas experiencias de pequeña dimensión, sino que debe trascender la comunidad, la sección de la fábrica, debe abarcar niveles de poder local más amplios, hasta llegar al poder a escala nacional; lo mismo debe ocurrir en las empresas: además de existir consejos de trabajadores por taller o sección, debe haber consejos de trabajadores por empresa, por rama de la producción, etcétera.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">135. Estas diversas expresiones del poder popular deberían hacer posible la participación de los ciudadanas y ciudadanos en todos los procesos de toma decisiones concernientes a asuntos comunes y generales que atañen a la vida humana en sociedad, y para ello debe establecerse alguna forma de delegación de poder que no reproduzca las limitaciones y deformaciones a las que da origen la representación política burguesa clásica.</p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;">Democracia directa y democracia indirecta a través de un sistema de vocería </h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">136. Se trata, en síntesis, de constituir un sistema político inédito de poder popular o de autogobierno que combine democracia directa en los espacios pequeños con todo un sistema de asambleas de voceras y voceros a distintos niveles, las cuales deberían elegir, orientar y controlar a los distintos órganos de gobierno. </p> <h4 class="western">Hacia una definición de la comuna </h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">137. El primer nivel que se sitúa sobre el consejo comunal en este sistema sería lo que se está denominando comuna, es decir, “un territorio en el que coexisten varias comunidades que comparten tradiciones histórico culturales, problemas, aspiraciones y vocación económica comunes, que usan los mismos servicios, que tiene condiciones de autosustentabilidad y autogobernabilidad y cuyas comunidades están dispuestas a articularse en un proyecto común construido en forma participativa y constantemente evaluado y readecuado a las nuevas circunstancias que se van creando.”<span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote24anc" href="#sdfootnote24sym"><sup>24</sup></a></span></span></span></p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;">Autosustentabilidad económica con orientación socialista</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">138. La comuna debe llegar a ser autosustentable. Debe ir logrando disponer de fondos propios que la hagan depender cada vez menos de recursos externos y para ello en su territorio deberían realizarse actividades productivas o servicios que le permitan obtener una parte importante de los recursos para satisfacer sus propias necesidades y sufragar sus gastos.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">139. Cada comuna debería encaminarse a la construcción de un sistema comunal de producción y de consumo con la participación de las comunidades, a través de las organizaciones comunitarias, cooperativas, empresas de propiedad social con orientación socialistas, procesos de intercambio no mercantil y muchas otras formas innovadoras que conduzcan a la creación de ese nuevo modelo productivo, como expresión del poder y control popular sobre la producción. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">140. Lo lógico es que uno de los ejes estructurantes clave de la comuna sean las unidades de producción o servicios de propiedad comunal o estatal comunal.</p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;">Empresas de propiedad social comunal</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">141. Debería buscar instalarse en cada comuna empresas de propiedad comunal que empleen mano de obra de ese territorio y produzcan bienes y servicios para disfrute o uso comunal: panadería, mercado, empresa de transporte comunal, empresa que regule la distribución del agua y su cobro, una planta de llenado de bombonas de gas licuado, una estación de servicios entre otras. </p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;"> Proceso de planificación participativa para formular su plan de desarrollo</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">142. Para determinar estas actividades será muy importante realizar un proceso de planificación participativa que lleve a formular el Plan de Desarrollo de la Comuna según las características, necesidades e intereses de ese territorio, para crear bienes y servicios mediante un sistema de articulación entre las actividades del sector primario, la transformación de éstas u otras materias primas y la comercialización de la producción a fin de generar excedentes.</p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;">Gobierno comunal</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">143. Por otra parte, se debe ir avanzando hacia el establecimiento del auto gobierno comunal. El municipio debe ir transfiriendo a las comunas una parte importante de las funciones de gobierno y de manejo de los asuntos públicos que anteriormente eran sus funciones.<span style="text-decoration: none;"><span style="font-family:Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><sup><a class="sdfootnoteanc" name="sdfootnote25anc" href="#sdfootnote25sym"><sup>25</sup></a></sup></span></span></span> La alcaldía debe conservar en sus manos sólo aquellas funciones que por su carácter más general o más complejo justifican esa decisión.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">144. La comuna debe asegurar las condiciones materiales y espirituales que permitan su desarrollo productivo y la satisfacción de las necesidades materiales, sociales, culturales y otras necesidades colectivas de sus habitantes. Para ello debe trabajar y articular todos los esfuerzos en función de un plan de desarrollo comunal elaborado en forma participativa.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">145. En cada comuna debería constituirse un parlamento comunal o poder legislativo comunal, que sería la instancia de toma de decisiones de los habitantes de la comuna, quienes podrían llamarse comuneras y comuneros. Este parlamento estaría compuesto por las voceras y voceros de los diferentes consejos comunales; de los consejos de trabajadores y de los consejos temáticos situados en su territorio y dispuestos a participar en el la construcción de la comuna y no sería otra cosa que la asamblea del poder popular de la comuna.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">146. En el futuro debería ser la asamblea del poder popular de la comuna la que debería establecer el gobierno de la comuna, constituyendo los aparatos o instancias que le permitan asumir las tareas que derivan de las competencias que le han sido transferidas.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">147. Ella debería elegir a las personas que ocuparían cargos en cada uno de los restantes cuatro poderes del estado reconocidos por la constitución bolivariana: el poder ejecutivo, el judicial, el moral y el electoral. Estos servidores públicos deberían rendir cuentas y podrían ser revocados si se considera que no están cumpliendo con el mandato para el cual fueron electos.</p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;"> Consejo de planificación comunal y sala técnica</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">148. La comuna debe contar con un consejo de planificación comunal que debe impulsar en cada inicio de período de gobierno un proceso de planificación participativa para elaborar el plan plurianual de desarrollo estratégico de la comuna y los planes anuales. Planes que deben estar insertos dentro del plan de desarrollo estratégico de la nación, y el resto de los planes locales, y que, a su vez, debe nutrir estos planes con sus propuestas y proyectos.</p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;"> Banco de la comuna</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">149. La comuna debería contar también con una entidad financiera o banco de la comuna donde se reciban todos los fondos que ella debe administrar.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">150. El estado nacional debería garantizar un fondo destinado a un despegue de las comunas que se rija por un principio de equidad solidaria. Las comunas más carentes y menos atendidas históricamente por el estado deberían recibir más fondos que las demás.</p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;">Control social sobre el gobierno</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">151. Debería existir un eficiente control social sobre el funcionamiento del gobierno facilitando vías y mecanismos que permitan que los ciudadanos y ciudadanas organizados puedan pronunciarse acerca de la calidad de los servicios y tengan potestad de promover la destitución de aquellos funcionarios cuyo desempeño haya sido cuestionado por un número suficiente de ciudadanos y ciudadanas.</p> <h4 class="western" style="line-height: 150%;">La transparencia: su característica central</h4> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">152. La característica central de este gobierno comunal debe ser su transparencia: anuncio público de los recursos con que se cuenta para implementar el plan anual, rendición de cuentas acerca de los ingresos y gastos; concurso público para reclutar al cuerpo de servidores públicos; licitaciones públicas para otorgar contratos donde participe la contraloría social de la comuna; en general, libros abiertos en todas las actividades; carteles en cada obra que informen del monto de ésta, la empresa o comunidad responsable de la obra, el cronograma de trabajo, etcétera.</p> <h3 class="western" style="line-height: 150%;">Una descentralización que fortalece el estado central</h3> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">153. El proceso de construcción de las comunas implica llevar adelante un proceso de descentralización de competencias y recursos en forma planificada e inserta dentro del plan nacional de desarrollo que favorezca el protagonismo popular, que permita que el sujeto revolucionario madure aprendiendo a través de la práctica y, al hacerlo, en lugar de debilitar el estado central lo hace más fuerte. ¿Y por qué lo hace más fuerte?, porque habrá mejores resultados locales, mayor satisfacción ciudadana, mejores instrumentos para luchar contra la corrupción, y todos los gobernadores y alcaldes —sean del proceso o que lo cuestionen— deberán someterse al control popular.</p> <div id="sdfootnote1"> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote1sym" href="#sdfootnote1anc">1</a>. Valter Pomar, <i>La línea del Ecuador</i>, artículo del 13 de diciembre 2008. Pomar es encargado internacional del Partido de los Trabajadores de Brasil.</p> </div> <div id="sdfootnote2"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote2sym" href="#sdfootnote2anc">2</a> .<span style="color:#333333;"> Carlos Ruiz, </span><span style="color:#333333;"><i>La centralidad de la política en la acción revolucionaria</i></span>, Santiago de Chile, 1998, (inédito).</p> </div> <div id="sdfootnote3"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote3sym" href="#sdfootnote3anc">3</a> . Ver: Noam Chomsky, <i>El control de los medios de comunicación, </i>en <b>Cómo nos venden la moto</b>, Ed. Icaria, Barcelona 1996, p.16. El término “fabricando el consenso” es utilizado por Walter Lippmann en <b>Public Opinion</b>, Allen and Unwin, Londres, 1932, citado por Chomsky en op. cit. p.10; este autor tiene a su vez un libro titulado: <b>Manufacturando el consenso</b>.</p> </div> <div id="sdfootnote4"> <p class="sdfootnote-western" style="line-height: 0.39cm;"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote4sym" href="#sdfootnote4anc">4</a><span lang="es-ES">. </span>T. Moulián, <b>Chile actual, anatomía de un mito</b>, Ed. Arcis/LOM, Santiago de Chile, 1997,<span lang="es-ES"> op.cit. p.105.</span></p> </div> <div id="sdfootnote5"> <p class="sdfootnote-western" style="line-height: 0.39cm;"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote5sym" href="#sdfootnote5anc">5</a>. Op.cit. p.121.</p> </div> <div id="sdfootnote6"> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote6sym" href="#sdfootnote6anc">6</a>. Valter Pomar, <i>La línea del Ecuador,</i> 3 de diciembre 2008. </p> </div> <div id="sdfootnote7"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote7sym" href="#sdfootnote7anc">7</a>. Lo que Kautsky sostenía era algo un poco diferente: que la <b>conciencia socialista</b> era algo introducido en la lucha de clases del proletariado desde fuera y no algo que surgía espontáneamente de ella [negritas de Marta Harnecker]. Como desarrollo en mi libro: <b>Reconstruyendo la izquierda </b>habría<b> </b>tres tipos de conciencia en la clase obrera: la conciencia espontánea o ingenua, la conciencia de clase y la conciencia de clase ilustrada o conciencia socialista, que es aquella a la que se refiere Kautsky. Esta último sólo se alcanza mediante el conocimiento científico de cómo funciona el capitalismo. <b>(</b>Este libro fue escrito en 2006, tiene varias ediciones, y fue publicado por Siglo XXI, México 2008, Sobre el tema ver Parte II, Capítulo 4. La teoría subyacente a esa concepción del partido”, pp. 77 a 88<b>). </b> </p> </div> <div id="sdfootnote8"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote8sym" href="#sdfootnote8anc">8</a><span lang="fr-FR">. Marx, </span><span lang="fr-FR"><b>Misère de la philosophie</b></span><span lang="fr-FR"><b>,</b></span><span lang="fr-FR"> Ed. </span><span lang="es-ES">Sociales, Paris, 1968, pp.177-178. </span> </p> </div> <div id="sdfootnote9"> <p class="western" style="margin-top: 0.11cm; margin-bottom: 0cm; line-height: 0.35cm;"> <a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote9sym" href="#sdfootnote9anc">9</a><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><span lang="pt-BR"> .</span></span><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><span lang="pt-BR"><b> Grève de masses, parti, et syndicats, </b></span></span><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><span lang="pt-BR">François Maspero, Paris, 1968, p. 30</span></span></p> </div> <div id="sdfootnote10"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote10sym" href="#sdfootnote10anc">10</a>. M. Harnecker, <b>Reconstruyendo la izquierda,</b> Op.cit. párrafos 245y 246, p.83. </p> </div> <div id="sdfootnote11"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote11sym" href="#sdfootnote11anc">11</a>. Op.cit. párrafo 354, p.114.</p> </div> <div id="sdfootnote12"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote12sym" href="#sdfootnote12anc">12</a>. Op.cit. párrafo 364, p.117. </p> </div> <div id="sdfootnote13"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote13sym" href="#sdfootnote13anc">13</a>. <span lang="es-ES">Yo diría más bien a partir del gobierno.</span> </p> </div> <div id="sdfootnote14"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote14sym" href="#sdfootnote14anc">14</a>. Op.cit. <span lang="es-ES">p.151 </span> </p> </div> <div id="sdfootnote15"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote15sym" href="#sdfootnote15anc">15</a>. Aunque en su intervención en el teatro Teresa Carreño de Caracas, durante el Encuentro de Intelectuales y Artistas en Defensa de la Humanidad, realizado a fines de noviembre y comienzos de diciembre 2004, ya había mencionado el tema. </p> </div> <div id="sdfootnote16"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote16sym" href="#sdfootnote16anc">16</a>. Hugo Chávez, <b>El discurso de la unidad</b><b>, </b>Complejo Cultural Teresa Carreño, sala Ríos Reyna, Caracas, 15 de diciembre de 2006, pp.32-33.</p> </div> <div id="sdfootnote17"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote17sym" href="#sdfootnote17anc">17</a>. Op.cit. p.41. </p> </div> <div id="sdfootnote18"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote18sym" href="#sdfootnote18anc">18</a>.<b> Nueva Constitución de la República Bolivariana de Venezuela, </b><i>Capítulo IV: De los derechos Políticos y del Referendo Popular, Sección Primera: de los derechos políticos.</i> Gaceta Oficial 30 de diciembre de 1999, Caracas, Venezuela.</p> </div> <div id="sdfootnote19"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote19sym" href="#sdfootnote19anc">19</a>. En Venezuela los municipios están divididos en parroquias. </p> </div> <div id="sdfootnote20"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote20sym" href="#sdfootnote20anc">20</a>. Marta Harnecker, <i>Los desafíos post referendo, </i>25 septiembre 2004, artículo presentado como ponencia en el Encuentro Internacional Civilización o Barbarie, Portugal, 28 de septiembre 2004 y publicado en inglés en Monthy Review Volume 56, number 6, november 2004.</p> </div> <div id="sdfootnote21"> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote21sym" href="#sdfootnote21anc">21</a>. <span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" >Carlos Marx, </span><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><b>La guerra civil en Francia,</b></span><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" > página 71. El texto continúa de la siguiente manera: Las pocas, pero importantes funciones que aún quedarían para un gobierno central, no se suprimirían, como se ha dicho, falseando intencionadamente la verdad, sino que serían desempeñadas por agentes comunales que, gracias a esta condición, serían estrictamente responsables.</span></p> </div> <div id="sdfootnote22"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote22sym" href="#sdfootnote22anc">22</a>. Antonio Gramsci, “Sindicatos y consejos”, en <b>Consejos de fábrica y estado en la clase obrera,</b> Ed. Roca, México, 1973, página 37. </p> </div> <div id="sdfootnote23"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote23sym" href="#sdfootnote23anc">23</a>. Sobre este tema ver mayor desarrollo en el libro de Marta Harnecker, <b>De los consejos comunales a las comunas, </b>publicado el 1 abril 2009 en <span style="color:#0000ff;"><u><b>www.rebelión.org</b></u></span> </p> </div> <div id="sdfootnote24"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote24sym" href="#sdfootnote24anc">24</a>. Marta Harnecker, <b>De los consejos comunales a las comunas</b>, Op.cit. Lo que a continuación se desarrolla aquí sobre el tema forma parte de este libro.</p> </div> <div id="sdfootnote25"> <p class="sdfootnote-western"><a class="sdfootnotesym-western" name="sdfootnote25sym" href="#sdfootnote25anc">25</a>. Ver Art.184 de la Constitución y artículos 60, 61 y 70 de la Ley orgánica del poder público municipal.</p> </div> CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-8651126207824869822009-06-02T08:56:00.000-07:002009-06-02T08:57:23.419-07:00El Che, la cultura cubana y la construcción de hegemonía<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CANDR%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="themeData" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CANDR%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link rel="colorSchemeMapping" 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class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Muchas gracias a Claudia Korol, a Néstor Kohan, por invitarme, por haber acudido a este encuentro. Yo realmente no vengo preparado para dar una conferencia con un título como los que ponen Néstor o Claudia, no sé cuál de los dos lo inventó, o si fue fruto de los dos talentos de estos maravillosos amigos reunidos. La idea es: El Che, la cultura cubana, y la construcción de hegemonía. Eso lógicamente está más allá de mis posibilidades, después de un programa tan intenso como el que se ha preparado para esta visita mía acá.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Yo pienso que es muy importante leer también al Che, desde el punto de vista de la cultura. De hecho ustedes lo han estado haciendo. Yo ahora presenté en la Feria del Libro un interesantísimo aporte de Néstor, publicado por Nuestramérica, que es una lectura del Che como teórico del socialismo. Por supuesto, es una lectura cultural del Che.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Hay un texto, que seguramente ustedes conocen, que se llama El Socialismo y el hombre en Cuba, que se publicó en En Marcha, en el año 1965, en forma de carta del Che a Carlos Quijano, que es un texto que en Cuba ha sido leído fervorosamente por varias generaciones de intelectuales cubanos, porque es uno de los textos fundadores de la política cultural a la que se refería Néstor en su presentación. Es un texto que, desde la posición de uno de los<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">principales dirigentes de la Revolución Cubana, rechaza definitivamente aquel engendro que se llamó realismo socialista, que es el estilo oficial que se impuso en la Unión Soviética, y se impuso también en otros países del llamado socialismo real, y que le hizo un daño tremendo a los creadores, pero sobre todo a la cultura y a esa hegemonía que hay que construir sobre<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">bases culturales muy bien asentadas. Al propio tiempo, el Che habla de lo que hay que hacer con las nuevas generaciones de intelectuales, y expone alguna duda sobre si las generaciones de intelectuales que provienen de la época previa a la revolución, son genuinamente revolucionarias. Es una discusión que introduce el Che en ese texto, y que sin dudas es un texto fundador de nuestra política cultural.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Por supuesto que el Che también funda él como escritor, algo como el género testimonio, que se empezó a llamar así después. Pero ¿qué cosa es Pasajes de la Guerra Revolucionaria si no un ejemplo extraordinario de la gran literatura testimonial? El género testimonio, como género literario, se configura, se nombra, a través del premio Casa de las Américas. Pero eso llega, a finales de la década del 60, y Pasajes de la Guerra Revolucionaria, Roberto Fernández Retamar siempre ha dicho que es un antecedente excepcional de ese género. Literatura de una belleza en términos expresivos muy grande, y al mismo tiempo, es literatura para expresar la verdad del proceso desgarrador de nuestra América y del mundo.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Después vendrían libros como el de Víctor Casaus, “Girón en la Memoria”. Víctor Casaus va a estar próximamente en Buenos Aires. Aquel libro “Me llamo Rigoberta Menchú”, y otros libros fundamentales del género testimonio.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">En el año 2005 se cumplen 40 años de El Socialismo y el Hombre en Cuba. El Centro de Estudios Che Guevara, que dirige la viuda del Che, Aleida March, está organizando un evento internacional. Yo creo que sería un momento importante para reflexionar sobre la significación de ese texto.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Yo pienso que lo más importante aquí, más que yo siga caóticamente abordando este tema, es que ustedes pregunten. Aprovechar el tiempo para que pregunten las inquietudes que tienen sobre la política cultural cubana, la relación del Che con la cultura cubana, que ha sido vivísima, esencial. Podría hablarles de cualquier cuestión, incluso con las que tienen que ver con las tesis de ese librito que se publicó en Argentina en el año 96, que tiene que ver con una lectura, desde Gramsci de lo que ocurrió en aquel socialismo real. La<span style=""> </span>desinstitucionalización (ése es un término de Peter Berger, un sociólogo austríaco. Pero eso visto desde los chistes que me hacían a mí los traductores. Porque yo fui muchas veces a la Unión Soviética, a Polonia. Los chistes polacos eran particularmente duros, agresivos. Fui a Checoslovaquia. Cuando visitamos aquellos países, había un momento en que los traductores sacaban una botella de vodka, un papel de estrasa con un arenque, y se ponían a hacer chistes que no tenían que ver con lo que había sucedido en el día. De repente yo veía una especie de ruptura muy rara. Todo el discurso oficial diurno había sido extremadamente<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">triunfalista, y de pronto, venía el momento de los chistes, y nos asomábamos a otra realidad.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">A mí que se me olvida casi todo, sin embargo los chistes no se me olvidan. Es una cosa peculiar. Esos chistes yo no los tenía ni siquiera anotados. Yo hago el análisis de ese tipo de chistes, y los comparo con los chistes que en Cuba llamamos “gusanos”. Es muy interesante la comparación, porque el chiste gusano, no tiene que ver con el chiste gusano soviético o con el chiste cubano polaco. El chiste gusano de aquel socialismo real era esencialmente anticomunista. Era orgánicamente, estaba estructurado sobre un pensamiento anticomunista. Sin embargo el chiste gusano cubano es otra cosa.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">El socialismo en Cuba, y la Revolución en Cuba, y el liderazgo de la Revolución Cubana, no ha permitido que surja realmente un chiste anticomunista. Ahora parece que yo vine a hacer propaganda del libro, pero realmente no quedan ni diez ejemplares. Yo lo que voy a hacer es donar cinco libros a la Biblioteca, ya que estamos acá. Por lo menos cinco ejemplares voy a dar de los que me dieron aquí.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Yo creo que es un acercamiento a mi juicio bastante divertido. Los chistes son muy buenos. Son mejores los chistes que el análisis mío, mucho mejores. Hay gente que se lo lee saltándose el análisis. Vale la pena leerlo así también, porque los chistes son realmente buenísimos, y revelan cosas muy profundas que estaban ocurriendo en la subjetividad, en la conciencia de la gente. Pero bueno, no voy a alargar más esta introducción. Quisiera que<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">ustedes hagan todas las preguntas.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR"><o:p> </o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">- Diferencia entre la educación en la Cuba revolucionaria y en aquellos países llamados socialistas.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">- Yo pienso, Jorge, que has alumbrado un tema que merecería mucha reflexión. Yo no puedo considerarme un conocedor de la educación o de los programas educativos de aquellos países, que hicieron un énfasis en lo educativo. Yo creo que en términos de educación, en cuanto a información, en cuanto a dar conocimientos, se hizo un esfuerzo. Creo que hubo errores de otro carácter que tuvo más que ver con lo cultural. Pero yo te diría que había un sello dogmático, que la educación cubana no creo que haya tenido nunca. Un sello que tenía que ver con el dogma. Creo que había un drama, que tiene mucho que ver con el drama, que se relaciona también con la pregunta que hacía Carlos: ¿por qué yo llamo engendro al realismo socialista?. Había un drama que tenía<span style=""> </span>que ver con las vanguardias intelectuales y las vanguardias artísticas. Hay que recordar que la Revolución de Octubre de 1917,<span style=""> </span>significó también una explosión en términos de talento creativo. Hay que recordar el cine<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">soviético de aquellos primeros años revolucionarios. Hay que recordar el cartel, la gráfica, y el papel que esas vanguardias tienen en procesos educativos revolucionarios son<span style=""> </span>fundamentales. Esa vanguardias fueron mutiladas por la tendencia a imponer un estilo oficial que el Che rechazó, sobre todo, porque es un estilo que viene del realismo decimonónico. Este librito que mencionó Néstor, se llama Misha porque yo hablo de la mascota de las olimpíadas de Moscú. Un osito. ¿ustedes se acuerdan de aquel osito? Lo<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">hicieron en llaveros, en globos, en afiches. Estaba en las cubiertas de los cuadernos escolares. Era un osito con una pancita con los anillos olímpicos y una expresión tierna. Ese osito, realmente, lo sacaron de Walt Disney. Es decir, en vez de acudir a las expresiones de la gráfica de vanguardia, que hubo en aquella revolución en el estado naciente, recurrieron a Walt Disney.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Ahí hay un problema cultural muy profundo, que tiene que haberse reflejado en la educación. Lo moderno, había que buscarlo en Occidente. La idea que la modernidad había que buscarla en los modelos que ofrecía Occidente. Y uno de los problemas que ocurrieron ahí, que tiene que ver con la educación y tiene que ver con la cultura, fue que se creó una especie de tabú, y de culto a lo prohibido con respecto a algunos fetiches de Occidente. Por eso la llegada de Mc. Donald fue recibida como un gran acontecimiento. Llegaba la modernidad, a través de esa comida horrenda, que daña la salud, y todo eso que sabemos. Y la llegada de las grandes películas occidentales, las películas de la gran industria cultural. Yo creo que una de las cosas que está en la base de nuestra educación, desde el principio de la revolución, fue aquella tesis que es “no le decimos al pueblo: cree; le decimos: lee”. La idea que no nos interesa formar fanáticos. Nos interesa formar gente culta, preparada. Para que les vengan mensajes de donde vengan, y sin embargo esa persona no sea manipulada. Es la tesis de Martí, que está en la base de todo nuestro programa educativo. “Ser cultos como el único modo de ser libres”. Ser cultos, como el único modo de no ser manipulados, de que no te hipnoticen, de que tu opinión no sea absolutamente moldeada por esquemas que te vienen desde el exterior, al servicio de intereses hegemónicos. Yo me acuerdo de una traductora que me atendió a mí en la Unión Soviética. Yo dirigía la editorial Arte y Literatura, una editorial que publicaba literatura extranjera, y también literatura socialista –si es que se puede hablar de una literatura socialista-. La que provenía de esos países. Me acuerdo de una traductora que me dijo que su cineasta preferido era Luis Buñuel. Yo le dije que es también uno de mis preferidos. Y ella me dijo: ¿Y usted ha visto alguna película de Buñuel?. Yo me había visto todas las películas de Buñuel. Mi generación vio todas las películas de Buñuel, y las generaciones posteriores también. Aquella muchacha casi lloraba escuchando eso, porque ella no había visto ninguna película de Buñuel. Era su cineasta preferido, porque en los libros de cine, había visto, había leído la ficha. Y ella estaba esperando hacía diez años un carnet de la cinemateca, que le llegara el aviso, para poder ser miembro del club de los que podían ver a Buñuel, que era sin dudas un intelectual de izquierda, pero que la decadencia occidental la expresaba en sus películas. Había un cine soviético de exportación. El cine de Andrei Tarkovsky, de Nikita Mijalkov, el gran cine soviético no lo podían ver en la Unión Soviética, era un cine para exportar. ¡Era una locura! Tú no puedes prohibirle a la gente que vea las cosas. Lo que pasa, lo dice uno de los chistes que se analiza en el libro. Una viejita que está pasando a máquina a Anna Karenina de Toslstoi. Ustedes saben que había en aquella época en la antigua Unión Soviética, lo que llamaban el “samijdat”,<span style=""> </span>que eran libros prohibidos, que estaban mecanografiados, y que la gente los pasaba con mucho misterio de una mano a la otra. La viejita aquella estaba mecanografiando Anna Karenina, que si ustedes se acuerdan del cuerpo del libro, es una tarea verdaderamente insólita para un mecanógrafo. Le dice el viejo, el esposo ¿Por qué estás mecanografiando ese libro?. Porque quiero entregárselo a la nieta, como si fuera un samijdat. Es decir. Le quería dar la obra clásica como si fuera un samijdat, para que la nieta, atendiendo a que amaban lo prohibido, se leyera la novela. Es un ejemplo de lo que pasa cuando tú prohibes las cosas, y realmente si por un lado fue un proceso que uno no puede simplificar, porque además el pueblo soviético es un pueblo hermosísimo, un pueblo heroico, un pueblo que hizo uno de los grandes regalos a la humanidad: un pueblo que detuvo con su sangre al fascismo. Eso no puede caricaturizarse. Sin embargo hubo errores en términos de política cultural y educativa, muy graves. Y también en otros campos que conocemos.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Yo creo que en nuestra educación, nosotros tuvimos una cosa muy importante, Jorge, que fue la importancia de la obra de José Martí para nosotros, que fue como dijo Fidel el autor intelectual del asalto al Cuartel Moncada. Nuestros marxistas, nuestros leninistas, nuestros revolucionarios, tuvieron en Martí una referencia esencial, que nos ayudó muchísimo para no dogmatizarnos. Nos ayudó muchísimo para darle un componente humanista, esa palabra que es clave en la Revolución Cubana. Y Martí en términos pedagógicos, en términos educativos, en términos culturales, es una fuente realmente imprescindible. Cómo ha nutrido las ideas de Fidel, el pensamiento revolucionario en el campo de la cultura. Martí ha sido siempre un componente imprescindible para las ideas marxistas, revolucionarias. Y el realismo socialista, ya la idea de imponer un estilo oficial, es una idea verdaderamente muy grave en términos de política cultural. Yo creo que una política cultural no puede meterse en los estilos. Al diseñar una política cultural tú tienes que abrirle paso al talento. Apoyar el talento. Incluso puedes llegar a utilizar el mercado del arte, pero como un instrumento, no dejando nunca que el mercado sea el que imponga la política. Una de las cosas más perversas de los americanos, es cómo utilizan el mercado para liquidar todo lo auténtico, todo lo crítico de las manifestaciones artísticas. Lo que ha pasado con el rap. El rap, que nació en los barrios pobres, en los barrios negros de Nueva York, y que es un gran canto de protesta, una expresión crítica tremenda, ahora ¿qué está pasando? Se inició esa basura del “rap light”. El mercado ha cogido el rap, lo ha limpiado bien de todo su sentido crítico y ha promovido un rap absolutamente inofensivo. Por eso yo digo que el peor censor de Stalin, es un niño de teta –como decimos nosotros- al lado del mercado. Ése sí es un censor implacable. Así liquidó la canción de protesta de los años 60, la mutiló, y ha tenido ese papel.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Ahora, no es que hacer realismo en la literatura o en el cine sea un engendro. Lo que es un engendro es convertir eso en un estilo oficial, y aniquilar otras expresiones<span style=""> </span>importantísimas. Yo recuerdo el impacto de los amigos soviéticos, cuando iban a las escuelas de pintura en Cuba, al Instituto Superior de Arte. Me acuerdo incluso de un alto<span style=""> </span>funcionario, que fue al Instituto Superior de Arte, vio lo que hacían los artistas plásticos, y dijo: son como una especie de Chagall. Pero lo dijo como si aludir a Chagall era aludir a Satanás. Porque ellos querían que pintáramos a obreros y campesinos avanzando hacia el porvenir. Ese sentido didáctico que tenía el realismo socialista, también dañaba mucho la creatividad de la gente. El arte no puede dar respuesta. El arte no puede tener moralejas. El arte no puede sacar conclusiones. Como si decimos: “bueno al final, el compañero Néstor va a sacar las conclusiones”, y él dice lo que quedó bien en la asamblea, porque todas las preguntas tuvieron sus respuestas en las conclusiones. El arte es incertidumbre, es<span style=""> </span>búsqueda, es preguntas sin respuestas también. Nosotros defendemos la idea en Cuba, que un arte crítico ayuda a la revolución. La idea de que un arte que nos inquiete, a veces nos angustie, nos coloque frente a problemas sin solución, ayuda a la revolución. Nosotros estamos convencidos de esto. Vamos a recordar el cine cubano. Se habla mucho de Fresa y Chocolate, que es una gran película, que cumplió una función muy importante en Cuba. Nos ayudó a reflexionar mucho, sobre el tema de la homosexualidad, y sobre otros temas también. Nos ayudó a reflexionar sobre cómo había personas, que podían estar fuera de la norma, y sin embargo eran personas que enriquecían la revolución, la nutrían. Pero ese mismo director de Fresa y Chocolate, Titón, Tomás Gutiérrez Alea, en sus primeras obras: Memorias del subdesarrollo, es una película llena de preguntas sin respuesta. Y la Muerte de un burócrata es una película también llena de preguntas, tiene un profundo sistema crítico. Habla de lo que decíamos ahorita con Claudia, de cómo la revolución ha sabido defenderse de su propia burocratización. Cómo la revolución ha encontrado reservas antiburocráticas para defenderse de procesos que pudieran congelarla, que pudieran estancarla.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Con respecto a los retos que tiene la juventud cubana hoy. Yo te diría que uno de los retos que tenemos hoy, los que tenemos que ver con<span style=""> </span>ofrecerle a nuestra juventud espacios y participación, tienen que ver con la llamada globalización cultural. Hay un gran intento, toda esta maquinaria de la llamada globalización, que está como sabemos al servicio de los intereses de los poderosos, hay un gran intento de desmontar los mecanismos intelectuales entre los jóvenes, hacer a la juventud sinónimo de frivolidad. Para ellos es muy importante la frivolidad, la tontería. Hay una película que se llamó Forrest Gump, que se ganó todos los Oscares. Miren esa película con un poquito de atención. ¿Cuál es la tesis de esa película? El idiota feliz e integrado. La idea de que el imbécil puede lograr realmente la felicidad, que es el tonto el que logra la felicidad. Y el que es integrado sin discutir, se integra, hasta es veterano en Vietnam el idiota. No tiene conflicto. Yo creo que la tesis de que la inteligencia estorba para la felicidad y para la integración es muy interesada, y está dicha y reiterada en toda la industria cultural yanqui. Es el mensaje de los reality shows. Yo no había visto “el show de Cristina”. Lo vi en Caracas ahora que fuimos a un encuentro de escritores cubanos y venezolanos. Una emisora de esas que llaman escuálida, que le hacen la guerra a Chávez, y a la democracia, al pueblo venezolano, sin ningún pudor, y una de sus grandes ofertas es el show ese. Si la palabra decadencia tiene algún sentido, en el show de Cristina pierde. A mí lo que me deprimió. Yo entiendo que Cristina que es una cubana, lo hace por dinero. Entiendo que La gente que va ahí a llevar sus falsos problemas, lo hace por dinero. Entiendo que la gente que va al programa, e insultan a los tipos, es porque aparecen por televisión. Es una cosa tremenda en el mundo de hoy salir por televisión. Lo que me espantó, lo que te estremece, es que eso tenga millones de televidentes en el mundo hispano. Que haya millones de gentes que sintonicen eso es lo que te da pavor. Es algo insólito. Y en Cuba hay gente que lo alquila por video. Esto nos llega, y esta frivolidad se nos mete en el país, y hay sectores de la juventud nuestra que han caído también en ese tipo de juego frívolo. Ese culto a la tintorería, ese culto a la frivolidad, ése acercarse a la realidad a través de reality shows, cosas como la famosa Operación Triunfo, donde te fabrican unos artistas, es una fabricación de Frankestein light de altísima productividad, para convertir en fetiches a nuestros jóvenes. Después te venden una camiseta con la cara, con el fetiche. Es una gran industria, donde la tontería se convierte en algo cotidiano. Y realmente, eres como el idiota feliz integrado, si no te mueres de hambre.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Sobre la fabricación de la hegemonía.<span style=""> </span>No veas al show de Cristina. Va a estar Néstor Kohan hablando de Gramsci. Yo estoy seguro que mucha gente va a preferir el canal donde esté Néstor hablando de Gramsci. El problema es que nosotros tenemos que lograr la idea que el placer, no esté asociada a la idea de la idiotez. Porque una de las cosas más siniestras de esta historia, es que te asocien la idea del placer, de la diversión, con la tontería. Lo otro, ya es trabajo. Creo que nosotros tenemos que lograr que haya gente joven, cada vez más joven, que se acerque a leer libros complejos. Porque leer a Martí, requiere de una actitud intelectual activa. Si tú eres lector de Corín Tellado, el primer párrafo de Martí te va a costar trabajo. Es difícil que partas del primer párrafo. Y leer a Marx es una lectura ardua. Y leer a Gramsci, y a todo el pensamiento revolucionario. Creo que tenemos que lograr ofrecer opciones donde placer e inteligencia vayan juntas, y eso lo lograba la vanguardia. Eso lo logró Chagall. La vanguardia logra efectivamente eso. Y nosotros tenemos que lograr una juventud que se acerque a las expresiones del arte de vanguardia, a las expresiones culturales y al pensamiento de vanguardia, y rechace por decisión propia la frivolidad. No puede ser prohibiendo la frivolidad. Yo le decía a los compañeros que valdría la pena poner algunos de esos shows de Cristina en la televisión nuestra. Porque hay alguna gente nuestra en Cuba, que alquila videos con el engendro ese para verlos. Y me imagino que eso tenga que ver también con la historia de la viejita mecanografiando a Anna Karénina. De pronto es lo prohibido. Y realmente valdría la pena que la gente conociera qué es lo que se le está prohibiendo, para que por sí mismo se lo prohiban.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">La juventud cubana es una juventud que, muchos de ellos, sólo saben del Muro de Berlín y de todo eso por referencias, la inmensa mayoría de ellos. Ya son quince años de la caída del Muro y de aquel socialismo. Quiere decir que se han formado dentro de lo que nosotros hemos llamado “período especial en condiciones de crisis”. Nosotros tuvimos que crear una doble moneda, y admitir tiendas en dólares. Nosotros tuvimos que renunciar a una parte de nuestras utopías, para salvar al país. Porque nuestro socialismo era un socialismo donde realmente no había las desigualdades que hoy tenemos en Cuba. Nosotros habíamos erradicado la prostitución, y renació la prostitución en los años 90. Nos renacieron formas de corrupción, que realmente nosotros pensábamos que estaban absolutamiente erradicadas. Estamos en una lucha no sólo en el campo de las ideas, sino de los valores. Es una gran batalla ética. Y hoy entre nuestros jóvenes, la droga, por ejemplo, aunque asomó y ha tenido una determinada presencia, nosotros no dejamos avanzar el fenómeno de la droga. Hemos discutido muy abiertamente el tema. Los peligros de que en Cuba se instaure ese cáncer verdaderamente terrible. Yo pienso que hoy lo que se está haciendo en Cuba con los jóvenes, tiene que ver con el gran combate a la marginalidad. Hoy todos estos nuevos planes que está ensayando Fidel, tienen que ver con hacer retroceder la marginalidad. La escuela de trabajadores sociales, hemos eliminado el desempleo. Lo hemos reducido prácticamente a cero. Hemos creado, como ha dicho Fidel, el empleo de estudiar. Hay decenas de miles de jóvenes que no estaban haciendo prácticamente nada, y están hoy estudiando y se les paga un salario para estudiar. Preparándose para reinsertarse en la sociedad, para ser más útiles estudiando. ES decir que nuestro socialismo en estos últimos años se ha ido perfeccionando, y la marginalidad ha estado en el centro de nuestra preocupación. Porque estaba creciendo la población penal. Había muchos jóvenes presos por distintos delitos. Habían llegado a algunos jóvenes a delinquir. Hoy se está haciendo un trabajo de re-educación en las mismas prisiones.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Yo creo que en Cuba hay una gran influencia de la globalización cultural. Y una de las ideas absolutamente básicas de nuestro programa revolucionario, es que no se puede formar a ese hombre y mujer nuevos que soñaba el Che, en una urna de cristal. Eso es impensable, además no es posible, es inimaginable en este mundo de hoy. Nosotros recibimos dos millones de turistas al año. Recibimos cientos de miles de cubanos que viven en Miami que van a visitar a sus familias. Está internet. Están los videos que entran continuamente. Yo creo que sería una locura que nosotros pensáramos en formar un ciudadano en una probeta. Nosotros tenemos que preparar al cubano del futuro desde ya, para que viva en un mundo absolutamente contaminado. Tenemos que vacunarlo contra las enfermedades. No podemos pretender que viva en un estado ambiental puro, porque ese estado ya no existe en ninguna parte. Y esto se relaciona con lo que decía Gerardo, cómo desidiotizarnos, se preguntaba él. Bueno, yo creo que nadie de los que está aquí, vinculado a esta cátedra, a esta Universidad, está manipulado. Y cada vez hay menos gente manipulada. Cada vez tiene menos fuerza esa maquinaria manipuladora.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">¿Qué estamos haciendo en Cuba frente a ese proyecto de idiotización global? La respuesta es: cultura y educación. Hábitos culturales tempranos. Ahora por ejemplo, estamos formando masivamente instructores de artes. Se graduan en septiembre<span style=""> </span>3500 jóvenes como instructores de música, de teatro, de artes plásticas, de danza. Y ¿a dónde van esos instructores? A las escuelas. A formar con los niños grupos de teatro, coros. Es muy importante que el niño adquiera hábitos culturales tempranos, que adquiera hábitos de lectura tempranos. Es muy difícil a una persona de cuarenta años convertirlo en un lector adicto. Pero si eso empieza tempranamente, para esa persona la lectura va a ser una compañía para él siempre. Va a ser un ejercicio de libertad, de crecimiento espiritual. Para nosotros, uno de los mejores antídotos frente a la cultura del consumismo, es la otra cultura. El arte, la literatura.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Hay una idea que se repite constantemente dentro de toda esta maquinaria manipuladora: tú eres feliz, mientras puedas comprar cosas. Puedes ser feliz, en la medida en que puedas comprar cosas. Tu felicidad depende de tu capacidad adquisitiva. Tienes que comprar. Y te creamos a veces necesidades artificiales, porque la idea es crear un mundo consumidor, y los que no pueden consumir sencillamente son inviables y tienen que morir tempranamente, masivamente, no hay solución para ellos.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">¿Cómo combatir la idea que la felicidad se asocia al consumo? Nosotros estamos trabajando durísimo para darle a nuestro pueblo niveles dignos de consumo. Pero tampoco puede ser la Sinfónica pasando hambre. Tú sencillamente viendo fantasmas, del hambre que tienes, y escuchando una gran sinfonía. Esa no es la solución. Tenemos que alimentar a la gente, y hemos avanzado en eso. Tenemos que darles condiciones dignas de vida. El problema de la vivienda es uno de los problemas más graves que tenemos en Cuba. Muy graves. Tenemos que encontrar soluciones para los problemas de vivienda. Que se puedan reparar viviendas, hacer un plan de construcción de viviendas. Nosotros tenemos que darle a la gente condiciones de vida dignas. No de lujo. Pero condiciones de vida dignas. Al mismo tiempo, hay que inculcarle a la gente la idea de que su calidad de vida tiene relación con hábitos culturales. De que se enriquece tu vida con la cultura. Nosotros estamos convencidos que un antídoto contra el consumismo, es la cultura. La idea de una vida concebida con una dimensión espiritual particular, con una particular riqueza espiritual.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Un ejemplo es lo que estamos haciendo en el canal educativo. Se creó un nuevo canal educativo. Va a haber dos canales educativos. Tenemos cuatro canales de televisión en Cuba, cuatro canales estatales. Nosotros no privatizamos la educación ni la cultura. No hay ninguna posibilidad legal de privatizar la promoción de la cultura. Es algo demasiado trascendente para jugar con eso. Tenemos cuatro canales estatales que no hacen propaganda comercial de ninguna índole. Se creó el canal educativo, ahora se está por inaugurar el segundo canal educativo. Un ejemplo que yo quería poner. Hay una tradición en Cuba de poner dos películas pésimas los sábados. Un espacio que le llamamos “La película del sábado”, aunque son dos. Son películas mexicanas de carros, carreras, violencia. Ya hay un acondicionamiento mental de la gente, para ver esa basura los sábados. Si tú los sábados pones otra cosa, sea de Gramsci o de otra cosa, fracasan. La gente tira los televisores por los balcones. Tienes que poner dos películas americanas malas los sábados. Eso ya está absolutamente comprobado. ¿Qué se empezó a hacer? Cada vez que aparece una gran película, como Titanic, nosotras la ponemos en TV, sin pagar un peso en derechos. Le ponemos a la gente eso, para que la gente vea esa película que está de moda, y la vea en nuestra televisión. Nosotros entendemos que es una política correcta.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Ahora, ¿qué empezamos a hacer en el canal educativo? Empezamos a poner a las ocho y media, empieza una especie de debate, y alrededor de las nueve de la noche se pone una película seria, de más calidad. Pero ¿qué pasa? Si tú quieres ver la película seria, te pierdes más o menos la mitad de la primera de las malas. Y de pronto, es interesantísimo. El programa se llama “El espectador crítico”. El título habla por sí solo. Hay gente que escribe al ICRT, el Instituto de Televisión, pidiendo que la seria empiece más temprano, o la mala más tarde, porque quieren ver la buena y las dos malas. Ya ésa es una actitud interesante. Es un drogadicto, que ya empieza a pedir una porción de antídoto. Sin embargo es interesantísimo cómo ha ido subiendo el rating de la película más seria. Ahí se invitan a psicólogos, escritores, tiene una parte de discusión previa a la película. Y la gente de pronto está prefiriendo a la basura de la llamada película del sábado, que parece que por el momento no hay manera de transformar eso, está prefiriendo la otra película. En ese ejercicio, yo creo que hay algo bastante sutil en términos de política cultural. Es poner a la gente a escoger. Y con el otro canal, la gente va a tener más opciones para escoger. Yo creo que la cantidad de gente joven que siguen las series del canal educativo, los programas del canal educativo –que son de mucha calidad, es creciente. Y seguimos dando alguna basura de esta globalizada por los otros dos canales. Porque nosotros pensamos que este proceso no se puede hacer prohibiendo. Claro, hay películas que por el tipo de mensaje reaccionario, fascista, nosotros no podemos dar. Que la busquen en el video. Al show de Cristina tampoco pretendería darle una hora por semana, sino que haría como un laboratorio. Hay cosas que no se pueden poner. Que la gente las podrá ver por otra vía. Pero la mayoría de las cosas, que tienen un gran impacto en el mundo de los grandes medios, nosotros las ponemos en la televisión incluso. Entonces con estos dos canales educativos cada vez van a ser mayores las opciones de un crecimiento de la calidad de vida a través de una cultura auténtica.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">La respuesta para la pregunta que hacía Gerardo, para la pregunta que hacía Mohamed, es más cultura, más educación. Una cosa muy importante: en nuestros planes de masividad cultural, la calidad tiene un papel decisivo. ¿Quiénes son los profesores de un programa que se llama Universidad para todos? Que ha dado Historia y Apreciación del Ballet, Historia y Apreciación de la danza, Historia del Cine, Apreciación Cinematográfica. Son los mejores artistas. Alicia Alonso ha sido profesora del programa del Ballet. Ramiro Guerra, que es el fundador de la danza contemporánea en Cuba, es profesor de la serie de danza. Los mejores talentos han estado presentes en este esfuerzo de masividad. Porque nosotros no podemos hacer masividad en cultura, dando a la gente un subproducto, una basura. No puede ser promoviendo una cultura mediocre. El viejo dilema entre masividad y calidad, nosotros lo tenemos que resolver. Tiene que haber masividad, pero tiene que ser con calidad y profundidad. Esos instructores, cuando vayan a las escuelas con los niños, en los repertorios que lleven como instructores de música, tiene que estar música popular de calidad. De todos los países. A nosotros nos interesa mucho también, no crear un receptor chauvinista de la cultura. Nosotros defendemos las tradiciones cubanas, defendemos el folklore cubano, está protegido el folklore, está investigado, está estudiado, está difundido. Nuestros artistas y creadores tienen prioridad en la promoción. Pero a nosotros nos interesa mucho que la gente conozca la literatura nicaragüense, que conozca a Cardenal, que conozca a Coronel Urtecho, que conozca a la poesía nicaragüense de Darío para acá, que es de las m´s grandes de Hispanoamérica, que el pueblo cubano lea esa poesía, que le sea familiar. Pero que lea también a Walt Whitman, a los grandes poetas y escritores norteamericanos. En la última Feria del Libro salió una nueva novela de la gran escritora norteamericana Alice Walker. A nosotros nos interesa que nuestro pueblo conozca a la gran cultura argentina, es un país de una extraordinaria cultura también. El pueblo cubano tiene realmente un conocimiento impresionante del cine argentino. Pero queremos que conozca la plástica, la literatura. Se ha publicado mucha literatura argentina. A nosotros nos interesa enormemente que la referencia cultural del pueblo cubano, sea universal. Auténticamente universal. Uno de los problemas que tiene la globalización, es que empobrece la visión del mundo, y a veces lo más terrible es que consumimos caricaturas de nosotros mismos que nos vienen de Hollywood. De pronto los mexicanos tienen que acostumbrarse a pensar, que ellos son como los mexicanos que aparecen en las películas de Hollywood. Es una cosa terrible.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Además cuando Hollywood se mete con alguno de los grandes mitos... ustedes vieron la película sobre Lorca. Fue Andy García el que la hizo. Es una película insólita. Es increíble. Lorca termina siendo una especie de torero. Están todos los estereotipos, andalucismos, todo eso mezclado con una trama semi policíaca. Y de pronto una víctima del fascismo, y un gran poeta, terminan devolviéndote una historia increíble. Y ¿ustedes saben que pasó el otro día? Uno de los libros más serios sobre Lorca, de un irlandés que se llama ... de pronto en la tapa dice un anuncio de la película. Para que se venda, le ponen en la tapa que el tipo tuvo que ver, que asesoró de alguna manera la película horrenda esa, que traiciona toda la investigación que hizo. Funciona legitimando el estereotipo, frente a lo verdadero, frente a lo auténtico.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">La respuesta a la pregunta de Gerardo y Mohamed es más cultura, más educación, cuanto más temprano mejor. Mientras más temprano lleguen al niño, mejor. Mientras más le abramos el horizonte espiritual al niño, mejor.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Nosotros tenemos una ventaja. Uno de los problemas que ha habido en los últimos años es la decadencia de la lectura. La gente cada día lee menos. El precio de los libros es insólito. El libro está a punto de convertirse en un artículo de lujo. Y el mundo digital, que nosotros estamos utilizando con propósitos educativos, tiende mucho a la síntesis. A tomar la mayor cantidad de conocimientos en el menor tiempo posible. Todo extractado. ¿De qué trata el Quijote? Me imagino que un día te pondrán al Quijote cada día más chiquito. Era un loco que luchaba contra los molinos, con un gordito llamado Sancho Panza... Ya tú aprendiste lo que tenías que saber de esa historia. Es muy peligroso. Se pierde una dimensión muy profunda del patrimonio de esta humanidad. Algo demasiado excepcional es lo que estamos perdiendo, un tesoro. Hay gente que nace y crece mutilada. Forrest Gump.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Gerardo decía: hay que luchar. Yo creo que también lo que han hecho ustedes en educación popular, lo que se hace en términos de educación popular, a mí me parece, Gerardo, que es muy importante.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">A mí me impresionó mucho cuando Fidel fue a Bolivia. A mí me dijeron que en los textos escolares en Bolivia, la derrota de la guerrilla del Che se estudiaba como el triunfo sobre la invasión extranjera. De pronto la invasión castro-comunista-guevarista, los niños bolivianos la estudiaban como una invasión extranjera que había sido derrotada por el heroico ejército boliviano. Es tremendo cuando Fidel fue allá, lo que es el Che hoy en Bolivia. Es una figura casi de veneración. Es decir, los pueblos, se les puede manipular, pero no tanto. Pasan años y años, y se estudia esto de este modo, y que el pueblo boliviano haya mantenido una relación profundamente solidaria con el pueblo de Cuba, y con una figura como la del Che, es que sin dudas la manipulación es poderosa, pero no es todopoderosa. Y hay una intuición en la gente. Fíjate los resultados de algunas de las votaciones de nuestras elecciones.<span style=""> </span>Una de las preguntas que me hacen siempre, y a mí me asombra, es ¿cuándo van a hacer elecciones ustedes? Nosotros hacemos elecciones cada dos años y medio para delegados a las asambleas municipales, y cada cinco años, para diputados a la asamblea nacional. Cada vez que hay elección, nuestros enemigos lanzan por la radio –nosotros tenemos 24 horas de radio contrarrevolucionaria, tenemos una TV contrarrevolucionaria, que la interceptamos, pero la radio no se intercepta, entra- se lanza desde el enemigo, la idea que la gente se abstenga, o vote en blanco, o anule la boleta. Ésas son las propuestas. Así que nuestras modestas elecciones para delegado municipal, se convierten en un referéndum. En un sí o un no a la revolución. Por la coyuntura particular que vivimos nosotros. Y yo les digo a ustedes: tenemos muchos municipios donde hay más del 90% de votos a favor de la Revolución. De los delegados propuestos en las mismas calles, en las mismas cuadras. Porque nuestro partido no es electoral. Nuestro partido no se mete en funciones electorales. Son la gente elegida en la propia cuadra. En muchos municipios tienen más del 90% del voto a favor. Y hay más del 90% de asistencia. Y donde peor está la cosa, está por encima del 80%. En municipios donde hay gente que puede tener otras ideas, gente que puede estar confundida.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">¿Qué capacidad de expresión tiene la juventud contrarrevolucionaria?<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Yo te diría que teóricamente la contrarrevolución podría tener diputados en la Asamblea Nacional. ¿Por qué? Porque si surgen candidatos en las cuadras, que ganan la elección para integrar la asamblea municipal, podría haber un municipio del país que tuviera una mayoría de contrarrevolucionarios en su composición. Y es esa asamblea municipal la que aprueba a los candidatos a diputados. Podría haber municipios copados por la contrarrevolución. Es perfectamente posible según nuestra Constitución. Y se expresa la gente en las asambleas. Un joven contrarrevolucionario puede decir cual es su programa para Cuba. Yo pienso que tenemos que privatizar esto, o hacer tal cosa.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Yo te pongo otro ejemplo del tipo de democracia nuestra. Yo como Ministro, estoy sometido permanentemente a un proceso de discusión de mi gestión, no sólo con los artistas y escritores, con la UNEAC, con el sindicato de trabajadores de la cultura. Cada vez que hay un congreso de pioneros, cada vez que hay un congreso de la Federación de Estudiantes de la Enseñanza Media, o de la FEU, todos los ministros son sometidos a discusión por los delegados a esos congresos. Las políticas están sometidas a debate. Esas son formas peculiares de la democracia que tenemos. Son diferentes.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">La idea de la revocación de los mandatos. Nosotros tenemos establecido la revocación de los diputados, de los delegados. Y eso es una práctica. Y la línea de rendir cuentas a tus electores. Porque en algunos de estos esquemas, tú votas por alguien, y después ya no sabes cómo pedirle cuentas a esas personas. Ya ese tipo hace y deshace, tiene una especie de cheque en blanco por el tiempo que dure su período. No. En Cuba está establecido con gran rigor, la rendición de cuentas a los electores. Yo te diría que hoy hay mucho espacio para que un joven con ideas políticas diferentes al socialismo, se exprese. En la federación estudiantil, en estas asambleas.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Yo pienso que cada pueblo de América Latina va a encontrar su camino. Una de las cosas que en Cuba estamos convencidos, que lo que se llame la sociedad futura, llámese socialismo o de otro modo –nosotros le llamamos socialismo- la gente va a llegar por muy distintos caminos, y no va a haber un solo modelo para eso, ni un solo camino para lograr esos objetivos. Nosotros tenemos la suerte de haber hecho una revolución muy radical. Por ejemplo, lo que está haciendo Chávez, en Venezuela, es otra cosa. Lo acusan de estar construyendo otra Cuba. Pero es otra cosa lo que está haciendo. El tiene a Miami metido ahí adentro. A mi Hart me decía, para ilustrarme los problemas del proceso bolivariano: es como si nosotros tuviéramos a Miami, con todo su poder, metido en Quinta Avenida, en La Habana. Miami, con sus grandes cadenas de televisión, con su enorme poder económico, con su poder mediático. Uno se pone a pensar con esa metáfora, y te estremeces. Ahora, yo pienso que la Venezuela bolivariana –que estamos seguros que va a triunfar- no va a tener el mismo esquema de funcionamiento, el mismo esquema institucional que el cubano. Pero va sin duda a ser una Venezuela mucho más justa. Ya lo está siendo. Ya está siendo mucho más justa, a pesar que han tratado de desgastar el proceso, tratando que no avance en su programa. Creo que cada pueblo latinoamericano va a encontrar su alternativa, su camino. Y ojalá algún día esos caminos confluyan en ese gran sueño de Bolívar, de Martí, del Che.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Acabo de ver una película que dirigió Walter Sales, el cineasta brasileño, que la produjo Robert Redford. Se llama El diario en motocicleta. Es el recorrido del Che y Granados por América Latina. Es el Che pre político, que va ganando una conciencia latinoamericanista. Es una bellísima película, una extraordinaria película. Robert Redford la llevó a La Habana. La pusimos ahí. La discutimos con él. La vieron Aleida, los hijos del Che. La vimos juntos. Creo que va a tener un impacto aquí en Argentina extraordinario. Y va a tener un impacto en la gente joven. Porque es una película que parece la aventura de dos muchachos. Está llena de travesuras, de alegría, de risas, de juventud. Y a medida que va integrándose el recorrido en la trama de América Latina, la película va adquiriendo una densidad y es una hermosísima película. Es un ejemplo de gran cine político, sin ningún tipo de retórica. Creo que está hecha desde un punto de vista muy latinoamericanista. La hizo un norteamericano honesto.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">¿Qué pasa con el cine actual y las coproducciones? Lo que pasa es la crisis. El cine cubano es la rama de la cultura más golpeada por la crisis. Es una industria costosísima. Ese cine ha encontrado cierta fórmula de continuidad en coproducciones, sobre todo con españoles. De ahí han salido algunas buenas películas, y también algunas películas peores, cultivando algunos estereotipos, que pueden gustar al público europeo. Nosotros tenemos grandes limitaciones para llevar adelante la producción de cine. Sin embargo acabamos de hacer un festival de cine pobre, de bajísimo costo, con cámaras digitales, con muy poco equipamiento. Creo que en el tema de las coproducciones, lo que tú no debes hacer es concesiones de principios. Hacer un subproducto, una basura. Pero esto lleva una negociación. Es el guionista, el director cubano, el que lleva la voz cantante en ese tema.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Y el cartel de cine, que fue una de las grandes muestras de la gráfica cubana, hoy yo les diría, lamentablemente, que no está en un buen momento. El cartel cubano no está en buen momento. Nosotros tuvimos una gráfica en los 60 de primerísima calidad. Algo pasó. Los procesos culturales son complejos. Hay zigzagueos, hay retrocesos. Algunas manifestaciones de pronto adquieren una fuerza tremenda. Hay que ver hasta que punto hay errores institucionales de política.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Yo no quiero hablar de política interna aquí. Sin duda yo pienso que todas estas preocupaciones respecto a la identidad, la globalización de la tontería, son temas que llevamos siempre a las reuniones de ministros de cultura de América Latina y el Caribe. Son temas que deben interesar a todos los ministros del continente. Lamentablemente, ustedes lo saben bien, el neoliberalismo empieza su recorte por la educación y la cultura. En el momento en que haría falta un apoyo del Estado para proteger la identidad en peligro, eso se ha desmantelado. Y a veces tú sientes que son personas bien intencionadas, pero que no tienen un centavo para llevar adelante un programa.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">El Che se acercó a la cultura cubana por cuenta propia. Entre las tareas que tuvo el Che en Cuba, no estuvo la cultura. El che tuvo tareas vinculadas al desarrollo económico y social de Cuba, pero no se le dio esa tarea. Y realmente el Che vivió tan poco tiempo en la Cuba del triunfo, y lleno de trabajo. No sé hasta que punto pudo actualizarse respecto de la producción cultural en Cuba. Sin embargo nos dejó un texto como El socialismo y el hombre en Cuba.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">El tema de las visas. El acuerdo migratorio que nosotros firmamos con Estados Unidos, nosotros lo firmamos. Toda nuestra batalla con los Estados Unidos fue para buscar que la emigración fuera segura para la gente. La cifra de no menos de 20.000 visas al año, la exigió Cuba. Y durante el período en que se creó la provocación, ellos han retenido las visas. Además que el sorteo es un falso sorteo. Ningún marginal nunca gana el sorteo. Hay gente de esta que se va en balsa arriesgándose, que llevan 20 años ahí esperando una visa para emigrar, porque nunca les toca el sorteo.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Es un extraordinario sentido del azar. Siempre le toca a médicos, profesionales. Cuando ocurrieron los secuestros del avión y de la lancha, en seis meses la Oficina de Intereses había dado 700 visas, y tenía que haber dado no menos de 10.000. Son formas indirectas de promover la migración ilegal, de crear una situación muy compleja. El enemigo no tiene el menor escrúpulo. Es un enemigo de un enorme poder, sin ninguna moral.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">¿Qué es ser revolucionario? El otro día me preguntaron qué es ser de izquierda. Se parece. No es exactamente lo mismo pero pudiéramos ensayar una respuesta parecida. Yo te diría que ser revolucionario hoy es oponerse, por todas las vías que tenga uno a su alcance, a este orden de cosas. Un revolucionario, una persona de izquierda, no puede convivir con este orden de cosas, sin luchar por todos los métodos a su alcance, contra ese orden de cosas. Y no estoy hablando de lucha armada. Estoy hablando de mover opinión, estoy hablando de sembrar ideas, lo que Fidel tantas veces ha repetido. Sembrar ideas, sembrar conciencias. Sembrar cultura. Creo que lo que hacen ustedes aquí, cotidianamente, es una forma de lucha revolucionaria ejemplar. Yo te diría que estar contra la manipulación de la verdad, contra toda esa enorme maquinaria de manipulación; no puedo creer que haya alguien de izquierda, alguien con sentido de transformación de las cosas, que conviva con esa burda, grosera, manipulación de la verdad. Yo creo que no es posible aceptar la democracia formal. Creo que hay que aprender qué cosa es exactamente la democracia. Un revolucionario tiene que abogar por formas de democracia en las que la participación del ciudadano vaya más allá de la boleta en el agujero de la urna, una vez cada tantos años. Eso no es democracia.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Creo que no es posible aceptar el genocidio en Palestina. Están ocurriendo demasiadas cosas. Hay que sentir en el propio rostro la bofetada injusta dada sobre otra gente, sobre la gente humilde, sobre los pobres de la tierra. A mí me parece que esa idea que dijo el Che, que cuando uno la recuerda se estremece, que el revolucionario debe estar guiado por sentimientos de amor muy profundos, es algo tremendo. Creo que el amor, en un mundo donde hay tanta crueldad, donde la vida humana no vale nada, en este mundo terrible, amar a los pobres, amar al prójimo, no en un sentido teórico, sino con solidaridad profunda, activa, sistemática, sería una característica de ser revolucionario.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="ES-AR">Al mismo tiempo, yo creo que el revolucionario no puede ser dogmático, no puede ser fundamentalista. Tiene que escuchar. No podemos esquematizarnos, acostumbrarnos a actuar bajos slogans o lemas. Los slogans o lemas pueden servir para movilizar coyunturalmente, pero el revolucionario tiene que estar siempre argumentando. A ese joven como el que decía Verónica, no puedo llegar a tratar de aplastarlo, de imponerle una ideología, un criterio. Hay que razonar. Hay que darle argumentos. Creo que hay que creer en el ser humano. Tener fe que en el ser humano hay reservas morales y reservas espirituales que valen la pena. La idea esa de Martí: “tengo fe en el mejoramiento humano”. Tenemos que pensar eso, a pesar que el ser humano verdaderamente está dando muestra día a día de cosas monstruosas, como todos los genocidios que se cometen en nombre de la libertad. </span>Un abrazo, y gracias por escuchar.</p> CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-65864090852882665882009-05-26T15:21:00.000-07:002009-05-26T15:22:50.424-07:00El Salvador: La lucha continúa<div style="text-align: center; font-weight: bold;">El Salvador: La lucha continúa<br /></div><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">Jorge Shafick Handal</span><br /></div><br /><div style="text-align: left;">Intervención en el Seminario de América Libre. Octubre 1996<br />Publicado en la Revista América Libre. Enero de 1997<br /></div><br /><div style="text-align: justify;">Mis primeras palabras en este tema son para rendirle un homenaje a los miles de compañeros y compañeras que cayeron en esa larga guerra salvadoreña y a las víctimas civiles, las víctimas de la población desde antes que se desencadenara y se desplegara la guerra hasta que terminó, que suman 80.000 personas de todos los estratos sociales, las creencias religiosas, las profesiones y las banderas políticas e ideológicas.<br />Quiero rendir homenaje en particular a la gran cantidad de internacionalistas, de combatientes de América Latina, EE.UU., Canadá, de casi todos los países de Europa, que se incorporaron junto a nosotros para darnos una colaboración de sangre y voluntad en diversos momentos de la lucha en El Salvador. Un número importante de ellos murieron en nuestras tierras, incluso un joven argentino, Marcelo Feito.<br />Primero quiero decir que la unidad de izquierda revolucionaria en El Salvador es el factor clave de todo nuestro esfuerzo: logramos la unidad de todas las fuerzas de izquierda revolucionaria, sin quedar nadie afuera. Ésta fue una rara situación, un raro momento de afinidad que no es muy común, ni tradicional en la izquierda. La izquierda es quien más habla de unidad y es la que menos capacidad de unidad tiene.<br />La derecha cada vez que necesita unificarse lo hace con una gran agilidad, y logra cambiar el curso de los acontecimientos o defenderse de amenazas que tiene enfrente. Éste es un caso raro en el que la izquierda hizo algo parecido a eso que elogiamos de la derecha. Estábamos en una polémica muy larga desde 1970 y, en el año 79 había recrudecido, pero triunfó la revolución sandinista. Eso nos impactó a todos. Porque el elemento “unidad” allí había sido un factor importante. En medio de la polémica más dura fuimos capaces de poner en marcha nuestro proceso de unidad que duró muy pocos meses, desde diciembre del 79 cuando tres organizaciones hicimos el primer pacto, a octubre de 1980 cuando terminó ese proceso que culminó con la formación del Frente Farabundo Martí para la Liberación Nacional (FMLN) que nos incluyó a todos.<br />En ese breve tránsito logramos unificar a todo el movimiento popular de masas, y creamos la Coordinadora Revolucionaria de Masas, donde estaban todas las tendencias y todas las alianzas. Eso nos permitió ir más lejos. Logramos también influir para que las fuerzas democráticas revolucionarias no armadas se involucraran en el Frente Democrático Revolucionario, donde también participamos. Este elemento de unidad de las fuerzas revolucionarias es clave para todo.<br />Otro elemento clave de nuestra guerra revolucionaria es que superamos de hecho el viejo debate sobre lucha armada o lucha política. Las cosas se venían presentando de esa manera en América Latina. O lucha armada o lucha política. Quienes estaban en la lucha armada no podían estar en la lucha política, porque era una infracción muy grave, pecado. Era como insistir en formas de luchas que se superaban, y tampoco podían estar en movimientos sociales, los cuales eran considerados como luchas atrasadas. La lucha armada era valorada como la forma superior de lucha, que abolía a todas las demás, y quienes no entendían ésto no eran revolucionarios sino reformistas.<br />Aunque eso formaba parte de todo el debate, de repente lo hicimos a un lado y pusimos en marcha un proceso en el que todo se combinaba: lucha armada, política, movimiento, lucha social, solidaridad internacional y agregamos algo más que es nuevo, que los sandinistas habían puesto en práctica pero no tuvieron tiempo de desarrollarlo plenamente: la lucha diplomática, como una variedad particular de la lucha política.<br />Ciertamente la guerra es la continuación de la política por otros medios. Aprendimos con la experiencia que una vez iniciada la guerra, las partes que se enfrentan desarrollan una política durante la guerra. No es que se pase de la lucha política a la guerra como algo químicamente diferente y puro, sino que debe haber una política durante la guerra y se enfrentan no sólo las fuerzas militares sino que se enfrentan dos políticas.<br />En el caso salvadoreño, el bloque de fuerzas enemigas estaba constituido, además de la dictadura, por la oligarquía, las cúpulas militares, el Estado como instrumento de ellos. Estaba también el gobierno de los Estados Unidos, que participó muy militantemente buscando derrotarnos. Sólo les faltó invadir. Tuvo fuerzas militares en el país, además de asesoramiento, apoyo financiero y militar. Fueron más de 6 mil millones de dólares que invirtieron durante los años 80 para derrotarnos. Más de 6 mil millones de dólares en un país pequeñito: somos 6 millones de habitantes y tenemos 20.000 km.<br />El gobierno de los EE.UU. en ninguna época ha hecho un donativo semejante a ningún país de América Latina.<br />¿Cuál era la política de ese bloque durante la guerra? En 1980, la guerra comenzaba a desplegarse. Aquí hay que distinguir entre lucha armada en general, y guerra, no son exactamente la misma cosa.<br />Lucha armada había en El Salvador desde 1970, pero eran acciones armadas dispersas, con un ritmo lento al comienzo, no era guerra todavía. La guerra es un enfrentamiento con las fuerzas militares de un Estado, con todas ellas, tierra, aire, mar. Un enfrentamiento con la inteligencia y contrainteligencia militar. La guerra es un fenómeno integral, no es sólo lucha armada. En El Salvador hubo una guerra.<br />A partir del año 80 va tomando esa característica y en enero de 1981 se despliega ya como guerra. En 1980, recrudecía la represión, las desapariciones y se llegaba a los 27 cadáveres diarios en las calles de San Salvador, fuera de los asesinatos en el interior, en el campo y en las carreteras. Además, y junto con eso, realizaron una reforma agraria, nacionalizaron la banca, la exportación de café y algodón. Ésas eran las medidas principales del programa por el que habíamos venido luchando durante muchos años. Decidieron hacerlo ellos.<br />Nosotros allí enfrentamos el primer desafío, para combinar la lucha armada revolucionaria con la lucha social y la lucha política.<br />Nosotros les decíamos a los campesinos: ésa no es la reforma agraria que nosotros estamos diciendo, pero tomen la tierra, constituyan sus cooperativas. Surgieron varios cientos de cooperativas. No tardaron los cooperativistas en ser víctimas también de la represión. Pero allí están todavía las cooperativas que abarcan un territorio importante del país. No pudieron quitarle el agua al pez. Entonces intensificaron la matanza. Dentro de esa matanza asesinaron a Monseñor Romero y a un grupo de monjas, que son los crímenes más conocidos. Junto a ello se aceleró la matanza en las calles, en las aldeas, en todo el país.<br />El 10 de enero de 1981 nosotros lanzamos una gran ofensiva, a la cual le pusimos por título: “la ofensiva final”.<br />Quienes entre nosotros sostenían la tesis de la guerra popular prolongada, llegaron a la conclusión de que ya habían combatido durante 10 años, que era suficiente para hablar de prolongación, y que había que ir al desenlace. Es decir, tampoco la tesis de la guerra popular prolongada u otra tesis de definición rápida, fueron obstáculos para ponernos de acuerdo. Todos coincidíamos en que no podía haber una guerra larga en El Salvador, porque no podíamos resolver el problema de la retaguardia estable, y sin ella no puede haber frente continuo. Acabábamos de ver la experiencia sandinista, que había tenido una retaguardia en territorio costarricense asegurado por el gobierno, al lado de la frontera sur de Nicaragua, y también en algunas regiones en la frontera con Honduras.<br />Nosotros no podíamos hacer eso. No teníamos fronteras con ningún país gobernado por gobiernos amigos. Teníamos a Guatemala por el occidente, con un gobierno sumamente asesino. Al norte está Honduras. Los norteamericanos estaban posicionados allí para organizar la contrarrevolución a los sandinistas y también para organizar la contrainsurgencia contra nosotros. No tenemos fronteras con Nicaragua. Solo tenemos costa en el Océano Pacífico, no tenemos costa en el Caribe. Entonces no alcanzábamos a comprender cómo resolver en una guerra que se prolongara, el tema de la retaguardia. Fue cuando, a pesar de diferentes concepciones sobre guerra popular prolongada, definición rápida, insurrección, todos coincidimos en que necesitábamos una definición pronto. Por eso titulamos como ofensiva final la del 10 de enero de 1981.<br />No hubiéramos creído que, en realidad, se convertiría en la ofensiva inicial, y que seguiríamos combatiendo hasta el año 1991. Y realizamos aquella gran ofensiva con muchos miles de combatientes. Gran parte de ellos habían pedido permiso en sus trabajos para ir a realizar esta tareíta y luego volver. Así fue, y nosotros también nos vimos abocados a cumplir y plantear una política durante la guerra. Ya cuando estábamos preparando la ofensiva configuramos esta política. Sería la búsqueda de la solución política negociada al conflicto. Ésa fue la política durante toda la guerra y con esa idea peleamos. En la práctica resultó eficaz.<br />En enero de 1981, diez días después de nuestra ofensiva final, estaba tomando posesión de la Presidencia de los Estados Unidos el señor Reagan. Inmediatamente Estados Unidos se involucró más en el conflicto en El Salvador, multiplicó varias veces las operaciones militares, decidió enviar asesores militares, poner en marcha una cooperación que en poco tiempo multiplicó por 5 al ejército regular, lo dotó de aviación adecuada y de una flota de helicópteros, dotó de naves rápidas para la navegación en los canales marítimos de la costa salvadoreña, para hacer también desde allí la guerra contra nosotros. Situó embarcaciones militares frente a la costa, controló las fronteras para que no pudiéramos introducir armamentos.<br />En un comienzo no tuvieron una política durante la guerra, en un primer momento todo apuntaba a lograr una victoria rápida sobre el FMLN. Pensaban que 4 ó 6 meses serían suficientes y por lo tanto no necesitaban política. Alexander Haigh, que era general y al mismo tiempo Secretario de Estado, en algún momento aseguró que aplastar al FMLN sería tan sencillo como expulsar al borracho de la cantina.<br />Bueno, parece que no sólo nosotros nos equivocamos en aquello de lo final o lo inicial. Parece que también ellos se equivocaron: habrían de pasar 11 años más para que la guerra terminara.<br />Nuestra política durante la guerra frente al enemigo que no había elegido política todavía, comenzó a mostrar sus virtudes. En febrero de 1981, un mes después de la ofensiva, en el equipo de Reagan hubo un debate, y temporalmente prevaleció la opinión de quienes sostenían que para el gobierno de Reagan y para los Estados Unidos era mejor negociar rápidamente aquel conflicto, para poder concentrar toda su atención en su estrategia global contra la URSS.<br />La lección más importante de Vietnam era que había distraído a los Estados Unidos durante muchos años del foco del conflicto mundial, y que por eso la URSS los había aventajado en la carrera armamentista nuclear y por lo tanto era mejor negociar rápidamente. Esta opinión prevaleció por varios días.<br />Parece que la ofensiva de gran envergadura que nosotros realizamos en Enero les había impresionado y ya no creían que era fácil echar al borracho de la cantina. Entonces, nos contactaron por medio del gobierno de México, y nos propusieron negociar en Washington. Iba a participar el gobierno de Estados Unidos, el gobierno de El Salvador, la cúpula militar y nosotros. Nos ofrecieron territorio en México, la seguridad y la garantía del traslado a nuestra Comandancia General y la dirigencia del FDR.<br />Nosotros aceptamos, pero 48 horas antes de la reunión cambió la correlación de fuerzas dentro del equipo de Reagan, y entró a prevalecer el otro grupo que sostenía que al contrario, que aquello era fácil de ganar y que iba a ser una demostración de musculatura de la nueva política que se estaba instalando en la Casa Blanca, que iba a ser un buen mensaje para los revolucionarios de América Latina y del mundo, y que por lo tanto había que insistir en buscar nuestra derrota. Cancelaron la reunión.<br />Pero esto no pasó sin costos. En Agosto de 1981, recién instalado el gobierno de Mitterand en Francia, por iniciativa del gobierno de México, se produjo la declaración Franco Mexicana, y es así que el conflicto salvadoreño entra en el ámbito diplomático y se inicia el conflicto diplomático.<br />Se configuraron de esa manera dos políticas hacia al conflicto salvadoreño. Una la política del gobierno de Reagan que decía que el FMLN es un apéndice de la URSS, Cuba y Nicaragua, y por lo tanto un alto peligro para la seguridad nacional de los Estados Unidos; que por consiguiente debe ser derrotado militarmente. La declaración Franco Mexicana dice justamente lo contrario.<br />Primer punto: el conflicto salvadoreño es interno.<br />Segundo punto: no puede tener otra solución que la de política negociada.<br />Tercer punto: en esa negociación deben participar el FMLN y el FDR, por ser fuerzas políticas de representación nacional.<br />Desde el día siguiente se adhieren a la declaración gobiernos de Europa, excepto Inglaterra, principal socio de EEUU, que prefirió una posición ambigua, tampoco se declaró en contra. También se pronunciaron a favor algunos gobiernos de América Latina, de África y de Asia.<br />Aquello no era una simple posición propagandística. Era el enfrentamiento de dos políticas, y eso es lo que permitió que nosotros pudiéramos organizar una máquina diplomática que llegó a ser muy ramificada, de alta calidad y de mayores proporciones que la del Ministerio de Relaciones Exteriores de El Salvador, a pesar del apoyo que Estados Unidos le daba al gobierno en el terreno diplomático.<br />Al principio no entendíamos bien que era aquello y tendíamos a confundir eso con la solidaridad. Pero en realidad había cosas que no eran compatibles, obligaban a hacer una distinción y debíamos tener personal especializado para ambas cosas. Hemos tenido así una cantidad de embajadores ante una cantidad de gobiernos.<br />Es cierto que nosotros teníamos buenas relaciones con todo el campo socialista y con Cuba y Nicaragua, pero en lo que se refiere a financiamiento, y hay que decirlo con todas sus letras, una parte mayoritaria de ese financiamiento venía de Europa Occidental.<br />No me refiero de parte de los gobiernos, pero la relación que se estableció fue de un marco tal que lo hizo posible. Y esa definición de dos políticas fue posible a partir de que nosotros aceptamos la política de la solución negociada. Esa idea también entró muy profundamente en la sociedad norteamericana y llegó a diversos centros de poder de los Estados Unidos. Nosotros, además de un gran movimiento de solidaridad que llegó a tener muchos cientos de Comités de Solidaridad dentro de los Estados Unidos, también llegamos a establecer una relación continua con diversos centros de poder, especialmente con el Congreso.<br />Y hay algo que es poco conocido, durante la guerra tuvimos una oficina de representación diplomática nuestra en Washington, a pocos cientos de metros del Departamento de Estado, y ni siquiera el gobierno de Reagan pudo expulsarla ya que echó raíces en diversos sectores de la sociedad y del poder de los Estados Unidos.<br />Hay una serie de problemas que tienen que ver con la lucha armada misma. El problema de resolver la armamentización, resolver la reposición de las bajas. Es un problema profundamente político. No basta tener armas, se necesita quienes la empuñen, y ésa es una decisión voluntaria, individual. Exige un gran trabajo social, político, etc.. Otro problema es la construcción de la retaguardia. Nosotros llegamos a resolver el problema de la construcción de la retaguardia en nuestro propio país, de una manera completamente distinta de la que puede leerse en los manuales. Es un problema muy interesante que tiene que ver con la participación de la gente, de la sociedad.<br />Había que resolver el problema de la conducción militar. Éramos cinco partidos, cada uno con su ejército. Había cinco ejércitos pero había una sola guerra. No podía haber cinco guerras. Resolver ese problema también fue un desafío. Al principio, como habíamos leído muchas cosas de la segunda guerra mundial, intentamos construir un Estado Mayor conjunto, y nos la dábamos de Mariscales, pero no resultó y tuvimos que crear otra metodología que resultó sumamente eficaz. Luego, otro problema militar estratégico, fue el de la regularización e irregularización de la guerra.<br />Desde los años 30 se había organizado, bajo la dirección del Ejército, lo que se llamaba el Servicio Territorial del Ejército. Éstas eran a nivel de base, patrullas militares formadas por la población civil, en su mayoría con los que habían hecho el servicio militar, más otros que reclutaban. Eran patrullas militares con 22 efectivos cada una, uno de ellos el Comandante de Patrullas. Éstas tenían una dependencia de la Comandancia Municipal y luego de una Departamental que era al mismo tiempo el Jefe del Servicio Departamental de cada Departamento, lo que ustedes llaman provincias. Había ahí un Coronel que era también el Jefe de la Guarnición Militar de los efectivos regulares de las FFAA y de la Policía, porque en los años 30 el Ejército quedó como jefe de la Policía. Estas patrullas militares funcionaban en todo el territorio nacional, tanto en las zonas rurales como en los barrios de las ciudades. El país tiene unos 3.200 cantones y el que menos, tenía hasta dos y tres patrullas. Había cantones que por su población tenían catorce o quince de esas patrullas. Es decir, estábamos frente a un aparato de más de 200 mil personas, en un país que ya en los años 60 tenía unos escasos 3 y medio millones de habitantes.<br />A la hora de votar, ese aparato generaba por lo bajo 400 mil votos, lo que por las condiciones del país, era suficiente para ganar las elecciones, incluso sin hacer campaña propagandística. Por eso la dictadura militar había entrado en una fase electoral; había elecciones rigurosamente cada dos años para Alcaldes y Diputados y cada cinco años para Presidente. Así resolvían las contradicciones internas del Ejército: quién va a ser el Rey durante los siguientes cinco años, eso lo decidían los militares y luego lo imponían por una de esas mascaradas electorales con la que el Servicio Territorial generaba inmediatamente la victoria.<br />Llegamos a la conclusión de que había que disputarles ese terreno. El PC era ilegal. Nunca fue legal, a no ser por un breve período después de su fundación, por unos meses. Pero nosotros nos las ingeniamos para participar en otro partido legal, ponernos otra camisa, hacer alianzas y participar.<br />En 1970 vino la división. Habíamos tenido la primer participación, habíamos chocado con ese aparato, y se había demostrado que no era posible. Pero había quienes sosteníamos que no bastaba que nosotros, los dirigentes, llegáramos a esa conclusión por la vía del análisis; que era necesario que la gente, la población, llegara a la misma conclusión; que hiciera su experiencia. Otros compañeros consideraron que no era ese el camino adecuado y que había que iniciar la acción armada. Del mismo tronco del Partido Comunista surgieron otras organizaciones. Surgió también una organización proveniente principalmente de la Juventud Social Cristiana que se fue radicalizando.<br />En los comienzos de los años 70 comenzaron las acciones armadas, mientras nosotros insistíamos en organizar la batalla electoral, a sabiendas de que no iba a resolver el problema del poder, de la eliminación de la dictadura militar, pero que era indispensable que la gente fuera ella misma a hacer su experiencia y era necesario disputarle ese aparato a la dictadura. Al fin de cuentas esas patrullas militares eran formadas por campesinos, trabajadores, y había que hacer un esfuerzo político para abrirle grietas a esa tupida red de dominación.<br />En el año 71 hicimos un pacto con los Demócratas Cristianos, un partido que había tomado bastante cuerpo, y con un pequeño partido que después ingresaría en la Internacional Socialista, un partido socialdemócrata. Aquello fue muy criticado por muchos Partidos Comunistas: ¿cómo era que entrábamos en un acuerdo con los demócratas cristianos -decían los europeos- si la democracia cristiana surgió después de la segunda guerra mundial para contener el avance del socialismo; era el partido de la burguesía?<br />Nosotros nos ateníamos a lo que ocurría en El Salvador, allí las cosas eran otras, a ellos también los estaban reprimiendo. Y además ¿cómo llegábamos a un acuerdo con un partido socialdemócrata? Bueno, nosotros lo hacíamos tal vez por “ignorantes” porque no habíamos sido marcados por aquella historia de los años ‘30 y ‘40, por aquella historia del movimiento comunista internacional.<br />Formamos la Unión Nacional Opositora, la UNO, y ganamos las elecciones presidenciales de 1972. Ése fue el inicio de la crisis de la dictadura militar, porque significaba que una parte de todo ese aparato había sido influido, y que a pesar de las órdenes que recibían no estaban votando por los candidatos de la dictadura, sino que estaban votando a esta coalición.<br />El resultado fue un recrudecimiento de la persecución, las matanzas, los desaparecidos. Surgieron los escuadrones de la muerte. Entre tanto se desarrollaba una polémica muy dura en la izquierda, con toda clases de epítetos: electoreros de un lado, de otro lado aventureros, ultraizquierdistas. Reformistas -nos decían- como un gran insulto. Y la década del ‘70 avanzó en esos dos carriles que sólo se relacionaban entre sí por una polémica muy dura.<br />Fuimos a varias elecciones de diputados, y luego vino una nueva elección presidencial. La UNO se había extendido mucho más, porque la gente tenía esperanza en el esquema electoral y tenía más esperanza después que se ganó la primera vez. En 1977 volvimos a ir a elecciones presidenciales, y llevamos como candidato a un militar retirado demócrata, tratando de tender un puente con una parte del ejército. Ganamos las elecciones otra vez, y de nuevo eso fue rechazado, y la matanza fue peor.<br />Mientras tanto, los compañeros de las organizaciones armadas que habían iniciado su acción con la tesis de que la lucha armada era la forma superior de lucha y eliminaba todas las otras formas de lucha, ya habían comenzado a corregir y habían generado grandes organizaciones populares, revolucionarias. Entonces resultaba que había dos grandes movimientos, y los dos eran grandes movimientos de masas, todos enfilados contra la dictadura.<br />En 1979 triunfa la revolución sandinista y eso nos iluminó. Las corrientes que había dentro de los sandinistas se unificaron. Ellos hicieron una combinación de lucha armada, lucha política, lucha diplomática y triunfaron.<br />Entonces nosotros decidimos unificarnos. Ya en 1979, en octubre, hubo un intento de salida militar. El movimiento de la juventud militar dio un golpe de estado. Formó un gobierno, incluyó a la izquierda y al centro, pero ese gobierno se descompuso muy pronto, los sectores más reaccionarios del ejército lo llevaron al fracaso en poco tiempo. Su respuesta fue incrementar la matanza. En ese contexto la izquierda se reunificó para ir a la guerra. El año ‘80 fue un año de guerra, no desplegada totalmente sino hasta enero de 1981.<br />El año ‘80 fue un año muy decisivo en todo sentido. Por un lado, logramos construir aparte de nuestro proceso de unidad de la izquierda revolucionaria, el Frente Democrático en amplia alianza con fuerzas democráticas antidictadura, en la que se incluían partidos y organizaciones sociales.<br />La Iglesia Católica, encabezada por el Arzobispo Oscar Romero se había colocado de una manera muy clara frente a la dictadura, y había adoptado lo que el Arzobispo llamó la opción por los pobres, y fue asesinado.<br />En octubre se puso fin al proceso de unificación de la izquierda. Se incluyeron las cinco organizaciones. El PC participó de este primer acuerdo en diciembre del ‘79, entre tres organizaciones. Ya nosotros habíamos comenzado a hacer las primeras acciones armadas desde los días siguientes a las elecciones presidenciales de 1977; así es que se unifican estos dos grandes torrentes.<br />El agotamiento de las posibilidades de la lucha política, de la lucha electoral, a esa altura había sido comprendido por la población, por la grandes mayorías, y se estaba realizando un gran viraje popular a favor de la lucha armada. Para todo el mundo, no sólo para los dirigentes, estaba agotada la lucha electoral.<br />Esto explica por qué el FMLN desde un comienzo, fue una gran organización político militar; porque desde el comienzo de la gran ofensiva de enero de 1981 pudimos realizarla con miles de combatientes. Nosotros no somos el caso de un pequeño grupo que se instala en la montaña y va creciendo.<br />El FMLN surgió con profundas raíces populares nacionales y así nos vamos a la guerra. Es decir, literalmente la guerra era la continuación de la política por otros medios, no sólo por decreto de declaraciones de las cúpulas dirigentes, sino por ejercicio de cientos de miles de personas. Allí quedaban concluidas y descartadas aquellas tesis, aparentemente muy iluminadas, sobre las formas de lucha, y sobre que la lucha armada descartaba todas las otras formas de lucha.<br />Ahora, cuando volvemos los ojos atrás, a esa década de los ‘70, los comunistas hemos corregido nuestra visión sobre las organizaciones armadas que surgieron en esa década, y hemos considerado que sin esas organizaciones el gran viraje de la población no hubiera tenido un cauce, una puerta abierta hacia otra forma de lucha.<br />Las organizaciones armadas también han corregido su visión sobre nosotros, porque ahora entienden muy claramente que sin aquel ejercicio, sin agotar, sin llevar al pueblo a agotar por sí mismo esta posibilidad, no se habría producido el gran viraje en favor de la lucha armada. De esa forma la dictadura hubiera podido seguir jugando con una parte de la población y aislando.<br />Me he detenido mucho en contar todo esto porque creo que es muy importante reflexionar sobre el fondo que hay detrás de los acontecimientos. Bastante falta nos hace a la izquierda deshacernos de algunos dogmas y algunas verdades supuestamente establecidas.<br />Quiero referirme ahora a cómo nosotros no veíamos posible la construcción de una retaguardia, y por lo tanto una guerra que se prolongara en El Salvador. Por eso buscamos una solución rápida con la gran ofensiva del 10 de enero de 1981.<br />Ya les conté que una gran parte de los participantes de esa ofensiva pidió permiso en su trabajo para ir a cumplir esa tareíta del fin de semana.<br />En realidad, esa gran ofensiva final, como le llamamos, fue la ofensiva inicial de una guerra que se extendería durante todos los años ‘80.<br />Pero lo que estaba detrás de ese error, era el problema de la retaguardia. ¿Cómo concebir una guerra que se prolongara si no podíamos contar con una retaguardia estable?. Los sandinistas la habían tenido en Costa Rica, porque el gobierno de Costa Rica en ese tiempo le había permitido organizar en una franja fronteriza del territorio la retaguardia: hacer uso de los hospitales, de sus pistas de aviación para recibir abastecimiento, etc.. etc.., hacer uso del territorio para entrenamiento de unidades, para el funcionamiento de su Comandancia.<br />Allá en la frontera con Honduras había territorios donde tenían las mismas facilidades. Nosotros no teníamos nada de eso. En Honduras se habían posicionado los norteamericanos, estaban organizando la revolución contra los sandinistas. En Guatemala había regímenes muy reaccionarios, con una lucha antiguerrillera muy antigua. Nicaragua no tiene fronteras con El Salvador.<br />Entonces no entendíamos cómo forjar una retaguardia dentro de aquél país de 20 mil kilómetros cuadrados, con ese tremendo aparato militar y policial que además, estaba siendo fortalecido por los Estados Unidos, que multiplicaron por cinco los efectivos del ejército, le dieron armamento muy moderno, y asesoramiento con su experiencia en la guerra contrainsurgente en Viet Nam.<br />Les dieron una aviación adecuada, helicópteros y aviones especializados en ese tipo de lucha.<br />La solución que veíamos ante esa circunstancia era una definición rápida, pero eso no ocurrió. Hicimos esa gran ofensiva, ciertamente les causamos unos estragos grandes al ejército. Hasta coroneles murieron, no sólo soldados, pero no pudimos definir la situación. Se creó una situación muy curiosa. No podíamos seguir alargando el asedio contra todas las fortalezas. En eso estábamos siguiendo la experiencia sandinista, pusimos bajo asedio a prácticamente todas las fortalezas del ejército y la policía del país, pero no pudimos definir.<br />Nuestras fuerzas estaban intactas, pero las municiones se agotaban. Tuvimos que ordenar el repliegue, ¿a dónde ir? A los compañeros ahí en el terreno se les ocurrió proponernos a la Comandancia General que se iban a replegar a las zonas donde había organización popular más desarrollada, por lo menos por unos días. En la Comandancia, además de aceptar eso, comenzamos a preparar una segunda ofensiva para ocho o diez días, pues pensábamos que más tarde era insostenible la situación.<br />En el curso de esa preparación surgió la idea de resistir, fortalecernos y avanzar. En vez de tomar el camino de una ofensiva tras otra, que nos iba a desgastar, llevamos adelante un proceso de resistencia, para pasar a una fase de fortalecimiento y luego poder retomar la ofensiva.<br />Estabamos viendo que donde había organización popular nuestra fuerza se mantenía, que habíamos podido organizar el abastecimiento, cuidar la salud, que la población cooperaba mucho. Entonces seguimos ese curso. Pero seis meses después, estábamos enfrentados a un problema muy serio. Cada vez que el ejército incursionaba con grandes operativos sobre esas zonas y nosotros teníamos que movernos, la población se iba con nosotros, con sus hijos y hasta con sus animalitos, con gran temor al ejército que seguramente se iba a cobrar con la población el habernos apoyado, lo cual fue cierto. Se las cobró en varias ocasiones. Fue la época de grandes matanzas en el campo, las quemas de casas, la destrucción de animales, el desaparecimiento de poblados.<br />Eso parecía ser la confirmación de que no podía construirse la retaguardia. Además, nosotros no tenemos selvas, lo que hay son unos bosques artificiales de las plantaciones de café, pero debajo de eso hay caminos por todos lados y hay una gran población.<br />El manual de guerra de guerrillas del Che Guevara nos aconsejaba que un campamento guerrillero debía estar a un determinado número de kilómetros, como mínimo, de cualquier camino, de cualquier carretera, lo mismo respecto a los centros de población y resulta que eso no existe en el país. Nosotros tenemos una densidad de unos 250 habitantes por km cuadrado y está lleno de caminos por todos lados. Entonces, comprendimos una verdad que resultó la clave. Para nosotros la montaña, la selva, es el pueblo.<br />En vez de retirarnos, debemos pegarnos con la población, y eso lo hicimos en un primer momento, pero ahora venía el otro problema. La población se movía con nosotros. Éxodo de miles y miles. A mí me tocó un éxodo con alrededor de 12 mil personas. La gente no hacía el menor ruido, las madres con los hijos pequeños para evitar que lloren los ponían en sus pechos y aquello avanzando en la oscuridad con gallinas y cerdos, llevándose sus pertenencias y diciendo: “nosotros vamos donde van los fusiles porque no tenemos vida, nos van a exterminar”.<br />Entonces, la población se transformaba en carga. La población nos ayudaba a resolver el problema de la alimentación, del abastecimiento, de la medicina, pero a partir de ese momento, nosotros teníamos que alimentar a la gente, curarla, no sólo a nuestro ejército sino a la población.<br />Esa guerra no iba a ir a ninguna parte. Y seguía pareciendo la confirmación de lo que habíamos temido: que no se podía construir retaguardia.<br />Pero, esta idea de que el pueblo es la retaguardia, el pueblo es la montaña, la selva, la fuente de nuestro poder, nos llevó a encontrar el camino. Nos iluminó la experiencia de los vietnamitas. Por eso tiene tanta importancia la globalización de los de abajo. A esto los vietnamitas le llamaban “defender la legalidad de las masas”.<br />¿Qué quería decir? Debíamos convencer a la gente de que no se moviera, que dejara que lo hagamos nosotros, y que al llegar el ejército, simularan estar apoyando al ejército. Pero eso lo tenían que hacer miles de gentes, de niños, de ancianos, y eso sólo se puede lograr si la gente está de acuerdo, porque cada uno educa a su propia familia, y eso se logró.<br />Claro que, en el primer momento, logramos que se construyeran algunos refugios con protección internacional y de las iglesias, para llevar a los más conocidos y conocidas en apoyo a nosotros, a quienes se habían destacado más; y a la gente de mayor edad, para que no hubiera en un primer momento el peso de la angustia de la familia. Pero la gente decidió quedarse. Ya habían sucedido seis grandes matanzas horribles en donde morían de 300 a 500 personas. Una vez, luego de bajar un acantilado para pasar un río, cuando la gente iba subiendo en la mañana por un camino de rocas, la aviación los descubrió y les tiró, muriendo más de 120 personas. La gente aprendió a hacer la política -llamésmola así- de doble cara. Se quedaban a la llegada del ejército, lo recibían, le ofrecían de comer, entraban a las casas; esto lo aprendieron a hacer hasta los niños. Ayudó a la defensa de la población y a desinformar al ejército.<br />El ejército empezó a creer que tenía un gran apoyo y así se resolvió el problema de la retaguardia. Así se fue estabilizando todo aquello. El país quedó dividido en tres tipos de territorios.<br />Uno, los territorios bajo control del FMLN. No quiere decir zonas liberadas. Allí el ejército podía entrar y lo hacía, pero no se podía quedar, porque nosotros teníamos el dominio militar y territorial pero también el social y político; y si ellos se quedaban más tiempo sufrían un desgaste muy fuerte. Entonces, entraban en operativos calculados en el tiempo y luego se iban. Hubo territorios donde el ejército sólo pudo entrar luego de dos años; otros, cada 6 meses; otros, donde era más frecuente. Eran nuestras retaguardias.<br />Estaban los territorios bajo control del ejército enemigo. También en esos territorios nosotros entrábamos, podíamos realizar operaciones pero no nos podíamos quedar. Podíamos tomar una población durante un día, pero después teníamos que salir para evitar el exterminio. Eran sus retaguardias.<br />Había un tercer tipo de territorios: los territorios en disputa. Y en esto quisiera detenerme un poco, porque esta experiencia muestra la tremenda disputa entre la lucha armada, la lucha política, la lucha social. No es que unos hacen la lucha armada y otros la social, eso también había. En la retaguardia enemiga se desarrolló fuertemente el movimiento social, a pesar de la represión, los sindicatos, las organizaciones estudiantiles, los maestros, las organizaciones comunitarias. Eso era una expresión más o menos separada de las formas de lucha, separadas en tiempo y espacio.<br />Pero en las zonas en disputa había una vinculación inseparable en el tiempo, en el espacio y en las personas. Allí nosotros desarrollamos lo que llamamos trabajo de expansión. Unidades pequeñas de combatientes que iban a vincularse con la población. No iban a combatir. Si era necesario lo hacían, pero no era su misión. Es más, no tenían armas en las manos, salvo raras veces. Realizaban un trabajo con el apoyo de la gente, organizando redes de inteligencia de la población para que nosotros pudiéramos conocer el movimiento del enemigo. Redes de abastecimiento para organizar la compra de medicinas, material quirúrgico, de comida; o los cultivos por cuenta del FMLN.<br />El FMLN adelantaba dinero para que cultivaran y una parte de las cosechas se la estábamos comprando por anticipado. Quienes participaban de eso se estaban jugando la vida, entonces, había que hacer un trabajo político de ganar a la gente para organizar eso. Desde allí se preparaba gente para las milicias, y en un nivel más alto las guerrillas secretas. Se cumplían misiones, como por ejemplo: la realización de la línea permanente de sabotaje contra los tendidos eléctricos; o contra los transportes militares. La primera era más simple. A esa altura ya habíamos dinamitado todas las estructuras metálicas, es decir, las torres, y lo que había eran postes de maderas o de cemento. Esta fuerza primaria de combate se guiaba por la línea de que hay que convertir todo en armas. De tal manera, que nosotros no les suministrábamos explosivos sino que uno se hacía las herramientas.<br />Iban de una aldea a otra a cumplir esa misión, de tal manera que regresaban en la noche y no se sabía quién era. Si el poste era de cemento se lo derribaba con masa. Todo se hacía con herramientas de trabajo, en cualquier casa las hay.<br />Contra el transporte, allí sí había que enseñarles a manejar explosivos. Pero eran unidades de combate de dos y a veces de una persona. Ponían las minas, en algún recodo de algún camino donde frecuentemente pasaba el transporte, lo camuflaban y por ahí a unos 20 ó 25 metros, en un lugar alto, estaba el que iba a hacer estallar todo, con un cablecito de esos finitos y sin ninguna sofisticación, porque resulta que las sofisticaciones no sirven. Provocaban tremendos estragos. Ellos no andaban armados ni nada, estaban con sus herramientas de trabajo y seguían caminando.<br />En las ciudades pasamos a organizar la milicias, pero también los comandos urbanos. Es decir, que estábamos disputando el territorio y disputando la retaguardia. Sin vinculación profunda del trabajo político, de la lucha social y de la lucha armada, eso no era posible. Quería detenerme en esto para señalar los nuevos conceptos que han surgido de una experiencia como la nuestra. Ya ese viejo discurso de las formas superiores e inferiores no tiene sentido.<br />La guerra se fue desarrollando, y a finales de los años ‘80 nosotros teníamos un poderío muy grande. Es entonces que la historia mundial nos juega una mala pasada. Empieza a derrumbarse el campo socialista en Europa Oriental y la URSS, eso alargó la guerra. Nuestros enemigos estaban convencidos de su propia propaganda, nosotros para ellos éramos apéndices de aquello y si aquello se estaba cayendo nosotros también caeríamos. Estaban subestimando nuestras profundas raíces populares y nacionales y nuestras grandes ramificaciones internacionales.<br />Ya les dije que gran parte del financiamiento vino de Europa occidental. También tuvimos apoyo de los países socialistas. Pero también vino de los Estados Unidos, donde se organizaron una multitud de organismos de solidaridad y de relaciones múltiples y donde pudimos hacer un trabajo fuerte.<br />Sobre este trabajo internacional de solidaridad y diplomático quiero sacar una conclusión. Ese trabajo a nosotros nos desmitificó el mundo. Nosotros pudimos conocer a una gran multitud de países por dentro, no sólo a los escalones populares sino también en los niveles de relaciones con los Estados. En Estados Unidos con el Congreso. Hasta funcionarios del Departamento de Estado tomaron contacto con nuestra oficina. Eso nos dio un conocimiento más directo, y fuimos abandonando una serie de fantasmas con que nos movemos nosotros en la izquierda, de imágenes, que no sólo no corresponden a las realidades sino que nos impiden tomar contacto y movilizar genuinas fuerzas progresistas que se albergan en todos esos países. Que nos impiden conocer las diferenciaciones y hasta contradicciones que hay en las esferas de poder.<br />Nosotros establecimos relaciones con una variedad de fuerzas políticas mundiales. Teníamos relaciones con las fuerzas de izquierda y teníamos relación con los socialdemócratas y con la Internacional Socialista. Y con la Democraia Cristiana, mientras estaba gobernando Duarte en El Salvador, aliado de la cúpula militar asesina. Después que había sido aliado nuestro, se nos había dado vuelta la chaqueta. En un criterio lineal, como hemos acostumbrado nosotros, habríamos llegado a la conclusión que no debíamos tener ninguna relación con la Democracia Cristiana internacional. Pues no. Llegamos a la conclusión de que debíamos tener y tuvimos buena relación, y nos ayudaron a aislar a ese Partido Demócrata Cristiano que estaba jugando un papel muy negativo.<br />Realmente nosotros aprendimos a no aceptar límites en ese trabajo. Más bien era el enemigo el que tenía que ir corriendo tras nosotros para hacer un trabajo conspirativo cerca de las fuerzas con las que tomábamos contacto para que no nos hicieran caso y no tomaran relación con nosotros.<br />Creo que en esta época de globalización, si vamos a globalizar también nosotros, es necesario quitarse algunas telarañas de la cabeza. Es fácil también que lo coopten a uno, pero eso obliga a aclararnos más nosotros mismos, tener claridad de qué queremos. Siempre se pierde alguna gente en eso, siempre hay costos, pero así es todo y hay que aprender a administrar esas situaciones.<br />Todo esto desembocó en la negociación. No querían negociar con nosotros. La negociación la impusimos nosotros, era nuestra política durante la guerra.<br />En enero de 1989, está llegando a la presidencia de los EE.UU. Bush. Hay que recordar que los EE.UU. forman parte del bloque enemigo nuestro, no ideológicamente, sino activamente. Ellos estaban participando activamente para derrotarnos, con gran apoyo económico como no se lo han dado para luchar contra ninguna guerra revolucionaria en América Latina al poder de la reacción. Lo único que se compara a lo que pasó en El Salvador es la guerra contra los sandinistas, pero ya los sandinistas estaban en el poder. Pero a Somoza no entraron a defenderlo. A Batista no entraron a jugarse. En el caso nuestro sí. Más de 6 mil millones de dólares gastaron allí para aplastarnos y enviaron fuerza militar. No sólo tenían asesores.<br />Hace poco, ellos confesaron, pues le hicieron un homenaje a sus caídos. Allí salió a la luz que durante los 80 había habido un poco más de 5 mil efectivos militares en El Salvador, que habían estado participando en combates frecuentemente, por lo cual habían muerto algunas decenas. A pesar de que decían que estaban solamente aconsejando.<br />En varias ocasiones estuvo a punto de producirse una invasión. Todos ellos eran parte del bloque enemigo. Llegaba el señor Bush a la presidencia, con la fama de que era un político más pragmático y moderado que Reagan, y nosotros preparamos una propuesta de negociación.<br />Hay que decir que como nuestra búsqueda era la de una solución política negociada, a lo largo de toda la guerra hicimos más de 20 propuestas. Entonces hicimos la más audaz y arriesgada de todas las propuestas.<br />Ese año debía haber elecciones presidenciales en El Salvador y propusimos que se retrasaran por 6 meses para tener tiempo de organizarnos políticamente y participar de las elecciones, con el compromiso de que acataríamos y respetaríamos el resultado, y que además reconoceríamos como única fuerza militar en el país el ejército del Estado, siempre y cuando se autodepurara de elementos asesinos y el tercer punto, que se creara una Procaduría de defensa de los Derechos Humanos. Eso era todo.<br />Muy generosa, muy riesgosa. En un primer momento el Departamento de Estado hizo unas declaraciones de apoyo a la idea, sin comprometerse. En El Salvador, entre las diversas fuerzas políticas se convirtió en un gran debate. Fueron a dialogar con nosotros a México todos los partidos.<br />Ya cuando parecía que aquello iba a caminar, el gobierno de los Estados Unidos dijo: “no, hemos llegado a la conclusión que esa propuesta tan blanda tiene su origen en el descalabro que empieza a ocurrir en Europa del Este, y en otras palabras eso expresa el debilitamiento del FMLN” entonces, “hay que esperar y no hay que negociar, hay que esperar que se debiliten y los aplastamos”.<br />Rechazaron la propuesta. Nosotros teníamos mucha información. A esa altura nuestro aparato de inteligencia era muy fuerte, tanto en lo nacional como a nivel internacional. Nosotros supimos qué era lo que había pasado. Fue entonces que decidimos preparar una gran ofensiva. Porque esa lógica no se podía derrotar con otro discurso. El lenguaje político no siempre se hace con las palabras, también hay que hacerlo con los hechos.<br />En febrero de 1989 comenzamos a preparar esa gran ofensiva. Pero la orden la daríamos si se justificaba en el plano político concreto. Vinieron las elecciones. Salió de Presidente este señor Christiani del Partido ARENA, el más conservador de derecha.<br />Él en su discurso dijo que estaba dispuesto a dialogar, no a negociar. A esa altura, la solución negociada se había ido abriendo paso. Con el gobierno de Duarte hubo tres diálogos, no negociaciones.<br />La diferencia entre diálogo y negociación es muy clara. En el diálogo uno va a hablar de cualquier cosa y firma un comunicado diciendo que se va a volver a reunir, pero acuerdos, negociación concreta de puntos concretos, nada de eso.<br />Este hombre dijo en su discurso de toma de posesión que iba a dialogar. Nombró una comisión de diálogo con personas que no eran del gobierno, sino que eran personalidades, notables, y nosotros rechazamos eso. Se vieron obligados a formar otra comisión con ministros. Se hicieron dos diálogos. Por supuesto no llegaban a nada, porque la estrategia la determinaban en Washington y era esperar a que nosotros nos debilitáramos.<br />En el segundo diálogo, muy descaradamente, nos plantearon que 48 horas. después de terminada la reunión cesara unilateralmente la acción militar, se permitiera que el ejército del estado ocupara todo el territorio; además debíamos comprometernos a parar la guerra política. Tanto la del FMLN como acallar los sindicatos, las organizaciones populares, los partidos y las iglesias. Debíamos taparle la boca a todo el mundo. Yo no creo que hayan pensado que íbamos a aceptar, eso era un provocación. Nosotros presentamos todas nuestras propuestas por escrito y rechazamos esa. Entonces, nos comprometimos que nos íbamos a volver a reunir, como era tradicional en esos casos, pero días después realizaron una gran provocación en San Salvador. Dinamitaron un pequeño edificio que era la sede de la Federación de Trabajadores, en el momento en que estaba reunido su cuerpo directivo. Salió muerta la mayor parte de su dirección, una cantidad de trabajadores y trabajadoras que estaban allí. Entonces nosotros dimos la orden de inicio de la ofensiva general el 11 de noviembre de 1989. La ofensiva consistió en la invasión guerrillera sobre las ciudades principales, especialmente sobre la capital. Cuando estábamos combatiendo en San Salvador se derrumbaba el muro de Berlín. No podía ser más simbólico, el mensaje era claro.<br />Además, era un buen mensaje para nuestra propia gente. Por eso es que nosotros no sufrimos una gran crisis con ese derrumbe, claro que tuvimos estragos. La ofensiva se había propuesto derrotarlos como primer objetivo. Pero como ya los conocíamos y sabíamos que detrás estaban los norteamericanos que les reponían dinero y armamentos y estaban dispuestos a poner más; sabíamos que muy difícilmente iba a terminar - aunque no podía descartarse - en una victoria militar.<br />Habíamos diseñado un segundo objetivo: si no hay victoria militar hay que forzar la negociación, no el diálogo. Y eso es lo que nos permitió pasar a la negociación. Pero cuando ya la negociación se había iniciado, perdieron las elecciones los compañeros del Frente Sandinista en Nicaragua, y aquello hizo el efecto Alka Seltzer en las filas enemigas y en Washington. Se volvió a levantar la espuma y la tesis de que ahora sí no teníamos remedio, de que habían quedado cortadas todas las posibilidades, porque la posibilidad de Cuba, sin Nicaragua, no podía en la práctica implementarse. Entonces la negociación prácticamente no avanzó, en espera otra vez de que, como apéndice de aquel socialismo que se derrumbaba y de la revolución sandinista, nosotros también nos íbamos a derrumbar. Tuvimos que organizar otra gran ofensiva, menos conocida que la anterior pero muy eficaz militarmente, la de noviembre de 1990, con otro diseño más militar que político y les causamos enormes reveses.<br />¿Qué surgió de la negociación? No voy a hacer un balance general, ni voy a hablar de todo lo que allí se pactó. En términos generales se pactó una gran Reforma del Estado, en buenas cuentas la supresión de la dictadura militar, la desmilitarización del Estado y la sociedad, ése era el eje central. Se trata de un genuino desmontaje del aparato de la dictadura militar.<br />Primero: disolvimos las cuatro policías que estaban bajo control del ejército.<br />Segundo: disolvimos el servicio territorial que era del ejército. Disolvimos las defensas civiles que habían surgido en los días iniciales de la guerra y que llegó a ser un cuerpo armado de cerca de 40 mil efectivos, además del ejército regular. Disolvimos todas las unidades élites de contrainsurgencia que habían sido creadas con asesoría norteamericana. Tanto las de gran tamaño como las pequeñas. Se reformó la inteligencia, se prohibió al ejército hacer inteligencia política, en adelante sólo podían hacer inteligencia militar.<br />Claro que ellos tienen sus aparatos, pero financiar eso es cada vez más difícil. Hay que recordar que estamos en el Parlamento y está allí la discusión presupuestaria.<br />Ellos tratan de mantener una falta de transparencia de ciertos renglones del presupuesto militar pero se les está acabando. Se creó por separado un órgano de inteligencia del Estado no militar. Se redujeron los efectivos del ejército a la mitad, 30 mil. Sabíamos que eso no llegaría muy lejos. Se abolió la doctrina de la Seguridad Nacional y en la mesa de negociación negociamos otra doctrina muy diferente. La doctrina que hoy tiene el ejercito Salvadoreño surgió de la mesa de negociación. A tono con esto se reformó la educación militar, en una comisión que está integrada también por nosotros. Ya se hizo la reforma. Eso va a dar resultado a mediano plazo.<br />Se pactó la depuración del cuerpo de oficiales. Esta vez ya no con una comisión formada por ellos mismos. Se constituyó una comisión integrada por civiles salvadoreños, personalidades que dicho sea de paso actuaron con gran valentía. Nosotros dudábamos, pero la dictadura militar era un problema que estaba en la nuca de todo el pueblo y toda la nación.<br />Ya no quería la gente tener nada que ver con eso. No sólo la gente de abajo sino también la gente de arriba y de las capas medias. Entonces esa comisión cumplió un papel muy valiente y no hizo lo que ocurre en otros casos, que empieza a depurar a los mandos inferiores dejando intacto los superiores. Acá se empezó desde el Jefe del Ejército para abajo y pusieron fuera del ejército a una lista de 120 represores. No era todo lo que había que haber sacado. Pero por el hecho de haber perdido la cabeza, un pedazo de la mano, por allá la lengua, ya no podían ser los mismos. Además, los nuevos cargos fueron ocupados por nuevos oficiales. Se hizo la depuración.<br />Se reformó la Constitución en el punto de las misiones de las FFAA. Las FFAA a esa altura tenían una gran cantidad de misiones que estaban reforzadas por la Constitución del 83 que era una Constitución que surgió en la guerra y para la guerra. Allí el ejército era un suprapoder, de hecho lo era desde hace tiempo, pero desde entonces también constitucionalmente. Además de la defensa de la soberanía y del territorio (lo clásico en los ejércitos), ellos eran encargados de la seguridad pública, la paz interior, del respeto a las leyes y a la Constitución. Estaban por encima de la Corte Suprema de Justicia. Tenían tácticamente autorización constitucional para dar golpe de estado bajo cualquier pretexto.<br />Tenían a la sociedad bajo su control, no sólo en la cúpula del Estado sino hasta en el último rincón del país, menos la parte de donde los habíamos sacado.<br />Entre otras cosas les quitamos el ámbito de seguridad pública, de paz interna, sólo quedaron con defensa de la soberanía y de integridad del territorio.<br />Se constituyó una nueva policía, la policía nacional civil. Esa policía fue diseñada en la mesa de negociaciones. De allí salió su doctrina, su estructura, el plan de construcción, la creación de la Academia de Seguridad Pública.<br />Tuvimos un gran apoyo mundial en ese sentido. Del Secretario General de las Naciones Unidas que era el intermediador. De la mesa de negociación salió la Ley Orgánica de la Policía. Ése es el principal cambio en la práctica. Fue lo que le puso fin a la dictadura militar y le puso fin, no digo de manera irreversible, pero le puso fin a 100 años de regímenes autoritarios. Abrió espacios, que son los espacios que estamos peleando.<br />Se acabó la represión. No hay presos políticos y eso les hace muy difícil manejar las crisis. En este momento el país ha entrado en recesión. El empobrecimiento de la población ha crecido grandemente. Crece la concentración de la riqueza, la descomposición del tejido social, la gran ola de delincuencia, del crimen organizado. Hay un gran descontento que trasciende a los sectores populares. Por primera vez en la historia del país, es un descontento que abarca a sectores empresariales, no sólo a pequeños y medianos. El modelo neoliberal los está desmantelando.<br />Primera vez que coincide el descontento. En los viejos tiempos, ¿cómo se resolvían las crisis políticas? Había algún golpe militar. Y en la mañana siguiente el país se encontraba con que estaban poniendo en libertad a los presos, haciendo alguna amnistía, la gente iba a las puertas de las cárceles y parecía que iba a haber democracia, hacían alguna apertura temporal del ejercicio de la democracia y así capeaban el temporal.<br />Ahora no tienen ese recurso. Primero, no está la dictadura militar con su tremendo aparato; y segundo el descontento, a diferencia de todo este ciclo, gira alrededor del régimen político, del régimen económico - social. El descontento está allí. No es sólo el descontento popular. Es el descontento de esos sectores empresariales mayoritarios.<br />El FMLN se transformó, por los acuerdos, en un partido político. En los primeros tiempos eso fue muy difícil. Muy fácilmente se crean los organismos partidarios en todo el país, eso fue cosa de días. Otra cosa es aprender a hacer la lucha política en estas condiciones.<br />Nosotros la hacíamos en las otras condiciones. Los combatientes se enfrentan con un problema sicológico. Durante la lucha armada cada uno tiene su arma, se ha incorporado a la lucha por su voluntad, por considerar justa la causa. Tiene el arma en la mano y en el combate se realizan cada uno de los individuos. Hay una congruencia entre los objetivos, ideales y la acción. Cada uno siente que pesa y contribuye.<br />¿Qué pasa en la lucha política? Es otra cosa. La acción individual no pesa de la misma manera. La realización no ocurre tan automáticamente. Hay que aprender a dominar una multitud de temas. La lucha política se hace cada vez más complicada. Hay que ganar a la gente. Estábamos acostumbrados a ganar a la gente para aquel otro enfrentamiento. Ahora es otra cosa. Hay una gran disputa por la mente de la gente. Ya no es tan fácil distinguir quiénes son los buenos y quiénes los malos. En la guerra sí, yo estoy de este lado y los otros de aquel lado.<br />Además, aquel derrumbe del socialismo de estado también trajo algún derrumbe en la cabeza de algunos dirigentes que creyeron en el discurso del fin de la historia. Decidieron abandonar el barco de la revolución que según ellos era obsoleto e iniciar su tránsito a otra embarcación. Se fueron y formaron otro partido. Hoy son nadie. Si, ésto fue hasta muy simbólico porque hasta Joaquín Villalobos que había recibido un fusil que le regaló Fidel, como para lanzar un mensaje de que se había hecho bueno, se fue a México y en una ceremonia pública le entregó el fusil a Salinas de Gortari, el fusil que le había regalado Fidel Castro.<br />Todo aquello, al principio, causó mucha confusión, mucha frustración. Como la búsqueda de una solución política negociada fue nuestra posición durante toda la guerra y como era discutida por todos, en los frentes, en el exterior, en todas partes; era una política apoyada por todos. Así que la negociación no tuvo problema. La búsqueda de una solución negociada era unánime y siguió siendo unánime hasta el final. Todos los compañeros sabían que imponer la negociación era una victoria. De tal manera que cuando se firmaron los acuerdos de paz en México, la gente en las calles de San Salvador salió sin ningún miedo. Habían hecho en sus casas decenas de miles de banderas del FMLN que salieron a agitarlas a las calles. Fue un gran júbilo popular.<br />Si no hubiésemos negociado, ahí sí que la guerra se debilitaba. No por el derrumbe del socialismo sino por la falta de incorporación popular. Ya había cansancio. Son alrededor de 80 mil muertos. Ya se habían ido del país un millón de personas viajando ilegalmente a EEUU y al Canadá, a los países vecinos. La gente se fue cansando también. La solución negociada era una solución popular.<br />Y la vida está demostrando que hicimos bien. Lo que hicimos es traspasar la lucha de un escenario a otro. !!Si la lucha no ha terminado!!. Si nosotros hubiéramos esperado a estar debilitados, porque el problema no es tener o no armas. Ése es un problema a resolver y algún día se podrá escribir toda la historia de ingenio y heroísmo de nuestras líneas de abastecimiento internacional. Nuestros compañeros pusieron una gran creatividad y les pasaron en las narices armas a los yanquis y a todo el mundo.<br />Todo ese cuento de que tienen una gran sofisticación y que hablan en la TV sobre cuestiones computarizadas, ya habíamos aprendido nosotros la lección de los vietnamitas: oponer a la tecnología más sofisticada la técnica más primitiva.<br />El problema no eran los armamentos, el problema decisivo es otro: los que empuñan las armas y la continuidad de la incorporación del pueblo al combate. Una vez que la guerra se desarrolla comienza a haber bajas. Si no hay voluntad para reponer las bajas no se puede mantener la guerra, y si no hay voluntad para incrementar más allá de las bajas el número de los que se incorporan, no se puede crecer. Así de sencillo. Cuando ese factor comienza a debilitarse, hay que saberlo medir. Si nosotros hubiésemos esperado para negociar varios años más tarde, hubiésemos estado en condiciones muy desventajosas.<br />Otra cosa es Guatemala, allí los yanquis no se llegaron a involucrar. Más bien creían que ahí podían hacer el ejercicio de castigar a los militares y presentar eso como un botón de muestra de su política de democracia y de derechos humanos. Cada vez que querían hacer una demostración de su democracia le aplicaban castigo a los militares guatelmatecos. Los militares en Guatemala llegaron a tener urticaria contra los gringos. Si uno los escucha hablar parecen todos antimperialistas. En Guatemala los compañeros, aunque en condiciones más débiles que nosotros han obtenido una negociación muy interesante con puntos muy importantes. Pero son distintas las correlaciones, el contexto en el que actuamos nosotros y en el que están actuando ellos. Sin desmedro de lo que ellos están haciendo. Nosotros celebramos que los compañeros aprendieron bastante de nuestra negociación incluso yendo más lejos en muchos temas.<br />Una vez que esto se comenzó a aplicar en la práctica, lo que obtuvo el nivel más alto de cumplimiento fue la reforma militar, porque había un interés generalizado en la sociedad. Otros temas son los que aún no terminan de cumplirse hasta ahora. Sigue la disputa en eso. Yo creo que hicimos bien, teníamos razón. Se han abierto enormes espacios. Nosotros estamos actuando en esos espacios. Luego de haber pasado cierta turbulencia, ahora somos mucho más fuertes. Además nos hemos unificado más. Resolvimos disolver las estructuras del FMLN y dimos una sola estructura. Con la libertad de que pueden existir corrientes de pensamiento y expresarse, pero sin tener estructuras que tomen decisiones paralelas. Hoy el FMLN está más unificado. No sólo por eso, el pensamiento es más unificado y más coherente.<br />El FMLN se ha definido como un partido revolucionario, democrático y socialista. Dentro de ese marco puede haber matices y hay una gran democracia interna. Se acabó la designación de directivos por negociación o a dedo. Ahora hay votación directa y secreta. No todo es virtud. Eso de la votación directa y secreta trae también sus complicaciones, a eso hay que agregarle que se ha adherido gente que no viene de la experiencia anterior, con ambiciones de candidaturas. Hay quienes tratan de convertir eso en una lucha por candidaturas, formar sus grupos, hacer clientelismo. Ése es el riesgo y hemos desatado una permanente lucha.<br />A veces uno escucha hablar que la democracia y la participación resuelven todo. Y no, eso comienza a crear un nuevo tipo de problema, que tiene una gran capacidad de descomposición. No basta con promover la democracia. Hacen falta un montón de otras cosas para que efectivamente la democracia vaya limpiándose por la acción de la gente misma. La elevación de sus niveles de conciencia, la elevación de la ética en política, tiene que ver no sólo con la corrupción del Estado, sino al interior de nuestros propios partidos. Y uno no termina de sorprenderse cuando empieza a ver a gente que uno conoce desde hace tiempo que fueron una maravilla, sacrificándose por todo y ahora los ve lanzados a una politiquería corruptora.<br />El FMLN salió de las elecciones del 94 como la segunda fuerza política del país. Desde entonces hasta acá, esto se ha consolidado y ha crecido. La distancia entre el partido y el gobierno es muy estrecha. Habrá elecciones a diputados y alcaldes en 1997. Con toda seguridad nosotros vamos a subir bastante más y en el ‘99 va a haber elecciones presidenciales. No quiero que se formen la idea de que vamos en marcha triunfal. En este negocio de las elecciones puede ocurrir cualquier cosa, como se ha visto en Sudamérica y los compañeros brasileños pueden explicarlo mejor que yo.<br />Pero, lo que hicimos con la negociación está jugando su papel. En el terreno económico - social se puso en marcha un proceso de concertación multisectorial en el que está participando el movimiento popular, los partidos progresistas y las organizaciones de las empresas privadas; tratando de concertar un plan nacional de desarrollo económico social alternativo al neoliberalismo, alternativo al esquema de gobierno. La lucha ha pasado a otro terreno, pero la lucha continúa.<br /></div>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-1029840569373636202009-05-26T15:18:00.001-07:002009-05-26T15:21:29.016-07:00<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CNatasha%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="Edit-Time-Data" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CNatasha%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_editdata.mso"><!--[if !mso]> <style> v\:* {behavior:url(#default#VML);} o\:* {behavior:url(#default#VML);} w\:* {behavior:url(#default#VML);} .shape {behavior:url(#default#VML);} </style> <![endif]--><link rel="themeData" 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"Times New Roman","serif"; font-style: italic;">Mónica Baltodano </span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt; text-align: justify; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Pequeña introducción histórica</span></b><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br />
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Para hablar de la situación actual del Sandinismo en Nicaragua es útil recordar que estamos hablando de un pequeño país de Centroamérica, uno de los más empobrecidos y expoliados de nuestra América, varias veces intervenido militarmente por las tropas norteamericanas desde su independencia de España en 1821.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Contrariamente a muchos países de América Latina, Nicaragua no conoció una etapa de desarrollo democrático y de fortalecimiento de sus instituciones. Su secular atraso económico propició también el atraso de su clase política. Después de un intento fallido de una revolución liberal, a finales del siglo XIX, Nicaragua ocupada militarmente por las tropas yanquis pasó a ser prácticamente un protectorado norteamericano. Administrado alternativamente por los dirigentes locales de los partidos tradicionales llamados liberales y conservadores.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> En los años 20 surge una generación de patriotas que se enfrenta a la oligarquía y a los marines yanquis. Encabeza esta resistencia Augusto C. Sandino, General Hombres Libres, quien con miles de campesinos descalzos forma el Ejército Defensor de la Soberanía Nacional y lleva adelante una lucha guerrillera de carácter patriótico, nacionalista y antiimperialista, que cuestiona el régimen oligárquico prevaleciente y propone también importantes cambios sociales.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> En 1933 Sandino y su ejercito de campesinos expulsa a los invasores, pero los marines ya habían organizado un ejército títere, y formado a sus principales cuadros. El principal de ellos, Anastasio Somoza, convertido en jefe del ejército, asesina a Sandino el 21 de Febrero de 1934. A partir de ello se abre un período de represión y muerte contra los dirigentes y campesinos sandinistas, junto con la implementación de un modelo de gobierno inicialmente de corte paternalista, que se transforma en una de las más feroces y prolongadas dictaduras de América. Este fue un largo período de represión, de obscura noche y descenso de las luchas populares.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> El atraso económico, la inexistencia de una clase obrera y sus organizaciones, junto con la represión, limitaron el desarrollo temprano de luchas por la democracia, y no digamos de luchas por transformaciones más radicales. Durante muchos años el rol de oposición a la dictadura fue ocupado por el oligárquico Partido Conservador. El pueblo permanecía sometido a los dos partidos tradicionales. Las elites de ambos partidos pactaron numerosas veces el reparto de cuotas de poder entre ellos, ignorando los intereses del pueblo.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Con un analfabetismo superior al 60 %, y con una férrea dictadura, las ideas revolucionarias comienzan a hacerse presentes a través de literatura clandestina, de reducida circulación. Aunque se había fundado un Partido llamado Socialista en el año 1944, el economicismo, legalismo y eventualmente la cooptación por la dictadura de algunos de sus líderes, no le permiten jugar un rol de mayor relevancia.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Carlos Fonseca, el continuador de Sandino y Fundador del Frente Sandinista ilustra esta realidad con la siguiente reflexión: <i>“Después del asesinato de Augusto C Sandino o lo que es lo mismo, desde la implantación del régimen somocista, durante mas de veinte años, la lucha popular de Nicaragua estuvo bajo la exclusiva dirección de políticos que representan una posición capitalista. Estos políticos, por lo general titulándose conservadores, a veces titulándose liberales, llevaron al fracaso la lucha popular, paralizaron las acciones de las masas obreras y campesinas, paralizaron a todas las personas dignas y volvieron impotente al pueblo. Los métodos de acción política de estos elementos, sus tendencias a las pláticas por arriba, despreciando el combate popular por reivindicaciones sociales y revolucionarias, penetraron - incluso - al movimiento estudiantil”.</i></span><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(2) </span></i><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> En 1956 se forma de manera independiente la primera célula marxista revolucionaria, en la cual se integra Carlos Fonseca como miembro del ala radical del PSN. Ese mismo año, el Patriota Rigoberto López Pérez ajusticia al Tirano. Se inicia así el proceso de ascenso de la lucha revolucionaria. El contexto internacional que se abre posteriormente en el que destaca la revolución cubana, favorece este ascenso, que se expresará en múltiples intentos organizativos y guerrilleros que conducen al nacimiento del FSLN en 1963.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Tras casi 20 años de lucha guerrillera clandestina, inicialmente en las montañas, que toma luego un énfasis insurreccional en las ciudades, el FSLN se convierte en el mayor movimiento social que ha conocido nuestra historia, al combinar la lucha política, la lucha social y la lucha militar, hasta llegar a ser una formidable fuerza popular victoriosa que vence política y militarmente a la dictadura somocista que había sido sostenida durante mas de 40 años por el imperialismo norteamericano.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> El 19 de Julio de 1979 triunfa la Revolución Popular Sandinista. Con esta victoria, se derrocó a la dictadura y se cierra una de las páginas más tristes de la historia nacional, abriendo las oportunidades a todos los sectores sociales de construir una Nicaragua, con independencia nacional, democracia popular y justicia social.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> No pocas de las transformaciones iniciadas a partir de esa victoria permanecen aún, aunque algunas de ellas persistan, tan solo como referencias inolvidables, de un acumulado histórico innegable. En esa amalgama de pasado y presente, de lo que es y lo que fue:</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></p> <ul type="disc"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">La apertura y consolidación de la democracia formal. Democracia instaurada por la revolución.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">La conquista de la dignidad e independencia nacional, trasformada entonces en cultura popular. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">La abolición total de los órganos represivos, al servicio de la dictadura, y la construcción de nuevas instituciones profesionales y constitucionales para la defensa y orden interno.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">La Democratización de la propiedad, que los procesos de contrarreforma emprendidos, no ha podido revertir de manera absoluta. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">El desarrollo de masivas organizaciones populares y sociales</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">El desarrollo de una cultura de solidaridad y fraternidad, expresada masivamente en la Cruzada Nacional de Alfabetización. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">La conciencia de los Derechos de las mujeres, que comenzó por la conciencia de la autoestima en miles de nosotras</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">La poesía, el canto, la música, la pintura, las danzas, que florecieron en medio de la agresión y la guerra: ¡fructificó la esperanza!</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">El resurgimiento del antiimperialismo sandinista y el internacionalismo.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">El establecimiento de un Estado promotor de los derechos sociales básicos de la población.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li></ul> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt; text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> La contrarrevolución animada y sostenida por el gobierno de Reagan, aplicando su estrategia de “guerra de baja intensidad”, fue factor determinante en la derrota electoral que sufrió el FSLN en las elecciones de 1990.. Reagan no pudo derrotar militarmente a la revolución, pero se habían creado las condiciones políticas para la victoria electoral de la derecha unificada en la UNO* que obtuvo 53% de los votos contra el 42% del FSLN en 1990.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Diez años de guerra de resistencia destruyeron y volvieron inviable nuestra frágil economía, los desproporcionados costos humanos, las carencias materiales, la inflación incontrolable, el dolor de los muertos por más 50 mil, y el desplome de Unión Soviética habían creado el desaliento en una parte del pueblo y con ello las condiciones para la derrota político-electoral.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Los gobiernos conservadores y neoliberales que gobernaron Nicaragua desde entonces, se concentraron en el restablecimiento pleno del modelo capitalista y su economía de mercado, en restaurar al capital criollo y su clase política. Revirtieron casi todas las transformaciones, políticas y sociales que pudo hacer la revolución. Se emprendió un abierto proceso de cooptación del liderazgo sandinista. La paz, se convirtió en la paz de los sepulcros para la mayoría y una nueva minoría tomaría las riendas del país. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br />
<br /> </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Sobre la organización popular</span></b><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> En la lucha contra la dictadura no fue posible desplegar a plenitud la organización reivindicativa del pueblo, debido a la represión. Sin embargo, sectores como el magisterio, obreros de la construcción, organizaciones del campo, de mujeres y de manera especial organizaciones de estudiantes universitarios y de secundaria pudieron llevar a cabo, en medio de la más cruda represión, luchas sociales que fueron predecesoras de la explosión de organización popular que se experimentó en la década revolucionaria.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Masivos sindicatos sandinistas de la ciudad y el campo, movimientos barriales y comunales en la ciudad y el campo, organizaciones estudiantiles, una organización nacional de mujeres, y hasta organización de niños sandinistas, constituyeron el tejido del movimiento social entonces en el poder. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Hay que decir – simplificando- que toda esta organización popular se concibió como instrumento de una estrategia de defensa de la revolución amenazada. Fuerza popular que tenía como elemento central, la conducción político estatal de la vanguardia, el FSLN. Ello explica en parte porque las organizaciones populares no se pudieron desarrollar de manera autónoma. No alcanzaron levantar frente al estado revolucionario sus propias reivindicaciones y la defensa de sus propios intereses. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Quizás la única organización que pudo lograr cierto espacio para sus propias reivindicaciones fue la Unión Nacional de Agricultores y Ganaderos, (UNAG) que aglutinaba a pequeños y medianos campesinos, con relativa independencia material, que actuaba en los sectores rurales del país, escenario principal de la confrontación armada con la contra revolución. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Asimismo, sectores de mujeres, influidos por el feminismo, empezaron a reivindicar su autonomía desde mediados de los años 80, logrando constituirse después de la derrota del 90 en uno de los movimientos sociales autónomos más significativos de la década de los 90. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br />
<br /> </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">La transmutación del sandinismo en danielismo a partir del 90.</span></b><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Como hemos señalado en otras ocasiones, la derrota coincidió con la capitulación del socialismo real y el reflujo mundial de las ideas revolucionarias. Esto influyó en la desmoralización y dispersión de la conducción revolucionaria y en la incapacidad de desarrollar una estrategia de resistencia, en las nuevas condiciones. La acción sandinista- luego de la derrota del 90 osciló entre la lucha popular para negociar desde arriba y el reparto de cuotas de poder y seguridades a la dirigencia sandinista, representante institucional, del potencial de fuerza que aún quedaba de la organización popular. Resumidamente los resultados de esos años fueron </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></p> <ul type="disc"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">El desmontaje de las principales transformaciones, en especial las referidas a la propiedad social. Poco a poco las propiedades importantes volvieron a sus antiguos dueños y no pocas fueron repartidas a favor de un grupo de sandinistas, creándose así la acumulación originaria del actual grupo económico y empresarial sandinista.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">De la conducción colectiva se involucionó hacia el caudillismo de Daniel Ortega, quien termina controlando completamente el aparato del partido y las direcciones de las organizaciones populares afines. El control fue posible gracias a la sucesiva expulsión y toma de medidas represivas contra quienes disentían de su línea y forma de operar. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Además de ser el único secretario general del partido, desde 1979, Daniel llegó a establecer el principio de que sólo el puede ser el candidato del FSLN, prácticamente para él “el partido soy yo”. Publica y oficialmente ha declarado que él es el eterno candidato porque sin él “solo queda el caos para el sandinismo”.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Al colocar el tema de compartir el poder como el asunto primordial de su estrategia, Daniel Ortega llevó al FSLN (1998) al establecimiento de un Pacto de alternabilidad y repartición de todos los órganos del estado con uno de los grupos más importantes de la derecha. El PLC con el caudillo Arnoldo Alemán</span><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(3)</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> a la cabeza, dirigido por reconocidos políticos somocistas quienes también construyeron otro grupo económico emergente, a partir del uso y abuso de los bienes del estado. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">William Grigsby lo define de esta menera.<i> “En 1998, con el gobierno de Alemán, viene otro quiebre. Había dos opciones: convertirse en un partido del sistema y empezar a compartir cuotas de poder o mantener la opción revolucionaria. En ese momento, el Frente, tal como estaba, ya no era capaz ni de ganar elecciones ni de ganar luchas populares. Había que cambiarlo. Y empezó una lucha adentro. Dura. Por la puerta trasera, casi escondidos, subrepticiamente, se metieron los del que se llama Bloque de los Empresarios, que empezó desde entonces a tener una influencia poderosa dentro del Frente. Y comenzó a agarrar fuerza la corriente que proponía que había que negociar, que había que buscar espacios de poder, que había que prepararse para elecciones, que no era tiempo de luchas revolucionarias de masas, que la correlación de fuerzas internacional no era favorable... Así se comenzó a construir el pacto con el PLC. El primer eslabón del pacto fue la reforma a la Ley de Propiedad, a mediados de 1997. Y detrás vino lo otro y lo otro” .</i></span><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(4)</span></i><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li></ul> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt; text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">El pacto, es decir la política de reparto del poder permite que ambos caudillos controlen hasta hoy todos los poderes del estado, Corte Suprema, Consejo Supremo Electoral, Contraloría de la República, Jueces, Magistrados de apelaciones. Todas las decisiones relevantes de estas instituciones dependen directamente de Daniel y Alemán y son utilizadas también para premiar a los amigos y castigar a los adversarios</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></p> <ul type="disc"><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">El presidente Bolaños (2002 -2007), gobernante conservador, quiso distanciar las decisiones del Estado de la influencia de la alta jerarquía eclesiástica, en particular del Cardenal Obando. Lo que dio origen a fuertes contradicciones de Bolaños con el mando superior de la Iglesia. Las mismas fueron aprovechadas por Daniel Ortega para articular un nuevo pacto, esta vez con el alto jerarca de la iglesia católica. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Esta última alianza ha conducido al FSLN a comportarse como un partido confesional en donde, por encima de la ideología histórica del FSLN, prevalece ahora un mensaje cargado de religiosidad. De manera invariable, todos los principales actos partidarios y ahora del Estado, están presididos por un </span><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(5)</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">jerarca de la iglesia católica. Esta “santa” alianza condujo últimamente al FSLN a la derogación del aborto terapéutico establecido en el código penal nicaragüense desde el siglo XIX. En Ocasión de la criminal derogación del aborto terapéutico, Rosario Murillo esposa de Daniel Ortega, vocero oficial del partido y del gobierno declaró:<i> "Somos enfáticos: No al aborto, sí a la vida. Sí a las creencias religiosas; sí a la fe; sí a la búsqueda de Dios, que es lo que nos fortalece todos los días para reemprender el camino", “el FSLN respalda la posición de la Iglesia Católica y de las iglesias en general, "contra el aborto en cualquiera de sus formas porque es un atentado contra la fe, contra la vida”</i></span><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(6)</span></i><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> </span></i><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">El principal compromiso de Daniel Ortega con Alemán fue la desmovilización de la lucha popular a cambio de cuotas de poder institucional. En efecto para 1997 la lucha de masas parecía haber llegado a su fin. Las organizaciones cuyos principales dirigentes pasaron a ser diputados, o parte de las estructuras de poder, dejaron de resistir y luchar. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Durante los últimos 16 años el FSLN de Daniel Ortega, terminó por ser un aliado indispensable en la aprobación en el parlamento de las políticas neoliberales en Nicaragua. Los gobiernos pedían gobernabilidad, y daban a cambio seguridad personal, espacios institucionales, ventajas en los negocios y propiedades recién adquiridas a los nuevos capitales sandinistas, ligados al caudillo.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Todos los planes de ajuste, las condicionalidades del FMI, las reformas de las leyes del país que protegían a la economía nacional, las privatizaciones de las comunicaciones, de distribución de la energía, la seguridad social, fueron aprobadas, sin resistencia alguna y por decisión de Daniel Ortega.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li><li class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Expresión culminante de este proceso fue la aprobación del TLC con Estados Unidos. Introducido al parlamento, por el presidente del mismo, el dirigente sandinista René Nuñez, por expresa orientación de Ortega. Como si no fuera suficiente a principios del 2006 fueron los votos de la bancada del FSLN los que permitieron que dicho tratado entrara en vigencia, con la aprobación de las llamadas leyes complementarias. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></li></ul> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; line-height: normal;" align="center"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">¿Existe una izquierda en Nicaragua? </span></b><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span></b><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> El escenario electoral del 2006</span></b><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt; text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Aunque el FSLN en los años 80 no llegó a proclamar oficialmente desde el gobierno que su meta era la construcción del socialismo, como fuerza de izquierda revolucionaria, su orientación no admitía lugar a dudas. La lucha por la Liberación Nacional y el Socialismo habían sido proclamadas por el FSLN de Carlos Fonseca. Debemos reconocer sinembargo que la dirigencia superior e intermedia de los años ochenta tenía una variada composición, que incluía desde militantes con formación marxista y clara definición ideológica que aspiraban a un cambio integral del sistema, hasta dirigentes y personalidades cuyo énfasis era el poder, la democracia formal, y cambios únicamente en el sistema político, es decir, derrocar a la dictadura para instaurar la democracia.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Daniel Ortega como dirigente nunca se inscribió dentro de los comandantes con una formación y perfil de liderazgo ideológico. Quizás en parte por ello fue incorporado a la Junta de Gobierno de Reconstrucción Nacional y luego propuesto a presidente para las elecciones de 1984. Su liderazgo fue una larga construcción que se terminó de reafirmar después de la derrota del 90, cuando su condición de ex presidente, principal responsable de las decisiones en las negociaciones de la transición y de todas las luchas iniciales de resistencia, le permitió gozar hasta hoy de muchas prerrogativas. Muchos años de proyección publica, seguridad, una pensión económica igual al salario del presidente de turno, tiempo y abundantes recursos, para movilizarse por todo el territorio nacional. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Ortega ha tenido un comportamiento pendular. Hablando con los contenidos mas disímiles según su auditorio, desde la defensa de la propiedad privada, de los banqueros locales, el libre comercio y el TLC, alineado con el Vaticano, hasta una retórica antiimperialista a ultranza desde el podium de Naciones Unidas..</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> El FSLN desprovisto desde hace ya un buen tiempo de los referentes claves de un partido de izquierda, ideología, conducción colectiva, principios, formación política, debate político, respeto a la institucionalidad partidaria, se ha quedado esencialmente con una numerosa y fuerte base política que simplemente se adhiere a la tradición de ser sandinista y con un solo referente, la figura predominante de Ortega. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> <i>Hoy se puede decir que hay sectores que son más danielistas que sandinistas y casi otorgan a Ortega categoría de deidad</i></span><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(7)</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">. Este fenómeno unido a una política interna de concesión de puestos y prebendas a los “leales” y palo, exclusión y castigo para los críticos, explican en parte la capacidad de Ortega para mantener el estatus quo al interior del partido. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> La campaña electoral del FSLN en el 2006 se realizó con los lemas de paz, reconciliación, amor y la voluntad de Dios. Se ampliaron alianzas con sectores otrora somocistas, hasta el punto que Ortega llevó como vicepresidente a uno de los principales operadores de la CIA que actuaba como parte de los líderes civiles de la contra en los años 80</span><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(8)</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> <i>Rosario Murillo, jefa de campaña y esposa del Presidente Ortega, proclama los nuevos enfoques ideológicos del FSLN Y el contenido campaña electoral de la siguiente manera: </i></span><i><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span></i><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">“Si estamos juntos como nicaragüenses, como hermanas y hermanos, como discípulos y como maestros, si estamos juntos para afirmar la Vida no hay fantasmas que puedan asustarnos ni provocaciones o manipulaciones que continúen asaltando nuestro porvenir. Y agrega: Y si tenemos conciencia de Evolución y Amor, somos Arca de Alianza, Perdón y Reconciliación, Encuentro y Compromiso, grito en Jericó, movimiento, profecía, trompeta, unidos para derribar los muros de la arrogancia, el egoísmo, la indiferencia, la separación y la vulgaridad, esas terribles murallas que al caer nos dejarán abierto el paso, al cambio, a la Vida en la Tierra Prometida</span></i><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(9)</span></i><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">. </span></i><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> En este escenario, la presencia de una fuerza alternativa que se ubicara a la izquierda de Ortega era sumamente importante. Sin embargo no se pudo lograr.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> La Alianza MRS integrada por distintas agrupaciones y movimientos políticos con distintos niveles de radicalidad, se expresó como una fuerza que ofrecía acabar con el pacto, la corrupción, con la subordinación de las instituciones a la lógica de los caudillos. Pero no se presentó con un programa que incorporara una propuesta alternativa a los gobiernos neoliberales, dispuesta a acabar con la subordinación al consenso de Washintong. Si bien denunciaba a los gobiernos anteriores, el uso del aparato del estado para favorecer a las elites empresariales, en especial del sector financiero, y ofrecía una política tributaria y distributiva mas justa, no se interesó en perfilarse como una fuerza de izquierda.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Efectivamente, en la <b>Alianza MRS</b>, coexisten fuerzas de distinto matiz ideológico. El <b>Rescate del Sandinismo</b>, un movimiento sin personería jurídica, aglutina a luchadores sandinistas con reconocida militancia de izquierda, antiguos cuadros y dirigentes del FSLN de vinculaciones y raíces más populares. Por otro lado en el <b>Partido Renovador Sandinista</b>, prevalecen quienes se autoproclaman de centro izquierda. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Mientras algunas personalidades de la Alianza como Ernesto Cardenal y Carlos Mejía Godoy se proclaman antiimperialistas, algunos dirigentes como el propio candidato a la presidencia no tienen una posición de oposición al neoliberalismo. En realidad, en el conjunto de esta alianza se hace un marcado énfasis en los cambios político institucionales mas que en la modificación del modelo, aunque hay que reconocer como lo dijo Houtart- <i>“que es conocida y probada la honradez moral de sus integrantes”.</i></span><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(10)</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> En definitiva en las pasadas elecciones la izquierda electoralmente hablando de nuevo apareció representada por Daniel Ortega. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; line-height: normal;" align="center"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Victoria electoral 2006. ¿Es esto un gobierno de Izquierdas?</span></b><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> En estas elecciones el FSLN decreció en términos absolutos y relativos. Subsanó el decrecimiento (10%) entre los sandinistas gracias a una política de alianzas pragmática pero el resultado de 37.9 % de los votos validos, confirma que la verdadera fortaleza de Ortega fue la capacidad de alimentar y sostener la división de sus adversarios políticos. Los liberales que habían obtenido más del 50% de total de votantes, al presentarse divididos perdieron. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> En los primeros días el gobierno hizo importantes anuncios sociales: se suprimirían de inmediato los cobros en las escuelas que se habían disfrazado de “contribuciones voluntarias”, se eliminarían los cobros en los hospitales públicos y se entregarían medicinas gratuitas a la población. Igualmente se anunció el programa hambre cero que otorgaría una contribución directa cercana a los dos mil dólares a 75 mil familias campesinas en los 5 años de gobierno, o sea unas 15 mil familias promedio anual. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> La presencia del Presidente Hugo Chávez en la toma de posesión, también se acompañó de importantes anuncios, como la garantía de un flujo de 10 mil barriles de combustible diario, 40% del cual seria pagado a un interés concesional y a 25 años de plazo,</span><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(11)</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> la apertura de una representación del BANDES (Banco Nacional de Desarrollo de Venezuela) y el ofrecimiento de 10 millones de dólares para financiar a bajos intereses el sector agrícola campesino. Adicionalmente se firmó el compromiso de instalación de una refinería para procesar 150 MBD. que permitirá abastecer el mercado regional centroamericano. Importantes programas de salud para los sectores populares similares a los de Venezuela con Cuba, etc.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> La tónica de la relación con Venezuela ha marcado en mucho la retórica oficial, que suscribió con entusiasmo el ALBA y se ha sumado aunque con una retórica tímida y discreta a la propuesta de construcción del socialismo siglo XXI . </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br />
<br /> </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Políticas económicas: más de lo mismo</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> A principios del 2007 Ortega confirmó que no tenía ninguna intención de modificar la esencia de las políticas económicas de los anteriores gobiernos neo-liberales. Se mantendrían las relaciones con el capital internacional y nacional y la subordinación del estado Nicaraguense a las condicionalidades del FMI pidiéndole si, una mayor flexibilidad para los programas sociales. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> En esa dirección pagó de inmediato a los banqueros nicaragüenses mas de 100 millones de dólares de la onerosa deuda interna</span><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(12)</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> y reafirmó en todas sus letras el Presupuesto General de la República tal cual lo dejó el gobierno conservador que le precedió. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Al pasar de los meses, la cuestionada política fiscal no ha sido revertida. Importantes sectores incluyendo los bancos siguen obteniendo exorbitantes ganancias que no son gravadas.</span><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(13)</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> El diálogo directo del gobierno con los grandes empresarios se ha realizado exitosamente hasta hoy, y no hay expresiones de descontento de los principales capitalistas, tanto nicaragüenses como de la de la región centroamericana. La oligarquía criolla, en particular financiera, va de la mano con el gobierno de Ortega por lo menos hasta ahora. Recientemente logró negociar, siempre en secreto, un acuerdo de tres años con el FMI que viene de ser firmado. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Su comportamiento dual puede ser ejemplificado con un caso. Mientras en una concentración de obreros de las centrales sindicales afines al FSLN Ortega atacó fuertemente a la transnacional UNION FENOSA, se comunicaba por debajo con el Rey de España para propiciar un entendimiento con esta empresa garantizando su estabilidad y permanencia en el país como monopolio distribuidor de la energía. Lo que efectivamente se hizo y de manera pública. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> En fin, desde el primer día, el gobierno mostró los rasgos que lo han caracterizado hasta ahora: Una política pendular, muy determinada por las influencias inmediatas, un discurso radical, altisonante, izquierdista, unido a una práctica concreta en materia económica que no se diferencia sustancialmente de los gobiernos de la derecha. Las mismas políticas neo-liberales con un poco mas de sensibilidad social. Adicionalmente ha mostrado una tendencia a la concentración de poder, al secretismo, al control y un menosprecio a la institucionalidad democrática del país que para un importante sector, en especial profesionales, estudiantes y clase media resulta preocupante. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br />
<br /> </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Corrupción, la privatización de la ayuda venezolana, relaciones con Estados Unidos y democracia</span></b><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Uno de los desafíos del gobierno de Ortega es hacer una administración transparente y honrada luego de su cuestionada relación con Arnoldo Alemán, sin embargo las primeras señales van en dirección contraria. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> En estos días se hizo publico, un conocido rumor que desde una oficina de la secretaria del Frente -convertida hoy en Casa Presidencial- se deciden y se consiguen fallos favorables de tribunales de justicia, civiles y penales, siempre que “aporten” a sus "jefes" buenas ganancia económicas o políticas. La denuncia ubicaba al ex diputado FSLN Gerardo Miranda como el operador de un chantaje millonario a una empresa turística en un conflicto de tierras en una de las playas del pacifico. El diputado conservador Alejandro Bolaños Davis confiado en su status de inmunidad respaldó y dio amplia difusión a la denuncia. La reacción del gobierno fue la de usar todo el poder del pacto con Alemán y contra toda ley y legalidad defenestraron del parlamento al diputado Bolaños. La oposición y denuncia de la corrupción te puede costar tu cargo, fue el mensaje.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> El manejo de la generosa ayuda Venezolana, al margen del presupuesto de la República es también fuente de corrupción y clientelismo. Centenares de millones de dólares quedan fuera de los controles estatales. Serán empresas mixtas, con un manejo privado, y presididas por conocidos incondicionales suyos quienes administraran estos importantes recursos.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Desde la propia campaña electoral las fuerzas danielistas recibieron urea para ser entregada masivamente a los campesinos. Después de las elecciones el gobierno anunció que seguiría recibiendo mas urea, pero su manejo ha sido discrecional, clientelar y al margen de los controles institucionales</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Como afirmó el principal dirigente de la Federación de Cooperativas <i>“El gobierno usa la urea, un recurso económico, para hacer clientelismo político. De hecho, eso es lo que está pasando. Porque a la urea venezolana hasta hoy le han puesto tres precios: el que le dan al distribuidor con afinidad partidaria, el que le dan a los dirigentes de gremios privilegiados y el que le dan a los comunes y corrientes. Y eso no es justo, no es educativo, no es correcto e introduce una serie de deformaciones. Eso es un semillero de corrupción.</i></span><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(14)</span></i><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> </span></i><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> En este divorcio entre discurso y realidad se ubica también las relaciones con el gobierno norteamericano. Por años Ortega había sostenido frente a los norteamericanos que la preservación de los misiles defensivos SAM-7 en manos del Ejército no es negociable. Que es un asunto de soberanía y seguridad nacional. Sin embargo mandó a su canciller a Washington para ofrecer la destrucción de una buena parte de los mismos a cambio de equipos médicos y medicinas norteamericanas. El ofrecimiento luego se hizo público y según informan oficialmente está en proceso de negociación. Al tiempo que sube su retórica antiimperialista, privilegia y formaliza sus relaciones con Taiwán en detrimento de las relaciones con China Popular. A la inversa de lo que hace su vecino el derechista presidente Arias.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Se ha dicho que en Nicaragua “el plomo flota y el corcho se hunde”. Las calles de la capital están llenas de grandes vallas con la foto del presidente con la primera frase de la INTERNACIONAL: “arriba los pobres del mundo” Mientras en la realidad solo siguen para arriba, las ganancias de banqueros, de las corporaciones de zonas francas, de los inversionistas extranjeros, de la clase política criolla y se fortalecen las políticas económicas neoliberales.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> El presidente del Banco Central anunció que no se alcanzará el nivel de crecimiento proyectado para este año que era superior al 4 %. Señaló que el crecimiento “será igual al crecimiento del año anterior alcanzado por el presidente Bolaños”. Alguien comentó: que no debería sorprendernos, si en esencia se trata de las mismas políticas. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> En el terreno de la democracia política esta dinámica del <b>ejercicio privado del poder público</b>, se fortalece. Rosario, su esposa, anunció en nombre del Frente y del gobierno la creación y organización de unos nuevos organismos de base conocidos como Consejos de Poder Ciudadano. En la cúspide de ellos se coloca la primera dama. Los Consejos organizados por el partido deberán erigirse en máxima autoridad en el territorio, sustituyendo las instancias legales establecidas en la Constitución, la Ley de Participación ciudadana y en la Ley de Municipios. Las decisiones de dichos consejos deberán ser atendidas por alcaldes y ministros, según se pretende.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> Pero no sería justo afirmar que todo lo que hace el gobierno está mal. Este recibió un país que ya estaría quebrado de no ser la ayuda venezolana. Los sectores populares – aunque sin mucho entusiasmo según la ultima encuesta - esperan que su situación cambie. Hay esperanzas de cambio y mientras existan, hay posibilidades de lucha. </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> La cooperación ofrecida de Venezuela, Cuba, Irán, constituyen una oportunidad que el gobierno tiene que saber aprovechar. El desarrollo de las relaciones especialmente con Cuba y Venezuela, los viajes de intercambio, particularmente de jóvenes propiciará nuevos niveles de conciencia sobre la necesidad de un cambio real y profundo en Nicaragua. La caricatura de una nueva revolución que ofrece hoy la cúpula danielista tendrá que ser superada por el rescate del sandinismo de Carlos Fonseca.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></p> <div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; line-height: normal;" align="center"><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"> <hr size="2" width="100%" align="center"> </span></div> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Notas</span></b><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> *El presente texto esta construido en base a Ensayo <i>Sandinismo y Movimientos populares en la Encrucijada</i> que forma parte del Libro <b>Los Movimientos Sociales del Siglo XXI. Diálogos de las Resistencias</b> publicado en 2006. y artículo denominado: <i>¿La Izquierda gobierna en Nicaragua?</i>, publicado en Revista Archipiélago, Septiembre 2007 .Bolivia..
<br /> (2) Carlos Fonseca “Mensaje del Frente Sandinista de liberación Nacional, FSLN, a los estudiantes revolucionarios. Publicado en mimeógrafo en abril de 1968, desde algún lugar de Nicaragua. Publicado por la Editorial Nueva Nicaragua en el Texto: Bajo la Bandera de Sandino, Obras de Carlos Fonseca. 1981, pp 65
<br /> (*) Unión Nacional Opositora, encabezada por la Ex presidenta Violeta Barrios de Chamorro
<br /> (3) Arnoldo Alemán Presidente en el período 96 -2002. De raíz somocista, visceral antisandinista y alcalde de Managua 90- 96. Utilizando recursos municipales organizó el PLC y se enriqueció personalmente. En 1993 fue acusado por Mónica Baltodano por malversación fraude y peculado.
<br /> (4) William Grigsby Vado“No se organiza a la gente ni se crea conciencia por decreto” Revista Envío Número 306 | Septiembre 2007
<br /> (5) El Código Penal vigente fue reformado para eliminar el aborto terapéutico en plena campaña electoral en 2006. Se afirmó que era una estratagema de Daniel y Rosario para “ganar votos”, y que en el nuevo Código Penal, que aún no se aprobaba en la Asamblea Nacional, se restablecería. Sin embargo, en Septiembre 2007, durante la discusión de este nuevo Código Penal, el FSLN volvió a gestionar, cabildear y a votar-en consonancia con la derecha-, la penalización de todo tipo de interrupción del embarazo, incluyendo el Aborto Terapéutico.
<br /> (6) Rosario Murillo en la Radio Ya, propiedad del FSLN. Fuente: Radio La Primerísima. http://www.radiolaprimerisima.com/noticias/2192
<br /> (7) Mónica Baltodano, Artículo publicado en Le Monde, Argentina, Octubre 2006
<br /> (8) <i>“Jaime Morales Carazo, un hombre que fue amigo personal de Somoza y le daba fiestas en su casa, que estuvo al servicio de los grandes banqueros, y después fue promotor de la agresión a nuestro pueblo, luego acompañó a Alemán como padrino y consejero durante su gobierno corrupto y promotor del pacto sucio”.</i> <b>Manifiesto sandinista</b> firmado por Ernesto Cardenal, Carlos Mejía Godoy, Gioconda Belli, Mónica Baltodano, Dora María Téllez, Henry Ruiz, Victor Tirado López, Sergio Ramírez Mercado, Luis Enrique Mejía Godoy, Hugo Torres y otros importantes dirigentes de la revolución. Octubre 2006
<br /> (9) Pérez Baltodano Andrés. <i>“Un reto para los partidos políticos Cuando se esconde el conflicto ¿puede haber consenso?”</i> Articulo publicado en Revista Envío Número 294 | Septiembre 2006. www.envio.org.ni/articulo/3339.El texto de Murillo es tomado de los documentos oficiales de la campaña presidencial de Daniel Ortega 2006mero 294 | Septiembre 2006 ero 294 | Septiembre 2006
<br /> (10) Houtar Francois: “Existe una izquierda en Nicaragua”. La Jornada, México, 29 de Octubre 2006
<br /> (11) Posteriormente se firmó un convenio que habla de otorgar 17 mil barriles de combustible diario, 50% de ellos pagadero a 25 años de plazo. Este convenio aparece firmado por ambos mandatarios en la página web del gobierno de Venezuela, pero no ha sido sometido a aprobación de la Asamblea Nacional de Nicaragua.
<br /> (12) Al escribir este artículo se sabe que ya se abonó un segundo pago cumplido a los banqueros por los bonos conocidos como BPI. Todos los componentes de la deuda interna con los bancos están cuestionados por diversos sectores y la propia Contraloría de la República. Uno de los compromisos asumidos en la campaña fue la revisión y reestructuración de la deuda interna, fraudulentamente inflada y pactada a intereses leoninos.
<br /> (13) “…un estudio realizado durante la Administración Bolaños por Daniel Artana, experto argentino en temas tributarios, reveló que el 4.14% del Producto Interno Bruto (PIB), 186.3 millones de dólares, se perdió en exoneraciones en 2004, mientras la evasión fiscal fue de 6.78% (305 millones de dólares).” Elísa Ibarra, Artículo en el Nuevo Diario 21 de Agosto 2007
<br /> (14) <b>“El gobierno debe cambiar: el desarrollo rural no se resuelve en secreto” </b>Sinforiano Cáceres, presidente de la Federación Nacional de Cooperativas, FENACOOP -que organiza a 620 cooperativas, en las que se integran más de 41 mil familias campesinas. Expone sus profundas preocupaciones sobre la política rural del nuevo gobierno y sobre la cooperación internacional con el desarrollo rural. Revista envío No. 302, Mayo 2007. http://www.envio.org.ni/articulo/3547</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></p> </td> </tr> </tbody></table> CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-6546381814718755172009-05-26T15:16:00.000-07:002009-05-26T15:18:38.953-07:00<div style="text-align: center;"> <span style="font-weight: bold;">El marxismo del Che Guevara. Polémicas y aportes </span><br /></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: right;"><br /><span style="font-style: italic;">Fernando Martínez Heredia</span></div><br />Intervención de Fernando Martínez Heredia, fundador de la Cátedra libre del Che Guevara:<br />Me toca hablar del marxismo del Che, y quisiera empezar por situar una cuestión: que el marxismo del Che es un fruto de la Revolución Cubana.<br />Perdonen, no es chauvinismo; pero da la casualidad de que soy cubano y no me queda otro remedio que decirlo así. Para los cubanos, el Che es muy grande. Es el mayor aporte que nos ha hecho Rosario o nadie en el mundo a los cubanos.<br />El Che tiene una importancia maravillosa --y la va a tener, cada vez mayor-- para América Latina y el resto del mundo.<br />Cuando el Che empezó a ser marxista, el marxismo tenía muchos problemas en América Latina. Entonces, el Che fue marxista como es cada uno: como puede. Casi todos somos hijos de nuestra circunstancia, y la mayoría lo seguimos siendo hasta la muerte. Los grandes se distinguen, entre otras cosas, porque logran irse por encima de su circunstancia --no del todo, pero bastante-- y dejan una huella muy elevada y diferente, que sirve para avanzar. Eso hizo el Che. Hijo de la clase media argentina -y por eso pudo estudiar medicina, sino no hubiera podido-, el Che pudo haber sido el Albert Schweitzer de Argentina si se hubiera dedicado a los leprosos en Africa toda la vida; y sería un hombre al cual admirar. Pudo haber sido un gran alergista, un investigador médico, biólogo; y sería una persona a la cual admirar. El Che escogió un camino que lo fue llevando cada vez más lejos; cuando lo escogió ya se sentía marxista.<br />Ya había leído marxismo, que era la manera de sentirse marxista entonces en Argentina y en muchos lugares, para un jovencito como él. Después siguió leyendo marxismo como podía, pero trató de practicar formas de curar a la gente en general, y no sólo a los enfermos; y se metió a revolucionario. Conoció a Fidel Castro, se unió a los cubanos del Movimiento del 26 de Julio en México y se fue con ellos en la expedición del Granma, a la guerra de Cuba. Dejó de llamarse Ernesto Guevara, le acortaron el nombre y se empezó a llamar "el Che". Ahí se convirtió en un héroe. Pero ahí también se fue convirtiendo en una persona capaz de pensar de otra forma el marxismo.<br />Quiero llamar la atención primero sobre algo. El Che, además de un hombre de acción, fue sobre todo un hombre de ideas. Bueno, la mayoría de la gente son hombres y mujeres de trabajo: no hay otro remedio. Y la gente que participa en actividades más o menos violentas es gente de acción. El Che tuvo que ser hombre de acción, pero siguió siendo siempre hombre de pensamiento. Llamo la atención sobre el hecho de que se trata de una personalidad que nunca abandonó el estudio. El estudiaba durante la guerra revolucionaria cubana, en las más difíciles condiciones, e incluso en las peores condiciones de la Invasión, cuando los invasores perdieron entre la cuarta parte y la tercera parte de su peso. Perdieron el sueño también, porque estuvieron durante tres o cuatro meses en condiciones límite como individuos. Y el Che, al pie de la batalla de Santa Clara --que él tiene que dirigir-- escribe un pequeño texto importante, y que aunque él no lo proclama, pretende ser un análisis de las clases, para la revolución que tiene que venir en Cuba, en cuanto se acabe de derrotar a la dictadura. Ya él sabe más en cuanto a utilizar el pensamiento, y no se expresa en un lenguaje árido, por lo que el texto se llama "Lo que aprendimos y lo que enseñamos". Porque ya sabe hablarle a muchas de personas reales, que en su mayoría son analfabetos, y se dispone a hablarle a millones. Es desde esa realidad que podemos registrar al Che como a un marxista latinoamericano sumamente importante. Y no desde el hecho, también real, de que estaba leyendo libros de marxismo desde que era adolescente, y de que trató de hacer un diccionario de filosofía cuando tenía 17 años, lo cual podía ser muy interesante pero nada más que eso. El Che se enroló en una revolución que dio vuelta a la geopolítica. Se suponía que no podía haber una revolución socialista y de liberación nacional en Cuba. Podían suceder buenas cosas, pero no tanto. Y eso no lo suponían solamente la burguesía de Cuba y los EEUU: lo suponía también la mayoría de los marxistas, incluidos la mayoría de los marxistas cubanos, que creían que en Cuba podía haber un desarrollo evolutivo, quizás hasta revolucionario, pero que no pasaría de ser una revolución que se llamaría, entonces, democrático-burguesa, o con un nombre más largo, democrático-burguesa agraria y antiimperialista. Algo que resultó imposible en la práctica. En realidad, primero se supo que en la práctica era imposible, y después se empezó a teorizar sobre por qué eso era imposible. Pero esa era una creencia muy fuerte en los marxistas de América Latina de aquellos tiempos. Y no sólo en Cuba.<br />También se creía que los regímenes sociales que han existido en la historia van todos uno detrás de otro, y que son cinco. El primero es la sociedad primitiva, el segundo es el esclavismo, el tercero el feudalismo, el cuarto el capitalismo y el quinto el socialismo; y que vienen uno detrás de otro sin remedio. Y resulta que en Cuba nunca hubo feudalismo. Miren qué problema. Y hasta hubo la necesidad, por parte de un escritor respetable, de inventar el feudalismo cubano. Este marxismo llegaba a inventar cosas, con la mejor buena voluntad seguramente, pero inventar cosas que no existían. Y también llegaba a olvidar cosas que existían, si no se adecuaban a lo que se suponía que debía ser. Quiero decir con esto, con todo respeto, que era un dogma. Y por esto el Che Guevara, diez años después, escribe en su Diario -en aquella libretita de notas-, el 26 de julio de 1967, en la anotación del día: "26 de julio. Asalto al Moncada. Asalto contra las oligarquías y contra los dogmas revolucionarios". Fue exacto y sintético. Cómo podría suceder la universalización del marxismo está en el centro del problema al que nos referimos. El Che se encontró envuelto, como pensador marxista, en el centro de un problema grave: cómo hacer para que la teoría que en su tiempo enunciaron Marx y Engels, con continuadores tan maravillosos como Lenin, sea capaz de ser una teoría no sólo utilizable y aplicable en Europa, sino una teoría acerca de la expansión mundial del capitalismo y de las revoluciones en el mundo contra el capitalismo, una teoría de las transiciones de tipo socialista hacia unas sociedades de productores libres, hacia unas sociedades sin dominaciones, comunistas, a escala mundial. Esos graves problemas son los problemas del pensamiento en el Siglo XX, los problemas del marxismo --que tiene historia, que no es igual a sí mismo de ninguna manera--, en el Siglo XX. El Che y los revolucionarios cubanos se encontraron en el centro de este problema. La mayoría de estos revolucionarios cubanos, probablemente en la época insurrecional, se angustiaron mucho menos que el Che, porque la mayoría eran analfabetos. Y entonces, las angustias de los analfabetos son otras. El Che se formó como jefe revolucionario en este ejército de analfabetos. Y aprendió entonces no sólo que había que hablar de otra manera, sino que había que pensar de otra manera. De modo que este joven héroe, en diciembre de 1957, que ya es comandante del primer ejército rebelde -fue el primero de los comandantes, aunque no fuera cubano- tiene una polémica -la primera conocida- con otros compañeros de la dirección revolucionaria del 26 de julio, por un problema que es demasiado largo para contar acá. Pero por el cual los combatientes de la Sierra Maestra se molestaron mucho, y los combatientes del 26 de Julio en la clandestinidad, se molestaron mucho también. Y cada uno pensó que los otros tenían alguna culpa. Era el problema de si podía haber una unidad de acción con otras fuerzas burguesas, o confundidas, antibatistianas pero no revolucionarias; o si no debía haber. El Che le escribe a un compañero dirigente del 26 de Julio, una carta. El Che todavía no maneja el idioma cubano -quiero decir, todo pueblo, incluso coloquialmente, tiene palabras muy groseras que se dicen pero no se escriben-, y el Che escribió algunas palabras verdaderamente insultantes en su carta, e inadmisibles. Pero el compañero, que lo admiraba mucho, no se refiere a eso en su respuesta. Y sí se refiere a algo que el Che le dice. El Che le dice: "Yo soy de los que creen que el futuro de la humanidad está detrás de la cortina de hierro". Con esa manera irónica y provocadora que es del Che. Quería decir que tenía una posición. Y este compañero, que fue el comandante Ramos Latour, que murió seis meses después mandando una tropa en la Sierra Maestra, le contestó con todo respeto: "Yo lo admiro mucho, usted está dando la sangre junto a nosotros en esta lucha, pero yo no soy de los que creen que el futuro de la humanidad esté detrás de la cortina de hierro. Yo soy de los que creen que la Revolución Cubana fue iniciada por la prédica de José Martí en la guerra de liberación, y que los EEUU invadieron a Cuba para impedir el triunfo de esa revolución, y que nos han impuesto una dominación, y que tenemos que lograr no sólo derribar la dictadura sino hacer la revolución para liberar a Cuba. Que no será nada más que la primera de las revoluciones de liberación de los pueblos de la América Latina.<br />Y que esos pueblos de la América Latina liberados, serán capaces de unirse para resistir unidos las fuerzas de todas las potencias de la tierra". Qué interesante. O sea que él se encontró en esta Revolución de mayoría de analfabetos, en donde también había gente culta -es natural, pasa siempre-, había pensamiento. Había una historia también del pensamiento en Cuba, y del marxismo en Cuba. Pero no sólo del marxismo. Yo quiero llamar la atención: cuando decimos marxismo estamos hablando de una de las formas de pensamiento que puede ser revolucionario. Yo soy marxista, y entiendo que en última instancia el análisis y el método marxistas, y el conjunto de la obra de Marx -al cual pienso que hay que volver a leer, ahora seguramente con mejores posibilidades que antes- es la teoría que nos va a permitir no sólo conocer mejor el mundo sino trabajar para transformarlo. Transformarlo en el sentido anticapitalista. Pero creo que cuando estamos hablando de historia tenemos que tener muy en cuenta que el pensamiento revolucionario en muchos lugares no ha sido solamente marxista. El Che era médico, y un médico para la gente humilde es siempre algo maravilloso. Es la profesión que más respeta la gente humilde, porque tiene como una posibilidad mágica sobre la vida y la muerte de los hijos de uno. El Che héroe, el Che abnegado, el compañero ejemplar, resulta que también era un pensador, que también tenía posibilidades intelectuales, y así el respeto por él se acrecentó mucho en una revolución que no se caracterizó por sus tendencias intelectuales. Quiero ser siempre claro y sincero con ustedes. La insurrección de Cuba no se caracterizó por esto, porque la gente más culta, como Fidel Castro y otros compañeros que la dirigieron y fueron compañeros y soldados de ella, se metieron a la revolución de los humildes a fondo. No porque no hubiera un pensamiento cubano complejísimo, desde más de un siglo y medio antes. Sino porque este pensamiento no pareció ofrecer salidas al pueblo cubano. Y entonces, una respuesta de reflejo fue ser más bien anti-intelectual.<br />El Che Guevara, cuando escribe los Pasajes de la Guerra Revolucionaria, empieza -en la revista VERDE OLIVO de las FFAA- pidiéndole a los compañeros que pelearon, que empiecen a escribir todos sus memorias, y exigiéndoles tenacidad, siempre dándoles algunos consejos, pero les "ruego que escriban" decía. Casi nadie le hizo caso. Se consideraba de mal gusto escribir. Se consideraba un acto de vanidad. En ese sentido quiero llamar la atención, porque el marxismo del Che Guevara se forma en medio de una revolución de los humildes, o como decía el lema del Movimiento: "de los humildes, por los humildes y para los humildes". Y le toca a él, entonces, escribir artículos acerca de cómo se deben comportar los combatientes con las armas de fuego, con el parque, etc. Y publica en la revista VERDE OLIVO, en el año 1959. Escribía artículos periodísticos también, y sobre todo hacía discursos, que es la manera intelectual de confrontarse en medio de estos grandes cataclismos sociales que son las revoluciones. Es la principal manera. Incluso en Cuba había televisión, y se dio el hecho de que se produce lo que es hoy por primera vez en el mundo un caso de educación popular en gran escala, utilizando la televisión por parte de los dirigentes. Fidel le hablaba a la gente, tres o cuatro horas, tres o cuatro veces por semana, todas las semanas. Hablaba de cosas, explicaba cosas a un declarado pueblo de analfabetos, un pueblo que sólo sabía firmar, y no le estaba hablando a los doctores que se marchaban del país. El estaba haciendo una campaña de concientización. Y al Che Guevara le tocó participar en ella también. Entonces, el Che fue un divulgador de las ideas revolucionarias. Pero él tenía una gran vocación teórica, y siguió. Creo que esto nos ayudó muchísimo a todos, no sólo a los cubanos, porque se convirtió en el principal exponente teórico de la Revolución Cubana. El proyecto original de la Revolución Cubana fue expuesto por el Che, de la manera más profunda que lo hiciera cualquiera de los participantes, a pesar de que Fidel Castro tuviera fuertes tendencias intelectuales y una gran cultura filosófica -se lo puede ver en las cartas cuando estaba preso, de los años 50- de lo cual él se alejó por necesidades de su tipo de actividad. Y el Che Guevara, entonces, se encontró con la necesidad de producir pensamiento teórico.<br />Él fue polémico desde un inicio también, ya dentro del poder revolucionario, lo fue aunque no lo decía, no era pública. Pero en el Departamento de Instrucción Revolucionaria del Ejército Rebelde, ahí nació el ICAI (Instituto Cubano de Cine), que nació como departamento de cine del Ejército Rebelde. Y como es lógico al usar esa forma de arte que les maravillaba a las masas, la gente incluso más inculta recibía la posibilidad de entender las cosas más profundas; ese fue el sentido del ICAI, y por eso se formó el noticiero, uno de los mejores noticieros de agitación y propaganda que se haya hecho en el mundo, comparable a aquellos que hicieran los primeros bolcheviques durante varios años -aunque los tiempos son diferentes-. Y el Che Guevara tuvo que ser director del Banco Nacional, director de Industrialización del INRA, que tenía una parte fuerte de la industria azucarera cubana, llegó a tener la cuarta parte. Y después fue Ministro de Industrias. Y también durante siete u ocho meses fue presidente de la Junta Central de Planificación. Siempre fue miembro de la dirección nacional de la Revolución, del órgano político que después de 1965 se llamó Partido Comunista de Cuba. Y también fue jefe militar de occidente, durante años. Y le tocaron tareas de dirección en la lucha internacionalista cubana. Al Che le tocó ser dirigente de esto, como dirigente cubano; no es que a él se le ocurriera. Aunque él naturalmente tenía una maravillosa propensión hacia esto. Y como marxista, entonces, es muy interesante revisar y estudiar su obra. Por cuestión de tiempo, lo que yo hago acá es apuntar cuestiones. Pero se puede ver cómo el Che tuvo que evolucionar profundamente en todos estos años, para poder estar a la altura de la tarea en la que él se había metido y que él se había propuesto. El Che maneja como todo el mundo el lenguaje de su tiempo, incluso algunas palabras -y las palabras pueden ser siempre vehículos o prisiones, las palabras pueden ser órganos para la liberación o para la dominación-, y el Che Guevara tiene un aparato conceptual que ha adquirido literariamente, en el caso del marxismo, leyendo -correcto y erróneo-, pero que le pesa encima bastante. Y el Che Guevara entiende que sólo puede haber socialismo como fruto de las revoluciones en América Latina, y sigue usando la palabra feudal hasta en un texto de 1964, que además es un texto importante, y sigue pensando la palabra feudal, y tiene los conceptos de lo feudal; pero, sin embargo, opera conceptualmente siempre con el otro. Así pasa con todos los autores cuando los vayamos a estudiar, porque nunca nadie ha comenzado de la nada, a todos los han educado con ayuda de las universidades y muchas cosas más, y entonces la gente que produce nuevas teorías -incluso el propio Marx- es capaz de crear nuevos conceptos pero también utilizando otros conceptos, y trabajan con ellos como puedan.<br />El Che Guevara creyó que Cuba tenía que ser industrializada rápidamente, y Fidel Castro también. Y no porque fueran marxistas ninguno de los dos -los dos eran marxistas-. Digo esto, de paso, porque se ha hablado bastante y se dice que Fidel y el Che discutieron porque el Che estaba por la industrialización y Fidel no. En realidad, los dos estaban por la industrialización, y no eran originales. Porque por la industrialización estaba el pensamiento social cubano desde hacía décadas: desde la Revolución del 30. Porque incluso hace 200 años, uno de los terribles primeros burgueses cubanos, que escribió los primeros trabajos científicos de economía que se escribieron en Latinoamérica, en 1792, que se llama "Discurso sobre la agricultura en La Habana"; cuando ellos comenzaban a traer un millón de esclavos -que trajeron en el siglo XIX para integrar mejor a Cuba como gran exportadora de azúcar en un estado mundial capitalista-, escribió: "Tenemos que conseguir refinar el azúcar, y exportarla refinada, y no cruda, para que no nos dominen los compradores". Esto hace 200 años.<br />LLamo la atención sobre esto porque el 90 % del azúcar que seguimos exportando hoy, sigue siendo cruda. Y eso se llama "los límites que el capitalismo mundial le pone a los países", incluso a los países liberados. Entonces, como es natural, si esto podía pensarlo este caballero, imagínense lo que pensaban las personas de ideas radicales marxistas -buenas o no- en Cuba, hace 40, 50 ó 60 años: que Cuba debía industrializarse. Ahora, cuando el Che como marxista se ve ante las realidades de estar en el poder, con otros compañeros, ya no se trata de criticar a los que están sino de hacerlo; participa de una lucha maravillosa que es bastante desconocida. Es la lucha de la Revolución Cubana en el poder, por hacerse de lo que entonces llamábamos "un desarrollo histórico socialista acelerado", y por ser solamente aquello que los locutores de aquella época decían: "Cuba, primer territorio libre de América". Porque entre las cosas que se aprendieron en ese tiempo, fue que Cuba sola no podía llegar a los últimos objetivos que se proponía, que eran el fin de todas las dominaciones. Pero no sólo en Cuba, sino en el mundo entero. Y por qué en el mundo entero? Por un afán de filántropo, por aquello que lo había llevado a tratar de curar a los leprosos? No. Por la comprensión de que el capitalismo es un sistema mundial de explotación que no ha tenido fuerza para explotar a la humanidad entera a lo largo de su historia, por eso tiene una historia tan complicada. Pero sí lo ha intentado, y el grado de centralización, que hoy es transnacionalización y dominio del dinero parasitario en la economía, que hoy es democracia controlada, hegemonía a través de gobiernos civiles, por los cuales se aplasta también al pueblo, y que hoy es totalitarismo en los medios masivos de comunicación, a través de los cuales se decide qué sucede y qué no sucede, qué es noticia y qué no lo es, qué opinión pública va a haber y qué buena parte de los sentimientos del público va a haber; eso que es el desarrollo mundial del capitalismo tiene que ser contrastado con el desarrollo mundial de los revolucionarios. Y que el desarrollo mundial de los revolucionarios tiene que ser anticoloniamlista y anti-neocolonialista, y tiene que ser antiimperialista, y tiene que ser sobre todo internacionalista. Y todas estas palabras se volvieron conceptos en el marxismo del Che, como parte del proceso de las ideas de la Revolución Cubana. Por eso la Revolución Cubana fue el azote del imperialismo norteamericano desde su inicio, porque no sólo rompió las leyes de la geopolítica sino que después planteó que éstas debían seguir siendo rotas implacable y continuadamente. No ha tenido fuerzas para hacerlo sola, pero tampoco se ha planteado nunca que pudiera hacerlo sola; es una locura. Pero también resultó una herejía dentro del campo del socialismo. Y cuando los cubanos, después de quitarles todo el poder y todo lo que tenían para explotar y oprimir a los demás a los ricos, y de quitarles todo el poder que ellos tenían sobre Cuba, descubrieron que eso no era, de ninguna manera, democrático-burgués, ni democrático-agrario-antiimperialista, ni nada que se le pareciera; sino que eso era anticapitalismo y antiimperialismo.<br />Entonces, se le llamó a la Revolución Cubana: "socialista". Y por cierto, en el momento simbólicamente mejor, en el momento de la víspera de la batalla de Playa Girón. O sea, como pasa con los niños: primero nació y después se bautizó. La revolución de Cuba, entonces, como era socialista, anticapitalista, decidió que tenía que ser marxista- leninista. Porque además el gobierno de la URSS nos había ofrecido colaboración, intercambio de productos, ayuda, vendernos petróleo y comprarnos azúcar, vendernos armas -para que nos defendiéramos-. Y por ese camino empezó la gente a ser marxista-leninista. Ya el Che, Fidel y otros compañeros que tenían una enorme cultura marxista, sabían y leían muchas cosas. Pero la mayoría de los cubanos comenzaron a ser marxistas-leninistas leyendo dos novelas soviéticas: "Los hombres de Panfilov" y "La carretera de Volokolamsk". Eso es lo que nosotros llamábamos marxismo-leninismo en las unidades militares. Era ver cómo se comportaban los combatientes para aprender algo de ellos. Esa es la historia de América Latina, en este caso. Y de las ideas. En ese mismo año estaba aprendiendo a leer y a escribir todo el mundo. Y aprendiendo qué cosa era Cuba. Los jovencitos y los adolescentes que recién aprendían a leer y a escribir, aprendían mucho más que los analfabetos: aprendieron a conocer su país. La mayoría de la gente de los países, si son de clase media, o si ya llegan a estudios superiores, nunca llegan ni siquiera a oler a las personas más pobres porque no llegan a estar lo suficientemente cerca. No llegan a conocer regiones de su propio país, regiones enteras, ciudades, pueblos. Los cubanos tuvimos que aprender muchísimas cosas, y en ese sentido es que yo digo, con toda modestia, que en Cuba fue, de América Latina, el lugar donde se terminó de poner al marxismo en español. Donde, de verdad, tocó tierra el marxismo en América Latina. Y en esa etapa histórica, le tocó al Che Guevara un papel de protagonista. Protagonista político junto a Fidel, y protagonista teórico. Y como protagonista teórico, dejó una obra trunca. A mí me gusta comparar, en ese sentido, a "El socialismo del hombre en Cuba" con el "Manifiesto Comunista", porque pienso que es el Manifiesto Comunista del Che, donde él expresa su madurez y su reto; el documento más ambicioso producido en América. Pero digo madurez y reto, y digo el Manifiesto Comunista, porque entonces faltaba toda la obra que vino después. Pero él no la pudo escribir, y no porque no tuviera voluntad de hacerlo. El Che, después de esto, se fue con un grupo de doscientos combatientes cubanos a tratar de ayudar a la liberación del Congo, después Zaire -y ahora Congo otra vez-. Y tuvo una experiencia, de la cual por cierto escribió un libro de 150 páginas a un solo espacio, que no se ha publicado, como no se ha publicado más de la mitad de lo que el Che escribió; y lo que dejó grabado, que no está al alcance del público todavía. Es algo que le debemos al Che todavía. Y todavía, además, regresó a entrenarse en Cuba, y siguió estudiando y guiando compañeros. Y siguió escribiendo lo que podía, como el caso de un compañero dirigente cubano, que le pide, cuando se está entrenando, que le haga un plan para estudiar marxismo. Y entonces el Che, con su natural ironía, le hace una carta muy simpática, donde también le va explicando lo que él cree que debe ir leyendo. Y en el caso de Lenin, le dice las obras y por qué. Y le dice, "pero a partir de 1917 te tienes que leer todo, hasta el último papelito que Lenin escribió". Eso es muy importante y me parece que expresa la profundidad teórica del Che. Se daba cuenta de que con la Revolución de Octubre había cambiado el objeto del marxismo. No como esos manuales que decían que el objeto del marxismo era la ciencia de las leyes generales de la naturaleza, la sociedad y el pensamiento -que es lo mismo que no decir nada, porque es todo-. El se daba cuenta, ya se lo podía explicar a otros compañeros, que la historia de la teoría -de una teoría de ese tipo, de ese alcance tan maravilloso- estaba ligada a la historia de los hechos mismos, a las revoluciones, a las contrarrevoluciones, a las necesidades de la lucha, a los comportamientos sucesivos de las fracciones burguesas, etc. Y entonces, el Che Guevara proyecta, y empieza a escribir, un texto de economía política. Inteligentísimo. En el índice del manual del Che, uno de los capítulos es "El sistema militar mundial del imperialismo". Para que los economistas no se lo olviden, y los demás tampoco. Porque el sistema militar mundial del capitalismo es también un aspecto económico; y para eso existe. Y el Che deja un prólogo maravilloso de ese libro, que tampoco se ha publicado, que es una profundísima crítica de la ideología soviética llamada entonces marxismo-leninismo. Yo admiro profundamente a Lenin, y creo que esto es dramático en relación a Lenin. Creo que tenemos que poder volver a hablar de marxismo-leninismo. Pero no por convertirnos nosotros en piezas de museo, sino por poder rescatar al marxismo y al leninismo, y a todos los demás aportes al marxismo que se han hecho a lo largo de este siglo. El Che, todavía en Bolivia fue reuniendo algunos centenares de libros, incluso en Bolivia, que iba leyendo mientras esperaba que llegaran los compañeros que tenían que llegar. E iba haciendo cuadernos de notas. Y hay algunas docenas de esos cuadernos, que los tiene todavía el Ejército boliviano. Se está tratando ahí de ver si los llegan a devolver. Y siguió dando clases de francés, de matemática, siguió exigiéndole a los compañeros que estudiaran por la tarde y rogándole que estudiaran por la noche. Y siguió cargando libros en la mochila, a pesar de todo. A pesar del hambre y del asma. Entonces estamos en presencia de un teórico del marxismo, de un tipo determinado. Yo pienso que se trata de seguir queriendo al Che en su imagen que tanto emociona, de seguir amando en el ejemplo, de no pensar nunca que no se puede seguir el ejemplo del Che porque es inigualable.<br />A lo mejor el problema del Che es cuando tenía que ser uno solo el personaje inigualable, y a lo mejor vamos a tener que llegar ahora a que los inigualables sean grupos de personas. A lo mejor hay que repartir esa condición excepcional entre la gente, y vamos a estar más cerca de la liberación total de las personas si logramos eso. Pero pienso que con todo y lo que tan profundamente nos marca, que seguirá siendo esencial. Nosotros empezamos a estudiar marxismo cuando éramos muy jóvenes, porque ya éramos revolucionarios -y tratábamos de serlo en un sentido práctico- y tratábamos de educarnos a nosotros mismos diciéndonos "nadie va a morir por haberse leído el tomo 1 de El Capital de Marx". El Che es capaz de entusiasmar de este modo. Yo creo que se merece, y es por eso que estas cátedras son multitudinarias, en este año y en los que siguen, que se estudie su pensamiento. Y que se conozca su pensamiento. Y que no se dogmatice su pensamiento cuando se le conozca. Y que no se le coloque en un altar para hacerlo inútil, sino que se convierta -su pensamiento- en un instrumento que es valiosísimo. Porque de la misma manera que Marx nos dejó una obra maravillosa, más allá de haberse equivocado en sus juicios sobre Bolívar o sobre los mexicanos; de la misma manera que Lenin nos pudo dejar una obra maravillosa que ya trató -y hasta cierto punto entendió- lo que era la lucha a escala mundial; de esa misma manera, el Che Guevara, argentino y cubano, nos ha dejado un pensamiento que, aunque trunco, por suerte es también un pensamiento abierto. Un pensamiento que en su misma estructura teórica no tiene un punto final, no tiene un cierre, no tiene un dogma. Y entonces, también hubo la posibilidad de que Rosario, Córdoba y las ciudades de este país hasta los campos de Cuba y de Africa, y los campos de uno de los países más terriblemente explotados y subdesarrollados de América del Sur, como es Bolivia, hubo la posibilidad de poner en contrastación a su pensamiento teórico marxista con las diferentes circunstancias en que tiene que darse la lucha a partir de la cultura que existe. Y a partir de lo que es posible que la gente levantada, organizada, cada vez más conciente, convierta en hechos. "Lo imposible es posible", que es uno de los elementos más interesantes de la teoría del Che, este cuerpo teórico, a nosotros nos puede dar un resultado formidable si lo utilizamos como instrumento. Y eso potenciaría y multiplicaría el valor del ejemplo del Che.<br /></div>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-64723380712902552232009-05-26T15:14:00.001-07:002009-05-26T15:16:46.056-07:00El Che y El Gran Debate Sobre La Economía En Cuba<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CNatasha%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="themeData" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CNatasha%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link rel="colorSchemeMapping" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CNatasha%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> 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<br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">El siguiente texto constituye la intervención de Fernando Martínez Heredia en la presentación del libro Ernesto Che Guevara: </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">El gran debate. Sobre la economía en Cuba en 1963-64</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, Ocean Press / Centro de Estudios Che Guevara, La Habana, 2003. </span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> La presentación se realizó en La Habana, en el teatro del Ministerio de la Industria Básica, el 10 de junio del 2003. </span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Este volumen recoge la mayoría de los trabajos que intervinieron en el debate de 1963 y 1964, donde no sólo se debatieron públicamente opciones estratégicas para el desarrollo económico y político de la revolución cubana sino también cuestiones teóricas más generales como los fundamentos de la teoría marxista del valor. Sin olvidarnos tampoco de la discusión –muchas implícita y otras no tanto- sobre diversas concepciones generales acerca de lo que Marx y Engels solían denominar la concepción materialista de la historia. Discusiones que fueron abordadas, todas ellas, no desde la cómoda tranquilidad de un aula académica, sino desde el torbellino de una revolución socialista en ebullición, a escasa distancia del gigante imperialista de nuestros tiempos: los Estados Unidos de Norteamérica. El mismo que nos sigue martirizando y amenazando hoy en día.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Dicho debate cubano, sin ninguna duda parangonable por su importancia histórica y teórica con el debate de los bolcheviques durante la década del ’20, ha sido trágicamente soslayado y hasta desconocido por varias generaciones de estudiosos latinoamericanos y europeos. Todavía hoy –eurocentrismo y colonialismo mental mediante- se sigue negando la posibilidad para los pueblos del Tercer Mundo de realizar aportes al pensamiento social que tengan aliento y alcance mundial.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Los participantes directos del debate fueron Ernesto Che Guevara, Marcelo Fernández Font, Alberto Mora, Luis Álvarez Rom, Joaquín Infante Ugarte, Alexis Codina, Mario Rodríguez Escalona, Miguel Cossío, Ernest Mandel y Charles Bettelheim. A estos trabajos, la recopilación agrega dos intervenciones posteriores sobre el mismo debate. Una de Carlos Rafael Rodríguez (polemista del Che en los ’60) y otra de Fidel Castro (el célebre discurso de Fidel de 1987 en el XX Aniversario del asesinato del Che, donde se recuperan y se valoran las posiciones de Guevara en dicho debate).</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> El volumen ha sido recopilado y publicado en conjunto por el Centro de Estudios Che Guevara –dirigido por Aleida March y coordinado por María del Carmen Ariet- y por la editorial australiana Ocean Press. En su primera edición lo antecede un prólogo de uno de los polemistas: Marcelo Fernández Font.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Fernando Martínez Heredia, el autor de la siguiente intervención que presenta todo el debate, forma parte del Comité Académico Internacional de la Cátedra de Formación Política Ernesto Che Guevara de la Universidad Popular Madres de Plaza de Mayo. Ha sido director de la revista cubana Pensamiento Crítico y del Departamento de Filosofía de la Universidad de La Habana a fines de los años ‘60. Es autor, entre varios otros trabajos, de los siguientes libros </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Rectificación y profundización del socialismo en Cuba</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> (1989); </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Che y el socialismo</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> (Premio Extraordinario Casa de las Américas 1989); En el horno de los ’90 (1999) y </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Corrimiento hacia el rojo</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> (2002). Actualmente es investigador del Centro de la Cultura Cubana Juan Marinello.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> [Nota Introductoria de la Cátedra de Formación Política Ernesto Che Guevara de la Universidad Popular Madres de Plaza de Mayo]</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> La publicación de este libro es un acontecimiento en la guerra cultural que se está librando en la actualidad entre dos sociedades y dos concepciones de la vida y del mundo: las del capitalismo imperialista y las de los que se le enfrentan, o al menos se niegan a ser absorbidos o aplastados por él. El </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">gran debate</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> nos devuelve una polémica que tuvo una importancia extraordinaria en la historia de nuestras ideas, y nos sitúa, al menos parcialmente, en el ambiente histórico de la creación de una sociedad diferente –y no sólo opuesta— al capitalismo, ese sentido básico de los años 60 que a mi juicio permitió que la revolución cubana continuara y se afirmara, y que mediante un proceso maravilloso y angustioso las personas la hicieran suya de manera permanente, hasta hoy. Este hecho que nos reúne es pues una victoria en el rescate de la memoria histórica del pueblo cubano, esa fuerza que tienen las naciones para enfrentar su presente y para proyectar su futuro. Pero no es sólo esa la ganancia que obtenemos con él. </span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Requerido fraternalmente por Aleida [March] y María del Carmen [Ariet] para hablar aquí hoy a ustedes, que están librando batallas porque la economía de Cuba sea viable, y sea efectivamente un baluarte del empeño por el socialismo y por la soberanía nacional, me preguntaba qué sería mejor escoger, ante la escasez de tiempo. Me decidí por hacer unos comentarios más generales sobre lo que a mi juicio significó aquel debate, porque él tiene una gran trascendencia para el proceso en que continuamos, casi 40 años después y en circunstancias parcialmente nuevas.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Es cierto que ellos discutieron sobre organización económica –centralización o descentralización--, los niveles de decisión, las políticas de retribución al trabajo, el papel de la banca, el crédito, costos de producción, precios, relaciones entre las empresas estatales. Pero esa identificación del debate sería completamente insuficiente. Ante todo, en los primeros años 60 se jugaban al mismo tiempo –en la apuesta tremenda de toda revolución-- la existencia y el alcance del nuevo poder, la capacidad de hacer cambios trascendentales y de reproducir la vida social, la defensa frente a sus enemigos, la creación de nuevas relaciones e instituciones y la formulación de un proyecto que estuviese a la altura de los ideales y los sacrificios. A ese contexto más general se sumaba la alianza con la URSS, que pronto tuvo un peso enorme. El triunfo y la liberación cubanos se habían burlado totalmente de la geopolítica, pero esta iniciaba ahora una venganza que duró 30 años. Cuba tuvo que enfrentar la agresión sistemática de la potencia mayor de la historia, el imperialismo norteamericano, y evitar en lo posible el peso de los aspectos negativos de su relación con la URSS. Esto último era muy importante en el campo que nos ocupa, que es el de la transición socialista, porque existían evidentes tensiones y contradicciones entre el ideal comunista, los procesos de socialización, el poder revolucionario y los ideales internacionalistas de la revolución cubana socialista de liberación nacional, por una parte, y el sistema soviético y su ideología teorizada, que sin embargo eran la fuerza mayor que en el mundo actuaba y hablaba en nombre del socialismo y el marxismo. </span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Lo que estaba detrás de aquel debate, en el terreno de las ideas, era el problema, la urgencia y la necesidad de desarrollar un pensamiento de la Revolución cubana. El Che tuvo un papel fundamental en esa elaboración en aquellos años, siempre unido a Fidel, como en toda su actividad, aquí y en los frentes internacionalistas en que peleó después como comandante cubano. Pero la mayor parte de lo que se consumía en Cuba con el nombre de marxismo leninismo, y la Economía Política del Socialismo, eran pesos muertos, más que instrumentos, o tan siquiera una ayuda para pensar la revolución, y por tanto para llevarla hacia adelante. Pesos muertos en la espalda, la garganta y la mente de los revolucionarios, porque parecían insoslayables, y porque su nexo aparente con el socialismo le daba lustre nuevo a los viejos argumentos de la dominación: que existe una naturaleza humana inmutable y toda acción está limitada por ella; que el egoísmo es el motor fundamental de cada individuo; que las leyes de la economía son independientes de la voluntad humana; y así otros. Lo verdaderamente grave es que esa ideología y ese cuerpo teóricos eran propuestos, y aceptados, como los que correspondían a una revolución socialista. El dogmatismo no era un defecto corregible, porque a la dominación en nombre del socialismo le eran necesarias ideas fijas e imposiciones a las mentes. Si sólo se asomaba uno a la historia de la teoría y la elaboración de sus conceptos podía advertir enseguida que en las décadas recientes ellos habían sido desnaturalizados, como una consecuencia más de la deformación monstruosa de la realidad respecto a la revolución bolchevique y al proyecto comunista.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> La causa inmediata del debate fueron las diferencias de criterios en el seno de la revolución acerca de la conducción de la economía. Eso ofrece una primera dimensión al análisis que hacemos hoy, pero enseguida nos conduce a otras cuestiones: ¿Cómo entendían lo que se hacía y lo que era necesario hacer los diferentes integrantes del régimen revolucionario? Y a otras preguntas, entre ellas una que es central: ¿cómo se relacionaban el poder y el proyecto en el seno de la revolución? Todos los cubanos participantes en el debate eran a la vez participantes con responsabilidades en las tareas de la revolución. Todos aspiraban al desarrollo económico de Cuba en el marco de su revolución. No era entonces un enfrentamiento entre adversarios, sino un debate entre compañeros. Pero el debate entre los revolucionarios era --y es siempre-- un ejercicio indispensable para la vida del socialismo, porque la nueva sociedad hay que crearla, exige invenciones, intuiciones, y una combinación rara de rigor y audacia, de principios y herejía, de fidelidad y ejercicio del criterio propio. Discutieron entonces en las revistas habaneras acerca de problemas muy importantes, expresando sus divergencias, y eso no debilitó para nada al régimen socialista: todo lo contrario. Esa es una lección histórica, y el Che tuvo una participación ejemplar en ella. </span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> La controversia no se limitó a la conveniencia de la autogestión o el Sistema Presupuestario de Financiamiento, a las relaciones entre estímulos materiales y morales, a temas de la práctica económica como el papel de la banca, los costos de producción, las relaciones entre empresas estatales, y otros.. El debate abarcó el carácter y los papeles de la ley del valor y del plan en el período de transición socialista, el problema de una correspondencia obligada entre el "nivel" asignado a las fuerzas productivas económicas y las relaciones de producción existentes o a establecer, y el alcance del trabajo con la conciencia en la construcción socialista. Por primera vez en América, involucró a conceptos fundamentales del marxismo, de la Economía Política, de los sistemas de dirección económica socialista posibles, puestos en relación con ideas más generales de política económica, en un debate entre dirigentes de un país socialista y de organismos centrales de su economía, en el que terciaron economistas teóricos conocidos de Europa Occidental.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> En l962 había comenzado en la URSS un debate a partir del artículo de E. Liberman "Plan, beneficio, primas", alrededor del criterio de rentabilidad, el alcance del plan central y la estimulación a las empresas a buscar más eficiencia mediante más autonomía, el interés material y una política de incentivos a los trabajadores. Aquel debate fue un paso hacia la reforma económica soviética en l965, y reformas análogas, aunque con sus especificidades, que sucedieron en otros países de Europa oriental. Como es natural, esas ideas iban llegando a nuestro país.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Pero la discusión cubana tenía sus propios puntos de partida. Y fue un extraordinario adelanto de las ideas marxistas, una consecuencia de la victoria de la revolución y el socialismo en Cuba, premisa necesaria que no hubiera sido, sin embargo, suficiente, de haber faltado la extraordinaria conjunción de factores favorables que se dieron aquí. Una cultura política que desde hacía siglo y medio relacionaba el mantenimiento o cambio de los regímenes con las estructuras económicas de producción y las relaciones sociales a defender o atacar, y formulaba argumentaciones sólidas en uno u otro sentido. Una historia de un siglo de luchas revolucionarias de extraordinaria riqueza política e ideológica, que construyó una nación y dio carta de ciudadanía al patriotismo popular unido al radicalismo político, relacionó el antimperialismo con las ideas y la lucha por la liberación nacional, y a estas con las representaciones de lucha por la justicia social y de la clase trabajadora. Un arraigo del marxismo y las ideas socialistas desde la Revolución del 30. El tipo de revolución iniciado en el Moncada, que supo reunir toda la fuerza popular acumulada y descargarla contra los enemigos más visibles y los enemigos fundamentales más solapados de la nación y del pueblo, en una sucesión ininterrumpida de luchas, transformaciones y victorias. Y la personalidad revolucionaria de Fidel Castro, conductor de la revolución armada popular, gestor máximo de la unidad revolucionaria, dirigente de todos los cambios importantes, pensador socialista profundo y creador, una fuerza él mismo de gran alcance.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Y a la vez, las resultantes sumamente desventajosas de una historia de colonialismo y neocolonialismo, y de muy estrechos nexos con su metrópoli, convertida por la liberación en su enemigo mortal. Todos esos factores exigían que el socialismo cubano desarrollara su pensamiento propio, pensara con su cabeza su circunstancia y su proyecto, utilizara el marxismo como instrumento de su acción revolucionaria, o no habría socialismo en Cuba. El debate económico de l963 64 fue una formulación teórica de aquella exigencia. Lo primero que resalta es la profundidad y el rigor alcanzados en el tratamiento de sus asuntos, y el más destacado en esas cualidades, y en la creatividad y fuerza de sus ideas y de sus exposiciones, fue el Che, guerrillero devenido dirigente y ministro. En realidad lo que se ventilaba era la elección de una política económica, a su vez inscrita en decisiones más generales acerca del camino del socialismo en Cuba. La opinión de que lo necesario es realmente "perfeccionar" el sistema llamado del cálculo (autogestión, prefiere llamarle el Che), no busca solamente una modalidad de obtención de la eficiencia económica: es la creencia en que en la transición socialista el progreso del sistema económico pasa por el logro de que "la economía se construya a sí misma", esto es, de que las relaciones económicas gocen de autonomía a un grado tal que garantice su funcionamiento mediante sus regulaciones, su control, sus estimulaciones, sus iniciativas y sus balances económicos.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Esa posición, y su contraria, discuten en realidad cuestiones tales como: ¿hasta dónde pueden intervenir con su voluntad los actores calificados en la construcción económica del socialismo? ¿cuál es el papel real del Estado, del Partido y de la ideología en esa construcción económica? ¿las "leyes económicas" deben dictar el rumbo a seguir, y los resultados económicos dictarán las etapas del socialismo y la conducta a seguir en cada una de ellas? Esas preguntas atañen a la naturaleza que tendrán las palancas principales de la construcción socialista, y por tanto también a cómo marchar, a qué velocidad marchar y, esto es decisivo, hacia dónde marchar.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Llegamos entonces a la encrucijada: ¿Cuba debe cubrir etapas "intermedias" que le faltarían antes de "construir el socialismo", o lo que se exige es avanzar simultáneamente en un complejo y prolongado proceso comunista de lucha por echar bases para la liquidación de toda forma de dominación, desde el inicio de la construcción socialista? Y esto, ¿no es un caso particular de una disyuntiva general, que con sus especificidades nacionales debe regir para todo el socialismo en el mundo? Es válida la generalización teórica, porque el marxismo desde su origen ha concebido el comunismo como el resultado de la acción proletaria en un plano histórico mundial. Y la práctica de aquellos años venía confirmando ese planteo, con la internacionalización rápida y creciente de los procesos revolucionarios. No había ocurrido como lo esperaba Marx, pero los países del llamado Tercer Mundo el mundo del colonialismo y el neocolonialismo capitalista que se liberaban realmente, veían en el socialismo su único camino, aunque desde puntos de partida y realidades nacionales muy diferentes.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> En el fondo del debate económico sin desconocer la gran verdad de que ningún debate de esta naturaleza se explica totalmente si sólo se investigan sus temas, y los argumentos utilizados aparecen concepciones diferentes del desarrollo social y del carácter de la revolución. Y ellas están relacionadas con el predominio, dentro de las posiciones marxistas, de una concepción determinista o de una concepción basada en la praxis. Hechas, como es obligado, todas las salvedades del caso: en su larga historia, el marxismo aparece ligado siempre a luchas políticas y sociales, a organizaciones y a poderes estatales, a articulaciones internacionales de aspiración mundial, a complicadas implantaciones en cada cultura nacional y a discutibles transculturaciones, entre otros factores, que condicionan la presencia de una gran riqueza de matices en cada caso particular.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> El Che defiende una concepción marxista acerca de la revolución que privilegia el papel de la acción consciente y organizada, y lo hace con el rigor de quien ha meditado y estructurado sus aspectos y relaciones internas fundamentales. En sus textos se hace claro el sentido de aquella advertencia temprana, hecha a sus compañeros de Industrias: el Sistema Presupuestario de Financiamiento es solamente parte de una concepción general del desarrollo de la construcción del socialismo, es expresión de una política económica inscrita en esa concepción general. Es por tanto, más que un sistema organizado rigurosamente (y lo es), una parte en un conjunto de acciones socialistas y comunistas para la transición socialista, incomprensible para un análisis que se restrinja a aspectos técnicos, e inaplicable si no es como parte de una totalidad conceptual y de acción determinada. Esa concepción es la que fundamenta sus planteos claves, como el de que la vanguardia revolucionaria, influida cada vez más por el marxismo, puede llegar a prever en su conciencia los pasos a dar y así forzar la marcha de los acontecimientos históricos, “dentro de lo que objetivamente es posible”. Afirmación que el Che expone con rigor, en su núcleo y en sus determinaciones, durante la polémica, pero que ha estado, expresa o implícita, en sus escritos e intervenciones de los años precedentes.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> La posición filosófica que privilegia la praxis es la que le permite trascender el falso dilema que clasifica en materialistas o idealistas a quienes acepten o no el determinismo social de las llamadas fuerzas productivas, fijo en sus normas y rector de una abstracta evolución de la humanidad. Y es la que permite al Che recuperar la comprensión dialéctica, en este caso de la revolución y de la época de transición del capitalismo al comunismo, y entender como norma de todo el período histórico el carácter dominante del polo subjetivo en la contradicción existente entre la reproducción de la formación social y su transformación.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Es cierto que su concepción implica no reconocer el papel rector de la economía en la revolución y la transición socialista, ni siquiera como "última instancia". Pero no es cierto que el Che contraponga "conciencia" a "economía": juzgarlo así es no entenderlo, aunque es comprensible que se llegue a esa dicotomía cuando se permanece dentro de una concepción determinista de lo social.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Che muestra que es el poder la fuente del mando ejercido sobre la economía, poder revolucionario que tiene que ser capaz de crecer una y otra vez, y convertirse en poder de los trabajadores y el pueblo organizados. La fuerza y el entusiasmo desatados, sistematizados por la vanguardia política y por los instrumentos del nuevo Estado y la nueva sociedad, vueltos a desatar y organizar a niveles superiores cada vez, son decisivos para lograr el propósito que se tiene, que es nada menos que hacer que las fuerzas productivas y las relaciones de producción dejen de ser medios para perpetuar la dominación, y al mismo tiempo lograr la más profunda transformación de los individuos y del conjunto de la vida y la sociedad que vienen del capitalismo. La conciencia que guía la acción organizada y planeada debe ser fundamental, precisamente por los objetivos a alcanzar, los medios que se movilizan permanentemente para lograrlos, y los obstáculos reales que hay que combatir: las relaciones mercantiles, el subdesarrollo, las deformaciones propias y el capitalismo mundial.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Educación, coerción social, normación, deber social, combinaciones de estímulos, relativa falta de desarrollo de la conciencia social, emulación, trabajo voluntario, son palabras que aparecen a lo largo de todos los escritos económicos del Che, perfectamente relacionadas con producción, planificación, trabajo, mercancía, costos de producción, valor, precios, finanzas, sistema de dirección económica. En el trabajo, por ejemplo, la conciencia debe poder medirse, y medirse técnicamente. Conciencia es también, por su parte, la comprensión que los hombres van alcanzando de los hechos económicos, y el grado en que los dominan. Por todo ello, puede llegarse a la definición de planificación centralizada del Che, que suena tan extraña a los oídos habituados al mecanicismo: "es el modo de ser de la sociedad socialista, su categoría definitoria y el punto en que la conciencia del hombre alcanza, por fin, a sintetizar y dirigir la economía hacia su meta, la plena liberación del ser humano en el marco de la sociedad comunista".</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> No se trata entonces de desprecio a la economía, sino de que esta debe ser dirigida de manera consciente, porque su nueva meta carece de continuidad alguna con sus metas anteriores, a pesar de que su materia proceda de la economía mercantil generalizada y dirigida a la ganancia: se trata del objetivo más ambicioso que se ha soñado jamás. Por ser tan importante la economía es que el Che se ocupa de ella con tanto esfuerzo y tanta pasión, y la estudia y protagoniza una polémica acerca de ella antes que sobre otros aspectos de la transición socialista. Hay que impedir que se repita una y otra vez, y arraigue entre nosotros, el error de pretender construir el socialismo tomando prestadas las armas del capitalismo. Por tanto, hay que acudir también a la profundización del análisis, a la teoría, y al debate de las ideas económicas y sociales, como parte de la lucha socialista.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> El Che explica en el debate puntos débiles de la práctica de sus posiciones, y recuerda más de una vez que faltan demostraciones necesarias de muchas de sus ideas. Pero sostiene con argumentos y tenacidad todos los aspectos importantes de su posición, muestra una gran confianza en la capacidad de los seres humanos en revolución para mover el mundo, y es intransigente en cuanto a la necesidad de analizar, conectar la teoría con la práctica en la situación concreta, y ser creativo: "la tarea de la construcción del socialismo en Cuba debe encararse huyendo del mecanicismo como de la peste".</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> "La planificación socialista, su significado", en su breve docena de páginas, es un pequeño clásico de economía marxista, por el valor de su tesis central, por la brillantez con que ataca a la argumentación contraria e integra los elementos de su discurso, por su claridad y hondura al fijar los problemas centrales de la economía de la transición socialista, y por la calidad y riqueza de su prosa sintética. Tan apegado al marxismo originario como antidogmático y creador, Che ataca en ese artículo una deformación fundamental contraída por el marxismo y mantenida durante décadas. Y relaciona eficazmente la economía real con el análisis del conjunto de la formación social y de sus condicionantes, al pensamiento económico con el conjunto del pensamiento social, y a los hechos y el pensamiento con su propia historia.</span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> La economía de la transición socialista tiene un lugar cardinal en la concepción del Che del socialismo y del comunismo, pero no un lugar independiente. A ella le dedicó cientos de páginas y muchas intervenciones, profusas meditaciones y propósitos de educación y de divulgación. Al contrario de los que piensan que sustituyó el realismo de la economía por el idealismo de la conciencia, Che comprendió la máxima importancia de los hechos económicos en las sociedades y la urgencia ineludible de lograr un desarrollo económico de tipo radicalmente nuevo, socialista. Lo comprendió tanto, y vio tan bien lo que el socialismo se juega en ello, que pensó, argumentó, defendió y practicó la tesis de que, para avanzar al socialismo y al comunismo, la economía debe ser gobernada conscientemente. </span>
<br /><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> Termino con una pregunta del Che: “¿por qué pensar que lo que ‘es’ en el período de transición, necesariamente ‘debe ser’?”, y con una invitación suya: “no desconfiar demasiado de nuestras fuerzas y capacidades”. Ambas pertenecen a aquella polémica, pero siguen vigentes. Buscando hace quince años un epígrafe apropiado para colocar al inicio de un libro en que traté de exponer la concepción y la batalla intelectual del Che, encontré esta frase de José Martí que me sigue pareciendo ideal para retratarlo: “El único hombre práctico, cuyo sueño de hoy será la ley de mañana.” </span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></div> </td> </tr> </tbody></table> CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-90313120063562217122009-05-26T15:12:00.000-07:002009-05-26T15:14:07.314-07:00La formación política de los movimientos populares latinoamericanos<div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">La formación política de los movimientos populares latinoamericanos</span><br /></div><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">Claudia Korol</span><br /></div><br /><div style="text-align: justify;">¿Qué militantes populares, qué movimientos populares, qué proyectos políticos populares van constituyendo sus resistencias y sus alternativas en este tiempo histórico? ¿Qué lugar tiene en sus propuestas la batalla cultural? ¿Cómo avanzar en la formación de militantes y de movimientos populares, con capacidad de aprehensión y de transformación de la complejidad de la trama social en la que se recrean las posibilidades de existencia, no sólo de un grupo, sino de toda la humanidad y de la naturaleza? ¿Dónde afirmar el dinamismo de estos procesos? Intentaré aproximar algunas reflexiones, que sostienen nuestra práctica de formación política, que realizamos junto a diferentes movimientos populares, y que ahora integramos como programa específico del OSAL(1).<br />1. Nuevos desafíos en el siglo 21<br />Los movimientos populares latinoamericanos iniciaron el siglo 21 enfrentando nuevos desafíos, que multiplican las tareas ya planteadas y proponen nuevos horizontes. Se amplía la resistencia a las políticas neoliberales y comienzan a ensayarse alternativas populares a las mismas. Este doble movimiento, de negación y afirmación, de rechazo y de propuesta, requiere de militantes con capacidad para analizar los complejos procesos en los que desarrollan su actividad, y para asumir iniciativas diversas, tanto en la confrontación con la dominación, como en los esfuerzos de creación de experiencias de poder popular.<br />Sin embargo, por múltiples razones, se han debilitado los procesos de formación de militantes. Entre muchas causas, no podemos omitir el impacto de la devastación producida por las dictaduras latinoamericanas, que liquidaron físicamente y destruyeron moralmente a miles de luchadores y luchadoras, introduciendo en la subjetividad del pueblo y en sus organizaciones la desconfianza, el miedo, el derrotismo, la desmoralización, y una cultura de sobrevivencia basada en el "sálvese quien pueda".<br /><br />Sobre esta base resultó eficaz la acción desorganizadora del pensamiento de izquierda y popular promovido por la cultura neoliberal. El desconcierto, la crisis teórica, la vulnerabilidad frente a la pérdida de certezas –muchas veces basadas en dogmas-, se reforzaron ante el cambio brusco en las relaciones de fuerzas producido a nivel mundial después de la desarticulación de la Unión Soviética y de las experiencias del Este Europeo, del controvertido rumbo de China y de otras revoluciones asiáticas, así como de los procesos de descolonización africanos.<br />En nuestro continente, la derrota del sandinismo y la frustración de las expectativas sobre una revolución centroamericana(2), así como el cuadro continental post-dictaduras, afirmaron la sensación de triunfo mundial del capital, que se reforzó con la ofensiva ideológica conservadora asociada a los contenidos del Consenso de Washington(3).<br /><br />Las políticas neoliberales desplegaron una auténtica guerra cultural destinada a ganar las mentes y los corazones de los pueblos. El desmoronamiento de un socialismo en el que el poder popular había sido enajenado mucho tiempo atrás de su caída formal, fue presentado como triunfo del capitalismo. El fin de la historia, el fin del trabajo, la desaparición de la clase obrera, la utopía desarmada, fueron algunas de las ideas fuerza que horadaron en el imaginario popular las convicciones sobre las posibilidades del cambio social, de las revoluciones, del socialismo, del marxismo, dejando el campo abierto a la posmodernidad, y a su prédica funcional a la fragmentación del movimiento popular.<br /><br />Sin embargo la historia no terminó. Bastaron dos décadas de políticas neoliberales para que los pueblos comenzaran a expresar en América Latina el hartazgo frente a sus consecuencias: la devastación de la naturaleza, la superexplotación de los trabajadores y trabajadoras, la pérdida de derechos sociales, la precarización de todas las formas de trabajo y de vida, la exclusión de amplias franjas de la sociedad, el refuerzo de los fundamentalismos conservadores, las invasiones y guerras, las opresiones culturales, diversas formas de genocidio, la corrupción en distintas esferas de la gestión política y económica, la degradación de una parte de la humanidad, sostenida por debajo de los límites mismos de la sobrevivencia a través de políticas de asistencialismo y de control social, la criminalización de la pobreza y la judicialización de la miseria.<br /><br />Este hartazgo produjo fuertes crisis de gobernabilidad, y acentuó la deslegitimación de las políticas neoliberales y de aquellas fuerzas partidarias que las aplicaron. Como expresión de este cansancio, se multiplicaron levantamientos populares locales y nacionales, se realizaron diversos ensayos de poder popular, se practicaron distintas formas de acción directa, se desplegaron movilizaciones masivas, lucha de calles -que en algunas oportunidades se transformaron en estallidos de rebeldía-.<br />Las organizaciones nacidas o desarrolladas en estos años desplegaron una enorme imaginación en esfuerzos de sobrevivencia, en la recuperación de saberes ancestrales, en la creación de nuevos saberes sobre salud, alimentación, educación, comunicación, y en variadas modalidades de batalla cultural. En levantamientos populares masivos en algunos casos, y utilizando también los espacios de disputas electorales, se derrocaron gobiernos y se destituyeron a los sectores políticos que venían implementando los mandatos políticos y sociales del poder mundial. En estas intensas jornadas, se va recuperando la confianza en las propias fuerzas, se reinventan formas de trabajo comunitario o colectivo, se rompen cercas latifundiarias, se cuestiona la propiedad privada desde las fábricas sin patrones, se realizan intentos de una nueva institucionalidad, se crean nuevas constituciones, se discuten los límites de estas democracias, se ejercitan modalidades de democracia participativa y de democracia directa, se libran batallas en la justicia contra la impunidad, se realizan nuevas maneras de integración política, económica, social y cultural de los pueblos que desafían las imposiciones imperialistas.<br /><br />En este contexto, el triunfo de Hugo Chávez en Venezuela y su impulso a la revolución bolivariana, rompieron el aislamiento internacional en el que la Revolución Cubana venía sosteniendo la defensa del horizonte socialista. Posteriormente, la llegada al gobierno de Evo Morales en Bolivia, comenzó a dar oportunidades para la constitución de un eje de integración de gobiernos del continente nucleados en el ALBA (Alternativa Bolivariana para América Latina y El Caribe), que con apoyos tímidos de otros gobiernos, permitieron poner freno al proyecto del imperialismo presentado como ALCA (Área de Libre Comercio para las Américas) –. Aunque éste se haya metamorfoseado en una cantidad de tratados de libre comercio, de programas de militarización, de instalación de bases, de ejercicios conjuntos, de propuestas de canje de deuda por educación, por naturaleza, etc., de iniciativas como el IIRSA (Integración de la Infraestructura Regional Suramericana), que son otras formas de continuidad de la política norteamericana de control del continente para imponer su hegemonía en el mundo, también se crearon –gracias a las resistencias populares y a la voluntad política de algunos de estos gobiernos- mejores posibilidades para proponer un modelo de integración de cara a las necesidades de los pueblos, tarea en la que es imprescindible el protagonismo de los movimientos y redes alternativas.<br /><br />Se presenta sin embargo el dilema de que el desgaste de los proyectos neoliberales se precipitó más rápidamente que la recomposición de las propuestas estratégicas y de las fuerzas organizadas alrededor de proyectos políticos populares. Es así como en momentos aún de defensiva para las organizaciones políticas de izquierda y para los movimientos populares, se produjeron flujos de ascenso de las luchas –incluso sin conducción política, como el 19 y 20 de diciembre del 2001 en Argentina-, o el acceso al gobierno de fuerzas que provienen de tradiciones de izquierda, con bajos niveles de movilización e iniciativa popular. De esta manera, se va reconfigurando el mapa de América Latina, con gobiernos democrático-populares, algunos de los cuales plantean perspectivas socialistas, y otros que simplemente ponen cosméticos discursivos “progresistas” a las políticas neoliberales. Estos gobiernos provienen de procesos peculiares y han asumido distintas definiciones, tanto en lo que hace a su rumbo político, económico y social, como a su relación con los intereses de poder, con el imperialismo, y también con los movimientos populares. No es el propósito de este artículo analizar el carácter de clase y los compromisos de cada uno, sino llamar la atención de que a pesar de que en algunos enfoques se tiende a generalizar una caracterización del proceso político latinoamericano, cargándolo de cierto exitismo en la valoración de la nueva relación de fuerzas, un análisis más detallado podría recomendar no establecer fáciles paralelos y simetrías, y asumir que existe una distancia considerable entre el cansancio social hacia las políticas neoliberales, y los procesos reales basados en la fuerza organizada del poder popular. Esto crea el riesgo de que los avances logrados puedan resultar transitorios, y que en la medida en que no se conjugue el dinamismo popular, con proyectos que rompan los límites actuales del programa capitalista, y con la creación de fuerzas organizadas del pueblo que sustenten esos proyectos, los procesos pueden ser rápidamente revertidos, dando lugar al retroceso de lo conquistado, y al avance inclusive de las fuerzas de la derecha, que utilizan esta etapa para reorganizarse.<br /><br />A pesar de los límites señalados, es cierto que como resultado de la acumulación de rebeldías, en las batallas populares producidas en estos comienzos de siglo se revalorizó la lucha política, no como gerenciamiento empresarial sino como causa colectiva; y se insinuaron distintas maneras de amasar identidad y proyecto, en un esfuerzo solidario que al tiempo que sueña el proyecto, intenta construirlo en las prácticas cotidianas, modificando las relaciones de opresión y dominación. También en esta etapa se multiplicaron las expresiones de sujetos políticos que se organizan para denunciar y enfrentar formas de subordinación o exclusión que no dependen solamente de variables económicas, como son las demandas ligadas al reconocimiento de la identidad cultural, a la visibilización de diversos campos de las percepciones, pensamientos, sentimientos y experiencias de las mujeres, de sectores de la diversidad y de la disidencia sexual, a la recuperación de las culturas indoamericanas y afrodescendientes, y de aquellas espiritualidades populares que desafían la prédica del pensamiento capitalista y patriarcal, el fundamentalismo religioso, y la homogeneización de las subjetividades alrededor de un patrón cultural burgués, machista, racista, homofóbico, xenófobo, colonizador, guerrerista, violento.<br />2. Algunos debates en los movimientos populares<br />Reconocer las dinámicas que conducen a la fragmentación social –uno de los obstáculos fundamentales de este tiempo-, es imprescindible tanto para asumir los enfoques de creación de un bloque popular contrahegemónico, como para debatir el carácter y la metodología de las propuestas de formación política.<br />Los actuales procesos de fragmentación social tienen en su base material la desarticulación de las clases y grupos organizados de acuerdo a intereses comunes colectivos, como resultado de la flexibilización y precarización laboral, la desindustrialización, el despoblamiento del campo –entre otros motivos-, y como causas subjetivas, el retroceso en los niveles de conciencia social producido por la dictadura primero, así como el impacto de la cultura neoliberal en los movimientos populares, e incluso en la militancia. Las urgencias de la sobrevivencia generan formas de militancia basadas en el pragmatismo y en el cortoplacismo, que son parte de la manera efímera de constitución y desarticulación sucesiva de los agrupamientos de hombres y mujeres agredidos, que no alcanzan a volverse sujetos políticos en la vivencia cotidiana de la inmediatez.<br />En la recomposición de los movimientos populares se plantean nuevos debates, dirigidos tanto a cuestionar sus propias formas organizativas, como lo que éstas implican para los procesos de formación política. Conviven en el pueblo organizaciones tradicionales, como los sindicatos, centrales campesinas, estudiantiles, barriales; movimientos nacidos como respuesta a la exclusión, o a partir de búsquedas de reconocimiento; movimientos que plantean demandas económicas o culturales. Conviven movimientos estructurados de manera fuertemente jerárquica, basados en la separación de dirección y bases; y otros con dinámicas asamblearias, o de horizontalidad, que suelen tener grandes dificultades para crear un auténtico protagonismo de las mayorías, y que tienden a desestructurarse con facilidad.<br />En los años 80 y 90 tomaron cuerpo los movimientos organizados alrededor de las políticas de identidad, que expresan formas de resistencia cultural frente a la lógica capitalista del pensamiento único, que al tiempo que homogeneiza ideas, deseos, sentimientos, con la fuerte intervención de los medios masivos de comunicación, agrieta y diluye las identidades clasistas, niega las identidades nacionales, y ha llegado incluso a negar la identidad individual de las personas (como ha sido a través de la apropiación de niños y niñas durante la dictadura). Frente a la ofensiva capitalista que vulnerabilizó a los sujetos colectivos, sobre la base de la desestabilización de las personas, de sus grupos familiares, de sus roles, las políticas de reconocimiento actúan como formas de afirmación de los grupos o movimientos que reivindican ser considerados como personas, en su diferencia, desde sus culturas, sus elecciones vitales, sus proyectos y sueños(4).<br /><br />Sin embargo, un fuerte límite de algunas prácticas con que se han desarrollado las políticas de identidad ha sido colocar el valor de la diferencia por sobre la necesidad de confluencia del conjunto de los oprimidos y oprimidas por el capitalismo, el patriarcado, y el colonialismo. Si bien estos límites pueden leerse como una reacción frente a políticas tradicionales de las izquierdas y de los movimientos clasistas, que niegan o subestiman el valor de la diversidad, no puede actuarse con inocencia frente a un esfuerzo sistemático desarrollado desde usinas ideológicas como el Banco Mundial, o numerosas ONGs y fundaciones, que invirtieron recursos importantes en estimular la despolitización de las demandas, sustentando teóricamente la imposibilidad de conocimiento del mundo, negando los aportes del marxismo, la teología de la liberación, el feminismo, y de las teorías emancipatorias en general. Ya no quedaría desde esos enfoques otra perspectiva ideológica que aquella que justifica los crímenes del capital, y las distintas maneras de opresión.<br />Por este camino, se reforzó la fragmentación del sujeto histórico, y se estimuló una forma de acción política que sustituye las políticas de acumulación de fuerzas de mediano y largo plazo, por la acción y reacción frente a las emergencias. En su impacto en la formación política, estas concepciones llevan al desprecio por la teoría, a la acentuación de la ruptura entre teorías y prácticas, a la limitación a procesos acotados de "capacitación" pero no de formación, a la subordinación ideológica y cultural a las diversas "modas", que se van renovando desde las usinas de la producción cultural hegemónica.<br /><br />Las batallas por la transformación del mundo, y los procesos de formación política de los militantes, necesitan del diálogo pedagógico de las experiencias populares, que son la base en las que se fundamentan las diferentes perspectivas teóricas emancipatorias, como el marxismo –considerado fundamentalmente como un método de análisis de la realidad y como una guía para la acción-, de los aportes realizados por la teología de la liberación, por el feminismo, por las cosmovisiones de los pueblos originarios, por las miradas holísticas del Universo, y por la diversidad de aprendizajes realizados en nuestro continente en más de 500 años de resistencia indígena, negra y popular.<br /><br />La conquista y colonización de América promovió la hegemonía de una cultura racista, legitimadora del saqueo de nuestros recursos naturales, de la devastación de nuestros territorios, del genocidio de nuestros pueblos, y la imposición de una visión del mundo sobre las muchas existentes en estas tierras. La descolonización cultural implica avanzar en la crítica de nuestros sentidos del mundo, de nuestras concepciones de lucha, de nuestra lectura de la historia, de nuestras modalidades de resistencia; en la valorización y el reconocimiento de los saberes ancestrales, de las culturas originarias, de las diferentes cosmovisiones que se crearon en nuestras tierras. Significa también una actitud concreta frente a la historia del capitalismo en América Latina, construido sobre la base del genocidio de los pueblos, realizado una y otra vez en nombre del "progreso", la "civilización", el "desarrollo".<br /><br />La descolonización cultural obliga a pensar también, de manera sistemática y profunda, los dilemas que se plantean a los proyectos socialistas latinoamericanos, en términos de crítica a las maneras de destrucción y explotación de la naturaleza y de los pueblos realizadas por el capitalismo, y en pensar nuevos proyectos de vida sobre la tierra, que no reproduzcan aquellos modelos, ni el autoritarismo con que se ejercen esas formas de dominación.<br />Son los movimientos populares, los que expresan con más claridad en este tiempo, la diversidad de demandas que se han ido creando en las batallas anticapitalistas, antipatriarcales, antiimperialistas, contra las diversas formas de colonización cultural. Siendo estas demandas en muchos casos limitadas, por su carácter sectorial, económico, o local, sin embargo, es en su interacción, articulación y diálogo, que pueden volverse develadoras de distintos aspectos de un proyecto político popular, de carácter civilizatorio, mucho más amplio, fecundo y vital que los programas populistas o neodesarrollistas, reproductores de lógicas viciadas de estatismo, que suelen exhibirse como la suma de las transformaciones "posibles" de ser realizadas, en este contexto latinoamericano y mundial.<br /><br />Aceptando las posibilidades que ofrece el Estado nacional como trinchera de disputa de las políticas de soberanía nacional y popular, es necesario cuestionar las concepciones que niegan la autonomía de los movimientos populares, y pretenden manipularlos desde la gestión estatal, atravesada como está la misma por fuertes lógicas de burocracia, clientelismo y corrupción. La autonomía de los movimientos populares, en esta perspectiva, no significa la reclusión en un lugar testimonial de crítica o de oposición a uno u otro gobierno, sino implica la capacidad de los mismos para actuar no como correas de transmisión de las esferas del Estado, sino de acuerdo a sus propias demandas y proyectos, como parte de un proyecto político estratégico en construcción.<br />Si nunca fue posible creer en una "revolución desde arriba", esto resulta mucho más complejo de pensar después del fracaso de las experiencias realizadas en nombre del socialismo real, en las que incluso aquellos procesos que nacieron de una verdadera fuerza revolucionaria popular, como fue la revolución rusa o la revolución china, fueron progresivamente enajenados por las burocracias estatales, siendo vaciados de su contenido popular y socialista. Cobra fuerza en esta perspectiva, la creencia mariateguiana de que el socialismo en América Latina no puede se calco ni copia, sino creación heroica de los pueblos<br />3. Pedagogía de la resistencia y de las emancipaciones: diálogo de saberes<br />En estos momentos, se han dado algunos pasos para que puedan interactuar las distintas experiencias, y como resultado de las luchas comunes, de la participación en redes de acción local o continental y de los diálogos pedagógicos realizados en el marco de estas batallas compartidas, los movimientos diversifican sus miradas del mundo, son atravesados por otras demandas, se "contaminan" mutuamente con sus sueños libertarios, lo que comienza a traducirse en nuevas formas de articulación, y en la ampliación de la perspectiva emancipatoria de los movimientos existentes.<br /><br />Los cambios en las prácticas abren nuevos horizontes teóricos que permiten cuestionar las utopías disecadas en propuestas dogmáticas, cuestionando tanto las políticas de homogeneización cultural neocoloniales, como las simplificaciones de aquellos proyectos políticos que miran la realidad con una lógica jerárquica, que subordina y reduce el conjunto de las demandas a la resolución de una principal.<br /><br />Es importante entonces, a la hora de pensar los horizontes actuales de la formación política, someter a crítica no sólo la cultura capitalista, sino también aquellos modelos que en nombre del socialismo cimentaron diferentes formas de dogmatismo, una de cuyas características comunes es la negación de la dialéctica. Los enfoques dogmáticos resultan de un pensamiento simplificador de la realidad en unas pocas contradicciones antagónicas –retrato en blanco y negro-, y reaccionan ante los procesos de despolitización y desideologización, regresando a los enfoques tradicionales de homogeneización política.<br />Estas modalidades de formación, que pueden considerarse también como parte de la educación tradicional o "bancaria" –como la denominara Paulo Freire(5)-, más que dialogar con las experiencias de los movimientos pretenden interpretarlas, nombrarlas, reforzando de este modo las distancias entre el lugar del saber y el lugar del hacer. En ellas los supuestos poseedores del saber, "transfieren", o "depositan" su conocimiento en los militantes populares, sin buscar los núcleos de la experiencia de estos militantes y de sus movimientos, que permitan integrar las diversas temáticas necesarias de trabajar pedagógicamente. De esta manera, el saber resulta ajeno a los militantes, y se refuerza la distancia entre teoría y práctica, entre intelectuales y luchadores "prácticos". También se reproduce en estos modelos la jerarquía del saber académico, o de un conjunto de visiones elevadas al rango de ideología científica, por sobre los saberes nacidos y creados en la lucha. En definitiva, se reproducen modelos de enajenación de los sujetos, al reforzar la vivencia de un saber que desvaloriza el conocimiento construido por los colectivos populares.<br /><br />El diálogo de saberes, de miradas del mundo, de prácticas de resistencia y de poder popular, no puede ser compactado en una compilación de textos sustitutiva de los antiguos manuales de adoctrinamiento. Es imprescindible avanzar en la creación de una nueva experiencia subversiva frente a las propuestas domesticadoras, disciplinadoras, o simplemente testimoniantes de la negatividad del orden social que impone la dominación capitalista y patriarcal. Estas respuestas se amplían y profundizan, en la medida en que se integran o se entrelazan con el conjunto de la cultura de rebeldía acumulada en las últimas décadas.<br /><br />La dialéctica entre las tendencias conservadoras y las revolucionarias, atraviesa también el campo de las izquierdas. Pasado ya el tiempo en que esta contradicción se reflejaba entre la llamada izquierda tradicional y la nueva izquierda (que en los 60-70 se identificaba con la lucha armada), y superada teóricamente y en menor medida en las prácticas la disyuntiva entre lo social y lo político planteada en las décadas de los 80-90, hoy es imprescindible identificar, en el pensamiento y en la acción de los movimientos populares, lo que convive de conservador y de revolucionario en cada una de nuestras acciones y postulados. Es necesario reconocer que los muros que se levantaron para proteger las débiles acumulaciones creadas por los movimientos populares en los años de contrarrevolución conservadora, se han vuelto en algunos casos fortalezas en las que se enquistaron dogmatismos, anacronismos e incluso vulgares prejuicios provenientes de la asunción de aspectos esenciales de la cultura dominante.<br />Renovar la cultura política implica producir rupturas, derribar muros, sin perder los cimientos. Es necesario, en esta perspectiva, pensar en términos de nuevas posibilidades epistemológicas, y en nuevas maneras de conocer al mundo y de revolucionarlo. Abandonar el ejercicio infecundo de superponer monólogos en nuestros procesos de reflexión, para abrirnos al diálogo real, en el que escuchamos la palabra que nombra experiencia, desde nuestros cuerpos preparados no sólo para decodificar lenguajes, o categorías, sino fundamentalmente, para comprender las acciones, sentimientos, pensamientos e ideas que estos nombran.<br /><br />La necesidad de colocar en el centro de la acción política la tarea de formar un bloque político social contrahegemónico, no puede resolverse pretendiendo instalar una lógica disciplinadora de las diferencias. La posibilidad de desafiar al imperialismo y al capitalismo realmente existente en América Latina, está en relación directa con la capacidad que tengamos para constituir al movimiento popular como sujeto histórico de los cambios.<br /><br />La complejidad con que los pueblos van entretejiendo las tramas de sus resistencias y la creación de alternativas populares, nos plantea la necesidad de cuestionar una y otra vez los conceptos, metodologías y prácticas con que venimos desarrollando estas experiencias. La pedagogía política liberadora hoy se encuentra desafiada a revisar sus propuestas, simplificando las maneras de educar, sin perder profundidad en el proyecto. Simplificar para multiplicar, pero profundidad para enfrentar a un poder mundial que desarrolla modalidades de dominación cada vez más sofisticadas, que tienen un aspecto central en la búsqueda de golpear la voluntad de combate, integrando o domesticando al activismo social formado en las últimas décadas. Se vuelve un desafío urgente desarrollar en los militantes populares un pensamiento complejo que acompañe, problematice y sugiera prácticas cada vez más audaces, y que adquiera y desarrolle herramientas político pedagógicas y metodológicas capaces de ampliar las posibilidades de los y las militantes, para comprender y transformar el mundo.<br /><br />Para derrotar al capitalismo, necesitamos horadar su cultura y su ideología, sus valores introyectados en nuestras propias prácticas y en nuestras ideas del mundo. Esta batalla no sólo es una batalla de ideas –siendo ésta fundamental-, sino también de valores, de creencias, de sentidos; muchos de los cuales se forjan en la vida cotidiana. Por eso en esta etapa, los movimientos populares comienzan a realizar procesos de formación política, con una concepción que abarca simultáneamente los momentos educativos tradicionales –seminarios /talleres /escuelas- con los procesos pedagógicos que se viven cotidianamente en la lucha, en la organización del movimiento, y en la vida cotidiana. Se trata del desafío de movimientos populares, que trabajando en el campo inmediato de la lucha por la sobrevivencia, puedan al mismo tiempo trabajar dimensiones estratégicas que les permita ir constituyéndose como sujetos políticos, como intelectuales colectivos, formando en el mismo proceso a sus propios intelectuales orgánicos.<br /><br />Desde esta perspectiva, la relación práctica - teoría – práctica, comprendida en el concepto de praxis, es aquella en la que las experiencias históricas de los pueblos es fuente de conocimiento; en la que la teoría se construye colectivamente en los esfuerzos por leer y reescribir el mundo que cambiamos con nuestras luchas, y en la que el sentido de los procesos de conocimiento no se agota en las búsquedas académicas o en las investigaciones realizadas de acuerdo con las imposiciones de los centros que financian y condicionan mundialmente la producción de saberes, sino el que, en diálogo con los saberes académicos y con diversos saberes populares, conforma su consistencia teórica en la experiencia de transformación del mundo que intentan y hacen los movimientos populares y revolucionarios.<br /><br />Es un diálogo de que apunta a crear colectivamente los conocimientos que permitan conocer la realidad que se pretende cambiar, y apuntar caminos para experimentar esa transformación. Este diálogo tiene como premisa la democratización de los procesos de conocimiento, desandando lo que en siglos se ha formado como jerarquización de unos saberes sobre otros, de unas reflexiones sobre otras, de unos poderes sobre otros. Es un diálogo que se plantea la descolonización cultural, y también la crítica de la creación de teoría social desde los intereses de la burguesía, del imperio, y desde una visión androcéntrica del mundo.<br /><br />La formación política, en esta perspectiva, no es sólo ni principalmente transmisión de saberes, sino reflexión crítica sobre los saberes que la humanidad construyó históricamente como verdaderos. Implica un análisis teórico y práctico sobre cómo se ha ejercido la dominación, cuáles son sus instrumentos, cuáles las ideas, los sentidos, las visiones del mundo que la sostienen y reproducen, y cuáles las ideas, los posibles sentidos y visiones del mundo eficaces para combatirla. Es estudio de la realidad, y reflexión crítica de las experiencias e intentos de su transformación. Es crear un espacio de libertad, para imaginar los posibles cambios de la misma, y los caminos para realizarlos. Es diálogo entre los saberes creados en la academia, en los centros de investigación, y los saberes forjados en la confrontación y creación popular, en una relación en la que se suprima toda jerarquía pre-establecida para una forma del saber sobre otra.<br /><br />Este enfoque de formación política, presupone también un debate sobre el rol de los intelectuales y su aporte como sujetos de la transformación histórica junto a los movimientos populares, y el reconocimiento de los múltiples lugares donde el saber se crea y se recrea, y donde se va forjando una nueva intelectualidad, orgánica, que es parte del quehacer fértil de los movimientos populares, que al crear a sus intelectuales, se crean a sí mismos como intelectuales orgánicos.<br /><br />Diálogo y formación política se vuelven así una forma de encuentro, que permite no sólo reconocer al otro o a la otra, sino crear un nosotros y un nosotras en el que se respeten y valoren las múltiples expresiones, maneras de decir y de actuar, y se creen vínculos de solidaridad, de mutuo aprendizaje, que no cancelen ni posterguen sueños, sino que permitan que los mismos nutran las raíces de los procesos de formación/ transformación, que ya no serán por lo tanto dos términos separados en tiempo y lugar, sino dos dimensiones del mismo espacio de revoluciones.<br />Diálogo de saberes, creación colectiva de conocimientos, relación práctica/ teoría / práctica, pensamiento crítico, pedagogía del ejemplo, historicidad de los procesos sociales, cultura de rebeldía, educación como un momento organizativo de constitución de los sujetos, son algunas claves que estamos buscando.<br /><br />El cuerpo que lucha tiene que aprender a involucrarse con todos los sentidos, y por lo tanto, la formación política no puede reducirse a una esgrima de palabras, sino que requiere pensar desde los pies que duelen, desde las manos que trabajan, desde el corazón que no se cansa de bombear sangre para que la lucha continúe. Por ello la formación política incorpora momentos de mística, de creatividad, de ejercicio de sentidos, de reencuentro de pensamientos, cuerpos y sentimientos.<br /><br />La concepción de educación popular, que intenta desafiar las ideas y los formatos de educación alienantes, recupera de Paulo Freire su esencia radical: concebir la pedagogía de los oprimidos (y no para los oprimidos) y oprimidas, como una práctica de la libertad; como pedagogía de la rabia, de la indignación, de la esperanza y de la autonomía. Estas dimensiones: rabia, indignación, esperanza, autonomía, son también constituyentes de las políticas de los movimientos populares, que no pueden determinarse exclusivamente por razones de orden estrictamente superestructurales o por las geopolíticas de los estados, sino que tienen que nutrirse de la necesidad y de los deseos de los hombres y mujeres, que van encontrando los modos de rebelarse frente a las múltiples formas de opresión.<br />Julio 2007<br />________________________________________<br />Notas<br />(1) Programa de Formación Política Cogestionada entre Movimientos Populares y OSAL – CLACSO, creado en el año 2007.<br />(2) “Si Nicaragua venció/ El Salvador vencerá/ y Guatemala lo seguirá” era la consigna que sintetizaba esas esperanzas en América Latina.<br />(3) En noviembre de 1989, el Institute for Internacional Economics realizó en Washington DC un seminario en el que se sistematizaron el "catecismo" neoliberal, alrededor de un conjunto de medidas como el ajuste económico, el achicamiento del Estado, la política antiinflacionaria basada en la recesión, la desindustrialización, flexibilización laboral, la disciplina fiscal, las tasas de cambio "competitivas", la liberalización del comercio, las inversiones extranjeras, las privatizaciones y la desregulación. El debate fue publicado en el libro "El Consenso de Washington (J. Williamson, Latin America adjustment: how much has happened? Washington D.C. 1990)<br />(4) Ver Nancy Frazer, Iustitia interrupta, Bogotá: Universidad de los Andes, Siglo del Hombre Editores, 1999.<br />(5) Paulo Freire. Pedagogía del oprimido. Montevideo: Tierra Nueva, 1970.<br /></div>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-64890576326056565322009-05-26T15:09:00.000-07:002009-05-26T15:12:41.700-07:00Criminalización de los movimientos sociales en América Latina<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CNatasha%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="themeData" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CNatasha%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link rel="colorSchemeMapping" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CNatasha%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> 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text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Cerrado el ciclo de dictaduras militares en América Latina, cuando los pueblos celebraban la “conquista de la democracia”, las clases dominantes comenzaron el proceso de readecuación de los mecanismos de control, de afirmación de su hegemonía, de manufactura del consenso, de fragmentación social y de represión, necesarios para asegurar el modo de acumulación del capitalismo en esta etapa. Las “democracias realmente existentes” aseguran la libre movilidad de los capitales; y reaccionan furiosamente si los movimientos populares obstaculizan su reproducción o su circulación. Los organismos internacionales de gestión del “gobierno mundial de las trasnacionales” (FMI, Banco Mundial, OMC, G-8, etc.), crean programas para garantizar que el saqueo sistemático de bienes de los territorios subordinados a sus estrategias, tengan vías de salida para el Primer Mundo. Promueven legislaciones para defender sus derechos. Crean fuerzas militares para patrullar y controlar estas regiones (como la IVº Flota norteamericana).
<br /> El capital ganó derechos en estas “nuevas democracias”. Lo que no se advierte suficientemente, es cómo al mismo tiempo perdieron derechos los pueblos, y especialmente quienes son </span><a href="mailto:excluid@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">excluid@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> de la sociedad, y </span><a href="mailto:recluid@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">recluid@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> en verdaderos ghettos de miseria, de indigencia, en regiones donde no hay derechos, no hay ley, salvo el grito de orden de las fuerzas represivas. De la Doctrina de Seguridad Nacional, se ha pasado a la Doctrina de Seguridad Ciudadana, o a la Doctrina de Seguridad Democrática. Si la primera perseguía preferentemente a </span><a href="mailto:l@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">l@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> </span><a href="mailto:%E2%80%9Csubversiv@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">“subversiv@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">”, es decir, a quienes no aceptan el “orden” impuesto por las burguesías y el imperialismo para defender y reproducir su sistema; hoy se persigue “a </span><a href="mailto:l@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">l@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> criminales”, entendiéndose por criminales tanto un movimiento que se levanta para recuperar la tierra, cuidar el territorio que habita, evitar la destrucción de la naturaleza, hacer producir una fábrica vaciada por sus patrones, como una persona que empujada violentamente al desamparo, recupera comida, o recolecta cartones para sobrevivir penosamente.
<br /> </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">La criminalización de los movimientos populares es un aspecto orgánico de la política de “control social” del capitalismo para garantizar su reproducción y ampliación. Articula distintos planos que van desde la criminalización de la pobreza y la judicialización de la protesta social, hasta la represión política abierta y la militarización.</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">
<br /> La llamada “globalización”, ha llevado la “guerra de los ricos contra los pobres” a una dimensión mundial. Si los gobiernos imperialistas, en nombre de la “democracia”, “de la libertad”, del “desarrollo”, del “progreso”, han invadido y destruido países y civilizaciones, han promovido la fragmentación de los Estados que se resistían a actuar de manera subordinada a sus intereses, han asesinado presidentes, y han colocado en un listado de “criminales” a líderes populares integrantes del “Eje del Mal” (en un discurso fundamentalista lindante con el fascismo), esto en el orden local se traduce en la persecución a los movimientos de defensa de los bienes de la naturaleza, de los derechos sociales, humanos, políticos.
<br /> Como consecuencia de las políticas de exclusión social y de precarización de todos los términos de la vida, se producen nuevos fenómenos en las relaciones sociales. El miedo “al otro” es uno de los datos significativos que “organiza” estas relaciones de desigualdad, desconfianza y dilución de las solidaridades. La fragmentación social funciona como estímulo de aquellos miedos. Los nuevos “desaparecidos sociales” configuran una fantasmática aterrorizante, en un cuerpo social varias veces herido y vulnerado por una continuidad de pérdidas materiales y simbólicas.
<br /> La exclusión social empuja a satisfacer las carencias de modo inmediato para garantizar la sobrevivencia, tanto en términos individuales como colectivos, generando en el imaginario construido desde la hegemonía cultural, la identificación de las zonas de pobreza con territorios de crimen. Estos sentidos que estimulan respuestas conservadoras, son alimentados por los grandes medios de comunicación, que activan deliberadamente los mecanismos del terror, para levantar las exigencias de “seguridad”, entendidas en última instancia como garantías para los derechos del capital.
<br /> La ruptura de identidades lleva a vivir la pobreza, la marginalidad, la miseria del otro, como amenaza, y a cargar ese sentimiento de contenidos racistas, xenófobos, violentos, represivos y autoritarios. Refuerzan estos mecanismos de enajenación social, la pérdida de sentidos y la despolitización de la lucha social, que favorecen que la misma ingrese en el índex de la criminalización como “causa penal”.
<br /> Los medios de comunicación juegan un rol central en la construcción de una subjetividad alienada. El discurso mediático se refuerza desde las políticas públicas que fragmentan el campo social e incluso territorial, con propuestas diferenciadas de educación, salud, vivienda, construyendo geografías que acentúan la distancia entre </span><a href="mailto:incluid@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">incluid@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> y </span><a href="mailto:excluid@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">excluid@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, al interior mismo de los sectores populares. Muchas Universidades, centros de investigación, fundaciones, y ámbitos de producción intelectual que responden a las agendas de intereses marcadas por el Banco Mundial y por los grandes centros del poder, producen un amplio espectro de interpretaciones que tienden a la disociación de los saberes, a su funcionalidad con los intereses del poder mundial, a la apropiación de los saberes populares, y a la asimilación incluso de los discursos progresistas, para fundamentar propuestas de desarticulación de las posibles alternativas populares.
<br /> Un aspecto esencial para reforzar la dominación lo constituye la creación de dispositivos de control de la pobreza. Escribe Esteban Rodríguez </span><i><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">(2)</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">: “En este contexto, caracterizado por la irrupción de la exclusión, el Estado ha redefinido su intervención. Porque el Estado seguirá interviniendo, aunque esta vez ya no tenderá hacia la integración social. Su intervención será exclusiva. Se interviene para reasegurar esa exclusividad, para mantener la exclusión, o lo que es lo mismo, para evitar la irrupción. La intervención estatal, se vuelve disruptiva. La disrupción es la forma que asume el control social cuando se trata de mantener la exclusión, cuando lo inviable se torna insustentable y por tanto ya no cabe inclusión alguna. Esas tecnologías de control tienen que ver con: a) las </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">agencias políticas</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> que, sobre la base del clientelismo, organizan la </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">cooptación</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">; b) las </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">agencias sociales</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> que, sobre la base de la cooptación, organizan el </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">subsistencialismo</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">; c) las </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">agencias represivas</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> que articulan diferentes prácticas (gatillo fácil, antitumulto, escuadrones de la muerte), que son formas de gestionar el crimen y el alza de la protesta social; y d) las </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">agencias judiciales</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, que organizarán la </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">criminalización de la pobreza</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, y luego la </span><i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">criminalización de la protesta</span></i><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">”...“Cuando las multitudes irrumpen, hay que intervenir; y la intervención será brutal aunque focalizada, contundente aunque imperceptible, si la multitud no se resigna. De la “doctrina de seguridad nacional”, pasamos a la “tolerancia cero”, de la misma manera que la “mano invisible” se vuelve “mano dura”. Una mano que se vuelve puño, pero permanecerá invisible, intermitente, difusa y errante. De allí que no pueda percibírsela como tal. El terror del que hablamos es un terror espectral, que ya no tiene su base real en un punto determinado, en una institución, sino que permanecerá diseminado entre diferentes prácticas que organizan y gestionan la disrupción. Eso será el terrorismo de Estado en esta nueva época signada por la crisis de representación: un puño sin brazo”.
<br /> Algunas de las modalidades de la </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">criminalización de la pobreza</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, son el </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">gatillo fácil</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, las </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">razzias en las poblaciones pobres</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, la </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">selectividad del sistema penal</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, la </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">militarización de determinados barrios o regiones</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">. Todos estos actúan como dispositivos de disciplinamiento, sin otro criterio que el castigo a la pobreza, y el acostumbramiento a la violencia como cara única de la ley. Se generan verdaderos asaltos a la población más vulnerable, tendientes a establecer el orden armado frente a los más débiles.
<br /> Las organizaciones feministas vienen denunciando diversas modalidades de </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">criminalización de las mujeres pobres</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, atrapadas en las redes de prostitución, perseguidas por legislaciones que reprimen a las víctimas mientras protegen a los jefes de la trata, víctimas principales de los </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">femicidios</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, en una gran parte relacionados con esas redes. También la </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">penalización del aborto</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, es una forma de criminalización de las mujeres pobres y de control de sus cuerpos.
<br /> Hay un hilo de continuidad entre las políticas de </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">criminalización de la pobreza</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, la </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">judicialización de la protesta social</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, y la </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">criminalización de los movimientos populares</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">. La ubicación de </span><a href="mailto:l@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">l@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> </span><a href="mailto:excluid@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">excluid@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> como amenaza, y de sus acciones como delitos, interfieren la simbología que consideraba al luchador social como militantes solidarios, justicieros. Hoy quienes luchan son </span><a href="mailto:presentad@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">presentad@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> como delincuentes, y su prisión es señalada como castigo ejemplificador.
<br /> Desde los medios de comunicación, y desde voceros oficiales del poder, se produce una fuerte </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">descalificación de la protesta social</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, que promueve su ilegitimidad social. Resulta otro mecanismo fundamental el </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">cambio en las figuras penales</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> empleadas en los procesamientos de </span><a href="mailto:l@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">l@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> </span><a href="mailto:luchador@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">luchador@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, utilizado por el sistema judicial </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">para evitar las excarcelaciones</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">. Así el castigo se produce en el mismo proceso. El paso por las torturas en las comisarías, en las cárceles, forma parte del dispositivo de criminalización de la protesta y se ha vuelto un enorme chantaje sobre las organizaciones sociales.
<br /> Algunas de las formas entonces en que se manifiesta la criminalización de los movimientos populares, es el avance del proceso de </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">judicialización de los conflictos</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">, visible en la </span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">multiplicación y el agravamiento de las figuras penales, en la manera que éstas son aplicadas por jueces y fiscales, en el número de procesamientos a militantes populares, en la estigmatización de las poblaciones y grupos movilizados, en el incremento de las fuerzas represivas y en la creación especial de cuerpos de élite, orientados a la represión y militarización de las zonas de conflicto</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">. Por todos estos caminos, los problemas sociales y políticos se vuelven procesos penales, en los que el pueblo no tiene forma de intervención, más que como espectador o como “acusado”. De posibles actores sociales, los sujetos en conflicto quedan reducidos a excluidos, a víctimas, o a potenciales criminales.
<br /> Si en el plano continental, Colombia es el país que funciona como laboratorio privilegiado para los experimentos represivos contra las organizaciones populares, utilizándose siempre el mismo argumento –su hipotética vinculación con las guerrillas- estableciéndose un régimen dictatorial con apariencia de “democracia representativa”, y justificándose la liquidación completa de organizaciones, la prisión de sus dirigentes y de sus militantes, así como de poblaciones completas; resulta necesario advertir que los represores –policías, militares, jueces, legisladores, periodistas, políticos- hoy están “asesorando” a sus pares en varios países de América Latina. Resulta alarmante el proceso de criminalización del movimiento popular en México, en Perú, en Haití –bajo el mando de la MINUSTAH-, pero también los ensayos de criminalización del Movimiento Sin Tierra de Brasil en Rio Grande do Sul, la judicialización del movimiento campesino de Paraguay (continuando la justicia controlada por el Partido Colorado) , y la persecución y el exterminio del pueblo mapuche en Chile.
<br /> Destacándose estas situaciones, vale llamar la atención sobre el hecho de que las modalidades antes descritas no son la “excepción”, sino las formas más agudas de mecanismos de represión que se utilizan en prácticamente todos los países de América Latina, amparados en Leyes Antiterroristas que parecen copiadas de un país al otro, y ejecutadas por fuerzas represivas que estudian los mismos manuales y se ejercitan en común bajo el mando norteamericano, o en experiencias “humanitarias” de invasión a países, como es el caso de Haití.
<br /> Tal vez sea una necesidad y una urgencia de los movimientos populares del continente, reanimar los mecanismos de solidaridad internacionalista, promoviendo una fuerte campaña de denuncia de la criminalización de los movimientos sociales, de batalla por el desprocesamiento de </span><a href="mailto:l@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">l@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> </span><a href="mailto:luchador@s"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif"; color: blue;">luchador@s</span></a><span style="font-size: 10pt; font-family: "Verdana","sans-serif";"> sociales judicializados, por la libertad de los presos y presas políticas, y por la legitimidad de defender todos y cada uno de los derechos humanos, incluido el derecho a la rebelión frente a todas las opresiones.</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><b><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">Notas</span></b><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: 7.5pt; font-family: "Verdana","sans-serif";">1- La mayoría de las opiniones que se brindan en este artículo, son una síntesis personal de una investigación colectiva realizada para el seminario “Criminalización de la pobreza y de los movimientos sociales en América Latina” - iniciativa del Instituto Rosa Luxemburgo y de la Red Social de Derechos Humanos de Brasil, que se reunió entre los días 18 y 20 de junio en la Escuela Nacional Florestan Fernandes, con participantes de Argentina, Chile, México, Paraguay, Brasil y Alemania.
<br /> 2- “Un puño sin brazo. ¿Seguridad ciudadana o criminalización de la multitud?” en la publicación: “La criminalización de la protesta social”. Publicada por HIJOS La Plata y Ediciones Grupo La Grieta- Noviembre del 2003</span><span style="font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></p> </td> </tr> </tbody></table> CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-8139947378751390232009-05-26T15:08:00.000-07:002009-05-26T15:09:37.231-07:00Actualidad del pensamiento del Che Guevara en América Latina<div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">Actualidad del pensamiento del Che Guevara en América Latina</span><br /><div style="text-align: right;">Claudia Korol<span style="font-weight: bold;"><br /><br /></span></div></div><div style="text-align: right;">Ponencia presentada en la Iº Conferencia Internacional “Vozes de Nuestra América”.<br />Cultura, política y pensamiento crítico.<br />Fortaleza, Brasil, 22 al 25 de octubre del 2007<br /></div><br /><div style="text-align: justify;">Hablar del pensamiento del Che, es hablar también de su obra, de sus actos, de su vida, de sus intentos, de sus fracasos, de sus sueños. Uno de los aspectos tal vez más significativos que explican la trascendencia del Che, la perdurabilidad de su ejemplo en el imaginario popular en distintos rincones del mundo, su especial manera de volverse universal, su “entrañabla transparencia”, es la imposibilidad de distinguir en su vida entre palabras y actos. Es la íntima relación entre teoría y práctica, en la unidad de su ejemplo. Porque el Che fue un hombre que intentó permanentemente hacer teoría desde las prácticas colectivas, y desde su propio ejemplo.<br />Hablar de la actualidad del pensamiento del Che, nos coloca en primer lugar frente a la vigencia en América Latina de la Revolución Cubana, donde -como él escribió en su carta de despedida a Fidel-Che dejó lo principal de su obra de constructor, y lo más querido entre sus seres queridos. Y la Revolución Cubana, luego de cometer la osadía de abrir un nuevo tiempo de rebeldías en América Latina -inspiradas en su herejía-, luego de realizar la segunda osadía de enfrentar al imperialismo durante casi cincuenta años desbaratando sus acciones de sabotaje, de guerra, de contrarrevolución, de bloqueo, de agresiones; después de atreverse a proclamar el carácter socialista de su revolución en el mismo momento en que marchaba a enfrentarse con los mercenarios que pretendían derrotarla militarmente en Playa Girón; después de declararse libre de analfabetismo, después de integrarse solidariamente en batallas de liberación o en acciones de ayuda generosa a otros pueblos del mundo en campos tan fundamentales como la salud, la educación y otros, realizó todavía la proeza descomunal de desafiar las leyes de la gravedad, de burlarse de los pronósticos que le auguraban um pronto final luego de la caída de la Unión Soviética y del campo de los países llamados socialistas.<br />Cuba resistió. Defendió las conquistas del socialismo, y sobre todo el proyecto socialista, el ideal socialista, en el mismo tiempo en que se anunciaba en el planeta, con grandes flashes que alumbraban los escombros del Muro de Berlín, el fin de la historia y el triunfo definitivo del capitalismo.<br />Pero además de resistir, sobre la base del sacrificio conciente colectivo de un pueblo, organizado como poder popular, sosteniendo las conquistas del socialismo; después de resistir sustentándose en valores como los del igualitarismo y la solidaridad, opuestos a los valores que fundan el capitalismo; después de impedir aún en los momentos más duros impuestos por el bloqueo y por la caída del intercambio comercial con el Este Europeo, que se sacrificaran en su proyecto social los derechos a la salud, a la alimentación, a la educación de los niños y niñas, de los ancianos y ancianas, del pueblo cubano, caminando a contramano de las recetas neoliberales imperantes en el resto del mundo, hoy Cuba es parte pujante de los nuevos tiempos en que América Latina sueña su Segunda Independencia, y proyecta abrir senderos para el socialismo en el siglo 21.<br />Si Cuba resistió, si hoy sigue dando ejemplo para los pueblos del mundo que no acepten la condena a muerte dictada por el imperialismo para franjas completas de la población consideradas para ellos como “descartables”, o para regiones consideradas como “inviables” por el capital, es porque en Cuba se sostuvieron algunos de los principios fundamentales planteados por el Che, junto a Fidel, Camilo Cienfuegos, Raúl Castro, Haydée Santamaría, Celia Sánchez, Vilma Espín, y otros compañeros y compañeras que se hicieron dirigentes de la Revolución cubana, interpretando y dialogando con los anhelos y la decisión de ser libres de su pueblo. Estos aspectos, sobre los que quiero centrar mi comentario, analizando su actualidad son:<br />1. La opción por el socialismo.<br />2. El internacionalismo revolucionario.<br />3. La creación del hombre nuevo.<br />4. La unidad de los revolucionarios y la unidad popular<br />1. La opción por el socialismo<br />“Revolución socialista o caricatura de revolución” escribió el Che en el “Mensaje a los Pueblos del Mundo a través de la Tricontinental”; y esta disyuntiva vuelve a cobrar actualidad en nuestros proyectos políticos, cuando en América Latina la revolución bolivariana en Venezuela promueve un debate mundial sobre el socialismo del siglo 21.<br />Después de los genocidios, que establecieron las políticas neoliberales en América Latina, y después de la instalación de las democracias restringidas -que dieron continuidad a esos modelos políticos, económicos y culturales de recolonización del continente-, se han abierto tiempos de rebeldías en toda América Latina. Los finales del siglo 20 fueron sacudidos por diferentes levantamientos de los pueblos frente al hambre, la miseria, la explotación, y distintas formas de opresión y dominación capitalista, patriarcal, imperialista, colonial.<br />El “¡ya basta!” se extendió en nuestras tierras, y tomó diferentes maneras de expresarse. Los estallidos sociales que anunció previsoramente Fidel Castro -cuando en los años 80 alertaba a los pueblos y gobiernos del mundo sobre la amenaza y el chantaje que significa para nuestras economías la deuda externa-, se multiplicaron como reguero de pólvora, y tuvieron una fuerza demoledora.<br />Muchos gobiernos cayeron como consecuencia del cansancio popular. En algunos casos los gobiernos fueron derrumbados por fuerzas políticas y sociales que tenían una estrategia de poder popular alternativa. En otros casos, el desmoronamiento de la legitimidad de los proyectos neoliberales, se expresaron en el rechazo a las fuerzas que los sostuvieron, pero al no existir alternativas sólidas, algunas fracciones del poder reciclaron su capacidad de gobernabilidad, renovando el discurso y promoviendo políticas de contención del malestar popular, a través del clientelismo y la cooptación de los movimientos populares por un lado, y la criminalización de la pobreza y judicialización de la protesta (como contra cara de la misma moneda).<br />Sin embargo, lo nuevo en el escenario político latinoamericano no es precisamente la manipulación de las esperanzas populares de cambio, hecho que ha sido una constante de las fuerzas políticas populistas, sino el surgimiento de algunas experiencias que intentan, incluso desde los gobiernos, promover activamente alternativas a la dominación imperialista. Junto a Cuba, hoy expresa con más claridad esta posibilidad, la fuerza boliviariana que encabeza Hugo Chávez en Venezuela. La propuesta del ALBA (Alternativa Bolivariana para las Américas), es una realidad que va ganando posibilidades de ampliación en el continente.<br />La opción socialista se plantea entonces, no como una consigna propagandística, sino como un debate teórico y práctico para aquellos pueblos que quieran superar las políticas de opresión del capitalismo. Si la historia ha demostrado que no es posible “humanizar al capitalismo”, o “suavizar al imperialismo”, porque la esencia del capitalismo y del imperialismo es su salvaje despojo de los pueblos para lograr las súper ganancias del capital, entonces lo que se plantea es qué tipo de sistema político, social, económico, cultural es el que puede atender a las urgencias populares de una vida digna.<br />En esta dirección, las reflexiones del Che sobre el período de transición al socialismo, y sus advertencias sobre el riesgo de querer construir el socialismo con las armas melladas del capitalismo, su sugerencia sobre la necesidad de pensar al socialismo no sólo como un hecho de distribución sino fundamentalmente como un hecho de conciencia, pasan a ser puntos de partida posibles para nuevos debates entre las fuerzas políticas y los movimientos sociales que intentan promover experiencias de poder popular en América Latina. Y esto significa al menos dos desafíos:<br />1. Estudiar las experiencias realizadas en nombre del socialismo durante el siglo 20, y analizar críticamente sus límites, sus alcances, sus aportes. Porque no es posible realizar una vuelta de página sobre la historia de la humanidad. Estudiar también las experiencias que han venido realizando los movimientos populares en las últimas décadas del siglo 20, y en los comienzos del siglo 21, en las que en los límites planteados de la lucha por la sobrevivencia, se han sabido crear proyectos colectivos en los que se han forjado lazos sociales que anticipan nuevas posibilidades de vivir y relacionarnos en el mundo.<br />2. Pensar en la dimensión civilizatoria del proyecto socialista, de manera que éste no reproduzca acríticamente los modelos de desarrollo depredatorios de la naturaleza y asesino de los pueblos característicos del capitalismo.<br />Al estudiar críticamente estas experiencias, surgirán muchos temas que nos enseñan y pueden interpelarnos de cara a los procesos actuales. Quisiera destacar al menos dos, que me parecen fundamentales.<br />1. La necesidad, como planteaba el Che, de considerar al socialismo no sólo ni principalmente como un sistema de mejor distribución económica, sino fundamentalmente como un hecho de creación de una nueva conciencia colectiva.<br />2. El lugar del poder popular en la creación de una nueva sociedad. La convicción de que no es posible que los órganos del gobierno o del Estado enajenen el poder del pueblo en la formación de un nuevo proyecto de país, en el que este mismo pueblo sea sujeto histórico.<br />Escribió el Che en “El socialismo y el hombre en Cuba”: “Se corre el peligro de que los árboles impidan ver el bosque. Persiguiendo la quimera de realizar el socialismo con la ayuda de las armas melladas que nos legara el capitalismo (la mercancía como célula económica, la rentabilidad, el interés material individual como palanca, etc.), se puede llegar a un callejón sin salida. Y se arriba allí, tras recorrer una larga distancia en la que los caminos se entrecruzan muchas veces, y donde es difícil percibir el momento en que se equivocó la ruta. Entre tanto, la base económica adaptada ha hecho su trabajo de zapa sobre el desarrollo de la conciencia. Para construir el comunismo, simultáneamente con la base material, hay que hacer al hombre nuevo. De allí que sea tan importante elegir correctamente el instrumento de movilización de las masas. Ese instrumendo debe ser de índole moral, fundamentalmente, sin olvidar una correcta utilización del estímulo mataerial, sobre todo de naturaleza social. Como ya dije, en momentos de peligro extremo, es fácil potenciar los estímulos morales. Para mantener su vigencia, es necesario el desarrollo de una conciencia, en la que los valores adquieren categorías nuevs. La sociedad en su conjunto, debe convertirse en una gigantesca escuela”.<br />Y proponiendo tareas al pueblo cubano, en plena revolución, que avanzaban hacia la constitución del poder popular, dijo el Che: “Debemos ir rápidamente a la constitución de Asociaciones Campesinas, que sean primero por barrios, como hicimos alguna vez en Gavilanes, y que después se vayan aumentando en Federaciones regionales hasta constituir una gran Federación Nacional Campesina, que sea la encargada de distribuir toda la tierra, pero que sea controlada directamente por el pueblo, es decir, la constitución de estas federaciones debe nacer de la voluntad popular y no de la voluntad de ningún gobierno por bueno que sea”. (Discurso en El Pedrero. 1959. Obras Escogidas).<br />Leídas estas reflexiones en el contexto de los debates latinoamericanos sobre la posibilidad y necesidad de crear en este siglo un proyecto socialista, entendemos que se plantean algunos desafíos como son:<br />1. La necesidad de pensar en proyectos socialistas fundados en un poder popular, que nace, se construye antes, durante y después de la conquista del poder político. Un poder popular que hoy va amasándose en los movimientos populares que asumen el desafío de luchar no sólo por demandas sectoriales o corporativas, sino por la transformación del mundo.<br />2. La necesidad de pensar en proyectos socialistas que apuesten a que el poder popular, el pueblo organizado, no sea burocráticamente administrado desde los gobiernos -por mejores que estos sean-, sino que sean pilares en que se sustenten, con autonomía, todas las batallas emancipatorias, lo que permitirá que el socialismo sea la manera de nombrar un enfrentamiento simultáneo al conjunto de formas de dominación, explotación y opresión.<br />3. La necesidad de pensar en proyectos socialistas que no sean sólo mejores maneras de distribuir la renta, sino también mejores maneras de producir, de relacionarnos con la naturaleza, entre hombres y mujeres, asumiendo también la diversidad de opciones sexuales, y eliminando cualquier modalidad de opresión cultural de unos pueblos a otros. Frente a un capitalismo que se mundializa y pretende homogeneizar la cultura alrededor de un patrón blanco, burgués, imperialista, patriarcal, racista, homofóbico, xenófobo, el socialismo debe ir siendo reinventado como el mundo en el que quepan todos los mundos que batallan por una auténtica emancipación humana. Esto ampliará no sólo el horizonte político socialista, sino también nuestra comprensión del mismo, para aproximarlo como lo soñara Marx, al “reino de la libertad”.<br />4. La necesidad de pensar en los modelos “de desarrollo”, o los modelos “civilizatorios” en los que se sustenta la creación socialista, encontrando en diálogo con los pueblos, con los diversos sujetos que crean el proyecto, las maneras de no reproducir los criterios depredadores, destructores de la naturaleza y de los pueblos con los que se ha levantado históricamente el capitalismo en América Latina -sistema que se ha fundado en el genocidio de los pueblos originarios y de los pueblos afrodescendientes, para establecer una cultura capitalista y androcéntrica, conjugando distintas opresiones que hoy se prolongan en tiempos de recolonización imperialista-.<br />2. La creación del hombre nuevo y de la nueva mujer<br />El Che teorizó en numerosas oportunidades sobre la creación del hombre nuevo. A este objetivo consagró su vida, volviéndose él mismo hombre nuevo. (No pensó -es cierto- en la nueva mujer. En el tiempo en que vivió, no se había construido suficientemente esa crítica del lenguaje. Fue un desafío para las mujeres, ganarse un lugar en las revoluciones, en las organizaciones que las promovían, y en el lenguaje que las nombraba).<br />En la creación del hombre nuevo el Che promovió dos tipos de experiencias, que hasta el día de hoy tienen valor como búsqueda teórica y práctica.<br />1) El trabajo voluntario.<br />2) El internacionalismo revolucionario.<br />El trabajo voluntario era pensado por el Che no sólo como una actitud solidaria que expresa valores opuestos a los del capitalismo, sino también como búsqueda teórica. Como la manera para romper con el trabajo-mercancía que caracteriza al capitalismo; para ir terminando con la enajenación producida en el momento en que el hombre o la mujer venden su fuerza de trabajo, que impide que se reconozcan en los productos del mismo, que como mercancías son apropiadas por el capitalista.<br />En el socialismo, el trabajo debería adquirir una nueva categoría. ¿Cómo hacerlo? No había respuestas. Tendrían que inventarse. Para ello, decía el Che, no podría recurrirse a las “armas melladas del capitalismo”, ni a sus palancas para estimular la producción reforzando la explotación.<br />En el socialismo, tendría que ir desapareciendo el trabajo-mercancía del capitalismo -el mecanismo de alienación de los hombres y mujeres-, e ir creándose como una forma de realización de sus deseos y necesidades, en el marco de un esfuerzo colectivo que a la vez que construía identidad entre el trabajador o trabajadora y el producto de su trabajo, iba forjando también la identidad colectiva de los grupos sociales que construían los objetivos y las modalidades de su actividad solidaria.<br />Escribía el Che en El socialismo y el Hombre en Cuba: “En este período de contrucción del socialismo, podemos ver el hombre nuevo que va naciendo. Su imagen no está todavía acabada, no podría estarlo nunca ya que el proceso marcha paralelo al desarrollo de formas económicas nuevas. Descontando aquellos cuya falta de educación los hace tender al camino solitario, a la autosatisfacción de sus ambiciones, los hay que aún dentro de este nuevo panorama de marcha conjunta, tienen tendencia a caminar aislados de la masa que acompañan... Todavía es preciso acentuar su participación conciente, individual y colectiva, en todos los mecanismos de dirección y de producción y ligarla a la idea de la necesidad de la educación técnica e ideológica de manera que sienta cómo estos procesos son estrechamente interdependientes, y sus avances son paralelos. Así logrará la total conciencia de su ser social, lo que equivale a su realización plena como criatura humana, rotas las cadenas de la enajenación. Esto se traducirá concretamente en la reapropiación de su naturaleza, a través del trabajo liberado, y la expresión de su propia condición humana a través de la cultura y el arte. Para que se desarrolle en la primera, el trabajo debe adquirir una condición nueva, la mercancía hombre cesa de existir, y se instala un sistema que otorga una cuota por el cumplimiento del deber social. Los medios de producción pertenecen a la sociedad, y la máquina es sólo la trinchera donde se cumple el deber. El hombre comienza a liberar su pensamiento del hecho enojoso que suponóia la necesidad de satisfacer sus necesidades animales mediante el trabajo. Empieza a verse retratado en su obra, y a comprender su magnitud humana a través del trabajo creado, del trabajo realizado. Esto ya no entraña dejar una parte de su ser en forma de fuerza de trabajo vendida, que no le pertenece más, sino que significa una emanación de sí mismo, un aporte a la vida común en que se refleja el cumplimiento de su deber social.<br />Hacemos todo lo posible por darle al trabajo esta nueva categoría de deber social y unirlo al desarrollo de la técnica, por un lado, lo que dará condiciones para una mayor libertad, y al trabajo voluntario por otro, basados en la apreciación marxista de que el hombre realmente alcanza su plena condición humana, cuando produce sin la compulsión de la necesidad física de venderse como mercancía”.<br />La búsqueda del Che de creación del hombre nuevo, daba cuenta de la necesidad de que una nueva sociedad fuera formada por seres humanos cuyas motivaciones no reprodujeran los valores que modelaron la subjetividad de los hombres y mujeres en el capitalismo: la competencia, la búsqueda de máxima ganancia, la naturalización de la explotación y de distintas formas de opresión, el egoísmo, el consumismo, el individualismo, el “sálvese quien pueda”. <br />El Che intentó teorizar sobre la necesidad de forjar esos hombres nuevos. Pero además de teorizar, practicó con su propia vida, con su cuerpo castigado por el asma; al que le pidió tanto en la guerra revolucionaria, como en el momento del triunfo, el máximo esfuerzo, la mayor donación para el bien colectivo.<br />La lucha por generar una conciencia socialista, se volvió así en el Che una batalla cotidiana. No se trataba solamente del heroísmo de los grandes momentos, sino de la capacidad de entregar lo mejor de cada cual, para hacer posible la felicidad, no sólo del pueblo en el que pudo realizarse como creador, sino la felicidad de todos los pueblos del mundo. El altruismo, tantas veces exaltado por quienes lucharon junto al Che, era un factor orgánico de esta búsqueda.<br />Para los movimientos populares creados en los bordes de la exclusión, el desafío se encuentra precisamente en la posibilidad de formar militantes que no sean capturados por las redes clientelares encargadas de la compra venta de conciencias, de la degradación del concepto de militante y su sustitución por una carrera hacia el lugar en el que se cree que se encuentra el poder, porque allí se reparten las migajas del banquete del gran capital.<br />Diversas experiencias vuelven a recrear en los contextos actuales de las resistencias, las modalidades de trabajo que intentan forjarse en la misma dirección que buscaba teórica y prácticamente el Che. Así, en los asentamientos del Movimiento Sin Tierra de Brasil, en los proyectos productivos de algunos movimientos piqueteros y de las empresas recuperadas -fábricas sin patrones- de Argentina, en las modalidades de producción y de organización de la vida comunitaria de los pueblos zapatistas, o de otras comunidades de pueblos originarios, los esfuerzos de sobrevivencia se realizan simultáneamente con la búsqueda de nuevas modalidades de organizar la producción, que no se funden en las estructuras jerárquicas, domesticadoras y alienantes de la producción capitalista. En muchos de estos esfuerzos, la creación del valor comienza a ser discutido en nuevas claves, así como también las maneras de distribución y de intercambio. El trabajo voluntario, suele ser parte de las nuevas indagaciones de estos movimientos, y éste se realiza no para multiplicar el sacrificio, -que ya es demasiado grande en las poblaciones excluidas por el capital-, sino para intensificar la creatividad, la mística de lo colectivo y de lo solidario.<br />Hombres nuevos, nuevas mujeres, se van formando con los perfiles de militantes no domesticados, lo contrario de aquellos militantes reconvertidos que para “hacer carrera”, una y otra vez bajan la cabeza, repiten la orden, transforman los roles de dirección en funciones de disciplinamiento jerárquico, y finalmente renuncian a toda rebeldía.<br />“No debemos crear asalariados dóciles al pensamiento oficial ni «becarios» que vivan al amparo del presupuesto, ejerciendo una libertad entre comillas. Ya vendrán los revolucionarios que entonen el canto del hombre nuevo con la auténtica voz del pueblo.”, escribía el Che en 1965 en su carta a Aníbal Quijano conocida como “El socialismo y el hombre en Cuba”. Y agregaba más adelante: “El revolucionario, motor ideológico de la revolución dentro de su partido, se consume en esa actividad ininterrumpida que no tiene más fin que la muerte, a menos que la construcción se logre en escala mundial. Si su afán de revolucionario se embota cuando las tareas más apremiantes se ven realizadas a escala local, y se olvida el internacionalismo proletario, la revolución que dirige deja de ser una fuerza impulsora y se sume en una cómoda modorra, aprovechada por nuestros enemigos irreconciliables, el imperialismo, que gana terreno. El internacionalismo es un deber, pero también es una necesidad revolucionaria. Así educamos a nuestro pueblo”.<br />El Che se refería así a una de las dimensiones del internacionalismo: la que se relaciona con una nueva conciencia humana. Una dimensión que la Revolución Cubana ha cultivado, y que tal vez sea una de las fuerzas principales que le permitió sobrevivir. Miles de cubanos y cubanas han sido parte de misiones internacionalistas en distintos rincones del mundo, repitiendo el gesto del Che, cuando partiera para el Congo primero y después para Bolivia. De esta manera, jóvenes que no han pasado por la experiencia educadora de la lucha revolucionaria por derribar al poder opresor, han forjado su conciencia combativa, y se han enfrentado con las políticas de muerte del capitalismo, en acciones internacionalistas, como médic@s, alfabetizador@s, técnic@s, o en distintas formas de cooperación, de acuerdo a lo requerido por los pueblos en lucha por su liberación. Así se han vuelto combatientes, han sabido a qué fuerzas mundiales se enfrenta su revolución, y han encontrado las maneras de defenderla y de hacerla un baluarte de dignidad.<br />Participando en otras experiencias internacionalistas, los movimientos populares también forman en algunos casos a sus militantes, integrando como una de las dimensiones, aquella capacidad de unirse a cualquier lucha de liberación en cualquier rincón del mundo.<br />La batalla por la libertad, en tiempos en que el capitalismo mundial intenta subordinar al conjunto de la humanidad bajo su mando, pasa a ser una forma de ejercicio de la vida cotidiana en las experiencias de poder popular, en las que se van creando vínculos nuevos entre los hombres y mujeres que revolucionan sus vidas, para revolucionar las sociedades y el mundo. Pero la creación de la nueva conciencia, de estos hombres y mujeres nuevos que se disponen a entregar lo mejor de sí mismos para enfrentar las duras condiciones de sobrevivencia en las que se encuentra la mayor parte de la humanidad, y para crear condiciones para que nazca una nueva sociedad, requiere de un trabajo sistemático de formación política, de educación popular, de un proyecto político pedagógico revolucionario que trabaje simultáneamente en la crítica y la recreación de los aspectos que parten de la vida cotidiana –esfera en que se hace más fuerte la dominación-, hasta alcanzar la elaboración colectiva de teorías y prácticas subversivas frente al orden mundial.<br />3. El antimperialismo y el internacionalismo revolucionario como proyecto político<br />Si Cuba fue el lugar donde el Che dejó sus mayores esfuerzos de creador, Bolívia es el territorio regado por sus sueños. 40 años después de su caída y de su asesinato en Bolívia, un hecho informa sorprendentemente de algunos de los cambios producidos em este mundo y em este rincón de América Latina.<br />Mario Terán, el “soldadito boliviano” asesino del Che, recuperó la vista en una operación realizada por médicos cubanos en una clínica de Santa Cruz de la Sierra. La clínica fue donada por la Revolución Cubana al pueblo de Bolivia, en los marcos de los acuerdos del ALBA (Alternativa Bolivariana para las Américas). Los médicos cubanos, en su ejercicio de vida, curaron al asesino del Che. De la misma manera que el Che, como médico, curaba a los soldados enemigos capturados en Sierra Maestra. Un proyecto de vida, frente al proyecto de muerte del capitalismo.<br />También podemos analizar este suceso, desde la perspectiva de que en él se revela una nueva manera de internacionalismo, que recupera el pensamiento del Che, sobre las características que deberían asumir las formas de intercambio entre los países que pretenden relacionarse desde una cultura que tienda al socialismo. Éste fue precisamente, uno de los debates planteados por el Che en su controvertido Discurso de Argel (1965): “El desarrollo de los países que empiezan ahora el camino de la liberación, debe costar a los países socialistas. No puede existir socialismo, si en las conciencias no se opera um cambio que provoque una actitud fraternal frente a la humanidad, tanto de índole individual, en la sociedad en que se construye o está construído el socialismo, como de índole mundial, en relación a todos los pueblos que sufren la opresión imperialista”.<br />En las formas de intercambio entre Bolivia y Cuba que aquí comentamos, realizadas en los marcos del ALBA, o entre Venezuela y Cuba, donde cada país va ofreciendo lo que tiene no desde una perspectiva de mercado, sino en función de una integración solidaria, van apuntando algunos rasgos de esa dimensión internacionalista propuesta por el Che como proyecto político antimperialista, de los pueblos que luchan por su liberación. Cada cual ofrece lo que tiene y lo que puede, en los marcos de una integración solidaria, antimperialista, que fortalece tanto el proyecto político de quienes reciben la solidaridad, como de quienes la entregan.<br />En un momento en que los movimientos populares avanzan en la creación de redes continentales y mundiales de desafío a la dominación imperialista, a la mundialización del capitalismo y de las trasnacionales, toma más encarnadura concreta la prédica guevariana sobre la necesidad de unir las batallas parciales, locales, sectoriales, no subordinándolas a un mandato único del movimiento internacional, sino enredándolas en una trama de rebeldías que pueda multiplicar la capacidad de desafío de todas las opresiones.<br />No se trata solamente de coordinar agendas, sino de dialogar entre las diversas experiencias de resistencia, de manera de lograr identificaciones comunes en las batallas de otros y otras, para construir un “nosotros y nosotras” colectivo, diverso, rebelde, de carácter internacionalista y antimperialista, en el que no se resumen las diversidades en el consenso de un pliego de demandas comunes, sino que se interpela nuestra capacidad de sentir el dolor en cualquier rincón del mundo como propio, y de sentirnos felices cuando en cualquier rincón del mundo se alza una bandera de libertad. Ser capaces, sobre todo, de compartir la suerte de los agredidos y de las agredidas por las diversas formas de opresión, dominación y explotación<br />La lucha internacionalista tiene dimensiones y temáticas variadas, pero resultan especiamente significativas aquellas que están dando batalla contra la recolonización de América Latina, que se continúa realizando por medio del saqueo de los bienes de la naturaleza por las trasnacionales, de la destrucción de poblaciones, del avasallamiento cultural.<br />El internacionalismo -en tiempos de mundialización del capitalismo- implica enfrentar centralmente al baluarte principal del imperialismo: el bloque de poder de los EEUU, pero también combatir al bloque común imperialista integrado por el poder burgués de Europa y Jápon y sus instrumentos de gestión colectiva del dominio mundial, como el G8, el FMI, el Banco Mundial, la OMC, etc.<br />Forman parte del internacionalismo y del antimperialismo de los pueblos, detener la invasión y destrucción a Irak, la posible agresión e invasión a Irán, el Plan Colombia, el Plan Paraguay, la intervención militar en Haití, los ejercicios militares conjuntos de las FFAA latinoamericanas, bajo el mando norteamericano (como los Operativos Unitas y otros).<br />Y es parte de los esfuerzos internacionalistas, proyectar al ALBA no sólo como un acuerdo de gobiernos, sino como un auténtico esfuerzo de integración de los pueblos, en la construcción de un proceso popular que confronte com el ALCA y los TLC (también con los que comienzan a firmarse con Europa), con los canjes de deuda externa por naturaleza o por educación, con las iniciativas de creación de infraestructura al servicio de las políticas de las trasnacionales (como el IIRSA), con las políticas de expropación de nuestros saberes a través de las patentes, etc.<br />4. La unidad de los movimientos revolucionarios, y la unidad de los pueblos<br />“Si todos fuéramos capaces de unirnos para que nuestros golpes fueran más sólidos y certeros, para que la ayuda de todo tipo a los pueblos en lucha fuera aún más efectivo, qué grande sería el futuro y qué cercano”.<br />Así escribía al Che en su Mensaje a los pueblos del mundo a través de la Tricontinental. El valor de la unidad de las fuerzas revolucionarias, y el valor de la unidad del pueblo en un proceso de luchas, así como de la unidad de los pueblos en el enfrentamiento al imperialismo, fue una de las prédicas centrales del Che, en la que aprendió muchísimo de Fidel, como líder de la Revolución Cubana, y como promotor permanente de distintos esfuerzos de unidad antimperialista de los pueblos.<br />No hay poder popular sin unidad. No hay creación del pueblo como sujeto histórico, en la lucha, si el mismo queda atravesado por estériles batallas entre organizaciones que se pretenden de izquierda, que en nombre de “verdades puras” hacen juegos de esgrima plagadas de sectarismo y de dogmatismo. En pos de proyectos clasistas, muchas veces se promueve la fragmentación de la clase obrera y su aislamiento respecto de sus posibles aliados. El sectarismo de izquierda, el hegemonismo, el obrerismo (una variante del economicismo), el vanguardismo, son absolutamente funcionales a las políticas de fragmentación del sujeto histórico.<br />La unidad, en tiempos en que puede vislumbrarse un nuevo reascenso del movimiento popular, se vuelve no sólo un imperativo ético sino también un imperativo político para quienes pretenden desafiar con éxito al poder del capitalismo.<br />“Sin perder la ternura jamás”<br />En “El socialismo y el hombre en Cuba” escribió el Che: “Déjeme decirle, a riesgo de parecer ridículo, que el revolucionario verdadero está guiado por grandes sentimientos de amor.”<br />El Che creía que podía parecer ridículo, asumir que “los revolucionarios verdaderos están guiados por grandes sentimientos de amor”. Sin embargo, en un tiempo en que el amor resulta cada vez más ajeno a la mercantilización de la política, e incluso a su corrupción, esta idea puede ser fuente de inspiración de nuevas rebeldías.<br />La revolución, que se piensa no en las coordenadas de un día D, sino como una sucesión de batallas que teniendo momentos más álgidos de definiciones, como el de la conquista del poder político, se libran sin embargo en el día a día de nuestra existencia, requiere de altas dosis de amor.<br />En estos duros años aprendimos que no sólo se da la vida en el momento en que enfrentamos cara a cara a los asesinos, sino que damos la vida en todos los intentos cotidianos de cambiar nuestras propias formas de estar en el mundo, de crear nuestras organizaciones, de entender a quienes caminan hacia objetivos similares por otros caminos, y también a quienes caminan hacia otros objetivos, pero no necesariamente desde el campo enemigo.<br />“Endurecernos, sin perder la ternura jamás” aconsejaba el Che, y ésta puede ser una buena pista para conservar la firmeza frente a un poder que prefiere emplear discrecionalmente los mecanismos de cooptación de voluntades, y de disolución de principios. Firmeza frente al poder, frente a la dominación, frente a las intenciones de homogeneizar la voluntad popular alrededor de una cultura burguesa, blanca, machista, xenófoba, guerrerista. Y ternura para seguir inventando posibilidades a la revolución, para mirarnos en los ojos de los oprimidos y oprimidas, de los condenados de la tierra, y reconocernos. Para multiplicar el trabajo voluntario, los gestos solidarios, el pensamiento crítico, el diálogo fecundo. Firmeza y ternura para guevariar al mundo, y para que la revolución siga siendo la forma en que se nombra la fiesta del pueblo, la de la creación, la de la victoria cotidiana.<br /></div>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-8474050372622631522009-05-26T15:00:00.000-07:002009-05-26T15:01:22.269-07:00Ponto de vista antiimperialista<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CNatasha%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="themeData" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CNatasha%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link rel="colorSchemeMapping" 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style="font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">Ponto de vista antiimperialista [<a href="http://www.marxists.org/portugues/mariategui/1929/06/pt-antiimperalista.htm#t1*#t1*">1*</a>]</span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><b><span style="font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;"><a name="1*"></a><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><b><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">
<br /></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black; font-style: italic;">José Carlos Mariátegui / junho 1929</span><b><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;"><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">
<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">1º – Até que ponto a situação das repúblicas latino-americanas pode ser assimilada à dos países semicoloniais? Sem dúvida, a condição econômica destas repúblicas é semicolonial, e, à medida que crescer seu capitalismo e, conseqüentemente, a penetração imperialista, este caráter de sua economia tende a se acentuar. Mas as burguesias nacionais, que vêem na cooperação com o imperialismo a melhor fonte de lucro, sentem-se suficientemente donas do poder político para não se preocuparem seriamente com a soberania nacional. Estas burguesias na América do Sul, que ainda não conhecem – com exceção do Panamá – a ocupação militar ianque, não estão predispostas de forma alguma a admitir a necessidade de lutar pela segunda independência, como supunha ingenuamente a propaganda aprista. O Estado, ou melhor, a classe dominante, não sente falta de um grau mas amplo e certo de autonomia nacional. A revolução da Independência está demasiado próxima, relativamente, seus mitos e símbolos demasiado vivos, na consciência da burguesia e da pequena burguesia. A ilusão da soberania nacional conserva-se em seus principais efeitos. Pretender que nesta camada social surja um sentimento de nacionalismo revolucionário, parecido com o que, em condições diferentes, representa um fator da luta antiimperialista nos países semicoloniais avassalados pelo imperialismo nas últimas décadas na Ásia, seria um erro grave.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">Em nossa discussão com os dirigentes do aprismo, reprovando sua tendência a propor um Kuomitang à América Latina, a fim de evitar a imitação européia e situar a ação revolucionária em uma apreciação exata de nossa própria realidade, sustentávamos há mais de um ano a seguinte tese:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">A colaboração com a burguesia, assim como muitos elementos feudais na luta antiimperialista chinesa, explica-se por motivos de raça, de civilização nacional que não existem entre nós. O chinês nobre ou burguês sente-se profundamente chinês. Ao desprezo do branco por sua cultura estratificada e decrépita, responde com o desprezo e o orgulho de sua tradição milenar. A antiimperialismo na China pode, portanto, basear-se no sentimento e no fator nacionalista. Na Indo-América as circunstâncias não são as mesmas. A aristocracia e a burguesia nacional não se sentem solidarizadas com o povo pelo laço de uma história e de uma cultura comuns. No Peru, o aristocrata e o burguês brancos desprezam o popular, o nacional. Sentem-se, acima de tudo, brancos. O pequeno-burguês mestiço imita este exemplo. A burguesia de Lima confraterniza com os capitalistas ianques, e mesmo com seus meros funcionários, no Country Club, no Tennis e nas ruas. O ianque casa-se sem inconveniente de raça nem de religião com a senhorita nativa, e esta não sente escrúpulo de nacionalidade nem de cultura em preferir o casamento com um indivíduo da raça invasora. A moça de classe média também não tem este escrúpulo. A huachafita que conquista um ianque empregado de Grace ou da Foundation sente com satisfação sua condição social melhorar. O fator nacionalista, por estas razões objetivas que todos vocês compreendem, não é decisivo nem fundamental na luta antiimperialista em nosso meio. Só em países como a Argentina, onde existe uma burguesia numerosa e rica, orgulhosa do grau de riqueza e poder em sua pátria, e onde a personalidade nacional tem por estas razões contornos mais claros e nítidos que nestes países atrasados, o antiimperialismo pode (talvez) penetrar facilmente nos elementos burgueses; mas por motivos de expansão e crescimento capitalistas, não por razões de justiça social e doutrina socialista, como é nosso caso.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">A traição da burguesia chinesa, a falência do Kuomitang ainda não eram conhecidas em toda sua magnitude. Um conhecimento capitalista, e não por motivos de justiça social e doutrinária, demonstrou quão pouco se podia confiar, mesmo em países como a China, no sentimento nacionalista revolucionário da burguesia.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">Enquanto a política imperialista conseguir manéger os sentimentos e formalidades da soberania nacional destes Estados, enquanto não for obrigada a recorrer à intervenção armada e à ocupação militar, contará com a colaboração das burguesias. Embora enfeudados à economia imperialista, estes países, ou suas burguesias, considerar-se-ão tão donos de seus destinos como a Romênia, a Bulgária, a Polônia e demais países “dependentes” da Europa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">Este fator da psicologia política não deve ser descuidado na estimativa precisa das possibilidades da ação antiimperialista na América Latina. Seu adiamento, seu esquecimento, tem sido uma das características da teorização aprista.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">2º – A divergência fundamental entre os elementos que aceitaram em princípio o APRA no Peru – como um plano de frente única, nunca como partido e nem mesmo como organização efetiva – e os que, fora do Peru, definiram-no depois como um Kuomitang latino-americano consiste em que os primeiros permaneceram fiéis à concepção econômico-social revolucionária do antiimperialismo, enquanto os segundos explicam assim sua posição: “Somos de esquerda (ou socialistas) porque somos antiimperialistas”. Assim, o antiimperialismo é elevado à categoria de um programa, de uma atitude política, de um movimento que basta a si mesmo e que conduz espontaneamente, não sabemos em virtude de que processo, ao socialismo, à revolução social. Este conceito leva a uma desorbitada superestimação do movimento antiimperialista, ao exagero do mito da luta pela “segunda independência”, ao romantismo de que já estamos vivendo as jornadas de uma nova emancipação. Daí a tendência a substituir as ligas antiimperialistas por um organismo político. Do APRA, concebido inicialmente como frente única, como aliança popular, como bloco das classes oprimidas, passa-se para o APRA definido como o Kuomitang latino-americano.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">Para nós, o antiimperialismo não constitui nem pode constituir, sozinho, um programa político, um movimento de massas apto para a conquista do poder. O antiimperialismo, admitindo que ele pudesse mobilizar a burguesia e a pequena burguesia nacionalistas, ao lado das massa operárias e camponesas (já negamos terminantemente esta possibilidade), não anula o antagonismo entre as classes, nem suprime sua diferença de interesses.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">Nem a burguesia, nem a pequena burguesia no poder podem realizar uma política antiimperialista. Temos a experiência do México, onde a pequena burguesia acabou pactuando com o imperialismo ianque. Um governo “nacionalista” pode usar, em suas relações com os Estados Unidos, uma linguagem diferente que o governo de Leguía no Peru. Este governo é francamente, desaforadamente, pan-americanista, monroísta; mas qualquer outro governo burguês faria praticamente o mesmo que ele em matéria de empréstimos e concessões. Os investimentos do capital estrangeiro no Peru crescem em estreita e direta relação com o desenvolvimento econômico do país, com a exploração de suas riquezas naturais, com a população de seu território, com o aumento das vias de comunicação. Que pode contrapor a mais demagógica pequena burguesia à penetração capitalista? Nada, exceto uma embriaguez nacionalista temporária. O assalto ao poder pelo antiimperialismo, como movimento demagógico populista, se fosse possível, nunca representaria a conquista do poder pelas massas proletárias, pelo socialismo. A revolução socialista encontraria seu mais encarniçado e perigoso inimigo – perigoso por sua confusão, sua demagogia – na pequena burguesia assentada no poder, conquistado mediante suas vozes de ordem.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">Sem prescindir da utilização de nenhum elemento de agitação antiimperialista, nem de nenhum meio de mobilização dos setores sociais que eventualmente podem auxiliar esta luta, nossa missão é explicar e demonstrar às massas que só a revolução socialista contraporá um obstáculo definitivo e verdadeiro ao avanço do imperialismo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">3º – Estes fatos diferenciam a situação dos países sul-americanos da situação dos países centro-americanos, onde o imperialismo ianque, recorrendo à intervenção armada sem qualquer pudor, provoca uma reação patriótica que pode fazer facilmente com que uma parte da burguesia e da pequena burguesia abracem o antiimperialismo. A propaganda aprista, conduzida pessoalmente por Haya de la Torre, não parece ter obtido melhores resultados em nenhuma outra parte da América. Suas pregações confusas e messiânicas que, embora pretendam se situar no plano da luta econômica, na verdade apelam particularmente aos fatores raciais e sentimentais, reúnem as condições necessárias para impressionar a pequena burguesia intelectual. A formação de partidos de classe e poderosas organizações sindicais, com clara consciência classista, nesses países não parece destinada ao mesmo desenvolvimento imediato que na América do Sul. Em nossos países, o fator classista é mais decisivo, está mais desenvolvido. Não há motivo para recorrer a vagas fórmulas populistas, por trás das quais não podem deixar de prosperar tendências reacionárias. Atualmente o aprismo, como propaganda, está circunscrito à América Central; na América do Sul, devido ao desvio populista, caudilhista, pequeno-burguês, como o definia o Kuomitang latino-americano, está em fase de extinção. A resolução do próximo Congresso Antiimperialista de Paris, cujo voto tem de decidir a unificação dos organismos antiimperialistas e estabelecer a distinção entre as plataformas e agitações antiimperialistas e as tarefas que competem aos partidos de classe e às organizações sindicais, colocará um ponto final na questão.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">4º – Em nossos países, os interessas do capitalismo imperialista coincidem necessária e fatalmente com os interesses feudais e semifeudais da classe dos latifundiários? A luta contra o feudalismo identifica-se forçosa e completamente com a luta antiimperialista? Certamente, o capitalismo imperialista utiliza o poder da classe feudal, já que a considera a classe politicamente dominante. Mas seus interesses estratégicos não são os mesmos. A pequena burguesia, sem excetuar a mais demagógica, se atenuar na prática seus impulsos mais nacionalistas, poderá chegar à mesma estreita aliança com o capitalismo imperialista. O capital financeiro sentir-se-á mais seguro se o poder estiver em mãos de uma classe social mais numerosa que, satisfazendo certas reivindicações mais prementes e atrapalhando a orientação classista das massas, estará em melhores condições de defender os interesses do capitalismo, de ser seu custódio e servo, que a velha e odiada classe feudal. A criação da pequena propriedade, a desapropriação dos latifúndios, o fim dos privilégios feudais não são contrários aos interesses do imperialismo, de modo imediato. Pelo contrário, na medida em que os últimos resquícios de feudalismo travam o desenvolvimento de uma economia capitalista, esse movimento de extinção do feudalismo coincide com as exigências do crescimento capitalista, promovido pelos investimentos e pelos técnicos do imperialismo; que desapareçam os grandes latifúndios, que em seu lugar se constitua uma economia agrária baseada naquilo que a demagogia burguesa chama “democratização” da propriedade do solo, que as velhas aristocracias sejam deslocadas por uma burguesia e uma pequena burguesia mais poderosa e influente – e, por isso mesmo, mais apta para garantir a paz social -, nada disso está contra os interesses do imperialismo. No Peru, o regime de Leguía, embora tímido na prática diante dos interessas dos latifundiários e caciques, que em grande parte o apóiam, não tem qualquer inconveniente em recorrer à demagogia, em reclamar contra o feudalismo e seus privilégios, em bradar contra as antigas oligarquias, em promover uma distribuição do solo que transformará cada peão agrícola em um pequeno proprietário. Justamente desta demagogia, o regime de Leguía extrai suas maiores forças. O leguiísmo não se atreve a tocar na grande propriedade. Mas o movimento natural do desenvolvimento capitalista – obras de irrigação, exploração de novas minas etc. – vai contra os interesses e privilégios feudais. Os latifundiários, com o crescimento das áreas cultiváveis, com o surgimento de novos focos de trabalho, perdem sua principal força: a disposição absoluta e incondicional da mão-de-obra. Em Lambayeque, onde atualmente são efetuadas obras de irrigação, a atividade capitalista da comissão técnica que as dirige, presidida por um perito dos Estados Unidos, o engenheiro Sutton, entrou rapidamente em conflito com as conveniências dos grandes proprietários feudais. Estes grandes latifundiários são, principalmente, produtores de açúcar. A ameaça de perder o monopólio da terra e da água, e com ele o meio de dispor livremente da população de trabalhadores, enlouquece essas pessoas, levando-as a uma atitude que o governo, ainda que vinculado a muitos de seus elementos, qualifica de subversiva ou antigovernista. Sutton tem as características do empresário capitalista norte-americano. Sua mentalidade, seu trabalho chocam o espírito feudal dos latifundiários. Por exemplo, Sutton estabeleceu um sistema de distribuição das águas, baseado no princípio de que seu domínio pertence ao Estado; os latifundiários achavam que o direito sobre as águas estava ligado ao seu direito sobre a terra. Segundo sua tese, as águas lhes pertenciam; eram e são propriedade absoluta de seus terrenos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">5º – E a pequena burguesia, cujo papel na luta contra o imperialismo é tão superestimado, necessariamente se opõe à penetração imperialista, como tanto se diz? Sem dúvida, a pequena burguesia é a classe social mais sensível ao prestígio dos mitos nacionalistas. Mas o fato econômico que acompanha a questão é o seguinte: em países de pauperismo espanhol, onde a pequena burguesia, pelos seus enraizados preconceitos, resiste à proletarização; onde a mesma, pela miséria dos salários, não tem força econômica para transforma-la, pelo menos em parte, em classe operária; onde imperam o empreguismo, o recurso ao pequeno cargo do Estado, a caça ao salário e ao posto “decente”; o estabelecimento de grandes empresas que, embora explorem enormemente seus empregados nacionais, sempre representam para esta classe um trabalho mais bem remunerado, é recebido e considerado favorável pelas pessoas da classe média. A empresa ianque representa melhor salário, possibilidade de promoção, emancipação do empreguismo do Estado, no qual não há futuro, exceto para os especuladores. Este fato atua decisivamente na consciência do pequeno-burguês, que busca ou possui um posto de trabalho. Nestes países de pauperismo espanhol, repetimos, a situação das classes médias não é a mesma constatada nos países em que estas classes passaram por um período de livre concorrência, de crescimento capitalista propício à iniciativa e ao sucesso individuais, à opressão dos grandes monopólios.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 24pt; line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">Em suma, somos antiimperialistas porque somos marxistas, porque somos revolucionários, porque contrapomos ao capitalismo o socialismo como sistema antagônico, chamado a sucedê-lo, porque na luta contra os imperialismos estrangeiros cumprimos nossos deveres de solidariedade com as massas revolucionárias da Europa.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">
<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">Notas:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="line-height: 140%;"><span style="font-size: 10pt; line-height: 140%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: black;">[<a href="http://www.marxists.org/portugues/mariategui/1929/06/pt-antiimperalista.htm#1*#1*"><span style="color: rgb(0, 0, 153);">1*</span></a>]<a name="t1*"></a> Este texto pertence a um documento redigido por Mariátegui apresentado pela delegação peruana na I Conferência Comunista Latino-Americana (Buenos Aires, junho de 1929). Ele tenta delimitar a questão chave da relação dialética entre a luta de classes e a luta contra o imperialismo, e esboça uma análise penetrante e insólita das relações e contradições entre a metrópole norte-americana, a burguesia local e os latifundiários. É um dos textos políticos mais conhecidos de Mariátegui, e tem sido objeto de múltiplas reedições por grupos revolucionários latino-americanos depois da Revolução Cubana. (Michael Lowy)<o:p></o:p></span></p> CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-74169487829296687062009-05-26T14:57:00.000-07:002009-05-26T14:59:26.608-07:00La globalización imperialista y sus contradicciones<div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">La globalización imperialista y sus contradicciones </span><br /></div><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">Antonio Elías </span><br /></div><br /><br /><div style="text-align: justify;">Para comprender la naturaleza del imperialismo contemporáneo hay que evaluar los alcances, límites y perspectivas de la globalización neoliberal. A su vez, para construir opciones antiimperialistas es necesario analizar las contradicciones objetivas del capitalismo globalizado y sus formas actuales de manifestación.<br />Por mucho que nosotros separemos “lo político” y “lo económico”, la principal potencia imperialista contemporánea, Estados Unidos, lo reúne todo bajo su estrategia de seguridad nacional, en que la fuerza militar ocupa un lugar principal. Algunos dicen que apoyan acuerdos con Estados Unidos por razones “comerciales”, pero tanto los Tratados de Libre Comercio como los Tratados de Protección de Inversiones son parte de un “combo imperialista”, en que tratados e invasiones son parte de una sola y única estrategia.<br />Entendemos imperialismo como la tendencia de un Estado a expandirse territorial, militar (1), cultural, económicamente a costa de otros estados generalmente menos desarrollados tecnológicamente.<br />Uno. La globalización es un proceso de expansión del capitalismo - basado en el creciente desarrollo de las fuerzas productivas - que se realiza a través de la eliminación de las fronteras económicas, la desregulación de los mercados, la privatización de las empresas públicas y la flexibilización del trabajo.<br />Entre los varios éxitos de la globalización, para el gran capital, destacamos dos: recompuso la rentabilidad del capital, propiciando la recuperación de la tasa general de ganancia en los principales centros del capitalismo mundial; logró la expansión del ámbito de acción del capital, al incorporar vastas zonas del planeta a la lógica del mercado mundial capitalista. Todo ello facilitado por el derrumbe del bloque soviético y la incorporación del mercado” en el proceso económico de China.<br />En el marco de la expansión capitalista se produce el surgimiento de nuevos polos dinámicos de acumulación y crecimiento económico - donde se destacan China, India, Rusia y Brasil - que tienden a modificar radicalmente la estructura de las relaciones económicas y políticas internacionales y que, en particular, han puesto en entredicho la hegemonía de EEUU.<br />Complementariamente, se agudizó la lucha de clases – en el interior de cada país y a escala mundial - debido al profundo deterioro en las condiciones de trabajo y de vida de la clase trabajadora y, en general, de las clases no propietarias.<br />En el marco del empobrecimiento general de las economías periféricas – por la división internacional del trabajo - relegadas a la producción y exportación de bienes con poco valor agregado, se crean las condiciones para impulsar opciones de desarrollo que - con los matices y particularidades de cada país – son críticas del modelo neoliberal de acumulación, tales como, Venezuela y Bolivia.<br />La conflictividad internacional, asimismo, se agudizó por el despliegue abierto de las tendencias imperialistas - a partir del derrumbe del bloque soviético - en Europa Central, los Balcanes, Afganistán, Irak, etcétera.<br />Dos. La situación actual de la economía mundial es esencialmente contradictoria como lo demuestran los datos del primer semestre de 2007. Por un lado, se presentan signos de desaceleración en los países centrales: Estados Unidos creció apenas (1,9%), la Unión Europea (3%) y Japón (2%). En contraste, los polos dinámicos emergentes, los llamados BRIC, presentan, en igual período, altas tasas de crecimiento: Brasil (4,4%), Rusia (7%), India (8,9%) y China (11,5%).<br />Observada desde la perspectiva de los centros, la economía capitalista se desacelera, lo que permite prever el comienzo de una recesión cíclica que pondría fin a la expansión iniciada en 2002. Está recesión afectará muy negativamente la dinámica económica mundial, dado que estos países representan más de la mitad del producto mundial y son, además, el centro de operaciones de las empresas transnacionales más grandes del planeta. <br />Las estimaciones para el 2008 mantienen la trayectoria señalada para ambos bloques de países. Como resultado de estas dos tendencias contrapuestas, podría suceder, como en 2001, que la recesión sea relativamente más profunda en el centro y relativamente más moderada en el resto del planeta.<br />Tres. En el plano estructural, se experimenta una transformación de la economía mundial que junto con modificar el peso relativo de los distintos países y bloques (2), profundiza la interdependencia entre los mismos.<br />Hay, pues, signos de mutaciones estructurales de largo plazo. En ese sentido, se destaca que el debilitamiento de la economía de Estados Unidos va acompañado por el fortalecimiento de las empresas transnacionales estadounidenses y la exacerbación de su política belicista.<br />La participación en el producto mundial de los países centrales medido por paridad de poder de compra muestra una tendencia decreciente: la Unión Europea pasó de representar el 25,5% en 1992 a 21% en 2006; Japón por su parte pasa, en igual período, de 8,8 % a 6.3%; Estados Unidos que había logrado el 21% promedio de 1980 a 2000 sólo alcanza en 2006 un 19,7 %.<br />Como contrapartida, entre 1992 y 2006, China duplica su participación pasando de 7.1% a 15,5% y la India crece de 4.4% a 6,3%.<br />La expansión de China se ha basado en el auge de las exportaciones hacia Estados Unidos y en las estrategias de relocalización global de las empresas transnacionales. Dichas empresas, muchas estadounidenses, buscaron aumentar su rentabilidad reubicando su plataforma productiva en China para exportar desde allí a EEUU.<br />La India se expande con base en la relocalización global de las corporaciones transnacionales en su territorio y al desarrollo de algunos sectores de tecnologías de punta. El alto dinamismo que ha tenido Rusia en los últimos años está vinculado con el sostenido aumento de los precios internacionales del petróleo y el gas natural. <br />Cuatro. La economía de Estados Unidos es cada vez más vulnerable ya que, en los últimos años, su crecimiento se ha sustentado en factores inherentemente desestabilizadores: los déficit gemelos (fiscal y externo) y las burbujas especulativas (inmobiliaria y bursátil).<br />Los déficit gubernamentales han sido financiados con la venta de Bonos del Tesoro a extranjeros y los déficit en cuenta corriente - causado principalmente por el déficit comercial y, en menor medida, por las rentas de capital provenientes del exterior que se han hecho negativas - han sido cubiertos con capitales del exterior atraídos por las burbujas especulativas.<br />Entre 2000 y 2007 la deuda externa global de la principal economía del mundo se incrementó en 4.6 billones de dólares. Lo cual acrecienta la dependencia financiera de Estados Unidos con respecto al resto del mundo y genera, a su vez, una interdependencia contradictoria con sus principales acreedores, en particular con China.<br />-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-<br /> Los cambios estructurales de la economía mundial han debilitado el poder económico de Estados Unidos, que trata de mantener su dominación por todos los medios, incluyendo la guerra. Esto se expresa en una creciente conflictividad internacional y en el despliegue de nuevas formas de manifestación del imperialismo, como lo demuestran las agresiones e invasiones a Afganistán, Irak e Irán en carpeta.<br /> La expansión económica capitalista ¬con la relocalización de las transnacionales y el crecimiento que ello implica en los nuevos polos dinámicos asentados en la periferia¬ genera contradicciones que se manifiestan nítidamente en las relaciones de interdependencia entre Estados Unidos y China.<br />Cinco. La expansión capitalista ha sometido la economía norteamericana a crecientes niveles de competencia con el exterior, los cuales se acrecentaron junto con el crecimiento sostenido de las economías asiáticas: primero Japón, luego China y posteriormente India.<br /> Estados Unidos, que en algún momento fuera una orgullosa nación exportadora, se ha transformado en el más grande importador mundial. Desde 1992 hasta 2007, el déficit comercial de Estados Unidos se ha incrementado de 84 mil millones de dólares a cerca de 800 mil millones de dólares. Consecuentemente, el prestamista más grande del mundo se ha transformado en el prestatario número uno del planeta.<br /> El crecimiento que tuvo la economía norteamericana en los primeros años de esta década no se explica solamente por el aumento del consumo interno financiado por el excedente de terceros países. El gasto público en el complejo militar-industrial cumplió una función primordial para sostener, a través de sus efectos multiplicadores, los niveles de crecimiento del producto y del empleo. Lo cual, a su vez, repercutió en el aumento explosivo del déficit fiscal.<br /> En busca de convalidar este estado de violencia mundial, Estados Unidos han intentado imponer ¬más bien para su "frente" interno¬ una nueva noción de soberanía que legitime el uso de la violencia para defender supuestos "valores universales", tales como el binomio democracia representativa y economía de libre mercado.<br /> En Kosovo la agresión militar se disfrazó de "guerra humanitaria"; en Afganistán fue "guerra antiterrorista"; en Irak se trató de "guerra preventiva". Cuando Estados Unidos invadió Irak sin el aval de la ONU, quedaron expuestos los verdaderos motivos de la operación: garantizar el aprovisionamiento energético y consolidar su presencia militar en una región de enorme valor estratégico.<br /> Así la proliferación de los conflictos bélicos cumple dos funciones básicas: una, como instrumento geopolítico para apropiarse de recursos naturales; otra, activar el proceso de acumulación de capital a través del aumento de la demanda a las industrias de guerra.<br /> La exitosa relocalización internacional de las corporaciones estadounidenses le impone a Estados Unidos la necesidad de garantizar la estabilidad de los espacios nacionales donde éstas operan, para consolidar su inserción y su rentabilidad. Las 700 bases militares que tiene EEUU en 130 países están disponibles para ese fin . (1).<br /> Esta lógica perversa hace cada vez más evidente que la militarización imperialista es el resultado directo de un sistema de acumulación del capital sostenido en la dominación y explotación del resto del mundo.<br /> Paradójicamente, las inversiones norteamericanas han elevado el crecimiento de tres potencias nucleares ¬China, India y Rusia¬ lo cual constituye un reto geoestratégico de largo plazo para EEUU. Debe tomarse en cuenta que, más allá del inmenso peso económico de las empresas transnacionales, países como la República Popular China mantienen un sistema político poderoso, sólido y autónomo.<br /> Seis. Las tensiones entre Estados Unidos y China ¬países que sumados representan el 36% del producto mundial¬ aumentaron en el correr de 2007. Las relaciones entre el país capitalista más desarrollado y la principal nación emergente se vieron agravadas en agosto de 2007 cuando Estados Unidos presionó a China, como lo ha hecho en otras oportunidades, para que revaluara su moneda a fin de reducir la competitividad-precio de los asiáticos y provocar una disminución de sus exportaciones y un aumento en sus importaciones, lo cual permitiría abatir el déficit comercial norteamericano.<br /> Al mantener el valor del yuan en un nivel bajo, el gobierno chino tiene una ventaja competitiva en el enorme mercado estadounidense, lo que explica porqué las tiendas estadounidenses están inundadas de productos "made in China" mucho más baratos que los nacionales. China inunda de productos a EEUU, consiguiendo un superávit comercial bilateral descomunal: 250 mil millones de dólares anuales, según el U. S. Census Bureau.<br /> China, que ya había revaluado su moneda en 2006, no aceptó las presiones y respondió con la amenaza de vender los 900 mil millones de dólares en Bonos del Tesoro que tiene el Banco Central chino y hacer colapsar la divisa estadounidense. También dicha cifra está en cuestión: según el Tesoro norteamericano los bonos en poder de China eran 407 mil millones de dólares en mayo de 2007.<br /> Esos papeles de deuda son los que compra el gigante asiático con los dólares que recibe por la venta de sus productos al mercado norteamericano y, a su vez, son los que financian el déficit comercial norteamericano, en alza.<br /> La respuesta norteamericana, en el ajedrez de la globalización, fue retirar del mercado estadounidense, por razones sanitarias, productos fabricados en China, tales como, comida para mascotas y juguetes Mattel. La respuesta china fue prohibir el ingreso de productos alimenticios Campbell Soup por el alto contenido de aluminio.<br /> Siete. Aunque Estados Unidos es una potencia cuya dinámica económica se ha debilitado, sus empresas siguen siendo las responsables de la mayor parte de la innovación tecnológica, del comercio internacional y de la inversión productiva mundial. China, aunque es una potencia económica ascendente, tanto por sus exportaciones como por su alta inversión productiva interna, es muy dependiente de la dinámica del mercado estadounidense y del suministro de materias primas y de energéticos.<br /> Es muy difícil que las tensiones y diferendos comerciales chino-norteamericanos se transformen en enfrentamientos drásticos, dado que afectaría gravemente la economía de ambos países. Sin embargo, el debilitamiento del dólar por el agravamiento de la crisis financiera podría llevar a que China, para proteger su economía, se vea obligada a reducir sus reservas en dólares. Si eso sucediera aumentaría sustancialmente la inestabilidad de la economía mundial y los riesgos de confrontaciones militares, básicamente agresiones imperialistas contra países periféricos.<br /><br />-0-0-0-0-0-0-0-<br /><br />La expansión capitalista y la vorágine especulativa impulsada por el capital financiero y las empresas transnacionales han creado, en las últimas décadas, nuevas relaciones internacionales con una interdependencia creciente entre las economías nacionales, los bloques regionales y el mercado mundial.<br /> La implosión del "socialismo real" puso fin al enfrentamiento entre sistemas económicos alternativos, haciendo más visibles las contradicciones internas del capitalismo a escala mundial. A la vez que hay una pugna por lograr el control de recursos y mercados que enfrenta a las empresas transnacionales, los países centrales y los bloques regionales; se profundizan las relaciones de dependencia de los oprimidos y empobrecidos países periféricos con los países centrales.<br /> Ocho. El impacto de la globalización imperialista en una nueva división internacional del trabajo "privilegia" a nuestro continente con el papel de proveedor de materias primas con poco valor agregado, condenándonos al atraso tecnológico y a la expulsión permanente de fuerza de trabajo.<br /> Asimismo, en un claro proceso de neocolonización implementado, básicamente, por las empresas transnacionales, se efectiviza la apropiación de nuestras riquezas naturales, los sectores económicos estratégicos y los mercados de servicios públicos.<br />En tercer lugar, la globalización imperialista amplifica el neoliberalismo como ideología dominante, el cual mantiene, más allá de discursos encendidos, enormes mecanismo de reproducción.<br />En la mayor parte de nuestros países las fronteras económicas han sido desmanteladas, los aparatos de estado han sido "rebajados" por el Consenso de Washington y las reformas de segunda generación, los medios de comunicación "rescriben" la realidad en función de los intereses dominantes y el sistema de educación reproduce el pensamiento único.<br />La frutilla "política" de la torta la constituyen la mayor parte de las fuerzas políticas y dirigentes, incluida la autodenominada izquierda pragmática, que trabajan denodadamente para evitar que el pueblo asuma la participación efectiva en todos los ámbitos de la vida pública. Como contrapartida, esos mismos dirigentes, colocan alfombras para recibir a los héroes modernos, a los nuevos salvadores de nuestra América: los inversores extranjeros.<br /> Nueve. El neoliberalismo incrementó sustancialmente la brecha tecnológica, financiera y productiva entre los países centrales y los periféricos, reflejada en la evolución del PBI per cápita de los principales países industrializados y de las mayores economías de América Latina.<br /> Si se compara el ingreso por persona de los seis países industrializados más importantes - Alemania, Canadá, Estados Unidos, Francia, Inglaterra e Italia- con el de siete países latinoamericanos ¬ Argentina, Brasil, Chile, Colombia, México, Perú y Venezuela ¬ en diferentes años se verá que el crecimiento de la brecha es alarmante. (1)<br /> En 1950 el ingreso per cápita de esos siete países latinoamericanos era el 54% del per cápita de los países centrales señalados; en 1973 bajó al 42% y en 2004 llegó al 12%. El PBI per cápita promedio, del año 2004 alcanza a 32.344 dólares para los seis países industrializados y a sólo 3.839 para las siete mayores economías de Latinoamérica. Pese a ser el modelo emblemático del neoliberalismo, Chile no escapa a la misma tendencia, pasando de 60% en 1950, a 37% en 1973, para caer a 15% en 2004. Da vértigo.<br /> Junto con la ampliación de la brecha económica se produjo un aumento de la pobreza. En América Latina las personas que viven con menos de dos dólares por día aumentaron 30% en dos décadas, pasando de 99 millones de personas a 128 millones entre 1981 y 2001, según el Banco Mundial.<br />Nueve. En América Latina, por experiencia histórica reiterada, las fuerzas políticas y sociales que cuestionan y enfrentan al neoliberalismo y al proceso de globalización tienen un marcado carácter antiestadounidense.<br /> Esas heterogéneas fuerzas, han sido un factor fundamental del triunfo electoral de algunos partidos, como el PT de Brasil; coaliciones, como el Frente Amplio de Uruguay; dirigentes y organizaciones emergentes como en Bolivia, Ecuador y Venezuela.<br /> La heterogeneidad política de América Latina se ha acentuado, hay países que han impulsado programas de gobierno con diferentes grados de cuestionamiento al neoliberalismo, en tanto otros, profundizan su integración dependiente al sistema capitalista, mediante la apertura económica que facilita la expansión capitalista a través de acuerdos de libre comercio con Estados Unidos (entre otros, México, Colombia, Perú y Chile). Los que cuestionan al neoliberalismo pretenden recuperar el control de sus recursos naturales y de los sectores estratégicos de la economía (fundamentalmente Bolivia, Venezuela y Ecuador).<br />En un espacio intermedio se encuentran los países fundadores del Mercosur, aunque existen claras diferencias entre, por un lado, Brasil, Uruguay y Paraguay que aplican un programa económico ortodoxo - similar a los que recomendó y recomienda el Fondo Monetario Internacional - y, por otro lado, Argentina que implementa un modelo heterodoxo que le ha dado muy buenos resultados: el producto creció a 9% promedio en los últimos cinco años y las reservas en dólares aumentaron sustancialmente.<br /> Diez. La globalización amplía los espacios de operación del capital, aumentando los niveles de concentración y centralización del mismo. Esto provoca que los llamados "capitales nacionales" pierdan crecientemente ese carácter.<br />Las burguesías "nacionales" con cierta fortaleza económica se asocian con el capital transnacional y, a través de esa alianza, se mimetizan asumiendo la defensa plena del proceso de globalización y del sistema institucional jurídico, cultural e ideológico que lo sostiene.<br />Otros sectores de las burguesías "nacionales", por múltiples razones, asumen la bandera del proteccionismo como forma de supervivencia aunque, paralelamente, muchos de ellos pretenden alcanzar niveles de competitividad internacional a expensas de los salarios y de las condiciones laborales de los trabajadores.<br />Por todo ello, para enfrentar con éxito a la globalización imperialista, habrá que construir una gran alianza con todos aquellos sectores económicos, sociales, étnico-culturales y políticos cuyos intereses objetivos están en franca contradicción con los intereses del imperialismo y sus aliados locales.<br /> Nuestra América, la independiente y soberana, la que aspira a la justicia social, la que busca una sociedad sin explotados y explotadores requiere cambios históricos reales. Es necesario construir una alternativa socialista que garantice, a la vez, la eficiencia, la socialización de los procesos económicos, la democracia y la libertad.<br />(1) Maddison, Angus, "La economía mundial 1820-1992", OCDE, 1997; "Informe sobre el desarrollo Mundial 2006", Banco Mundial.<br /></div><br /><br />Publicado en la contratapa de “La República”, Montevideo, el 6, 20 y 27 de enero de 2008.CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-46027596155205096932009-05-26T14:54:00.000-07:002009-05-26T14:56:02.764-07:00O papel da aliança cívico-militar na “Revolução Bolivariana”<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" 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Buzetto<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">Membro do Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais NEILS-PUC/SP, <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">doutorando <st1:personname productid="em Ci↑ncias Sociais PUC-SP" st="on"><st1:personname productid="em Ci↑ncias Sociais" st="on">em Ciências Sociais</st1:personname> PUC-SP</st1:personname><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;" align="right"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">Quando falamos em Venezuela ou em “Revolução Bolivariana”, uma questão que tem despertado inúmeras polêmicas é o papel da chamada “aliança cívico-militar”, principalmente o papel das Forças Armadas neste processo de conflitos e transformações que vem ocorrendo desde 1989, quando milhares de trabalhadores e trabalhadoras foram às ruas contra o neoliberalismo e suas perversas conseqüências sociais. Apresentamos neste breve artigo uma síntese da análise de dois estudiosos da situação venezuelana, com argumentos que nos ajudam a compreender um pouco mais sobre o posicionamento de setores das forças armadas, principalmente em momentos decisivos da luta de classes, como foi o abril de 2002 para os venezuelanos. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><st2:verbetes st="on"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">Marta</span></b></st2:verbetes><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;"> Harnecker</span></b><a style="" href="#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;"> avalia <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> existem uma <st2:verbetes st="on">série</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">fatores</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> foram se somando ao <st2:verbetes st="on">longo</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">formação</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">histórica</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">política</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">social</st2:verbetes> da Venezuela <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> explicam a <st2:verbetes st="on">atual</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">posição</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">hegemônica</st2:verbetes> no <st2:verbetes st="on">interior</st2:verbetes> das <st2:verbetes st="on">forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">armadas</st2:verbetes> daquele <st2:verbetes st="on">país</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Segunda</st2:verbetes> esta <st2:verbetes st="on">estudiosa</st2:verbetes> do <st3:dm st="on">processo</st3:dm> venezuelano:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a)</span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;"> é <st2:verbetes st="on">preciso</st2:verbetes> <st3:hm st="on">levar</st3:hm> <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">consideração</st2:verbetes> a <st2:verbetes st="on">forte</st2:verbetes> <st3:dm st="on">influência</st3:dm> do <st2:verbetes st="on">exemplo</st2:verbetes> e do <st2:verbetes st="on">pensamento</st2:verbetes> de Simon Bolívar, <st2:verbetes st="on">principalmente</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">suas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">idéias</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">sobre</st2:verbetes> a <st2:verbetes st="on">integração</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">latino-americana</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">sobre</st2:verbetes> a <st3:dm st="on">obrigação</st3:dm> dos <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> de <st3:hm st="on">defender</st3:hm> o <st2:verbetes st="on">povo</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">b) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a <st3:hm st="on">partir</st3:hm> da <st2:verbetes st="on">geração</st2:verbetes> de Hugo Chávez, no <st2:verbetes st="on">início</st2:verbetes> dos <st2:verbetes st="on">anos</st2:verbetes> 70, houve uma <st2:verbetes st="on">enorme</st2:verbetes> <st4:sinonimos st="on">mudança</st4:sinonimos> no <st3:dm st="on">processo</st3:dm> de <st2:verbetes st="on">formação</st2:verbetes> dos <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> venezuelanos. <st3:dm st="on">Após</st3:dm> 1971, os <st2:verbetes st="on">mesmos</st2:verbetes> deixaram de <st3:hm st="on">ser</st3:hm> formados <st2:verbetes st="on">pela</st2:verbetes> “<st2:verbetes st="on">Escola</st2:verbetes> das Américas” e começaram a <st3:hm st="on">completar</st3:hm> <st2:verbetes st="on">seus</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">estudos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">universitários</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">cursos</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">Academia</st2:verbetes> <st3:hm st="on">Militar</st3:hm> Venezuelana, <st2:verbetes st="on">onde</st2:verbetes> tomavam <st2:verbetes st="on">contato</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">autores</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">clássicos</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">ciência</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">política</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">textos</st2:verbetes> de Clausewitz, Mao Tse-tung, etc. De <st2:verbetes st="on">acordo</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> Harnecker, <st2:verbetes st="on">tal</st2:verbetes> procedimento contribuiu <st3:dm st="on">para</st3:dm> a <st2:verbetes st="on">formação</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">conjunto</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">forte</st2:verbetes> <st3:dm st="on">influência</st3:dm> das <st2:verbetes st="on">idéias</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">progressistas</st2:verbetes>; <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">c) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">essa <st2:verbetes st="on">geração</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> venezuelanos <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">hoje</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">são</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> chegaram a se <st3:hdm st="on">confrontar</st3:hdm> <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">organizações</st2:verbetes> guerrilheiras de <st2:verbetes st="on">esquerda</st2:verbetes>. E <st2:verbetes st="on">quando</st2:verbetes> eram enviados <st3:dm st="on">para</st3:dm> o <st2:verbetes st="on">interior</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">país</st2:verbetes> e/<st2:verbetes st="on">ou</st2:verbetes> <st3:dm st="on">para</st3:dm> <st2:verbetes st="on">regiões</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">fronteira</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> encontravam <st2:verbetes st="on">era</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">muita</st2:verbetes> <st4:sinonimos st="on">pobreza</st4:sinonimos> e desigualdade <st2:verbetes st="on">social</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">d) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a <st2:verbetes st="on">origem</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">popular</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">maioria</st2:verbetes> dos <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> venezuelanos contribuiu, <st2:verbetes st="on">segundo</st2:verbetes> Harnecker, <st3:dm st="on">para</st3:dm> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> fosse <st2:verbetes st="on">criada</st2:verbetes> uma “<st2:verbetes st="on">casta</st2:verbetes> <st3:hm st="on">militar</st3:hm>” e <st3:dm st="on">para</st3:dm> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> houvesse <st2:verbetes st="on">discriminação</st2:verbetes> no <st3:dm st="on">processo</st3:dm> de <st4:sinonimos st="on">ascensão</st4:sinonimos> <st2:verbetes st="on">hierárquica</st2:verbetes> no <st2:verbetes st="on">interior</st2:verbetes> das <st2:verbetes st="on">forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">e) </span></b><st2:verbetes st="on"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">um</span></st2:verbetes><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;"> <st3:dm st="on">setor</st3:dm> <st2:verbetes st="on">bastante</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">importante</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">expressivo</st2:verbetes> dos <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> ficou sensibilizado <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> a <st2:verbetes st="on">situação</st2:verbetes> de <st4:sinonimos st="on">pobreza</st4:sinonimos> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> vivia a <st2:verbetes st="on">maioria</st2:verbetes> dos <st2:verbetes st="on">trabalhadores</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">fato</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> ganhou <st2:verbetes st="on">mais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">relevância</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">durante</st2:verbetes> as <st2:verbetes st="on">manifestações</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">populares</st2:verbetes> de 1989, <st2:verbetes st="on">quando</st2:verbetes> a <st3:dm st="on">classe</st3:dm> <st2:verbetes st="on">dominante</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">país</st2:verbetes> incitou as <st2:verbetes st="on">Forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes> a <st3:hdm st="on">reprimir</st3:hdm> os <st2:verbetes st="on">movimentos</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">massa</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> várias <st2:verbetes st="on">partes</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">país</st2:verbetes>, tendo <st2:verbetes st="on">destaque</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">conflitos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> ocorreram <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> Caracas;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">f) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a <st2:verbetes st="on">criação</st2:verbetes>, num <st3:dm st="on">primeiro</st3:dm> <st2:verbetes st="on">momento</st2:verbetes> na <st2:verbetes st="on">situação</st2:verbetes> de clandestinidade, de uma <st3:dm st="on">corrente</st3:dm> <st2:verbetes st="on">política</st2:verbetes> no <st2:verbetes st="on">seio</st2:verbetes> das <st2:verbetes st="on">Forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> buscava <st3:hdm st="on">resgatar</st3:hdm> o <st2:verbetes st="on">pensamento</st2:verbetes> de Simón Bolívar, Simón Rodrigues e Ezequiel Zamorra, <st2:verbetes st="on">mártires</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">luta</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">pela</st2:verbetes> <st3:dm st="on">independência</st3:dm> da Venezuela. <st2:verbetes st="on">Este</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">movimento</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> teve <st2:verbetes st="on">origem</st2:verbetes> no <st2:verbetes st="on">exército</st2:verbetes>, se expandiu <st3:dm st="on">para</st3:dm> <st2:verbetes st="on">outros</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">setores</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> e, <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">tempo</st2:verbetes>, recebeu <st3:dm st="on">apoio</st3:dm> e incorporou civis ligados à <st2:verbetes st="on">organizações</st2:verbetes> operárias e <st2:verbetes st="on">populares</st2:verbetes>. Essa <st2:verbetes st="on">aliança</st2:verbetes> resultou na <st3:dm st="on">construção</st3:dm> do <st2:verbetes st="on">Movimento</st2:verbetes> Bolivariano <st2:verbetes st="on">Revolucionário</st2:verbetes> 200 (MBR 200);<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">g) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a <st3:dm st="on">ação</st3:dm> <st2:verbetes st="on">política</st2:verbetes> e <st3:hm st="on">militar</st3:hm> desencadeada <st3:dm st="on">pelo</st3:dm> MBR 200 <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> 04 de <st2:verbetes st="on">fevereiro</st2:verbetes> de 1992, <st2:verbetes st="on">contra</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> de Carlos Andrés Pérez, <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> resultou numa <st2:verbetes st="on">derrota</st2:verbetes> <st3:hm st="on">militar</st3:hm> <st2:verbetes st="on">mas</st2:verbetes> numa <st3:dm st="on">vitória</st3:dm> <st2:verbetes st="on">política</st2:verbetes>, <st3:dm st="on">pois</st3:dm> deu <st4:sinonimos st="on">visibilidade</st4:sinonimos> <st2:verbetes st="on">nacional</st2:verbetes> ao <st2:verbetes st="on">movimento</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">até</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">aquele</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">momento</st2:verbetes> reunia <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">grupo</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">muito</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">pequeno</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">pessoas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> comparação às <st2:verbetes st="on">tarefas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> se propunham <st3:hm st="on">realizar</st3:hm>. A <st3:hm st="on">partir</st3:hm> daí, Hugo Chávez e <st2:verbetes st="on">seus</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">companheiros</st2:verbetes> ficaram <st2:verbetes st="on">conhecidos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">todo</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">país</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">São</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">presos</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">mas</st2:verbetes> libertados <st3:dm st="on">dois</st3:dm> <st2:verbetes st="on">anos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">depois</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">como</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">fruto</st2:verbetes> de inúmeras mobilizações de <st2:verbetes st="on">massa</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> pediam a <st2:verbetes st="on">liberdades</st2:verbetes> desses <st2:verbetes st="on">presos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">políticos</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">h) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a <st3:dm st="on">vitória</st3:dm> <st2:verbetes st="on">eleitoral</st2:verbetes> de Chávez, <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> 1998 levou os “bolivarianos” ao <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes>, e criou a possibilidade de testarem <st2:verbetes st="on">suas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">idéias</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">suas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">propostas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">através</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">só</st2:verbetes> da mobilização <st2:verbetes st="on">social</st2:verbetes> e/<st2:verbetes st="on">ou</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">insurreições</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">mas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">também</st2:verbetes> dos inúmeros <st2:verbetes st="on">instrumentos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> estão vinculados/<st2:verbetes st="on">subordinados</st2:verbetes> ao <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">federal</st2:verbetes>. A <st3:dm st="on">vitória</st3:dm> <st2:verbetes st="on">eleitoral</st2:verbetes> ampliou a <st3:dm st="on">influência</st3:dm> das <st2:verbetes st="on">idéias</st2:verbetes> do MBR 200, transformado <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">partido</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">político</st2:verbetes> (Movimento Quinta República - MVR), no <st2:verbetes st="on">interior</st2:verbetes> das <st2:verbetes st="on">Forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes>, e <st2:verbetes st="on">muitos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> se colocaram à <st3:dm st="on">disposição</st3:dm> <st3:dm st="on">para</st3:dm> <st3:hm st="on">contribuir</st3:hm> no <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> fosse <st3:dm st="on">necessário</st3:dm> <st3:dm st="on">para</st3:dm> o <st2:verbetes st="on">sucesso</st2:verbetes> dos <st2:verbetes st="on">projetos</st2:verbetes> do <st3:dm st="on">novo</st3:dm> <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">i) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">as sucessivas <st2:verbetes st="on">vitórias</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">eleitorais</st2:verbetes> do <st3:dm st="on">novo</st3:dm> <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> criaram uma <st2:verbetes st="on">legalidade</st2:verbetes> e uma <st2:verbetes st="on">legitimidade</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">encontra</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">paralelo</st2:verbetes> na <st2:verbetes st="on">história</st2:verbetes> venezuelana. A <st3:dm st="on">vitória</st3:dm> das <st2:verbetes st="on">propostas</st2:verbetes> do MVR e dos <st2:verbetes st="on">demais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">partidos</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">esquerda</st2:verbetes> na <st2:verbetes st="on">Assembléia</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Constituinte</st2:verbetes> de 1999 gerou uma <st2:verbetes st="on">nova</st2:verbetes> institucionalidade <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> acabou fortalecendo as <st2:verbetes st="on">iniciativas</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">federal</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">j) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">o <st2:verbetes st="on">programa</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> de Chávez e as diversas <st2:verbetes st="on">medidas</st2:verbetes> implantadas <st3:dm st="on">após</st3:dm> 1999, <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">conteúdo</st2:verbetes> anti-neoliberal, resgatando <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">projeto</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">desenvolvimento</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">nacional</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> participação <st2:verbetes st="on">decisiva</st2:verbetes> do <st3:dm st="on">setor</st3:dm> <st2:verbetes st="on">estatal</st2:verbetes> na <st2:verbetes st="on">condução</st2:verbetes> das transformações econômicas, se contrapondo ao <st3:dm st="on">processo</st3:dm> de privatizações <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> estava <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">curso</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">desde</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">anos</st2:verbetes> noventa, <st2:verbetes st="on">defesa</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">soberania</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">nacional</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">crítica</st2:verbetes> à <st2:verbetes st="on">postura</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">submissão</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">dependência</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> se encontrava a Venezuela, <st2:verbetes st="on">elaboração</st2:verbetes> de uma <st2:verbetes st="on">política</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">defesa</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">nacional</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">são</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">motivos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">também</st2:verbetes> contribuíram <st3:dm st="on">para</st3:dm> <st3:hdm st="on">ampliar</st3:hdm> o <st3:dm st="on">apoio</st3:dm> do <st3:dm st="on">novo</st3:dm> <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">entre</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">setores</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">k) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a <st2:verbetes st="on">existência</st2:verbetes> de uma <st2:verbetes st="on">liderança</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">apesar</st2:verbetes> de <st3:hdm st="on">ter</st3:hdm> nascido <st2:verbetes st="on">dentro</st2:verbetes> das <st2:verbetes st="on">Forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes>, conseguiu se <st3:hm st="on">tornar</st3:hm> uma <st2:verbetes st="on">referência</st2:verbetes> <st3:dm st="on">para</st3:dm> a esmagadora <st2:verbetes st="on">maioria</st2:verbetes> dos <st2:verbetes st="on">pobres</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">campo</st2:verbetes> e da <st2:verbetes st="on">cidade</st2:verbetes>. Essa <st2:verbetes st="on">combinação</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">liderança</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">política</st2:verbetes> e <st3:hm st="on">militar</st3:hm> <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> uma <st2:verbetes st="on">autêntica</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">vocação</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">democrática</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">popular</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">também</st2:verbetes> ajudou a <st3:hm st="on">aglutinar</st3:hm> <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">torno</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">figura</st2:verbetes> de Hugo Chávez <st2:verbetes st="on">setores</st2:verbetes> civis e <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> se uniram na <st3:dm st="on">construção</st3:dm> da <st2:verbetes st="on">atual</st2:verbetes> “<st2:verbetes st="on">aliança</st2:verbetes> cívico-militar”<a style="" href="#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;"><span style=""> </span>Na avaliação de Harnecker, <st2:verbetes st="on">são</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">esses</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">fatores</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> tem garantido o <st3:dm st="on">apoio</st3:dm> dos <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> ao <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">presidente</st2:verbetes> Hugo Chávez <st2:verbetes st="on">Frias</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Ainda</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">segundo</st2:verbetes> esta autora, <st2:verbetes st="on">durante</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">golpe</st2:verbetes> de<span style=""> </span><st2:verbetes st="on">abril</st2:verbetes> de 2002 <st2:verbetes st="on">cerca</st2:verbetes> de 200 <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">entre</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">generais</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">almirantes</st2:verbetes>, coronéis, tenente-coronéis e <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">subalternos</st2:verbetes> participaram <st2:verbetes st="on">ativamente</st2:verbetes> das <st2:verbetes st="on">ações</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">contra</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes>. Neste <st2:verbetes st="on">ano</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">número</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> nas <st2:verbetes st="on">Forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">era</st2:verbetes> de 8 <st2:verbetes st="on">mil</st2:verbetes>, o <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">leva</st2:verbetes> à <st2:verbetes st="on">conclusão</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> a <st2:verbetes st="on">maioria</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">oficialidade</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> participou da <st3:dm st="on">tentativa</st3:dm> fracassada de <st3:hm st="on">derrubar</st3:hm> o <st2:verbetes st="on">presidente</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Ainda</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">segundo</st2:verbetes> a <st2:verbetes st="on">mesma</st2:verbetes>, os <st3:dm st="on">dois</st3:dm> <st2:verbetes st="on">únicos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">golpistas</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">alta</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">graduação</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> uma <st2:verbetes st="on">efetiva</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">posição</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">comando</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">durante</st2:verbetes> esta <st3:dm st="on">ação</st3:dm> foram o <st3:dm st="on">chefe</st3:dm> do <st2:verbetes st="on">Estado</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Maior</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">general</st2:verbetes> Ramírez Pérez e o <st2:verbetes st="on">comandante</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">Exército</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">general</st2:verbetes> Vasquez Velasco. <st2:verbetes st="on">Entre</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">alguns</st2:verbetes> dos <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> se destacaram na <st2:verbetes st="on">defesa</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">legalidade</st2:verbetes> e do <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> Chávez estão o <st2:verbetes st="on">general</st2:verbetes> Raúl Baduel, na <st3:dm st="on">época</st3:dm> <st2:verbetes st="on">comandante</st2:verbetes> da 42ª. <st2:verbetes st="on">Brigada</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">Infantaria</st2:verbetes> de Paraquedistas de Maracay (<st2:verbetes st="on">hoje</st2:verbetes> é o <st2:verbetes st="on">Ministro</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">Defesa</st2:verbetes>), o <st2:verbetes st="on">general</st2:verbetes> Jorge Luis Garcia <st2:verbetes st="on">Carneiro</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">comandante</st2:verbetes> da 3ª. <st3:dm st="on">Divisão</st3:dm> de <st2:verbetes st="on">Infantaria</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">Exército</st2:verbetes>, o <st2:verbetes st="on">coronel</st2:verbetes> Jesús del Valle Morao Cardona, o <st2:verbetes st="on">general</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">Brigada</st2:verbetes> Wilfredo Ramón Silva, <st2:verbetes st="on">comandante</st2:verbetes> da 3ª. <st3:dm st="on">Divisão</st3:dm> da <st2:verbetes st="on">Infantaria</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">Exército</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">Guarnição</st2:verbetes> de Caracas, o <st2:verbetes st="on">general</st2:verbetes> Virgilio Lameda, <st2:verbetes st="on">comandante</st2:verbetes> da 31ª. <st2:verbetes st="on">Brigada</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">Infantaria</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">Forte</st2:verbetes> Tiuna, o <st2:verbetes st="on">general</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">Brigada</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">Guarda</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Nacional</st2:verbetes> Luis Felipe Acosta Carlez, subdiretor da <st2:verbetes st="on">Escola</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">Formação</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">Oficiais</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">Guarda</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Nacional</st2:verbetes>, os tenentes-coronéis Jesús Manuel Zambrano <st3:dm st="on">Mata</st3:dm> e Francisco Espinosa Guyón, <st2:verbetes st="on">alunos</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">Escola</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Superior</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">Exército</st2:verbetes> e o <st2:verbetes st="on">capitão</st2:verbetes> Manuel Gregório Bernal, da <st2:verbetes st="on">companhia</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">Honra</st2:verbetes> 24 de <st2:verbetes st="on">Junho</st2:verbetes>, de Carabobo<a style="" href="#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;"><span style=""> </span><st2:verbetes st="on">Já</st2:verbetes> <b style="">Rodolfo Sanz</b>, <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">seu</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">livro</st2:verbetes> <i style="">Dialéctica de uma Victoria</i>, avalia <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">motivos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> levam <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st3:dm st="on">setor</st3:dm> <st2:verbetes st="on">majoritário</st2:verbetes> das <st2:verbetes st="on">forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">armadas</st2:verbetes> a <st3:hm st="on">apoiar</st3:hm> <st2:verbetes st="on">ativamente</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">ou</st2:verbetes> a se <st3:hm st="on">recusar</st3:hm> a <st3:hm st="on">atuar</st3:hm> de <st2:verbetes st="on">maneira</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">ilegal</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">qualquer</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">conspiração</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">golpista</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">são</st2:verbetes>: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a <st2:verbetes st="on">aprovação</st2:verbetes>, na <st2:verbetes st="on">Constituição</st2:verbetes>, do <st2:verbetes st="on">artigo</st2:verbetes> 330, <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> garante o <st2:verbetes st="on">direito</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">voto</st2:verbetes> aos <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">fato</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> estimulou <st2:verbetes st="on">ainda</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">mais</st2:verbetes> o <st3:dm st="on">debate</st3:dm> <st2:verbetes st="on">sobre</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">rumos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">políticos</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">país</st2:verbetes> no <st2:verbetes st="on">interior</st2:verbetes> das <st2:verbetes st="on">forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">armadas</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">b) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">as inúmeras <st2:verbetes st="on">iniciativas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">governamentais</st2:verbetes> dirigidas <st2:verbetes st="on">por</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">geralmente</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">carreira</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> valorizaram a <st2:verbetes st="on">instituição</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes>, diminuindo a <st2:verbetes st="on">visão</st2:verbetes> predominante <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">muitos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">círculos</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">tal</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">instituição</st2:verbetes> teria <st2:verbetes st="on">como</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">tarefa</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">única</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">ou</st2:verbetes> <st3:dm st="on">principal</st3:dm> a <st2:verbetes st="on">defesa</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">território</st2:verbetes> e a <st2:verbetes st="on">repressão</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">contra</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">movimentos</st2:verbetes> da <st3:dm st="on">classe</st3:dm> trabalhadora. A participação dos <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> no <st2:verbetes st="on">Plano</st2:verbetes> Bolívar 2000, uma <st3:dm st="on">ação</st3:dm> <st2:verbetes st="on">coordenada</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">principalmente</st2:verbetes> <st3:dm st="on">pelo</st3:dm> <st2:verbetes st="on">Exército</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">pela</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Guarda</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Nacional</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">objetivo</st2:verbetes> de <st3:hm st="on">contribuir</st3:hm> <st3:dm st="on">para</st3:dm> o <st2:verbetes st="on">desenvolvimento</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">econômico</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">social</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">local</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> atingiu praticamente <st2:verbetes st="on">todos</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">Estados</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">país</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">intervenções</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">sociais</st2:verbetes> nas <st2:verbetes st="on">áreas</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">educação</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">saúde</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">infra-estrutura</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">cultura</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">cooperação</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">agrícola</st2:verbetes>, etc, acabou se tornando a <st2:verbetes st="on">primeira</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">experiência</st2:verbetes> massiva, <st2:verbetes st="on">nacional</st2:verbetes>, de participação de <st2:verbetes st="on">soldados</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">atividades</st2:verbetes> de <st3:dm st="on">trabalho</st3:dm> <st2:verbetes st="on">comunitário</st2:verbetes>/<st2:verbetes st="on">social</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">c) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a<b style=""> </b><st2:verbetes st="on">insistência</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">presidente</st2:verbetes> Hugo Chávez <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st3:hm st="on">afirmar</st3:hm> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> as <st2:verbetes st="on">Forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">são</st2:verbetes> “a <st2:verbetes st="on">expressão</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">povo</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">armas</st2:verbetes>”, buscando <st3:hm st="on">derrubar</st3:hm> o <st2:verbetes st="on">muro</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">invisível</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">outro</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">momento</st2:verbetes> separou civis de <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">d) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">o <st2:verbetes st="on">respeito</st2:verbetes> e a <st2:verbetes st="on">defesa</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">intransigente</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">Constituição</st2:verbetes> Bolivariana <st3:dm st="on">pelo</st3:dm> <st2:verbetes st="on">presidente</st2:verbetes>, <st3:dm st="on">pois</st3:dm> esta foi <st2:verbetes st="on">fruto</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st3:dm st="on">processo</st3:dm> <st2:verbetes st="on">legal</st2:verbetes> e <st3:dm st="on">legítimo</st3:dm>, <st2:verbetes st="on">aprovada</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">pela</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">maioria</st2:verbetes> esmagadora do <st2:verbetes st="on">povo</st2:verbetes> venezuelano, criando uma institucionalidade <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> favorece a <st2:verbetes st="on">implementação</st2:verbetes> de muitas <st2:verbetes st="on">propostas</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">e) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a <st3:dm st="on">ruptura</st3:dm> da intermediação <st2:verbetes st="on">entre</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">presidente</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">República</st2:verbetes> e os <st2:verbetes st="on">soldados</st2:verbetes>. Chávez fez a <st2:verbetes st="on">opção</st2:verbetes> de <st3:hdm st="on">falar</st3:hdm> <st2:verbetes st="on">diretamente</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">soldados</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">menos</st2:verbetes> graduados, <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> se submetendo à <st2:verbetes st="on">reuniões</st2:verbetes> <st3:dm st="on">somente</st3:dm> <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> uma <st2:verbetes st="on">minoria</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">membros</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">alto</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">comando</st2:verbetes> das <st2:verbetes st="on">Forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Este</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">contato</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">direto</st2:verbetes> contribuiu, <st2:verbetes st="on">segundo</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">autor</st2:verbetes> citado <st2:verbetes st="on">acima</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> a <st2:verbetes st="on">diminuição</st2:verbetes>/<st2:verbetes st="on">eliminação</st2:verbetes> do <st3:dm st="on">preconceito</st3:dm> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">alguns</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">setores</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> alimentavam <st2:verbetes st="on">contra</st2:verbetes> Chávez;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">f) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">as mudanças no <st2:verbetes st="on">comando</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">guarnições</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> consideradas estratégicas numa <st2:verbetes st="on">possível</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">situação</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">insubordinação</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">ou</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">mesmo</st2:verbetes> <st3:dm st="on">tentativa</st3:dm> de <st2:verbetes st="on">golpe</st2:verbetes> <st3:hm st="on">militar</st3:hm><a style="" href="#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;"><span style=""> </span><st2:verbetes st="on">Apesar</st2:verbetes> de <st3:hm st="on">reconhecer</st3:hm> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> da Venezuela teve <st2:verbetes st="on">bastante</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">habilidade</st2:verbetes> <st3:dm st="on">para</st3:dm> <st3:hm st="on">manter</st3:hm> o <st3:dm st="on">apoio</st3:dm> das <st2:verbetes st="on">Forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes>, Sanz afirma <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> a <st3:dm st="on">consolidação</st3:dm> deste processo chamado de “aliança cívico-militar” <st2:verbetes st="on">só</st2:verbetes> virá a <st3:hdm st="on">ocorrer</st3:hdm> <st3:dm st="on">após</st3:dm> a tentativa de <st2:verbetes st="on">golpe em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">abril</st2:verbetes> de 2002, <st2:verbetes st="on">quando</st2:verbetes> ficou comprovada a participação do <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> dos EUA e, <st2:verbetes st="on">também</st2:verbetes>, a <st2:verbetes st="on">falsidade</st2:verbetes> das <st2:verbetes st="on">informações</st2:verbetes> veiculadas <st2:verbetes st="on">pelos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">principais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">órgãos</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">comunicação</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">massa</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">sobre</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">conflitos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> ocorreram <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> Caracas <st2:verbetes st="on">durante</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">dias</st2:verbetes> 11, 12 e 13 de <st2:verbetes st="on">abril</st2:verbetes> daquele <st2:verbetes st="on">ano</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> responsabilizavam <st2:verbetes st="on">partidários</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> <st3:dm st="on">pelo</st3:dm> <st2:verbetes st="on">assassinato</st2:verbetes> de várias <st2:verbetes st="on">pessoas</st2:verbetes> no <st2:verbetes st="on">centro</st2:verbetes> da <st2:verbetes st="on">capital</st2:verbetes><a style="" href="#_ftn5" name="_ftnref5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;"><span style=""> </span><st2:verbetes st="on">Este</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">mesmo</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">autor</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">também</st2:verbetes> afirma <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">antes</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">golpe</st2:verbetes> de 2002 havia muitas <st2:verbetes st="on">dúvidas</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">incertezas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">relação</st2:verbetes> ao <st3:dm st="on">apoio</st3:dm> das <st2:verbetes st="on">Forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes> ao <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes>, <st3:dm st="on">pois</st3:dm> a <st2:verbetes st="on">capacidade</st2:verbetes> de mobilização da <st3:dm st="on">classe</st3:dm> <st2:verbetes st="on">dominante</st2:verbetes> venezuelana acabava tendo <st2:verbetes st="on">muita</st2:verbetes> <st3:dm st="on">influência</st3:dm> <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">determinados</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">setores</st2:verbetes> civis e <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes>. Rodolfo Sanz insiste <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> houve, da <st2:verbetes st="on">parte</st2:verbetes> das <st2:verbetes st="on">forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> apoiavam o <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">certo</st2:verbetes> <st4:sinonimos st="on">menosprezo</st4:sinonimos> e uma subestimação da <st2:verbetes st="on">força</st2:verbetes> dos <st2:verbetes st="on">setores</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">mais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">conservadores</st2:verbetes> e anti-democráticos, o <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> resultou no afastamento e <st3:dm st="on">prisão</st3:dm> de Hugo Chávez <st2:verbetes st="on">pelos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">golpistas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">durante</st2:verbetes> 48 <st2:verbetes st="on">horas</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">sua</st2:verbetes> avaliação, <st2:verbetes st="on">este</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">momento</st2:verbetes> de 2002 foi <st2:verbetes st="on">decisivo</st2:verbetes> <st3:dm st="on">para</st3:dm> a <st2:verbetes st="on">disputa</st2:verbetes> existente no <st2:verbetes st="on">interior</st2:verbetes> das <st2:verbetes st="on">Forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Ele</st2:verbetes> conclui <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> saiu <st2:verbetes st="on">vitorioso</st2:verbetes> deste <st3:dm st="on">processo</st3:dm>, <st2:verbetes st="on">mas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">procura</st2:verbetes> <st3:hdm st="on">tirar</st3:hdm> algumas <st2:verbetes st="on">lições</st2:verbetes> <st3:dm st="on">para</st3:dm> <st3:hm st="on">compreender</st3:hm> o por quê da participação de <st2:verbetes st="on">setores</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">importantes</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">Exército</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">Guarda</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Nacional</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">Marinha</st2:verbetes> e <st3:dm st="on">Aeronáutica</st3:dm> no <st2:verbetes st="on">golpe</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Segundo</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">ele</st2:verbetes>, os <st2:verbetes st="on">principais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">fatores</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> acabavam estimulando a <st2:verbetes st="on">oposição</st2:verbetes> ao <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> de Hugo Chávez no <st2:verbetes st="on">seio</st2:verbetes> das <st2:verbetes st="on">Forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes> eram:<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">uma <st2:verbetes st="on">certa</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">tradição</st2:verbetes> anti-comunista, forjada <st2:verbetes st="on">durante</st2:verbetes> a <st2:verbetes st="on">luta</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">contra</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">movimentos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">guerrilheiros</st2:verbetes> dos <st2:verbetes st="on">anos</st2:verbetes> 60, <st2:verbetes st="on">onde</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">muitos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> acabavam sendo influenciados <st2:verbetes st="on">pela</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">doutrina</st2:verbetes> de contra-insurgência dos <st2:verbetes st="on">manuais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> estadunidenses;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">b)</span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;"> a <st3:dm st="on">aproximação</st3:dm> <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Cuba</st2:verbetes> e <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> Fidel Castro; os <st2:verbetes st="on">setores</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">mais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">conservadores</st2:verbetes> exploraram o <st2:verbetes st="on">fato</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> a <st2:verbetes st="on">pequena</st2:verbetes> <st3:dm st="on">ilha</st3:dm> <st2:verbetes st="on">caribenha</st2:verbetes> teve <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st3:dm st="on">papel</st3:dm> <st2:verbetes st="on">importante</st2:verbetes> no <st3:dm st="on">apoio</st3:dm> <st2:verbetes st="on">político</st2:verbetes>, <st3:hm st="on">militar</st3:hm> e <st2:verbetes st="on">material</st2:verbetes> aos <st2:verbetes st="on">movimentos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">guerrilheiros</st2:verbetes> venezuelanos <st2:verbetes st="on">durante</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">anos</st2:verbetes> 60, <st2:verbetes st="on">além</st2:verbetes> de denunciarem a <st3:dm st="on">tentativa</st3:dm> de Chávez de <st3:hm st="on">implantar</st3:hm> o “<st2:verbetes st="on">comunismo</st2:verbetes>” no <st2:verbetes st="on">país</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">c) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a <st2:verbetes st="on">posição</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">relação</st2:verbetes> ao <st2:verbetes st="on">conflito</st2:verbetes> <st4:sinonimos st="on">colombiano</st4:sinonimos>. Foi <st2:verbetes st="on">bastante</st2:verbetes> divulgado <st2:verbetes st="on">pelos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">meios</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">comunicação</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">massa</st2:verbetes>, majoritariamente anti-chavistas, <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">presidente</st2:verbetes> venezuelano <st2:verbetes st="on">tinha</st2:verbetes> boas <st2:verbetes st="on">relações</st2:verbetes> e estava financiando as <st2:verbetes st="on">guerrilhas</st2:verbetes> colombianas das <st2:verbetes st="on">Forças</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Armadas</st2:verbetes> Revolucionárias da Colômbia- <st2:verbetes st="on">Exército</st2:verbetes> do <st2:verbetes st="on">Povo</st2:verbetes> (FARC-EP) e <st2:verbetes st="on">Exército</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">Libertação</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Nacional</st2:verbetes> (ELN). Diziam <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> dava <st3:dm st="on">abrigo</st3:dm> aos <st2:verbetes st="on">guerrilheiros</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> agiam <st2:verbetes st="on">livremente</st2:verbetes> no <st2:verbetes st="on">território</st2:verbetes> venezuelano. O <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> teve <st2:verbetes st="on">bastante</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">dificuldade</st2:verbetes> <st3:dm st="on">para</st3:dm> <st3:hm st="on">rebater</st3:hm> as <st2:verbetes st="on">acusações</st2:verbetes> e <st3:hm st="on">defender</st3:hm> <st2:verbetes st="on">sua</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">posição</st2:verbetes> de não-intervenção no <st2:verbetes st="on">conflito</st2:verbetes> <st4:sinonimos st="on">colombiano</st4:sinonimos>, afirmando <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> a Venezuela estava à <st3:dm st="on">disposição</st3:dm> <st3:dm st="on">para</st3:dm> <st3:hdm st="on">ajudar</st3:hdm> a <st3:hdm st="on">construir</st3:hdm> uma <st3:dm st="on">solução</st3:dm> <st2:verbetes st="on">política</st2:verbetes> <st3:dm st="on">para</st3:dm> o <st2:verbetes st="on">mesmo</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">mas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> iria <st3:hm st="on">participar</st3:hm> de nenhuma <st3:dm st="on">ação</st3:dm> <st3:hm st="on">militar</st3:hm> <st2:verbetes st="on">contra</st2:verbetes> esta <st2:verbetes st="on">ou</st2:verbetes> aquela <st2:verbetes st="on">força</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">beligerante</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">d) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">as <st2:verbetes st="on">visitas</st2:verbetes> de Chávez ao Iraque e outras <st2:verbetes st="on">nações</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">claramente</st2:verbetes> opostas à <st2:verbetes st="on">política</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">exterior</st2:verbetes> dos EUA <st2:verbetes st="on">também</st2:verbetes> preocupavam <st2:verbetes st="on">setores</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> venezuelanos, <st3:dm st="on">pois</st3:dm> o <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes> estava levando o <st2:verbetes st="on">país</st2:verbetes> a <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">enfrentamento</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">com</st2:verbetes> a <st3:dm st="on">principal</st3:dm> potencia imperialista do <st2:verbetes st="on">momento</st2:verbetes>, e <st2:verbetes st="on">isso</st2:verbetes> trazia <st2:verbetes st="on">muita</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">incerteza</st2:verbetes> e <st3:dm st="on">insegurança</st3:dm> <st3:dm st="on">para</st3:dm> <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">superiores</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> tradicionalmente viam <st2:verbetes st="on">nos</st2:verbetes> EUA <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">aliado</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">e) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a <st3:dm st="on">utilização</st3:dm>, <st2:verbetes st="on">por</st2:verbetes> Chávez, da <st2:verbetes st="on">expressão</st2:verbetes> “<st2:verbetes st="on">Revolução</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">pacífica,</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">mas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> desarmada” soava <st2:verbetes st="on">como</st2:verbetes> uma <st3:dm st="on">ameaça</st3:dm>, uma <st3:dm st="on">provocação</st3:dm> <st3:dm st="on">para</st3:dm> <st2:verbetes st="on">muitos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> se opunham ao <st2:verbetes st="on">governo</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Segundo</st2:verbetes> Sanz, o <st2:verbetes st="on">presidente</st2:verbetes> venezuelano reiterou diversas <st2:verbetes st="on">vezes</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> “<st2:verbetes st="on">Não</st2:verbetes> sou Allende <st2:verbetes st="on">nem</st2:verbetes> esta <st2:verbetes st="on">Revolução</st2:verbetes> está desarmada. Esta é uma <st2:verbetes st="on">Revolução</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">pacífica,</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">mas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> desarmada, tem <st2:verbetes st="on">aviões</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">tanques</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">guerra</st2:verbetes> e outras <st2:verbetes st="on">coisas</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">mais</st2:verbetes>. <st2:verbetes st="on">Por</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">isso</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">nossos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">inimigos</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">não</st2:verbetes> se equivoquem...”. <st2:verbetes st="on">Tal</st2:verbetes> afirmação levou os <st2:verbetes st="on">setores</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">oposicionistas</st2:verbetes> a <st3:hm st="on">dizer</st3:hm> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> Chávez estava preparando a <st2:verbetes st="on">implantação</st2:verbetes> de uma <st2:verbetes st="on">ditadura</st2:verbetes> <st3:hm st="on">militar</st3:hm> no <st2:verbetes st="on">país</st2:verbetes>;<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style=""><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">f) </span></b><span style="font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">a <st3:dm st="on">utilização</st3:dm> do <st2:verbetes st="on">uniforme</st2:verbetes> <st3:hm st="on">militar</st3:hm> de Tenente-Coronel do <st2:verbetes st="on">Exército</st2:verbetes> Venezuelano <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> várias <st2:verbetes st="on">aparições</st2:verbetes> públicas foi interpretado <st2:verbetes st="on">pela</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">oposição</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">como</st2:verbetes> uma <st3:dm st="on">demonstração</st3:dm> de <st3:dm st="on">disposição</st3:dm> <st3:dm st="on">para</st3:dm> <st2:verbetes st="on">qualquer</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">tipo</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">enfrentamento</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">mesmo</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">que</st2:verbetes> seja de <st2:verbetes st="on">natureza</st2:verbetes> <st3:hm st="on">militar</st3:hm>, e <st2:verbetes st="on">isto</st2:verbetes> soou <st2:verbetes st="on">como</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> <st4:sinonimos st="on">questionamento</st4:sinonimos> da <st2:verbetes st="on">própria</st2:verbetes> <st3:dm st="on">hierarquia</st3:dm> <st3:hm st="on">militar</st3:hm>, <st3:dm st="on">pois</st3:dm> inúmeros <st2:verbetes st="on">oficiais</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">conservadores</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">principalmente</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">patentes</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">superiores</st2:verbetes> a de Chávez, ficavam <st2:verbetes st="on">extremamente</st2:verbetes> incomodados e inconformados <st2:verbetes st="on">em</st2:verbetes> <st3:hdm st="on">receber</st3:hdm> <st2:verbetes st="on">ordens</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">um</st2:verbetes> “<st2:verbetes st="on">subalterno</st2:verbetes>”.<a style="" href="#_ftn6" name="_ftnref6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></p> <span style="font-size: 12pt; font-family: "Arial Narrow","sans-serif"; color: black;"><span style=""> </span>Estes elementos que apresentamos, de forma limitada e incompleta, visam estimular uma reflexão sobre o papel das forças armadas na chamada “Revolução Bolivariana”. Temos clareza de que são muitas as contradições presentes nas transformações sociais , econômicas e políticas em curso na Venezuela, mas não podemos ignorar que algo de novo acontece nesse país, pois o nível de consciência política do proletariado e das massas populares, bem como sua capacidade de intervenção ativa e organizada das disputas e conflitos cotidianos, passaram por mudanças significativas nos últimos dezenove anos.</span> <div style=""><!--[if !supportFootnotes]-->
<br /> <hr size="1" width="33%" align="left"> <!--[endif]--> <div style="" id="ftn1"> <p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a style="" href="#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black;"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Times New Roman","serif"; color: black;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="color: black;" lang="ES"> HARNECKER, <st2:verbetes st="on">Marta</st2:verbetes>, <i style="">Venezuela:<st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">junto</st2:verbetes> al pueblo</i>, Caracas, Ministerio de Comunicación<span style=""> </span>e Información, 2002, p. 08-12.<o:p></o:p></span></p> </div> <div style="" id="ftn2"> <p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a style="" href="#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black;"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Times New Roman","serif"; color: black;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="color: black;"> HARNECKER, <st2:verbetes st="on">Marta</st2:verbetes>, <i style="">Venezuela:<st2:verbetes st="on">militares</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">junto</st2:verbetes> al pueblo</i>, <st2:verbetes st="on">Idem</st2:verbetes>, p. 08-12.<o:p></o:p></span></p> </div> <div style="" id="ftn3"> <p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a style="" href="#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black;"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Times New Roman","serif"; color: black;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="color: black;"> <st2:verbetes st="on">Idem</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">Ibidem</st2:verbetes>, p.13 e 222.<o:p></o:p></span></p> </div> <div style="" id="ftn4"> <p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a style="" href="#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Times New Roman","serif";">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> SANZ, Rodolfo, <i style="">Dialéctica de uma Victoria</i>, Los Teques, <st2:verbetes st="on">Editorial</st2:verbetes> Nuevo Pensamiento <st2:verbetes st="on">Crítico</st2:verbetes>, 2003, p. <st1:metricconverter productid="118 a" st="on">118 a</st1:metricconverter> 126.</p> </div> <div style="" id="ftn5"> <p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a style="" href="#_ftnref5" name="_ftn5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Times New Roman","serif";">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Os <st2:verbetes st="on">detalhes</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">sobre</st2:verbetes> os <st2:verbetes st="on">bastidores</st2:verbetes> da <st3:dm st="on">tentativa</st3:dm> de <st2:verbetes st="on">golpe</st2:verbetes> civil-militar <st2:verbetes st="on">contra</st2:verbetes> o <st2:verbetes st="on">presidente</st2:verbetes> Hugo Chávez podem <st3:hm st="on">ser</st3:hm> encontrado no <st2:verbetes st="on">livro</st2:verbetes> de GOLINGER, Eva, <i style="">El <st2:verbetes st="on">código</st2:verbetes> Chávez</i>, <st2:verbetes st="on">Havana</st2:verbetes>, <st2:verbetes st="on">Editorial</st2:verbetes> de <st2:verbetes st="on">Ciências</st2:verbetes> <st2:verbetes st="on">Sociales</st2:verbetes>, 2005.</p> </div> <div style="" id="ftn6"> <p class="MsoFootnoteText"><a style="" href="#_ftnref6" name="_ftn6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Times New Roman","serif";">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> SANZ, Rodolfo, <i style="">Dialéctica de uma Victoria</i>, p. <st1:metricconverter productid="120 a" st="on">120 a</st1:metricconverter> 123.</p> </div> </div> CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-83796436875943755812009-05-26T14:51:00.000-07:002009-05-26T14:53:57.012-07:00A ALBA e a nova geopolítica da América Latina<div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">A ALBA e a nova geopolítica da América Latina</span><br /></div><br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">Marcelo Buzetto </span><br /></div><br /><br /><div style="text-align: justify;"> Como disse Eduardo Galeano, em seu agora ainda mais conhecido “As veias abertas da América Latina”, “para os que concebem a história como uma disputa, o atraso e a miséria da América Latina são o resultado de seu fracasso. Perdemos: outros ganharam. Mas acontece que aqueles que ganharam, ganharam graças ao que nós perdemos: a história do subdesenvolvimento da América Latina integra a história do desenvolvimento do capitalismo mundial. Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória alheia, nossa riqueza gerou sempre a nossa pobreza para alimentar a prosperidade dos outros: os impérios e seus agentes nativos”.<br /> Em nosso continente as feridas deixadas por nossa herança colonial demoram para cicatrizar. Mesmo depois das lutas por independência e dos diversos movimentos anticolonialistas do século XIX, ainda não podemos afirmar que conquistamos plenamente a soberania em todos os rincões desta “Nuestra América”.<br /> Durante o século XIX grandes esperanças foram despertadas por Simón Bolívar e tantos outros , homens e mulheres, que lutaram pela construção de uma unidade entre os povos e nações latino-americanas. Bolívar insistia que foi “nossa divisão e não as armas espanholas que levou-nos à escravidão” (Cartagena das Índias, 15 de dezembro de 1812). Em 1815, com a Carta da Jamaica, e na iniciativa de 1826, com o Congresso do Panamá, Bolívar pretendia iniciar um processo de integração mesmo diante de condições políticas e históricas bastante desfavoráveis. Sabia das dificuldades existentes, mas insistiu na idéia de construir uma grande e única nação em toda a América Latina, pois acreditava que assim poderíamos enfrentar qualquer nova forma de colonialismo que viesse a se desenvolver no continente. Dentro desse movimento político conhecido como pan-americanismo, que desejava afirmar a posição americana diante de relações internacionais historicamente controladas por potências européias, surgem duas correntes, o “bolivarianismo”, e a Doutrina Monroe, anunciada pelo presidente dos EUA, James Monroe, em sua mensagem ao Congresso em 02 de dezembro de 1823. Enquanto Bolívar defendia a independência plena, a soberania e a unidade entre os povos e nações latino-americanas e caribenhas, a doutrina Monroe proclamava os EUA como “guardiões” de toda a América, se declarando contra iniciativas colonizadoras européias na região e, ao mesmo tempo, praticando um neocolonialismo através de intervenções políticas e militares em diversos países, impedindo com isso o pleno desenvolvimento da soberania e da independência nacional.<br /> A derrota política do “bolivarianismo” no século XIX criou condições mais favoráveis para a manutenção do continente como um território subordinado aos interesses das potências hegemônicas do momento. Com a ajuda da classe dominante brasileira e de seus governos, os EUA conseguem consolidar seu poder e sua influência na região, e o Brasil vai aparecer como o mais fiel representante da Doutrina Monroe na América do Sul, evitando qualquer confrontação ou sério questionamento ao imperialismo estadunidense no início do século XX. A política externa brasileira, principalmente após a gestão de Barão de Rio Branco (1902/1912), empurra o país para uma situação de aproximação ainda maior com os EUA, contribuindo para enterrar mais uma vez o sonho de integração soberana da América Latina.<br /> No século XX, a presença militar e política dos EUA levou o continente para uma participação ativa na chamada Guerra Fria, com intervenções, golpes e ditaduras que, defendendo os interesses das grandes empresas transnacionais estadunidenses, acabaram afastando novas possibilidades de retomada do projeto “bolivariano”.<br /><br />1989/1999:neoliberalismo, “livre comércio” e ALCA<br /><br /> Quem poderia acreditar que a situação econômica e geopolítica da América Latina pudesse sofrer tantas mudanças num curto período de dez anos. Entre 1989 e 1991 a burguesia mundial comemorava o que chamou de “fim da história” ou “fim do socialismo”, e celebrava a queda do muro de Berlin e o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) como uma vitória plena do capitalismo e do liberalismo contra quaisquer tentativas de construção de uma nova sociedade que não estivesse subordinada à lógica do capital e do mercado.<br /> Os dez anos que se seguiram foram marcados pela ofensiva da classe dominante, que aproveitou para tentar enfraquecer os movimentos de trabalhadores, eliminar ou reduzir os direitos trabalhistas, ampliar seus lucros com novas formas de exploração ou com a privatização de empresas estatais, etc. Foi um período onde o neoliberalismo se desenvolveu plenamente. Surgem os Tratados de Livre Comércio (TLC), onde a classe dominante estadunidense procura impor suas regras através de “acordos” como o NAFTA (Tratado de Livre Comércio da América do Norte), assinado por México, EUA e Canadá e ALCA (área de Livre Comércio das Américas), cujo objetivo era obter a assinatura de 34 países do continente (todos, menos Cuba) para algo que poderia se transformar num NAFTA ampliado.<br /><br />1999/2009: o papel da Venezuela na derrota da ALCA e na construção da ALBA<br /><br />As mobilizações políticas e sociais contra o neoliberalismo e a ALCA ganham força após a eleição de Hugo Chávez na Venezuela. Palco de intensas lutas sociais desde 1989, podemos dizer que a eleição de Chávez é resultado desse amplo movimento de massas que, mesmo com limites e contradições, conseguiu barrar o avanço das forças anti-populares e anti-democráticas que usavam a riqueza do petróleo para garantir privilégios enquanto as massas populares viviam numa situação de mais absoluta pobreza.<br />Logo após sua posse, em fevereiro de 1999, Chávez faz de seu governo mais um instrumento de crítica à ALCA e à posição estadunidense de querer obrigar todo o continente a aceitar uma “integração” subordinada aos interesses do grande capital imperialista. Venezuela, Cuba e diversos movimentos da classe trabalhadora tomam iniciativas, cada uma à sua maneira, com diferentes formas de resistência e organização, para que a ALCA não seja assinada pelos governos, ao mesmo tempo que vão surgindo propostas de uma outra integração, das lutas sociais, dos povos em luta, uma integração que seja construída na mobilização cotidiana das forças políticas e sociais anti-neoliberais, anti-imperialistas/anti-capitalistas, que tenha como referência as reivindicações de diversos setores populares que procuram, de algum modo, fazer ressurgir o sonho de Bolívar, Martí, Sandino e tantos outros que tinham na integração latino-americana uma de suas principais bandeiras de luta.<br />Em 2004, exatamente dez anos depois do primeiro encontro político entre Fidel Castro e Hugo Chávez, surgia timidamente a ALBA (Alternativa Bolivariana para os Povos da América).<br /><br />Desenvolvimento e ampliação da ALBA<br /><br /> O surgimento da ALBA é fruto da própria necessidade dos movimentos da classe trabalhadora do continente de apresentar uma verdadeira alternativa econômica, política, social e cultural, um programa de transição de caráter popular, democrático, que vai adquirindo com seu desenvolvimento um conteúdo cada vez mais anti-imperialista/anti-capitalista.<br /> Tendo como principais articuladores os governos de Cuba e Venezuela, este instrumento de uma outra integração, não-neoliberal, vai surpreendendo os mais pessimistas, que não acreditavam na sua possibilidade de êxito. Com as eleições de inúmeros governos considerados não-neoliberais, progressistas, democráticos, e com a mobilização e as lutas da classe trabalhadora e das massas populares, vão sendo construídas condições mais favoráveis para o fortalecimento dessa iniciativa. A eleição de governos que, de alguma maneira, criaram algum tipo de conflito e/ou contradição com os interesses dos EUA na região, diminuiu a influência desse país, que vinha exercendo o papel de potência hegemônica no continente desde o início do século XIX. A combinação de diversas formas de luta e diferentes maneiras de confrontação com a política externa estadunidense abriu caminho para que em outros países as lutas sociais e políticas com caráter popular fossem se transformando em programa político-eleitoral de partidos e/ou frentes partidárias que eram, em alguma medida, expressão desse processo de mobilização.<br /> Os princípios que norteiam a construção da ALBA estão presentes em diversas iniciativas concretas, realizadas de maneira mais ativa pelos países membros (Bolivia, Cuba, Dominica, Honduras, Nicarágua e Venezuela), mas também podem ser percebidos em acordos de cooperação econômica, política e social com países que não são membros da ALBA, mas ao mesmo tempo não se colocam na posição de inimigos frontais dessa iniciativa, como no caso do Brasil, Argentina, Uruguai, Haiti, Paraguai (cujo presidente Fernando Lugo chamou a ALBA de “uma iniciativa fundamental para se construir uma nova América Latina”), com muito maior destaque, o Equador, que com as vitórias eleitorais do presidente Rafael Correa só tende a aprofundar ainda mais sua integração à este bloco de países já chamado de “bolivarianos”. Também não podemos esquecer de El Salvador, onde recentemente foi vitorioso nas eleições presidenciais o candidato Maurício Tunes, da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), partido que têm ótimas relações com o bloco da ALBA.<br /> A ALBA, com tão pouco tempo de vida, apesar de todas as dificuldades e dúvidas que a cercam, já pode ser considerada como a mais avançada e a mais concreta iniciativa de integração popular e democrática dos povos da América Latina e Caribe. Infelizmente amplos setores da esquerda estão menosprezando a importância da ALBA na construção de uma nova correlação de forças regional, que pode contribuir muito para neutralizar por algum tempo a influência estadunidense, criando assim condições mais favoráveis para novos ciclos de mobilização social e popular. Derrotar a ALCA e a política externa estadunidense não é pouca coisa, mas tudo isso ainda é insuficiente para, de fato, desencadearmos uma transição para além do capitalismo em diversos países da região.<br /><br />O papel decisivo e determinante das lutas de massa na construção da ALBA<br /><br /> Para fortalecer o caráter classista e anti-imperialista/anti-capitalista no processo de construção da ALBA é fundamental a existência de movimentos autônomos da classe trabalhadora, que não estejam subordinados aos governos, por mais populares, democráticos ou anti-imperialistas que eles sejam, pois só a luta de massas da classe trabalhadora e das massas populares pode, de fato, assegurar a vitória de um projeto de integração dessa natureza. Ser governo não é ter o poder, pois o Estado continua sendo em muitos países da ALBA, como diziam K. Marx e F. Engels, o “comitê gestor dos negócios da burguesia”, portanto, para alterar essa natureza, de uma Estado burguês para um Estado que seja expressão real de um processo de transição de caráter anti-capitalista, não basta a eleição de um presidente comprometido com a luta pelo socialismo. Em situações como essa, extraordinárias na história do capitalismo, onde partidos e organizações anti-capitalistas conquistam o governo num país capitalista, a tendência é a intensificação do conflito, com a inevitável vitória de uma das forças, a da revolução ou a da contra-revolução.<br /> Sendo assim, a melhor forma dos movimento sociais da classe trabalhadora (que se expressam de diferentes formas em cada país) contribuírem com a ALBA é melhorando sua capacidade organizativa, é ampliando sua capacidade de mobilização social, é elevando o nível de consciência política de sua base, de seus militantes e dirigentes, investindo na formação de novos quadros, cada vez mais capacitados para enfrentar os desafios da luta de classes neste início de século XXI.<br /><br />A ALBA e a nova geopolítica latino-americana<br /><br /> No Manifesto Comunista K. Marx e F. Engels já alertavam que não podemos falar de nação sem falar de luta de classes, pois a nação nada mais é do que o espaço concreto onde as contradições do capitalismo se manifestam de maneira mais evidente, é onde ocorrem os embates entre as forças políticas e sociais que defendem os interesses da classe dominante e da classe trabalhadora.<br /> A mudanças que estão ocorrendo em nosso continente nos obrigam a desenvolver uma nova reflexão sobre velhos problemas, tais como a questão nacional e a questão democrática, os desafios da transição socialista, os limites, possibilidades, conteúdo e real significado de um programa democrático e popular na atual conjuntura, etc. Se não podemos ainda afirmar que vivemos um novo período de transição para o socialismo, também não podemos menosprezar que algo de novo está acontecendo, principalmente quando levamos em consideração o que está ocorrendo na Venezuela, que de todos os processos recentes, com todos os erros, limites e contradições existentes (e são muitas), me parece o que temos de mais avançado em termos de conquistas sociais para os mais pobres e em termos de avanço na consciência política das massas.<br /> Essa “nova geopolítica das nações”, como diz José Luis Fiori, está se materializando na América Latina, e uma – mas não a única - das expressões desse processo é a ALBA, que tem um pé nos movimentos sociais e na herança das lutas de resistência dos anos 90, que resultaram em diversas iniciativas continentais, tais como Coordenadora Latino-Americana de Organizações do Campo (CLOC), Via Campesina, Aliança Social Continental, Campanha Jubileu Sul, Grito dos Excluídos Continental, Campanha de Resistência Negra, Indígena e Popular nos 500 anos, Campanha Continental Contra a ALCA, etc. Mas que também tem um pé nas iniciativas de governos que, em conjunto com movimentos sociais ou através de acordos entre países, levam até o território nacional projetos econômicos, sociais e culturais que estão dentro dos princípios dessa nova perspectiva de integração dos povos, tais como a Escola Latino-Americana de Ciências Médicas (ELAM), a Operação Milagros (cirurgias para devolver a visão para os mais pobres), o Projeto de Alfabetização “Yo si puedo”, a Telesul, a Petrocaribe, o Banco do Sul, a criação de uma moeda (“Sucre”) para circular entre os países da ALBA, etc. Todas são iniciativas que ultrapassam as fronteiras dos países membros efetivos da ALBA, pois são projetos que estão se desenvolvendo na atualidade também em países que, por algum motivo, optaram em não ser membros da ALBA.<br /> Na última reunião da Alba, realizada em abril deste ano na cidade venezuelana de Cumaná, com presença dos presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Raúl Castro (Cuba), Daniel Ortega (da Nicarágua), Manuel Zelaya (Honduras), e o primeiro-ministro de Dominica, Roosevelt Skerrit (os membros plenos da Alba), mais o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, o chanceler do Equador, Fander Falconí (representando o presidente Rafael Correa) e o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves (todos países observadores na Alba) foi aprovado um documento que é a síntese das opiniões desses governos em relação à atual situação das relações internacionais. No texto aprovado (ver no sítio http://www.alternativabolivariana.org , Boletim ALBA n. 23) afirmam que:<br />- os países membros da ALBA não concordam com o projeto de declaração apresentado para a V Cúpula das Américas (reunião que ocorreu em Trinidad e Tobago logo após a Cúpula da ALBA) por não dar uma resposta à crise econômica mundial e por não condenar energicamente o criminoso bloqueio econômico contra Cuba;<br />- o capitalismo está acabando com o planeta;<br />- o capitalismo têm provocado uma crise ecológica;<br />- a crise econômica global é resultado do processo de decadência do capitalismo, que ameaça acabar com a existência de toda a vida no planeta;<br />- questionam o G20 e sua iniciativa de triplicar os recursos do FMI enquanto que o necessário seria criar uma nova ordem econômica internacional;<br />- a solução para a crise mundial deve ser debatida pelos 192 países ligados à ONU na Conferência Internacional que irá ocorrer em junho;<br />- querem um mundo onde países grande e pequenos tenham os mesmos direitos, um mundo sem impérios;<br />- os serviços básicos de educação, saúde, água, energia e telecomunicação devem ser considerados direitos humanos inalienáveis, e não podem ser transformados em mercadoria nem ser discutidos dentro da Organização Mundial do Comércio;<br />- que as mudanças que queremos só virão com a organização, a mobilização e a unidade entre nossos povos.<br /> A ALBA já se constituí como uma força política internacional. É um conjunto de idéias, princípios e valores, mas também um programa de transformações econômicas, sociais, políticas e culturais que pode ser apropriado por todos aqueles movimentos e organizações que querem fazer de suas lutas concretas parte integrante de uma estratégia de ruptura com o capitalismo e com o capital. Também a ALBA possui nos governos um instrumento para lutar contra o imperialismo. Mas tudo o que foi construído até agora, apesar da inegável importância nesse processo de acúmulo de forças da classe trabalhadora, ainda é insuficiente para garantir a vitória de um novo modo de produção. Precisamos fazer mais, precisamos fazer melhor. Os movimentos classistas precisam adquirir mais força, mais capacidade organizativa, mais capacidade de mobilização, mais maturidade política, mais capacidade de construir alianças (táticas e estratégicas), para colocar em movimento todo esse potencial de luta que momentaneamente se encontra adormecido diante de um momento de intensa crise estrutural do capital. Como disseram K. Marx e F. Engels, “o proletariado é o coveiro da burguesia”. Nunca as condições objetivas foram tão favoráveis para uma ruptura com o capitalismo, mas parece que, por algum motivo, o “coveiro” está dormindo. O buraco na terra já está feito, o túmulo está pronto, mas o capitalismo não é um cadáver que por livre e espontânea vontade se jogará no buraco. Alguém têm de empurrá-lo e tapar o buraco. Que a ALBA possa ser uma pá nas mãos do proletariado latino-americano e caribenho, para ir aos poucos – ou rapidamente – enterrando de vez os interesses imperialistas que só nos trouxeram desunião, pobreza e mais desigualdade.<br /><br /> <br />TEXTO PUBLICADO NA REVISTA SEM TERRA N. 50, JUNHO/JULHO DE 2009, SÃO PAULO, MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA.<br /></div>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-15051979825527016942009-05-19T06:15:00.001-07:002009-05-19T06:16:44.907-07:00Curso América Latina Hoje<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CSECRET%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="Edit-Time-Data" 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</o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">PROGRAMAÇÃO:<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;">As lutas e o pensamento crítico na América Latina: </span></b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;">o olhar do Cone Sul<b><o:p></o:p></b></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><i><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Italic","sans-serif";">4 de junho (quinta-feira) às 19h<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">Cláudia Korol (Argentina)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;">As lutas e o pensamento crítico na América Latina: </span></b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;">o olhar da América Central<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><i><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Italic","sans-serif";">9 de junho (terça-feira) às 19h<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";" lang="ES">Santiago Flores Alfaro (El Salvador)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;">50 anos da Revolução Cubana<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><i><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Italic","sans-serif";">17 de junho (quarta-feira) às 19h<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">Felipe Jesus de Perez Cruz (Cuba)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;">O pensamento revolucionário na América Latina<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><i><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Italic","sans-serif";">24 de junho (quarta-feira) às 19h<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">Fernando Martinez Heredia (Cuba)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;">Reflexões sobre os processos latino-americanos contemporâneos<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><i><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Italic","sans-serif";">2 de julho (quinta-feira) às 19h<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">João Pedro Stedile (Brasil)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right; line-height: normal;" align="right"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">Marcelo Buzetto (Brasil)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">HORÁRIO: 19:00 às 22:00.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">LOCAL: Auditório do Instituto Sedes Sapientiae<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">R. Ministro Godoy, 1484 - (próximo a PUC-SP e Av. Sumaré)<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 18pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;">INSCRIÇÕES: 18 de maio a 1º de junho<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">Vagas limitadas.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 16pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;">VALOR: R$ 200,00</span></b><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;"><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">(poderá ser pago em 2x via depósito, ou em 4x em Cheque ou Cartão de Crédito Mastercard ou Visa).<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt 72pt; text-indent: -18pt; line-height: normal;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 12pt; font-family: Symbol;"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">Cada inscrito receberá uma assinatura ou renovação anual do Jornal Brasil de Fato gratuitamente.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 18pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 18pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;">Descontos especiais para </span></b><b><span style="font-size: 16pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;">inscritos</span></b><b><span style="font-size: 18pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif"; color: red;"> em cursos anteriores<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">CONTATOS:<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">• Correio eletrônico: <a href="mailto:cursosbrasildefato@gmail.com">cursosbrasildefato@gmail.com</a><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">• Blog: <a href="http://cursosbrasildefato.blogspot.com/">http://cursosbrasildefato.blogspot.com</a><o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">• Telefone: (11) 3104-6746<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt 72pt; text-indent: -18pt; line-height: normal;"><!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 12pt; font-family: Symbol;"><span style="">·<span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; font-size: 7pt; line-height: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">CERTIFICADO: 20 horas de atividade para os participantes.<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 12pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">PROMOÇÃO:<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p> </o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 16pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">ENFF – Escola Nacional Florestan Fernandes<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 16pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">CEPIS – Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapientiae<o:p></o:p></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 16pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">Departamento de Jornalismo da PUC-SP</span></b><span style="font-size: 16pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size: 16pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">Apoio:</span></b></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">Brasil de Fato</span></b></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 14pt; font-family: "TrebuchetMS-Bold","sans-serif";">Expressão Popular</span></b></p> <p class="MsoNormal"><a href="http://www.brasildefato.com.br/"><span style="text-decoration: none;"><!--[if gte vml 1]><v:shapetype id="_x0000_t75" coordsize="21600,21600" spt="75" preferrelative="t" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" filled="f" stroked="f"> <v:stroke joinstyle="miter"> <v:formulas> <v:f eqn="if lineDrawn pixelLineWidth 0"> <v:f eqn="sum @0 1 0"> <v:f eqn="sum 0 0 @1"> <v:f eqn="prod @2 1 2"> <v:f eqn="prod @3 21600 pixelWidth"> <v:f eqn="prod @3 21600 pixelHeight"> <v:f eqn="sum @0 0 1"> <v:f eqn="prod @6 1 2"> <v:f eqn="prod @7 21600 pixelWidth"> <v:f eqn="sum @8 21600 0"> <v:f eqn="prod @7 21600 pixelHeight"> <v:f eqn="sum @10 21600 0"> </v:formulas> <v:path extrusionok="f" gradientshapeok="t" connecttype="rect"> <o:lock ext="edit" aspectratio="t"> </v:shapetype><v:shape id="Imagem_x0020_7" spid="_x0000_i1025" type="#_x0000_t75" alt="http://www.consultapopular.org.br/banner/logoBDF.jpg" style="'width:201pt;" button="t"> <v:imagedata src="file:///C:\DOCUME~1\SECRET~1\CONFIG~1\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.jpg" title="logoBDF"> </v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--></span></a><span style=""> </span><span style=""></span><meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CSECRET%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="Edit-Time-Data" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CSECRET%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_editdata.mso"><!--[if !mso]> <style> v\:* 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class="documentAuthor">por <a href="http://www.brasildefato.com.br/v01/author/michelle">Michelle Amaral da Silva</a></span> <span class="documentModified"> <span>última modificação</span> 11/05/2009 17:03 </span> <div class="reviewHistory"> </div> </div> </div> <p class="documentDescription">Diante da atual crise, “não há o que fazer, a não ser a revolução”, resume sociólogo ao abrir o curso promovido pelo jornal Brasil de Fato sobre Crise do Capitalismo em parceria com a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), Departamento de Jornalismo da PUC-SP e pelo CEPIS-Instituto Sedes Sapientiae </p> <div class="newsImageContainer"> <img class="newsImage" src="http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/sergio-lessa-para-entender-a-essencia-do-capitalismo/image_mini" alt="Diante da atual crise, “não há o que fazer, a não ser a revolução”, resume sociólogo ao abrir o curso promovido pelo jornal Brasil de Fato sobre Crise do Capitalismo em parceria com a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), Departamento de Jornalismo da PUC-SP e pelo CEPIS-Instituto Sedes Sapientiae" title="Diante da atual crise, “não há o que fazer, a não ser a revolução”, resume sociólogo ao abrir o curso promovido pelo jornal Brasil de Fato sobre Crise do Capitalismo em parceria com a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), Departamento de Jornalismo da PUC-SP e pelo CEPIS-Instituto Sedes Sapientiae" /> </div> <div class="plain"> <br /><p class="western"><br /></p> <p class="western" align="right"><i>11/05/2009</i></p> <p class="western"><i>Eduardo Sales de Lima</i><br /></p> <p class="western"><i>De São Paulo</i></p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">“Se o István Mészáros estiver certo, e se o Georg Lukács também estiver, a gente vive o desdobramento final de todas as determinações essenciais do modo de produção capitalista”, defende Sérgio Lessa, professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e membro da comissão editorial da revista Crítica Marxista, no seminário “O referencial teórico para entender a crise”, ocorrido no Instituto Sedes Sapientiae, na cidade de São Paulo, no dia 29 de abril.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Otimista, Lessa acredita nas novas possibilidades que a atual crise do capitalismo propiciou aos trabalhadores. “A crise é uma relação social”, por isso, segundo ele, o que determina o percurso de uma crise será como a humanidade vai reagir à crise. Abaixo, alguns trechos do seminário, promovido pela Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), Departamento de Jornalismo da PUC-SP e pelo CEPIS-Instituto Sedes Sapientiae, com o apoio do jornal Brasil de Fato e da editora Expressão Popular.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western"><b>Primórdios</b></p> <p class="western">Primeiramente, a gente tem que ir para a revolução neolítica, há 14 mil atrás. Nessa época, quando a humanidade descobre a agricultura, temos uma profunda transformação no trabalho. Com o aparecimento da agricultura, pela primeira vez, o indivíduo produz mais do que precisa. É o chamado trabalho excedente.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Todavia, nesse longo período histórico, que vai de 14 mil anos atrás até a revolução industrial, que começa em 1776 e termina em 1830, o trabalho excedente ainda não é suficiente para atender a todas as necessidades de todos os indivíduos do planeta Terra. Ou seja, não sobra para investir no desenvolvimento das forças produtivas. E o resultado disso é que o único desenvolvimento das forças produtivas possível nessa circunstância é o aumento populacional, aumento a força de trabalho; mas isso é um processo muito lento do ponto de vista histórico.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western"><b>Sociedade de classes</b></p> <p class="western">A sociedade de classes entra nesse longo processo histórico como a forma mais eficiente que a humanidade encontrou para desenvolver as forças produtivas. A sociedade se organiza de tal forma que a maioria da população vai ter o seu trabalho excedente expropriado, roubado pela minoria. O resultado é que essa minoria arrecada tanto recurso, tanta riqueza, que ela não consegue consumir a riqueza que arrecada e, portanto sobra para ela desenvolver os seus negócios.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western"><b>Mediação</b></p> <p class="western">O desenvolvimento das forças produtivas nas sociedades de classes, em linhas gerais, a procura é maior que a oferta. Assim, a tendência é que o preço de determinado produto fique acima do preço de custo, proporcionando o lucro. Essa mediação do mercado (relação mercantil), é historicamente muito adequada para que o período de carência seja superada; não o de miséria.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Pela primeira vez a humanidade produz mais do que ela precisa, de uma forma plena, e sobra para desenvolver as forças produtivas. Pela primeira vez a oferta fica muito maior que a procura. O mercado vai se tornando um mercado saturado, com uma produção maior que a necessidade. E o resultado disso é que pela primeira vez, ao longo da história da humanidade, o mercado não funciona mais como uma mediação adequada para desenvolver as forças produtivas. A mediação do mercado faz com que de tempo em tempo haja uma baita crise que trava a produção. Chega um determinado momento em que a produção não pode continuar aumentando porque os preços não compensam mais. Saímos de um longo período histórico em que as relações mercantis levavam a produção para frente, mas que depois passa a ser travada por crises sucessivas. É o que Marx vai chamar de crises cíclicas.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western"><b>Revolução industrial</b></p> <p class="western">Há evolução histórica que muda de patamar quando se passa pela revolução industrial, ou seja, quando a gente entra no capitalismo industrial, no capitalismo maduro. Antes desse momento histórico, as relações mercantis tinham uma mediação adequada para levar as forças produtivas para frente. Portanto, produzir por lucro e não para atender as necessidades humanas, ou produzir para reproduzir de uma forma ampliada a propriedade privada da classe dominante era o meio mais adequado do ponto de vista histórico para desenvolver as forças produtivas.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Pela primeira vez na humanidade a produção para o lucro passa a ser um entrave às forças produtivas. E só dá para superar esse modo de produção antagônico se o modo de produção capitalista for superado.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Entre o final da revolução industrial (1830) e a grande crise de 1870-71, Karl Marx percebe que o modo de produção capitalista do século 19 só pode se reproduzir aumentando a produção cada vez mais. Ao mesmo tempo, para gerar essa produção cada vez maior tem que desenvolver tecnologia, desenvolver novos métodos de gerência, é necessário fazer cada vez mais investimento para aumentar o lucro de uma forma cada vez menor. A relação entre o que se tira da mais-valia e o que é investido vai fazer com que o investimento vai se tornando cada vez mais pesado. Isso faz com que o lucro da empresa aumente, mas a lucratividade, ou seja, a relação entre o lucro e o investimento vai diminuindo . Isso vai fazer com as empresas tenham uma margem de manobra cada vez menor. Elas vão tendo cada vez menos gordura para queimar e quando chega a crise, essa bate nelas de uma forma muito mais violenta.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Então Marx vai mostrando que o capitalismo do século 19 é composto de crise repetidamente. E essas crises aparecem entre 8 e 12 anos. Quando Marx está dizendo que o capitalismo não pode mais desenvolver as forças produtivas, ele não está dizendo que o capitalismo não pode desenvolver a produção ou a tecnologia. O que são as forças produtivas para o Marx? É a capacidade humana de tirar da natureza aquilo que a humanidade precisa para se reproduzir e quanto maior for essa capacidade significa que menos tempo a gente tem que gastar transformando a natureza e mais tempo a gente pode ser livre dessa relação com a natureza. Portanto, mais tempo a gente pode ser humano. A relação do capital com a humanidade não é uma relação de identidade, é uma relação de alienação.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Se Marx está dizendo que existe uma contradição antagônica entre o desenvolvimento das forças produtivas e o modo de produção capitalista, ele está dizendo que o capital é capaz de controlar a humanidade. Enquanto existir capital, todos nós seremos personificações do capital. Isso está no livro primeira d'O Capital.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western"><b>Imperialismo</b></p> <p class="western">Chegando nos anos de 1870-71, o capitalismo começa a passar por uma transformação importantíssima. Saímos do período do capitalismo concorrencial e entramos para o capitalismo monopolista. São duas diferenças fundamentais. Em primeiro lugar, os grandes monopólios passam a ter uma interferência sobre o Estado qualitativamente diferente do que se tinha antes. Houve uma concentração do capital na esfera econômica que mudou as relações de poder no interior da classe dominante, portanto, as relações da classe dominante com o Estado também se alteram.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Por causa disso começa o “imperialismo”. Claro que o capital já era imperialista antes. Mas a partir de 1870, a política externa dos grandes estados capitalistas está diretamente ditada pelos grandes monopólios e grandes cartéis.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Nos poucos países capitalistas centrais acontece um fenômeno curioso. A generalização da produção industrial vai fazer com que fique mais barato comprar a roupa, o feijão, industrializado, do que ele fazer isso na casa dele. A partir dessa industrialização dos meios de subsistência a burguesia começa a ter lucro por causa do consumo operário. A burguesia passa a ter lucro porque está vendendo os produtos industrializados e porque como a reprodução da vida do trabalhador se torna mais barata, ela pode pagar um salário menor, e com isso aumenta a mais-valia.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western"><b>Aproximação</b></p> <p class="western">Pela primeira vez no modo de produção capitalista passa a ser possível a um setor importante a classe operária negociar com a burguesia um aumento de sua capacidade de consumo e passa a haver, dentro de limites muito estreitos, a possibilidade de uma convergência entre setores da classe operária com a burguesia. Isso possibilita o racha a classe operária nos países capitalistas avançados e com os trabalhadores do resto do mundo.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western"><b>Estados Unidos</b></p> <p class="western">Lentamente o aumento do consumo dos trabalhadores aparece como um fator de crescimento econômico importante nos países capitalistas mais avançados, e o resultado disso é que a gente deixa de ter aquelas crises cíclicas como ocorriam no século 19. Agora, a primeira grande crise do século 20 vai ser administrada com a Primeira Guerra Mundial. A segunda grande crise, que vai acontecer em 1929, vai ser administrada com a ascensão do nazi-fascismo.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Quando está terminando a Segunda Guerra Mundial, a economia capitalista está numa situação dificílima. O grosso da principal economia capitalista mundial está destruída pela guerra. Japão, completamente arrasado. Todos os grandes pólos industriais da Europa, arrasados. Mas os Estados Unidos terminam a Segunda Guerra Mundial produzindo mais da metade da produção industrial do mundo. Com 6% da população mundial, consomem 30% da energia que o mundo consome. Produzem um navio de guerra por dia, um tanque a cada sete minutos. Era uma produção gigantesca. E do dia pra noite a guerra termina em ao tem onde escoar essa produção.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western"><b>Bem-estar social</b></p> <p class="western">Em 1943, depois de Batalha de Stalingrado, quando ficou claro que a Alemanha iria perder a guerra, o governo estadunidense reúne um grupo de pensadores para pensar o que iria ser a economia mundial no período pós-guerra e deste grupo, um cara que vai se tornar chave, o Dan Bright, um liberal clássico, portanto um serviçal do imperialismo.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">E ele vai dizer o que o Keynes disse na crise de 1929; que no curto prazo o jeito de superar a crise não era como se fez em 1929, quando as indústrias cortaram a produção e demitiram. Com isso, segundo ele, restringiram o mercado consumidor, gerando mais desemprego, quebrando a indústria, a agricultura,os bancos. Ele vai dizer que tem que se fazer o inverso. Temos que fazer uma política econômica através da qual o Estado intervenha na economia para aumentar o consumo e a gente vai sair da crise de superprodução com a intervenção do Estado para ampliar o consumo.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Isso era politicamente possível porque existia um classe operária dos países capitalistas centrais que desde 1915 vinham desenvolvendo essa política, não mais de confronto, mas de negociação com a burguesia para aumentar o seu poder aquisitivo, é o Estado de bem-estar social.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Do outro lado havia a União Soviética. O projeto bolchevique de uma revolução internacional não dá certo por infinitas razões históricas, não apenas ideológicas. O fato é que, com o passar do tempo, a política externa da União Soviética passa a ser cada vez mais a defesa do Estado soviético. I</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Após a Segunda Guerra Mundial passa-se a haver uma negociação cada vez mais intensa entre a União Soviética e os grandes países capitalistas, a política dos partidos comunistas ligados à União Soviética no resto do mundo transformou-se em uma política de negociação e pressão junto aos governos capitalistas e não de confronto para derrubar o capitalismo.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Nesse momento, a social-democracia e o estalinismo, para simplificar, eles convergem no mesmo sentido. O que vai subexistindo é um processo de máquina partidária, de máquina sindical, e um processo de educação do trabalhador durante décadas, na qual a negociação é o principal instrumento dos trabalhadores, e o confronto é sempre parcial, pontual, se tornando, de fato, um acessório da negociação.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western"><b>Novo Patamar</b></p> <p class="western">Quando o estado de bem-estar social, já no final da década de 1960, não consegue consumir a abundância da produção, a crise do modo de produção capitalista entra num novo patamar. A crise não tem fim. Ela se transformou na única forma que o modo de produção capitalista tem de se reproduzir. Num primeiro momento, ela se apropria da riqueza capitalista acumulada sob a forma da propriedade estatal capitalista burguesa; pega essa riqueza e privatiza, ou seja, queima essa riqueza para financiar a crise que está girando, que foi a primeira fase do neoliberalismo. Depois, quando não dá mais conta, a economia começa a viver, de um lado, da especulação financeira, e do outro lado, de bolhas. Na medida em que a especulação financeira deixa de ser uma prática pontual e passa a ser a prática cotidiana de vários grupos capitalistas, um começa a apostar no outro.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western"><b>Neoliberalismo</b></p> <p class="western">Quando da crise do estado de bem-estar social se passou para a crise estrutural, era o momento para a classe operária se lançar às lutas. Defender as suas conquistas, defender o Estado de bem-estar social. Mas por que não fez isso? Porque no período do Estado de bem-estar social não era dela. Nem projeto social democrata e nem o projeto democrático estalinista. Deu no que deu. Os sindicatos sociais democratas viraram as costas. Como o CUT fez aqui quando os petroleiros fizeram a greve contra o governo FHC, em 1995. Ali era o momento de quebrar o (governo) Fernando Henrique. A CUT jogou o papel do neoliberalismo. Por que? Porque é uma estratégia de negociação democrática. Não é um confronto. No momento de crise estamos todos juntos.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Quando vem o neoliberalismo, quando se instala a crise estrutural, a classe operária tem atrás de si uma enorme derrota histórica, porque ela não tem mais nem a ideologia do confronto e nem as organizações que poderiam leva-la ao confronto.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">A burguesia consegue, nesse momento de crise estrutural, fazer com a classe operária o que ela quis fazer. Fez a reestruturação produtiva, aumentou barbaramente o desemprego, intensificou a jornada de trabalho. A burguesia voltou a ter em plena crise estrutural uma lucratividade maior que a lucratividade durante o período do bem-estar social. O estudo dele indica que no apogeu do neoliberalismo a lucratividade foi maior que sob o Estado do bem estar social. Foi uma das maiores que a burguesia teve ao longo da sua história.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Não há mais riqueza sob a forma estatal para ser privatizada, para financiar a crise. Jogou a África na miséria, criou pólos de miséria nos próprios países capitalistas centrais, e mais sério que isso: intensificou ainda mais a exploração sobre os países capitalistas periféricos e o resultado disso é que o mercado consumidor desses países se contraiu também. Isso vai fazer com que a gente chegue a um determinado momento que nem as bolhas conseguem mais sobreviver. Aí começa a crise de outubro do ano passado.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western"><b>Caminhos</b></p> <p class="western">Desde a década de 1970, o Istvan Mesários vem dizendo que a humanidade passou para um outro patamar da crise; que esta crise é estrutural e isso significa que a gente já está vivendo um período de transição. Para a burguesia, a crise é algo inevitável, é como se fosse um temporal. Mas a crise é uma relação social. Portanto, quem determina para onde a crise vai é como a humanidade vai reagir à crise.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">A saída da crise está na luta de classes. Se o proletariado se mexer e entrar na História como o antagonista do capital, que, de fato é o capitalismo, vai prolongar essa crise “ad infinitum”. Destrói a humanidade. Mas qual o problema do capitalismo, ele não vive de humanidade, ele vive de mais-valia.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">Não há política nacional que dê conta do desemprego, não há política nacional que supere o desequilíbrio ecológico, que supere os problemas as desigualdades históricas entre homens e mulheres, que seja capaz de fazer qualquer distribuição de renda, seja ela qual for. Não há o que fazer, a não ser a revolução.</p> <p class="western"><br /></p> <p class="western">A gente vive um momento histórico que aparentemente é muito fechado, sem perspectivas, mas é o contrário, as possibilidades são infinitas. O proletário tem que assumir a luta aberta contra o capital e portanto, pelo comunismo. Não dá mais para a gente enfrentar esse momento histórico do modo como a gente fazia há dez, vinte anos atrás; ampliar direitos, democratizar o Estado, a sociedade, isso não funciona. A experiência histórica nos demonstra isso. Mas os revolucionários têm que se reciclar, tem que voltar ao Marx, não ficar mais nessa política de curto prazo, de médio prazo. Tem que pensar grande, porque se um revolucionário não pensar grande, quem é que vai pensar?</p> </div>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-30842818587547779722009-05-06T11:29:00.001-07:002009-05-06T11:29:52.013-07:00A atual crise exige unidade dos trabalhadores e firmeza na luta<div style="text-align: center;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-weight: bold;">A atual crise exige unidade dos trabalhadores e firmeza na luta</span></span><br /></div><br /><div style="text-align: justify;">A classe trabalhadora brasileira e as demais forças populares passam por um momento especial na história da luta dos últimos 20 anos. A crise, conforme avaliamos reiteradas vezes, é profunda, grave e prolongada, com efeitos recessivos e depressivos, e afetará a todos, mas sobretudo os setores menos protegidos por direitos sociais. O colapso financeiro, que assumiu dimensões que podem abalar a economia com essa gravidade, traça um cenário com saídas distintas dentro do qual a ação organizada dos setores populares é um elemento definidor e central.<br /><br />Os representantes da burguesia e do imperialismo tentam passar a fatura para o povo, afirmando que é uma crise de todos e que por isso deve ser enfrentada pelo conjunto da população. E que o colapso, resultado de anos de acumulação, de aumento da capacidade produtiva e desaguando nesse quadro de superprodução, é uma simples catástrofe da natureza.<br /><br />A retirada de direitos, redução dos salários, aumento da exploração, terceirização, carestia etc. são efeitos já percebidos em todos os cantos. Segundo o Dieese, a taxa de desemprego superou os 15% nas seis principais regiões metropolitanas, atingindo mais de 3 milhões de pessoas no universo pesquisado. Cerca de 1 milhão de postos de trabalho foram suprimidos desde outubro de 2008. Além disso, baixos salários, a precarização das condições de trabalho, excessos de horas extras e condições insalubres de trabalho fazem parte da dura realidade do operário brasileiro. E esse quadro tende a se agravar.<br /><br />Por outro lado, as forças populares brasileiras seguem no esforço de construção da unidade, avançando nas pautas de resistência e avançando na definição de programas de conteúdo estratégico, como a reestatização do setor financeiro, da Embraer e outros. Esse processo depende da capacidade da classe trabalhadora de resistir, pautar a prioridade do povo nesse momento e responder em alto e bom som que o povo não pagará pela crise. Essa construção deve ser feita em torno de bandeiras como a redução da jornada sem redução de salários, redução da taxa de juros/selic e auditoria completa da dívida publica.<br /><br />Em todo o mundo, as forças populares vêm forjando respostas, construídas com unidade. Um exemplo foi o 1º de maio francês. Emblemático e simbólico, pela primeira vez após décadas de atividades isoladas, as oito principais centrais de trabalhadores se aliaram e fizeram manifestações por todo o país.<br /><br />No Brasil, como dissemos anteriormente, a marcha do dia 30 de março, em São Paulo e em diversos outros Estados, reunindo dezenas de milhares de trabalhadores, foi um sinal importante dessa caminhada, reveladora de limites e muitos potenciais.<br /><br />Os limites se expressaram no 1º de maio no nosso país. Diferentemente da unidade na marcha de março, as manifestações no Dia do Trabalhador foram organizadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical, Conlutas, Intersindical e outras sem qualquer unidade. A concepção e os métodos utilizados no 1º de Maio são elementos importantes e que devem ser analisados. É um dia de festa ou de luta?<br /><br />Por exemplo, a distribuição de brindes em sorteios, shows que dão a esse dia especial e histórico uma imagem de festa e simples entretenimento. E a polêmica não para por aí. Os discursos e debates, ora centrados na sustentação das políticas do governo Lula, noutros espaços focados na oposição como eixo estruturador. Polarização esta aprisionada a uma visão da luta e política que tem a institucionalidade como prioridade central e organizadora das agendas, mobilizações e outras pautas.<br /><br />O fato é que as maiores centrais sindicais do país – CUT e Força Sindical – comemoram o Dia do Trabalhador com shows e serviços assistenciais em todo o país. Em São Paulo, por exemplo, maior centro financeiro e industrial do país, a classe trabalhadora estava dividida. Pulverizaram-se as atividades no 1º de Maio. Milhares de desempregados, trabalhadores na ativa, aposentados e jovens em busca de oportunidade foram seduzidos pelos sorteios de automóveis e shows musicais oferecidos pela Força Sindical. A União Geral dos Trabalhadores (UGT) fez sua festa na região central da capital paulista. Já a CUT organizou suas atividades na zona sul e na zona leste.<br /><br />Ora, o Dia do Trabalhador historicamente é uma data na qual a classe sai às ruas para fazer mobilizações e protestos em defesa de seus direitos. Não para fazer festa. Até porque, a ganância dos capitalistas nunca deixa motivo para comemorar.<br /><br />Portanto, é urgente preparar uma jornada unificada de luta. Articular uma resistência frente à ofensiva do capital. Hoje, a necessidade da redução da jornada sem redução de salários é clara diante da multiplicação do número de desempregados, que deve chegar a 250 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo, segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT).<br /><br />A crise sugere saídas que serão adequadas aos setores populares ou aos interesses da burguesia e do imperialismo. Temos de nos preparar, buscar alternativas que possibilitem a construção de um projeto popular para o Brasil. Nosso desafio é construir a unidade nas lutas e forjar nesse processo um bloco capaz de lutar pelo poder político, avançando na construção de uma sociedade socialista.</div>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3948606245775886887.post-36087912429996283422009-05-06T08:32:00.001-07:002009-05-06T08:32:34.977-07:00Conjuntura da Semana. Uma leitura das ‘Notícias do Dia’ do IHU de 01 a 05 de maio de 2009<p style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">Conjuntura da Semana. Uma leitura das ‘Notícias do Dia’ do IHU de 01 a 05 de maio de 2009</span><span> </span></p> <p style="text-align: justify;"><span>A análise da conjuntura da semana é uma (re)leitura das ‘Notícias do Dia’ publicadas, diariamente, no </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php" target="_blank"><b><span style="font-size: 12pt;">sítio do IHU</span></b></a></span><span>.A presente análise toma como referência as ‘<i>Notícias</i>’ publicadas de<b> 01 a 05 de maio de 2009</b>. A análise é elaborada, em fina sintonia com o <b>IHU</b>, pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – <b>CEPAT</b> – com sede em Curitiba, PR, parceiro estratégico do Instituto Humanitas Unisinos – <b>IHU</b>.<br /><br /><b><span style="color: red;">Sumário</span></b><br /><br /><b><u>O pacto republicano de Lula</u></b><br />O movimento sindical ‘festeja’ o governo Lula<br />Contradições insolúveis<br />Oligarquias entusiasmadas com o governo</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><b><u><span>A urgência da ecologia da ação</span></u></b><span style="font-size: 10pt;"><br /></span><span>Modelo de desenvolvimento superado</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><b><u><span>Conjuntura da Semana em frases</span></u></b><span style="font-size: 10pt;"><br /><br /></span><b><span style="color: red;">Eis a análise</span></b><span>.<br /><br /><b><span style="color: blue;">O movimento sindical ‘festeja’ o governo Lula</span></b></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>A </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=19754" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">maior crise da história do capitalismo</span></a></span><span> vem dizimando milhares de </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=19715" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">empregos em todo o mundo</span></a></span><span> – registre-se que, no caso brasileiro em 2008, 16,5 milhão de pessoas foram contratadas e 15 milhões foram demitidas. Apesar de sua virulência, a crise não alterou a credibilidade do governo <strong><span>Lula</span></strong> pelo que se viu nos atos do <strong><span>1º de Maio</span></strong>. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>“Acho que igual ao presidente <strong><span>Lula</span></strong> dificilmente vamos ter outro”. A </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21962" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">afirmação</span></a></span><span> de <strong><span>Arthur Henrique</span></strong>, presidente da maior central sindical brasileira – a Central Única dos Trabalhadores (<strong><span>CUT</span></strong>) – dá bem o tom do que foi o 1º maio brasileiro, o primeiro pós início da crise financeira e econômica. As manifestações do dia do trabalhador pouparam o governo de críticas mais duras. O entusiasmo com o governo <strong><span>Lula</span></strong> não se resume a <strong><span>CUT</span></strong>, estende-se também à <strong><span>Força Sindical.</span></strong> O presidente da Força, <strong><span>Paulo Pereira da Silva</span></strong> </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21902" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">afirmou</span></a></span><span> que “aprendemos, ao longo da vida, que não se bate naquele com quem se está negociando, senão fechamos as portas”. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>As duas Centrais, que juntas representam 60% do total de sindicatos filiados no país, centraram as suas críticas nos atos do 1º de Maio – muitos deles mais</span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21905" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;"> festivos do que políticos</span></a></span><span> – ao capital produtivo e financeiro e evitaram críticas ao governo. Ainda mais. Através dos seus dirigentes manifestaram que desejam a continuidade do governo <strong><span>Lula</span></strong>. “O apoio ainda vai ser debatido, mas não tenho a menor dúvida de que a <strong><span>CUT</span></strong> vai orientar o voto pela continuidade do projeto democrático popular”, afirma <strong><span>Arthur Henrique.</span></strong> </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Por sua vez, <strong><span>Miguel Torres</span></strong>, diretor nacional da <strong><span>Força Sindical</span></strong>, </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21961" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">declarou</span></a></span><span>: "Não vamos apoiar quem não gosta de sindicato e não está do lado dos trabalhadores. Não vamos entrar em canoa furada, até porque uma posição errada pode ajudar a eleger um político que pode no próximo governo tirar direitos dos trabalhadores. <strong><span>Serra</span></strong> e <strong><span>Aécio</span></strong> nós conhecemos. São muito difíceis”. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Na história brasileira nunca um presidente teve uma relação tão cordial com o movimento sindical. Quem mais se aproximou de <strong><span>Lula</span></strong> nessa relação cordata foi </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=20000" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">Vargas</span></a></span><span>, criador da <strong><span>CLT</span></strong> e da estrutura sindical. <strong><span>Vargas</span></strong>, entretanto, enfrentou a contestação do movimento sindical na greve dos 300 mil em 1953 – fato que o empurrou a decidir-se pelo aumento do salário mínimo em 100% para aplacar a ira dos trabalhadores, e nomear <strong><span>João Goulart</span></strong> para o ministério do Trabalho. As duas decisões contribuíram para precipitar o desfecho de agosto de 1954. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><strong><span>Lula</span></strong><span>, produto da <strong><span>Era Vargas</span></strong>, da estrutura sindical varguista, e liderança emergente do chamado novo sindicalismo que irrompeu nas memoráveis greves do final dos anos 70, é o símbolo de uma geração de sindicalistas que chegou ao poder, e no poder deu visibilidade e reconhecimento ao movimento sindical. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Esse reconhecimento manifesta-se pela agenda política e econômica. Na agenda política registram-se, entre outras iniciativas, as constantes audiências cedidas às Centrais sindicais, o encaminhamento da </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=4047" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">Reforma Sindical</span></a></span><span>, a </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=9345" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">institucionalização</span></a></span><span> das Centrais sindicais acompanhado de </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=8419" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">repasse de recursos</span></a></span><span>, o </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=5888" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">veto à emenda 3</span></a></span><span>, a nomeação de ministros indicados pelo movimento sindical – recentemente </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=6422" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">Luiz Marinho</span></a></span><span> como ministro do Trabalho, e posteriormente da Previdência, indicado pela <strong><span>CUT</span></strong>, e </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=6145" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">Carlos Luppi</span></a></span><span>, atual ministro do Trabalho, indicado pela <strong><span>Força Sindical.</span></strong> </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Na agenda econômica, o governo <strong><span>Lula</span></strong> deu guarida mesmo que com velocidade diminuída a uma antiga reivindicação dos sindicatos: o </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=16257" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">aumento real do salário mínimo</span></a></span><span>, a correção da tabela do Imposto de Renda, a </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=19932" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">ampliação do seguro-desemprego</span></a></span><span>, e o mais significativo, o </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=8359" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">aumento do emprego</span></a></span><span>.<br /><br />Destaque-se que não fosse a crise econômica, a curva ascendente do emprego não teria sido interrompida. Mesmo considerando-se que em sua composição majoritária tratava-se de empregos precários, é incontestável o fortalecimento do mercado de trabalho no período recente, fato inclusive que tornou possível o </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=14939" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">crescimento de sindicalizados</span></a></span><span>.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Há ainda outro fato que auxilia na compreensão do reconhecimento do governo <strong><span>Lula</span></strong> por parte dos sindicalistas. Junto com <strong><span>Lula</span></strong>, ascendeu ao poder toda uma geração de sindicalistas, e não foram poucos os que ganharam espaço, prestígio e poder. Entre eles, <strong><span>Jair Meneguelli, Luis Gushiken, Ricardo Berzoini, Olívio Dutra, Antonio Palocci, Agnelo Queiroz, Miguel Rossetto, Jaques Wagner, José Eduardo Dutra, Luiz Marinho, Luiz Dulci, Paulo Okamotto, João Vacari, Wilson Santarosa.</span></strong></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Todos aqueles que estiveram junto com <strong><span>Lula</span></strong> nas lutas sindicais do final dos anos 70 e nos anos 80, e participaram da formação do <strong><span>Partido dos Trabalhadores</span></strong> </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=3834" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">ganharam espaço</span></a></span><span> em algum momento na estrutura do governo. Assinale-se que mesmo aqueles que romperam com o Partido não foram esquecidos pelo presidente, como <strong><span>Jacó Bittar</span></strong>. <strong><span>Lula</span></strong> sempre foi fiel aos seus ex-companheiros de jornada.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Porém, não foram apenas os sindicalistas oriundos do novo sindicalismo que ganharam espaço no governo, também a corrente “pelega” dos anos 80, beneficiada por <strong><span>Collor</span></strong> e depois <strong><span>FHC</span></strong>, viu preservado o seu naco de poder. As duas figuras mais emblemáticas do peleguismo recente, do chamado sindicalismo de resultados, <strong><span>Luiz Antonio Medeiros</span></strong> (atual Secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego) e <strong><span>Paulo Pereira da Silva</span></strong>, o <em><span>Paulinho</span></em> da <strong><span>Força Sindical</span></strong>, foram prestigiados e contempladas no leque do governo lulista. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Particularmente <strong><span>Paulinho</span></strong> exerce influência no governo e habilmente “joga” com o poder. Deputado federal pelo <strong><span>PDT</span></strong>, e simultaneamente presidente da<strong><span> Força Sindical</span></strong> é um dos responsáveis pela </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=6266" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">indicação</span></a></span><span> de <strong><span>Carlos Lupi</span></strong> ao ministério do trabalho. Recentemente se livrou de uma </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=14236" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">cassação no parlamento</span></a></span><span> graças as articulações políticas que levou o seu partido a apoiar o <strong><span>PT</span></strong> na disputa municipal nas eleições paulistas de 2008 e a ser vice na chapa de<strong><span> Marta Suplicy</span></strong>.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>O entusiasmo com o governo <strong><span>Lula</span></strong> é justificável, portanto, a partir da junção de um mosaico de acontecimentos. Surpreende, entretanto, a postura um tanto quanto adesista e pouco crítica do movimento sindical ao governo quando se têm presente os efeitos brutais da crise. Em que pese o apoio e a influência do movimento sindical – das oito centrais, apenas a <strong><span>Conlutas</span></strong>, hegemonizada pelo <strong><span>PSTU</span></strong>, e a <strong><span>Intersindical</span></strong> hegemonizada pelo <strong><span>PSOL</span></strong>, fazem oposição – a agenda de enfrentamento à crise por parte do governo não contempla reivindicações históricas dos sindicatos como, por exemplo, a redução da jornada de trabalho. Aliás, <strong><span>Lula</span></strong> </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=20923" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">chegou a pedir</span></a></span><span> aos trabalhadores que ajudassem as empresas a sair da crise, em vez de pedir aumento de salários. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>A aprovação do movimento sindical ao governo <strong><span>Lula</span></strong> encontra ainda duas outras justificativas. A primeira é o reconhecimento político dos sindicatos como um importante sujeito social. O governo <strong><span>Lula</span></strong> não criminaliza o movimento sindical. “O governo <strong><span>Fernando Henrique Cardoso</span></strong> tratou o movimento sindical com polícia”, </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21962" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">diz</span></a></span><span> <strong><span>Arthur Henrique.</span></strong></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Em segundo, e mais relevante, é a identidade de projeto. O nacional desenvolvimentismo, ou seja, o crescimento da economia associado a um forte papel do Estado é a âncora do pensamento sindical brasileiro. A ideia subjacente é de que por um lado, o crescimento da economia sustenta a geração de empregos e, por outro, o protagonismo do Estado realiza as correções sociais. O movimento sindical é sobretudo economicista, como economicista é o governo <strong><span>Lula</span></strong>, e nessa perspectiva se estabelece uma identidade. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><b><span style="color: blue;">Contradições insolúveis</span></b></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Já reiteramos nesse espaço em análise anteriores que <strong><span>Lula</span></strong>, mesmo como presidente, continua pensando como sindicalista: “Percebo o seguinte: a cabeça do presidente <strong><span>Lula</span></strong> é a cabeça do peão do <strong><span>ABC</span></strong> dos anos 70, 80, expandida no sentido de um crescimento enorme na consciência política, nas relações... Mas o núcleo da produção da riqueza e da distribuição dessa riqueza é o essencial na vida dele. O que ele busca é um país que produza muito, por isso todo esse seu empenho em aumentar a exportação. Ele fica feliz da vida com o crescimento todo, a produção industrial, a produção agrícola e ao mesmo tempo a distribuição dessa riqueza traduzida em salários, em empregos, em melhor qualidade de vida para o povo. Isso é uma coisa evidente”, </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=303" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">afirma</span></a></span><span> <strong><span>Gilberto Carvalho</span></strong>, chefe de gabinete da presidência e uma das pessoas mais próximas a <strong><span>Lula</span></strong>.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Na mesma entrevista, <strong><span>Gilberto Carvalho</span></strong> testemunha que <strong><span>Lula</span></strong> fica extremamente feliz com os indicadores de aumento de emprego: “Quando chega o <strong><span>CAGED</span></strong> e revela que o emprego aumentou, o seu dia fica iluminado. Quando cai o emprego, fica emputecido. Eu já vi cenas assim... impressionantes”.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>A obsessão pelo crescimento econômico como fator decisivo na geração de empregos e distribuição de renda é compartilhada pelo movimento sindical. Some-se a este fato, a interrupção das privatizações, o aumento gradual do salário mínimo, o atendimento parcial a uma ou outra reivindicação dos sindicatos, o respeito com que é tratado e se tem uma simbiose entre <strong><span>Lula</span></strong> e o movimento sindical. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>No contexto de identidade com as ações do governo, têm-se ainda a aprovação do movimento sindical, nem sempre explícita, às políticas compensatórias adotas pelo governo, entre elas, a principal, o <strong><span>Bolsa Família.</span></strong> Até 2010, o </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21936" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">programa ampliará gradativamente</span></a></span><span> o atendimento até 12,9 milhões de lares e poderá chegar a 33% da população do país, ou seja, o <strong><span>Bolsa Família</span></strong> atingirá 1 em cada 3 brasileiros no próximo ano.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>O maior programa social do governo <strong><span>Lula</span></strong> enfrenta um agudo e estrutural problema social brasileiro, a miséria, e de sobra alavanca a popularidade de <strong><span>Lula</span></strong> e rende retorno eleitoral. Como </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21958" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">destaca</span></a></span><span> <strong><span>Ladislau</span></strong> <strong><span>Dowbor</span></strong>, comentando a extensão do <strong><span>Bolsa-Família</span></strong>, “os pobres são muitos, e votam. O que se fizer pelos pobres rende votos. Logo, qualquer medida que favoreça os pobres constitui demagogia, autêntica compra de votos. Ah, se os pobres não pudessem votar, seria ideal, pois poderíamos fazer políticas para os pobres sem que isso deformasse a vontade popular e pesasse nas eleições. Mas votam, e, como há eleições a cada dois anos, pode-se fazer política para os pobres uma vez a cada dois anos”.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Os fatos enumerados anteriormente, somado ao receio de um retorno de um governo de direita, transformaram o movimento sindical, com as devidas exceções, em um sujeito político pouco crítico ao caráter conservador do governo <strong><span>Lula</span></strong>. Em que pese os avanços e o reconhecimento as iniciativas inclusivas, a economia e a política praticadas pelo governo <strong><span>Lula</span></strong> são na essência conservadoras, ainda mais quando se tem como referência o programa construído pelo movimento social brasileiro nas últimas décadas.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Faz-se necessário aqui uma observação importante. Quando <strong><span>Lula</span></strong> ascende ao poder em 2002 no pós-vendaval arrasa quarteirão das políticas neoliberais praticadas por seus antecessores – <strong><span>Collor</span></strong> e <strong><span>FHC</span></strong> – não encontrou o país totalmente destroçado como se viu, por exemplo, na Argentina e no México. Foi a resistência praticada pelo próprio movimento sindical, em aliança com o movimento social, que preservou pedaços importantes do Estado, o que possibilitaria em tese mais ousadia do governo <strong><span>Lula</span></strong>. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Porém, a opção política foi a estratégia da adoção de um governo orientado pelo </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=5083" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">Pós-Consenso de Washington</span></a></span><span> – a aplicação dos fundamentos da disciplina fiscal e monetária por um lado e, por outro, políticas sociais de caráter compensatórias. Não é gratuito que <strong><span>Lula</span></strong> passou a ser citado como exemplo pelo <strong><span>FMI</span></strong> e pelo <strong><span>Banco Mundial</span></strong> nos anos subseqüentes à sua posse e circulou com desenvoltura por dois espaços antagônicos: pelo <strong><span>Fórum Social Mundial</span></strong> e pelo <strong><span>Fórum Econômico Mundial</span></strong> (Davos). </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Recentemente,</span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21334" target="_blank"><strong><span style="font-size: 12pt;"> John Williamson</span></strong></a></span><span>, economista, considerado o "pai" do <strong><span>Consenso de Washington</span></strong>, citou o Brasil e o governo <strong><span>Lula</span></strong>: “Eu realmente acredito que diversos países latino-americanos seguiram razoavelmente bem a parte macroeconômica do Consenso de Washington, especialmente o item relativo à disciplina fiscal. O governo <strong><span>Lula</span></strong>, por exemplo, tomou decisões muito boas na área macroeconômica”. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>A análise aqui exposta não pretende reduzir os avanços do governo <strong><span>Lula</span></strong> e deixar de reconhecer os efeitos da expansão da economia no mercado de trabalho e a redução da pobreza. Trata-se, contudo, de uma crítica mais de fundo. Passados mais de seis anos do governo <strong><span>Lula</span></strong> se percebe uma rendição ao conformismo social e político. Não foi colocada em marcha nenhuma grande reforma estrutural na sociedade brasileira. A reforma agrária permanece truncada, a saúde pública persevera em seu estado calamitoso, a educação não dá sinais de melhoria substancial. Os grandes problemas brasileiros persistem. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Paradoxalmente, é possível que tenhamos um país </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=15938" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">incluído no mercado do consumo</span></a></span><span>, mas não necessariamente incluído do ponto de vista da substancial melhoria da qualidade de vida. O risco é ao mesmo tempo em que se vêem shoppings cada vez mais cheios, permanecerem as filas dramáticas nos postos de saúde, a educação pública em situação crítica, os problemas de saneamento irresolvíveis. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Corrobora essa interpretação – da inclusão social via mercado – a análise do economista <strong><span>Waldir Quadros</span></strong> em </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihuonline/index.php?option=com_tema_capa&Itemid=23&task=detalhe&id=1582" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">entrevista à revista <strong><span>IHU On-Line</span></strong> dessa semana</span></a></span><span>, para quem, “o aumento da classe média no período recente concentrou-se, fundamentalmente, na expansão da ‘baixa classe média’ (ou ‘classe C’) e foi resultado direto do ciclo de crescimento mais robusto da economia no período 2004-2008”. Segundo ele, “para termos uma ideia da condição social desta camada, basta dizer que seu padrão de vida é aquele dos professores do ensino fundamental, dos balconistas do comércio, dos auxiliares de escritório etc. Ou seja, são apenas remediados por escaparem da situação de massa trabalhadora pobre”. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Na análise do professor, agora com a crise tem-se um “cenário de provável retrocesso entre as famílias que mais se beneficiaram recentemente”. Nos estudos do economista da <strong><span>Unicamp</span></strong>, “os dados da <strong><span>PME</span></strong> apontam para o maior agravamento do desemprego entre os trabalhadores com segundo grau de escolaridade”. Em sua opinião, “este cenário é que torna extremamente preocupante a situação atual, reforçando a urgência de arrojadas medidas governamentais anticíclicas e de proteção social, igualmente justificando a adoção de uma postura ousada nas ações emergenciais”.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Acerca das medidas governamentais anticíclicas, uma </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21959" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">notícia da semana</span></a></span><span> dá conta que o esforço anticíclico do governo já soma R$ 280 bilhões, ou seja, o combate à crise tem um preço, e alto. Está computada aí, a soma das cifras anunciadas desde as medidas mais diretamente voltadas a manter ou elevar a oferta de empréstimos e financiamentos bancários às pessoas e, sobretudo, às empresas. O montante inclui a liberação de depósitos compulsórios, o orçamento reforçado do <strong><span>BNDES</span></strong> este ano, as desonerações tributárias, o pacote habitacional, e várias linhas de crédito liberadas pelos bancos oficiais, entre outras. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Poder-se-ia afirmar que a </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21841" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">resposta do governo brasileiro à crise</span></a></span><span> procura responder às reivindicações do capital e do trabalho, porém não é um exagero afirmar que a balança tem oscilado mais para um dos lados, o do capital. Na avaliação do movimento social, o governo <strong><span>Lula</span></strong> tem sido mais rápido em atender as demandas do mundo do capital do que do mundo do trabalho. A justificativa do governo evidentemente é de que o socorro ao capital visa preservar o mundo do trabalho.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Em síntese pode-se afirmar que é inegável que o Estado no governo <strong><span>Lula</span></strong> se tornou mais forte e que a sua atuação sofreu redirecionamento em algumas áreas, e que ao mesmo tempo o processo de liquidação de sua capacidade de intervenção na sociedade foi interrompido como se viu com as privatizações; mas também é verdade que não foi sustado de todo o modelo economicista e neoliberalista de decisões importantes na macroeconomia. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>A impressão que se tem é que estamos diante de uma espécie de (neo)desenvolvimentismo que é bancado pelo Estado em duas vertentes. Numa delas, transferência de renda para os mais pobres via aumento do salário mínimo, crédito fácil, programas sociais. Do outro lado, o Estado agindo muitas vezes como indutor dos interesses do capital produtivo e financeiro. É nessa perspectiva que se devem compreender os investimentos do Programa de Aceleramento do Crescimento (<strong><span>PAC</span></strong>). Recursos do Estado irrigados para beneficiar o capital, sobretudo quando se olha os grandes projetos de infra-estrutura. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>É nesta perspectiva que se faz uma crítica ao açodamento do movimento sindical em relação ao governo. Não caberia uma postura mais crítica e a afirmação de um programa de caráter anti-capitalista, considerando-se o seu papel de movimento social?</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span> Porém, há outro tema ainda mais espinhoso que sequer entra, ou quanto muito lateralmente, na agenda do movimento sindical: a crise ecológica. O tema é extremamente relevante e indica contradições ainda mais profundas no governo <strong><span>Lula</span></strong>, contradições que o movimento sindical faz vistas grossas. Retornaremos a este tema mais à frente</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><b><span style="color: blue;">Oligarquias entusiasmadas com o governo</span></b></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Por ora, destaque-se outro traço conservador do governo <strong><span>Lula</span></strong>: na política. Não é apenas o movimento sindical que “festeja” <strong><span>Lula</span></strong>, setores da oligarquia brasileira também. Nessa semana, <strong><span>Fernando Collor de Melo</span></strong> ressurge em </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21963" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">entrevista</span></a></span><span> à imprensa, para afirmar: “Já acreditava, e continuo acreditando, que o <strong><span>presidente Lula</span></strong> terá um terceiro mandato consecutivo”. Segundo o ex-presidente, “dos 17 partidos com representação no Congresso, 13 ou 14 fazem parte da base de sustentação do governo. Estão todos atendidos pelo governo nas suas reivindicações”. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Diz mais, “temos indicadores econômicos satisfatórios, programas sociais avançando e um índice de popularidade elevadíssimo. O empresariado todo está muito feliz, com alguma exceção do setor exportador. O setor financeiro nunca teve lucros tão altos. Então, quem é contra?” e arremata, “o Congresso aprovaria de maneira entusiástica o 3º mandato de <strong><span>Lula</span></strong>”.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Algo semelhante </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21989" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">afirmou</span></a></span><span> <strong><span>Roberto Jefferson,</span></strong> ex-deputado federal, presidente nacional do <strong><span>PTB</span></strong> e autor, em 2005, da denúncia do mensalão, “Vamos escutar o que diz o povo. Na eventualidade de impedimento da ministra <strong><span>Dilma</span></strong>, o caminho é o presidente <strong><span>Lula</span></strong>". A doença de <strong><span>Dilma Rousseff</span></strong>, aliás, pode embaralhar a sucessão de 2010. Como ficaria o <strong><span>PT</span></strong>? O partido sucumbiu ao lulismo e não tem nomes alternativos.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>A recente </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://%20http/www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21901" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">defesa</span></a></span><span> de <strong><span>Lula</span></strong> do Congresso, no caso da farra das passagens aéreas, embute muito mais do que uma simples e gratuita opinião pessoal. Com a defesa pública, <strong><span>Lula</span></strong> atende aos reclames de <strong><span>Michel Temer</span></strong> (presidente da Câmara) e de <strong><span>José Sarney</span></strong> (presidente do Senado). Os dois </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21921" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">reclamaram</span></a></span><span> que há três meses o Congresso só apanha, enquanto o Executivo flana em aprovação popular, e que o elevado grau de insatisfação nas duas Casas ameaça explodir na forma de <strong><span>CPIs</span></strong> das quais o governo não quer nem ouvir falar, como as da <strong><span>Petrobras</span></strong> e do <strong><span>Dnit</span></strong>.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>A proposta de que o </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21920" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">PT apoie o PMDB</span></a></span><span> na disputa pelo Palácio Piratini no Rio Grande do Sul em troca de uma aliança nacional em favor da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, <strong><span>Dilma Rousseff</span></strong>, sugerida pelo presidente do <strong><span>PT, Ricardo Berzoini</span></strong>, é outra demonstração do pragmatismo em que se meteu o governo petista e de <strong><span>Lula</span></strong>. O conteúdo ideológico ficou relegado e esquecido. </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21958" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">Houveram reações</span></a></span><span> e fortes. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>Como </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21958" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">afirma</span></a></span><span> <strong><span>Ancelmo Góis,</span></strong> “O imenso prestígio de <strong><span>Lula</span></strong> reflete, naturalmente, as suas qualidades. Ele é o cara. Mas volta e meia o presidente usa sua popularidade para defender a velha política. Foi assim quando saiu em defesa de <strong><span>Renan Calheiros, Jader Barbalho, Severino Cavalcanti</span></strong>, etc. É pena”. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>De fato é uma pena. A base de sustentação do governo <strong><span>Lula</span></strong> ressuscitou figuras políticas associadas aos métodos políticos da 'Velha' República' - práticas coronelistas que agregam autoritarismo, assistencialismo e clientelismo com a expertise de se valer da presença no espaço público para atingir objetivos privados. <strong><span>José Sarney, Jader Barbalho, Romero Jucá, Geddel Oliveira,</span></strong> entre outros, que recentemente na história política brasileira foram vistos como a junção de tudo o que se tem de pior na política, estão na linha de frente no apoio ao governo de <strong><span>Lula</span></strong>. </span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;"><span>A ruptura prometida com a 'Velha República' e inclusive com a 'Nova República' , através do surgimento do <strong><span>PT</span></strong> e de <strong><span>Lula</span></strong> que arrombaram a política nacional pela "porta dos fundos", não se efetivou. O pacto republicano inaugurado por <strong><span>Lula</span></strong> foi o de juntar setores da direita e da esquerda, mesmo que por vias tortas, numa coisa só que não se sabe para onde caminha. Na </span><span style="font-size: 10pt;"><a href="http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=21489" target="_blank"><span style="font-size: 12pt;">definição bem humorada</span></a></span><span> de <strong><span>Millôr Fernandes, </span></strong>"<strong><span>Lula</span></strong> é um poder cuja circunferência está em toda parte e cujo centro não está em parte alguma”.</span></p><p style="text-align: justify;">(...)<br /><span></span></p><p style="text-align: justify;"><span><br /></span></p>CURSOS DO JORNAL BRASIL DE FATOhttp://www.blogger.com/profile/10160385300200987908noreply@blogger.com0